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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.6. UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE COHAPAR

5.6.1 Identificação da Empresa

A unidade básica de saúde Cohapar está localizada no município de Campo Mourão, PR, na Rua Pica Pau, 181 Conjunto Milton Luís Pereira. O estabelecimento conta com 24 funcionários e atende em média 70 pacientes por dia de segunda à sexta das 7h30min até às 16h30min. Os setores presentes no estabelecimento são: consultórios; salas de curativos; imunização; inalação; pré-consulta; esterilização. A enfermeira entrevistada não soube informar se o estabelecimento possuía licença ambiental junto ao IAP.

5.6.2 Identificação dos Resíduos Sólidos Gerados

Na Tabela 6 são mostrados os grupos de resíduos, os locais de geração, a frequência de coleta e as formas de acondicionamento e de destinação final dos RSS da UBS Cohapar.

Tabela 6 - Caracterização dos Resíduos Gerados na Unidade Básica de Saúde Cohapar Grupo - RSS Local de Geração Frequencia de coleta (dias) Armazenamento temporário Armazenamento externo Destino final A Sala de vacinação , 15 Caixa perfurocortante Abrigo Empresa CTR B Farmácia 15 Caixas de papelão Abrigo Empresa CTR D Recepção, Sanitários, Cozinha, Depósito de material de limpeza 2 Lixeiras com saco comum para lixo, nos locais de geração Abrigo Aterro Municipal de Campo Mourão E Sala de vacinação, sala de curativos, coleta para exames 15 Caixa de perfuro- cortantes Abrigo Empresa CTR

Os dados coletados e as observações foram realizados no mês de fevereiro de 2012. Após a coleta de dados e as observações, verificou que no depósito de armazenamento externo, o acondicionamento de material perfurocortante, em garrafas PET de 2 litros, não condiz com a maneira correta de acondicionamento para este tipo de material, conforme NBR 13853/1997, que diz que o material perfurocortante deve ser acondicionado em coletores próprios para esse tipo de resíduo, sendo coletor com superfície externa de cor amarela, símbolo para material infectante conforme a NBR 7500 (ABNT, 2003), com altura mínima de 8 cm. Outra observação foi a utilização de sacos

brancos para armazenamento de resíduos contaminado servindo para o acondicionamento de resíduos comuns.

O entrevistado relatou ainda, que não há programas socioculturais e educativos implementados no estabelecimento, visando o treinamento em relação ao gerenciamento dos RSS. Também não há ações preventivas direcionadas a não geração e minimização da geração de resíduos.

Na UBS a taxa de geração de resíduos no período avaliado foi de 0,148 kg/paciente/dia. Na Figura 13 é mostrada a composição gravimétrica dos resíduos

gerados na UBS COHAPAR.

Figura 13 – Composição gravimétrica dos resíduos gerados na UBS COHAPAR

Pela Figura 13 é possível observar que 91% dos RSS são classificados como grupo D, 6% classificados como grupo E e 3% como grupo A, gerando total de 207,68 kg de RSS por mês.

Não foi possível realizar a pesagem os resíduos pertencentes ao grupo B, em nenhuma das UBS estudadas. Por se tratarem basicamente de resíduos gerados nas farmácias e serem medicamentos vencidos, nos dias em que foram realizadas as quantificações não havia nos estabelecimentos de saúde este tipo de resíduo.

Estes estabelecimentos não geram resíduos do grupo C que são resíduos oriundos de atividades humanas contendo radionuclídeos (BRASIL, 2004; BRASIL, 2005). Em todas as UBSs pesquisadas foram encontradas não conformidades referentes ao gerenciamento dos RSS, principalmente quando se diz respeito ao acondicionamento e segregação dos mesmos. Este problema provém da falta de treinamento dos funcionários designados para lidar com os RSS e funcionários que fazem o atendimento a saúde humana.

O problema referente à segregação dos resíduos pode ser observado na Figura 14 e Figura 15 que é mostrado resíduos contaminados e resíduos comuns misturados em sacos brancos destinados a resíduos contaminados ou potencialmente contaminados.

Figura 14 – Papéis e plásticos não contaminados misturados com materiais contaminados ou potencialmente contaminados

Figura 15 – Papéis e plásticos não contaminados misturados com materiais contaminados ou potencialmente contaminados

NUNES (2006) realizou um trabalho semelhante a este, mudando apenas as UBSs estudadas de Campo Mourão, e neste já pode ser constatado a necessidade de adequações referentes a legislações vigentes e treinamentos aos funcionários quanto a segregação. No entanto em relação ao acondicionamento dos RSS o autor afirma que as UBSs em questão se encontravam de acordo com as resoluções RDC ANVISA 306/2004 e CONAMA 358/2005 diferente do presente estudo onde pode se constatar irregularidades no acondicionamento dos RSS.

VENTURA (2009) apresenta dados de SILVA & ALMEIDA (2006) e SILVA (2007) mostrando que nos anos de 2005 e 2006, período em que havia pouco reforço na capacitação de funcionários para a segregação adequada de resíduos, a grande maioria dos resíduos gerados era do grupo A.

Esses autores relatam que a partir de 2007 houve aumento da geração dos resíduos (de 31.761 kg mensais para 35.250 kg), porém houve redução na geração de resíduos dos grupos D e E e atribuem essa modificação a capacitação e treinamento dos funcionários que manipulam os resíduos no ano de 2006, o que causou melhora no manuseio destes materiais, obtendo segregação adequada e em conformidade com as orientações dadas pela ANVISA.

PUGLIESI (2010), verificou taxa de geração de resíduos inicial de 2,09 kg/paciente.dia no hospital Santa Casa de São Carlos e após o treinamento esta foi de 2,04 kg/paciente.d, mostrando que o treinamento é uma saída para redução da geração destes resíduos.

Sendo assim pode se afirmar que o treinamento com os funcionários responsáveis pelo gerenciamento dos RSS é a melhor forma para realizar um gerenciamento adequado de acordo com as legislações vigentes.

A taxa média de geração de resíduos nas UBS estudadas foi de 0,105 kg/paciente.d, e é inferior à reportada na literatura que varia de 1,2 a 3,5

kg/paciente.d (RISSO, 1993; FORMAGGIA, 1995; COSTA, 2001). Na Figura 15 é mostrada a composição gravimétrica total dos RSS gerados nas UBS estudadas.

Figura 16 - Composição gravimétrica total das UBS estudadas

Pela Figura 16 é possível observar que a composição gravimétrica dos resíduos gerados nas UBS mostra que a maior porcentagem de resíduos é do grupo D (85%), ou seja, resíduos comuns.

Estes resíduos são destinados ao aterro sanitário municipal de Campo Mourão, exceto, caixas de papelão que são destinadas à cooperativa de catadores. Porém com treinamento poderia ter uma melhor segregação destes resíduos e com isso haverá uma maior parte destes resíduos para serem reciclados, diminuindo a quantidade de resíduos que são destinados ao aterro sanitário municipal.

As UBSs em estudo não apresentam um plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, o qual, com o conhecimento dos funcionários sobre o mesmo, fornece grande auxilio para realizar um gerenciamento correto dos RSS, desde a segregação até a destinação final.

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