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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2. MOMENTO II: INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

5.2.1. Avaliação dos questionários

5.2.1.1. Turma 1: Comparando os questionários

O questionário inicial foi aplicado antes do desenvolvimento da intervenção com a turma, e, o questionário final foi respondido pelos alunos após o desenvolvimento da aula. Ambos os questionários foram respondidos por 30 alunos que estavam matriculados na disciplina. O título e a descrição do formulário inicial, está representado na Figura 34.

Figura 34- Título e descrição do questionário inicial.

Fonte: autores, 2022.

O formulário aplicado após a intervenção, também obteve 30 respostas, e, o seu título e descrição estão expostos na Figura 35.

Figura 35- Título e descrição do questionário final.

Fonte: autores, 2022.

Para facilitar a discussão dos resultados, no questionário elaborado para este trabalho, todas as perguntas eram afirmações positivas, ou seja, a resposta esperada, em caso de resposta correta, era “concordo totalmente”. A seguir são apresentados os resultados em gráficos de setores, sendo que o primeiro gráfico apresenta as respostas antes da aplicação do procedimento experimentar, e, o segundo gráfico corresponde às respostas após a aplicação da intervenção pedagógica.

Ao compararmos os gráficos gerados com as respostas dos 30 alunos para cada questão, percebe-se que as seguintes questões: 4 (quatro), 5 (cinco) e 8 (oito), apresentam uma diferença significativa na porcentagem do questionário aplicado antes, e, após a intervenção de maneira favorável.

Analisando a questão 4 (quatro), somente 56,7% dos alunos antes de participarem da intervenção concordam totalmente com a afirmação explícita, e, após a aula prática, essa porcentagem de alunos aumenta para 86,7%, demonstrando a

internalização do conceito. A Figura 36 apresenta a comparação dos gráficos antes e após a intervenção.

Figura 36- Turma 1: Gráficos da questão 4 demonstrando a porcentagem das alternativas do questionário inicial e final, respectivamente.

4. Na cristalização ocorre uma mudança de fase de um produto (o soluto), originalmente em solução, para uma fase sólida.

Fonte: autores, 2022.

Na Figura 37 podemos verificar as respostas apresentadas para a questão 5 (cinco).

Antes da intervenção, apenas 30% dos alunos concordavam totalmente com a afirmação indicada, e, após a intervenção essa porcentagem praticamente dobrou, chegando a 56,7%, representando uma diferença de aproximadamente 26,7%.

Entretanto, devemos repensar o que necessita ser melhorado no procedimento experimental para que esse grau de concordância seja aumentando ainda mais, portanto a proposta é que seja apresentado, e, explicado o esquema mostrando uma estrutura cristalina, e, uma amorfa, conforme foi apresentado na Figura 06.

Além disso, percebemos que mesmo após a aula experimental, 30% concordam parcialmente, ou seja, ainda apresentam dúvidas na questão, com isso, devemos explicar detalhadamente sobre as estruturas cristalinas, que são marcados pela existência de arranjos ordenados e periódicos entre os átomos, formando estruturas periódicas tridimensionais sólidos, como os metais e as ligas e os amorfos, são classificados assim, pela inexistência de um ordenamento atômico periódico. Como exemplo, podemos citar os vidros e alguns polímeros, como o poliestireno.

(ASTRATH, 2006). Podemos propor uma atividade dinâmica, onde apresentamos imagens de sólidos amorfos, e, cristalinos do nosso cotidiano, todos juntos, e, eles

devem distinguir. Portanto, melhorando este momento, acreditamos que estas dúvidas devem ser sanadas.

Figura 37- Turma 1: Gráficos da questão 5 demonstrando a porcentagem das alternativas do questionário inicial e final, respectivamente.

5. A diferença entre os processos de cristalização e de precipitação de um sólido é que na cristalização ocorre uma lenta e seletiva formação de cristais, que resulta no composto puro, enquanto, na precipitação, um sólido amorfo (sem forma cristalina) é formado rapidamente na solução, misturado com impurezas.

Fonte: autores, 2022.

Na questão 8 (oito), quando analisado o questionário inicial, percebe-se que 30%

dos alunos concordam totalmente, e, quando comparado com o questionário final, essa porcentagem aumenta para 60%, conforme a Figura 38.

Entretanto, verificamos que ainda 20% concordam parcialmente, e, 20%, não sabem opinar, ou seja, 12 alunos não compreenderam a relação do processo de cristalização com o processo de separação/purificação do caldo de cana de açúcar.

Neste caso, só comentamos que alguns processos industriais utilizam a técnica de cristalização e deixamos disponibilizado na introdução do roteiro especificamente o caso da cana de açúcar. Portanto, a proposta é que no início da aula devemos citar diversos processos industriais que utilizam a técnica de cristalização em alguma etapa, como foram citados alguns no item 3.3.

Figura 38- Turma 1: Gráficos da questão 8 demonstrando a porcentagem das alternativas do questionário inicial e final, respectivamente.

8. Muitos processos de produção utilizam em determinado ponto a cristalização como processo de separação ou purificação. O setor sucroalcooleiro, no Brasil, utiliza-se de cristalização para obtenção de açúcar (sacarose, sucrose) a partir do caldo tratado da cana-de-açúcar. O açúcar é cristalizado após uma etapa de evaporação de água, para concentração do caldo.

Fonte: autores, 2022.

Em contrapartida, analisamos que as questões: 1 (um), 2 (dois) e 6 (seis), não obtiveram diferenças significativas, quando comparadas antes, e, após a aula prática, evidenciando que os alunos não tinham muita dificuldade nos conceitos de saturação, visto que, as questões citadas são todas referentes aos conceitos de saturação, que é um tema relativamente simples.

A questão 1 (um), representou uma diferença de 6,7% quando comparado o questionário inicial com o questionário final, conforme demonstra a Figura 39.

Figura 39- Turma 1: Gráficos da questão 1 demonstrando a porcentagem das alternativas do questionário inicial e final, respectivamente.

1. Quando uma solução contém menos soluto dissolvido do que a máxima quantidade possível, essa solução é dita insaturada.

Fonte: autores, 2022.

A questão 2 (dois), representa uma diferença ainda menor, sendo de 3,3% quando comparado o formulário aplicado antes e após a intervenção (Figura 40).

Figura 40- Turma 1: Gráficos da questão 2 demonstrando a porcentagem das alternativas do questionário inicial e final, respectivamente.

2. Quando uma solução contém a quantidade máxima de soluto dissolvido no solvente (determinada pela sua solubilidade) é dita saturada.

Fonte: autores, 2022.

Já na questão 6 (seis), conforme demonstrado na Figura 41 essa diferença de porcentagem não existe.

Figura 41- Turma 1: Gráficos da questão 6 demonstrando a porcentagem das alternativas do questionário inicial e final, respectivamente.

6. As soluções supersaturadas são aquelas que contêm soluto além do necessário para classificar-se como uma solução saturada. Elas ultrapassam o coeficiente de solubilidade, são instáveis e podem precipitar, formando o que chamamos de corpo de fundo (ou chão).

Fonte: autores, 2022.

Através das observações das ações dos alunos durante a aula prática, juntamente com a comparação das respostas dos questionários, evidenciou-se maior facilidade na compreensão dos temas, principalmente de como ocorre o processo de cristalização.

Dentre os relatos, que foram expostos nas questões discursivas, propostas no questionário final, especificamente na questão 9, o estudante destacou como a aula prática contribuiu para melhor compreensão dos conceitos “Sim, a experiência realizada foi de extrema importância para meu entendimento sobre solubilidade e cristalização, a explicação teórica dos conceitos foi perfeita, mas a prática foi fundamental para fixação desses conceitos.” Portanto Santos e Menezes (2020), ressaltam o grande interesse provocado nos estudantes por essas atividades em diferentes níveis de escolarização, pois faz com que a teoria se adapte à realidade e proporciona uma aprendizagem significativa, que seja duradoura e prazerosa. Logo, essa metodologia proporciona ao professor, e, ao aluno, ferramentas que estabelecem o link entre a teoria e a prática, na qual o docente incorpora à sua prática pedagógica uma metodologia que facilite a construção do conhecimento científico.

Além disso, na questão 10, um dos alunos respondeu da seguinte forma: "Achei interessante a maneira que conseguimos fazer uma cristalização até mesmo em casa, não imaginava que fosse algo simples”. Com essa resposta, podemos atingir um dos nossos objetivos, que é ensinar química de maneira acessível, com materiais alternativos e de fácil obtenção.

Uma outra resposta da mesma questão, que nos chamou atenção foi “Adorei a aula, utilizei equipamentos que nunca havia usado e os formandos nos deixaram livres para realizar o experimento…”. Esta resposta se destacou, porque a turma estava voltando para o formato presencial havia pouco tempo, boa parte da disciplina foi dada remotamente, portanto, nesta aula prática conseguimos utilizar alguns equipamentos que muitos ainda não haviam tido contato.

Analisando os resultados dos formulários, considerou-se que a proposta da aula prática, foi uma ferramenta importante para o avanço da aprendizagem dos alunos sobre os conceitos de cristalização, relacionando os conhecimentos prévios/revisados com os aspectos da aula experimental.

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