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Os formulários web são um estilo de interação para entrada de dados e são utilizados por todas as categorias de usuários (NIELSEN; LORANGER, 2006). Na interação através de um formulário, o sistema solicita dados do usuário através de campos que precisam ser preenchidos. Os formulários encontrados em sistemas web se encaixam nesse estilo de interação. Os recursos necessários para a interação com formulários são somente o teclado e/ou o dispositivo de seleção e apontamento.

As vantagens do uso de formulários para entrada de dados é a realimentação de ações, a validação automática de entradas durante o preenchimento e o sentimento de controle do usuário (nos casos de formulários nos quais o preenchimento dos campos pode se realizado em qualquer ordem).

Os formulários podem ser instrumentos úteis e eficazes para monitorar métricas quantitativas e qualitativas de usabilidade de um sistema web, como: taxas de conclusão; ponto no qual os usuários pararam no formulário se não concluído; como os usuários acessam o formulário (caminho percorrido); quais os elementos do formulário foram utilizados; quais dados foram inseridos; informações sobre o navegador e sistema operacional, entre outras (WROBLEWSKI, 2008). Esses itens podem auxiliar na identificação do sucesso no cumprimento de uma tarefa.

Shneiderman e Plaisant (2010) e Wroblewski (2008) apontam várias recomendações para criação de formulários. Para este trabalho, algumas dessas recomendações são agrupadas em 5 categorias, de acordo com as características comuns encontradas entre elas e para melhor distinção e classificação entre os padrões de problemas de usabilidade:

1) Navegação

• Estabelecer uma hierarquia de apresentação de campos, na qual os campos obrigatórios precedam os opcionais (por exemplo, a interação do usuário pode indicar que a distribuição dos campos não é adequada);

• Possibilitar a navegação lógica entre campos (por exemplo, de cima para baixo e da esquerda para direita);

• Agrupar campos contendo informações afins com recursos de contorno e cor para facilitar a identificação de campos correlatos;

• Fornecer ao usuário os comandos-padrão de manipulação do formulário (por exemplo, tecla “Tab”, clique de mouse, rolagem de página, etc).

2) Frequência de Interação

• Indicar claramente ao usuário como acessar e preencher cada campo implementado no formulário (por exemplo, o tempo alto de preenchimento pode indicar alguma dificuldade);

• Empregar nos campos implementados rótulos e abreviações consistentes e familiares ao usuário (isso pode diminuir o tempo de preenchimento).

3) Entrada de Dados

• Fornecer mensagens explicativas para os campos (por exemplo, se não fornecidas, podem dificultar o preenchimento dos campos pelo usuário);

Oferecer valores padrão (default) para os campos sempre que possível (por exemplo, valores padrão podem não ser adequados e isso provoca a necessidade de alterar o valor; quando o campo não é obrigatório pode ser enviado o valor errado);

• Empregar o recurso de máscaras (por exemplo, o usuário não terá que adivinhar qual o formato de dados aceito por algum campo).

4) Layout

• Considerar a partição do formulário por páginas e/ou abas (por exemplo, formulários longos são mais suscetíveis a erros de preenchimento);

• Utilizar apenas uma coluna para implementação de formulários (por exemplo, é fácil ignorar a coluna da direita no preenchimento).

5) Funcionalidades

• Distinguir claramente entre ações primárias e secundárias (por exemplo, ações secundárias normalmente têm consequências indesejadas, por isso deve-se usar apenas as principais ações sempre que possível);

• Evitar convenções de nomenclatura não usuais (por exemplo, evitar palavras genéricas como “Enviar” para as ações primárias, pois dão a impressão de que a forma em si é genérica).

Pressupõe-se que cada uma dessas categorias de recomendações representa uma classe (padrão) de problema de usabilidade. A partir disso, são empregadas técnicas de reconhecimento de padrões para classificar automaticamente os potenciais problemas de usabilidade encontrados de acordo com os padrões acima citados.

4 CAPTURA DA INTERAÇÃO E FILTRAGEM DOS ARQUIVOS DE LOG

A Internet foi construída baseada em uma premissa simples: todo o material foi basicamente formatado em um padrão geral e uniforme, denominado HTML e todas as requisições de chamadas e respostas devem estar de acordo com as similaridades propostas neste protocolo padrão (NIELSEN; LORANGER, 2006). Qualquer comunicação entre o

browser de um usuário e um servidor web resulta em uma entrada no arquivo de log do

servidor web que armazena dados relativos a esta transação.

O emprego dos arquivos de log do servidor como forma de se apoiar a avaliação remota de sistemas web é uma abordagem interessante por representar uma estratégia prática e confiável. Os dados registrados variam de acordo com o tipo do servidor usado e do formato do arquivo de log que este servidor suporta. De forma geral, um arquivo de log do servidor contém:

• endereço IP que faz a requisição; • data e horário da requisição; • URL requisitada;

• tamanho do arquivo requisitado; • protocolo empregado na requisição;

• navegador e sistema operacional usado pelo computador requisitante.

No Quadro 1 é apresentada uma entrada de um arquivo de log do servidor Apache4. Nessa entrada pode-se verificar o IP da máquina, a hora e data em que esta máquina efetuou o acesso, o tipo de requisição efetuada, a localização do componente requerido, o tamanho deste componente, endereço onde ocorreu a requisição do componente, o navegador utilizado e o sistema operacional da máquina do usuário.

Quadro 1 – Entrada de um arquivo de log do Servidor Apache Fonte: Autoria própria.

4 Apache é um servidor de páginas web robusto e estável, que permite a comunicação com o interpretador de

páginas PHP.

127.0.0.1 - - [13/Dec/2011:15:09:57 -0200] "GET /index.html HTTP/1.1" 304 "/navigation/top_nav/jamba_dips_stat.html HTTP/1.0" "Mozilla/7.05 (Win7; I)"

A navegação de um usuário num sistema web está fortemente relacionada às suas necessidades, interesses e conhecimentos. A exploração dos dados de navegação presentes em arquivos de log do servidor tem sido utilizada para obter informações sobre a forma com que os usuários navegam em um sistema web (IVORY; HEARST, 2001). Entretanto, esses arquivos não possuem informações detalhadas que descrevam as interações do usuário na navegação, visto que somente os endereços (URLs) das páginas acessadas são registrados nos arquivos de log.

Devido a essa limitação na análise de log do servidor, este trabalho utiliza a ferramenta WAUTT para captura da interação do usuário, uma vez que esta ferramenta faz o rastreamento não somente das páginas visitadas pelo usuário, mas também dos eventos realizados em cada elemento contido nas páginas de um sistema web.