Cenário2 – “A Publicidade e o Género”
Cenário 3 “Um caminho diferente”
O terceiro cenário (ver figura 4.6) foi realizado na semana seguinte à apresentação dos trabalhos relativos ao cenário 2. Para esta atividade foram utilizadas três aulas de apoio ao estudo de 60 minutos cada, tendo sido especialmente solicitadas pela docente à direção da escola para desenvolver o Programa de Educação Sexual e Meio Escolar.
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Um Caminho Diferente
Tendências
Museu Virtual com funções de produtor, transmissor e disseminador de informação, Carvalho (2008); Botelho, (2010)
Possibilidade de universalização do conhecimento, Loureiro (2003)
Histórias de vida e representações sociais de género, Scott (1990).
Recursos digitais
Finalidades
Os/as alunos/as: pesquisam na Internet, analisam a informação disponibilizada nas páginas sugeridas (e outras), processam essa informação e comunicam os resultados (apresentação em power point, storybird ou outra ferramenta)
Metodologia
Trabalho de grupo colaborativo
Atividades
Realização em grupo de uma narrativa digital.
Pessoas, papéis e interações
Os/as alunos/as realizam a atividade em grupo dentro e fora da sala de aula. O/a professor/a presta orientações sempre que necessário ou sempre que solicitado.
Resumo da narrativa
Em grupos, os/as alunos/as, através do acesso a diversas páginas na Internet de Museus Virtuais (maioritariamente indicadas pelo professor) realizam um trabalho, que posteriormente será apresentado à turma, sobre um Homem ou uma Mulher à sua escolha que tenha tido um percurso de vida diferente do socialmente estabelecido como típico do seu género.
Este trabalho deverá ser uma narrativa digital em que os alunos contam a história da vida da pessoa selecionada através de uma aplicação específica (por exemplo, Power Point, Storybird). Sites de Museus Virtuais: http://www.indeks.pt/museus.php
Figura 4.6. Cenário de aprendizagem 3
Na primeira sessão de trabalho, a professora/investigadora voltou à temática “Sexualidade e Género”, questionando os alunos se conheciam algum homem ou alguma mulher que tivesse tido um percurso de vida diferente do que a sociedade dita como “normal”. Após uma breve discussão sobre este tema e da apresentação de alguns casos célebres da história da ciência a professora/investigadora lançou o desafio aos/às alunos/as de concretizarem uma narrativa digital na qual contassem à turma a história de vida de uma pessoa através de uma aplicação especifica (por exemplo, Power Point, Storybird).
Para a realização desta atividade a professora/investigadora disponibilizou aos/às alunos/as vários endereços electrónicos de museus virtuais, tais como:
http://museus.ulisboa.pt
http://museudapessoa.net
52 Através destes links, os/as alunos/as, agora divididos em grupos, puderam consultar e pesquisar informação. Prestou esclarecimentos sempre que fora solicitado e uma vez mais, foi igualmente disponibilizado o acesso à rede wireless e permitido o uso de computadores portáteis, tablets e telemóveis.
Na segunda aula, os grupos passaram-na a analisar e selecionar a informação recolhida e a efetivarem a construção dos seus trabalhos, recorrendo aos seus computadores portáteis ou tablets ou ao computador da sala. Durante esta aula a professora/investigadora acompanhou o progresso no trabalho dos grupos, aconselhando e auxiliando sempre que necessário.
Na última aula reservada a esta atividade, os grupos fizeram a apresentação dos seus trabalhos ao que se seguiu uma breve discussão e reflexão sobre o que foi apresentado.
De um modo geral, os grupos foram muito criativos e realizaram trabalhos bastante satisfatórios (ver apêndice 5). Os exemplos que encontraram foram muito diversos (por exemplo, Valentina Tereshkova e Durval Sampaio) e as suas apresentações foram recheadas por comentários elucidativos das suas opiniões, tal como os seguintes exemplos o demonstram:
“Não há mal nenhum um homem ter uma “profissão” de mulher ou ao contrário” – aluna
“Podemos escolher o que quisermos mas somos muito influenciados não só pela sociedade mas também pela nossa família” – aluno
“Eu não me ia sentir à vontade a trabalhar com bebés. As mulheres são mais sensíveis, os homens não têm muito jeito.” – aluno
“Não gosto muito de trabalhar com carros [mecânica] mas podia aprender se quisesse.” – aluna.
Alguns grupos, para além de narrarem a história de vida da pessoa em questão, acrescentaram, no final, a sua própria opinião sobre a temática em estudo, tal como os dois exemplos seguintes revelam:
53 “Concluímos dizendo que cada pessoa nunca deve desistir dos seus sonhos só porque ninguém nos apoia. Quando um sonho nos chama, devemos agarra-lo e não é por não haver ninguém como nós que devemos perder a esperança.”
“O nosso grupo acha que todos os homens e todas as mulheres devem escolher livremente aquilo que quer, mesmo que haja obstáculos, temos que os ultrapassar e conquistar por o que sonhamos.”
O apêndice 6 inclui os procedimentos e resultados da avaliação realizada pela professora/investigadora.
Em relação a este cenário as notas da investigadora/professora assinalam a reação igualmente entusiástica dos/as alunos/as. Ao ouvirem a tarefa proposta, mostraram-se motivados, particularmente com as visitas virtuais aos museus indicados pela professora. A maioria nem tinha conhecimento que tal era possível ou se já conheciam não tinham ainda percebido a utilidade e as vantagens em realizar visitas virtuais.
No entanto, ficaram um pouco apreensivos relativamente ao modo como era pedido que narrassem a história de vida da pessoa que selecionariam. A professora/investigadora tentou desmistificar a complexidade da plataforma seleccionada para a apresentação –
storybird – mas, tendo em conta o tempo que poderia usufruir tanto no desenvolvimento
deste cenário como na explicação desta nova ferramenta, esta demonstrou-se de facto ser um constrangimento. Em virtude desta situação, a professora/investigadora contornou esta dificuldade possibilitando que os/as alunos/as fizessem as suas narrativas digitais recorrendo ao PowerPoint.
4.1.3 Discussão dos Resultados
Nesta secção são discutidos os resultados referentes aos problemas de investigação sobre a evolução dos conhecimentos e a participação dos alunos e alunas.
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