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A UNICAMP, um dos objetos deste estudo, teve seus primórdios fundamentais em 1946, quando o jornalista Luso Ventura, do Diário do Povo, catalisou a vontade dos cidadãos pela instalação da faculdade de medicina. Após 7 anos, em 1953, mobilizado pela vontade da população, com a Lei n° 2.154 de 30 de junho, o então Governador Lucas Nogueira Garcez cria a Faculdade de Medicina de Campinas, e posteriormente, a Lei 4.996 25/11/1958 do deputado Ruy Barbosa altera e complementa a lei anterior. Legalmente, a faculdade estava criada, porém não dispunha-se, na época, de meios materiais para sua execução, sendo incorporada pela UNICAMP no ano de 1962 (art.29 da lei 7.655 de 28/12/1962) e autorizada a funcionar em 1963, provisoriamente instalada nas dependências da Maternidade de Campinas. (UNICAMP, 1994a)

A UNICAMP foi criada oficialmente em 28 de Dezembro de 1.962, sob a Lei Estadual nº

7.655 na qualidade de entidade autárquica27, cujas finalidades eram: artigo 2º: “ministrar o ensino

26Vale lembrar que o número de docentes não acompanhou esse crescimento, em 2000 eram 1.826 docentes e em

2008 1.727, ou seja diminuição de 5,7% disponível em:

http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2010/ju466_pag0203.php acesso em: 17/out/2010

27 Segundo Santanna, 2009 p 49, as características de autarquia são: pessoa jurídica de direito público; criada por lei

específica, organizada pela própria lei, decreto, regulamento ou estatuto, e extinta somente por lei; sujeito a tutela (controle finalístico, verifica se a entidade está cumprindo as suas finalidades); possui autonomia administrativa e financeira (não possui autonomia política- de criar seu próprio direito-porque esta só pode ser via união, estados,

54 universitário e pós-graduação; promover a pesquisa pura e aplicada e formar técnicos de nível médio e superior”. Era constituída (artigo 3º) por: Faculdades, Institutos de Ensino, Institutos de Pesquisa, Escolas técnicas e Reitoria. A UNICAMP (artigo 28) contava com 4 Faculdades (Ciências, Medicina, Odontologia e Química Industrial) e 5 Institutos (Biologia, Morfologia, Química, Física e Matemática), sendo as escolas técnicas instaladas posteriormente. O corpo docente era composto de: professores catedráticos, professores contratados e auxiliares de

ensino28. Ainda na mesma Lei, o artigo 6º prevê que “os Institutos de Pesquisa dedicar-se-ão à

investigação científica, pura ou aplicada, e terão individualidade própria”. Quanto à carreira de pesquisador, esta tinha regulamento separado e distinto dos demais acadêmicos: o artigo 18 cria a carreira de Pesquisador da Universidade de Campinas. Parágrafo 1º: “A carreira será estruturada por decreto do Executivo”; Parágrafo 2º: “Os pesquisadores serão nomeados mediante concurso, que poderá ser de título, de provas, ou de ambos, na forma do que dispuser o decreto referido no parágrafo anterior”; Parágrafo 3º: “será requisitado para a inscrição no concurso a apresentação do competente diploma universitário ou acervo de trabalhos publicados, julgado pelo conselho universitário, de valor equivalente”; Parágrafo 4º: “ não compete aos pesquisadores o exercício regular de funções docentes.”

A última atualização, conforme deliberação CAD – A – 02/05 de 06/Out/2005, publicada no DOE em 18/Out/2005, foi instituída a carreira de pesquisador – PQ – que substituiu o “Técnico especializado de apoio à pesquisa cultural, científica e tecnológica” – TPCT –, revogando a deliberação CAD 353-93. O cargo de pesquisador é “constituído de funções de caráter permanente as quais são inerentes as atividades de execução e de orientação aos trabalhos

municípios); os atos e contratos estão sujeitos a Lei de Licitações e controle pelo tribunal de contas; possui todas as prerrogativas e sujeições que formam o regime jurídico de direito público, aparecendo perante os administrados como se fosse a própria administração; dotada de bens próprios transferido do ente que a criou. Seus bens são públicos e possui os mesmos privilégios da administração direta; possui dirigentes próprios, podendo haver a participação do legislativo na escolha.Seus atos podem ser questionados via mandado de segurança, ação popular ou ação civil publica; executa serviços administrativos ou de cunho social; os servidores são estatutários; possuem os mesmos privilégios processuais da fazenda; gozam de imunidade tributária referente ao patrimônio, renda ou serviços vinculados a seu fim; cita alguns exemplos de autarquia: IBAMA (Instituto brasileiro do meio ambiente), INSS(Instituto nacional do seguro social), BACEN (Banco central do Brasil), etc..

Definição de autarquia em outro autor: DE PAULO, Antonio. Pequeno Dicionário Jurídico. 2º ed. Rio de Janeiro. 2004. Autarquia é “Serviço autônomo criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração pública que requeiram para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.”

28 Para informação completa ver lei de criação disponível em <www.sg.unicamp.br/doc/lei-de-criacao-da-

55 de investigação científica, tecnológica ou cultural”. Esta carreira se aplica: a) aos centros e núcleos, com quadros e estruturas próprias, mediante aprovação da câmara de administração; b) às unidades de ensino e pesquisa, limitando a 5% do número de vagas do quadro docente (carreira MS).

Muitas unidades de ensino e pesquisa (institutos e faculdades) optam por admitir docentes (carreira MS) ao invés de pesquisador, porque este último se restringe à pesquisa, enquanto o docente MS ao ensino, pesquisa e extensão.

De volta à história da UNICAMP, em (UNICAMP, 1974), a mesma tem como finalidade a “...promoção do bem estar físico, espiritual e social do homem...”. Para alcançar essa finalidade a UNICAMP se propõe a:

I. ministrar o ensino para a formação de pessoas destinadas ao exercício das profissões

liberais, técnico-científicas, técnico-artísticas, de magistério e aos trabalhos desinteressados da cultura; II. promover e estimular a pesquisa científica e tecnológica e a produção de pensamento original no campo da Ciência, da Tecnologia, da Arte, das Letras e da Filosofia; III. estudar os problemas sócio-econômicos da comunidade com o propósito de apresentar soluções corretas, sob a inspiração da democracia; IV. pôr ao alcance da comunidade, sob a forma de cursos e serviços, a técnica, a cultura, e o resultado das pesquisas que realizar; V. valer-se dos recursos da coletividade, tanto humanos como materiais, para integração dos diferentes grupos técnicos e sociais na Universidade; VI. cumprir a parte que lhe cabe no processo educativo de desenvolver na comunidade universitária uma consciência ética, valorizando os ideais de pátria, de ciência e de humanidade. E no artigo 3º: no cumprimento de suas finalidades, a Universidade obedecerá aos princípios de respeito à dignidade da pessoa e aos seus direitos fundamentais, proscrevendo o tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa e por preconceito de classe e raça.

Idealizado pelo professor Zeferino Vaz e criado pelo artista plástico Max Schiefer e pelo arquiteto João Carlos Bross, na década de 1970, o logotipo da UNICAMP foi desenhado a partir do Plano Diretor da universidade. De acordo com Unicamp (1994b), o significado é o conhecimento numa forma amorfa e sem contorno. A bola branca, dentro das 13 listras que