• Nenhum resultado encontrado

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

No documento MICARLA ALVES DA SILVA (páginas 42-45)

Foi elaborado um mapa temático de uso e ocupação do solo para o ano de 2019, no município de Patu (Figura 7), em que foi possível analisar os diferentes usos do solo existente na área. Foram criadas cinco categorias: vegetação nativa, área antropizada, rochas expostas, área urbana, açudes.

Figura 6. Análise de precipitação acumulada dos meses referentes ao ano de 2019 para o município de Patu-RN.

Fonte:http://meteorologia.emparn.rn.gov.br:8181/monitoramento/2019/graficos/qmes9301.ht m

43

Na categoria que corresponde à vegetação nativa estão incluídos os três principais estratos para a Caatinga, vistos na figura 4. Apesar das várias atividades antrópicas desenvolvidas na área de estudo foi possível visualizar que a vegetação nativa ainda era predominante e aparentemente bem conservada, até o mês de junho de 2019, quando essa imagem foi gerada.

O primeiro recurso natural agredido quando se deseja habitar certo local, é a vegetação, que é retirada para o estabelecimento de moradias, desenvolvimento da agricultura e o uso da madeira como fonte de energia (FOGIATO, 2006). Para o autor, além de agredir a vegetação, outros problemas acontecem, como por exemplo, o solo tende a ficar mais exposto e com isso sofre impactos com a ação da chuva, que promove a erosão do terreno. Os sedimentos resultantes desse processo são carreados para os rios interferindo nas suas propriedades químicas. Em áreas

Figura 7. Mapa do uso e ocupação do solo para a Serra do Lima no município de Patu- RN, a partir do satélite Sentinel-2 L2A, para o mês de junho de 2019.

44 urbanas, as erosões acarretam desmoronamentos de terra, enchentes e poluição dos lençóis freáticos (FOGIATO, 2006).

Os estudos das coberturas vegetais são de suma importância, para que possamos compreender os processos que contribuem para a degradação e alteração na vegetação, a partir da resposta espectral de uma determinada vegetação (ABREU; COUTINHO, 2014). Saito (2015) confirma e ressalta que a vegetação de uma determinada região é um importante indicador da condição ambiental, que protege o solo, diminui o excesso no transporte de sedimentos e o assoreamento dos rios, servindo também de refúgio para os animais.

É possível visualizar na imagem, as classes que representam as áreas antropizadas que foram unidas com as áreas de atividades agrícolas para uma demonstração única, devido elas serem ocasionadas pelo mesmo agente modificador.

Observamos em campo que na área havia a ocorrência de habitações humanas e desmatamento associado às atividades agropecuárias. Os pontos de inserção indicando as três principais trilhas na serra que podem ser definidas como um tipo de uso do solo. Observamos que nesse caso houve retirada da camada vegetal para abertura destas trilhas e que têm pisoteio constante por haver trânsito de pessoas, além de ser notável que nessas áreas ocorre erosão do solo.

Observamos que a trilha do Pelado está localizada em uma área rodeada por vegetação predominantemente arbórea. No decorrer do percurso há solos expostos devido à trilha e está mostrou-se como a trilha mais conservada. Já no Voo Livre, observamos uma área antropizada que pode ter sido ocasionada pela retirada da cobertura vegetal para a construção da rampa para esportes radicais, além de haver habitações com o desenvolvimento de atividades para subsistência. E por último, na trilha do Cruzeiro, há também a presença de áreas antropizadas devido à ocupação humana, mesmo estando perto de uma localidade com rocha exposta.

De acordo com Leite e Rosa (2012), o uso da cobertura do solo é uma das informações mais importantes de uma imagem de satélite, pois é possível visualizar e identificar os elementos dispostos na paisagem. Ainda segundo os autores, os mapas de uso e ocupação são indispensáveis nas tomadas de decisões que envolvem o planejamento territorial de uma área, levando em consideração a sua capacidade de suporte e/ou a estabilidade de áreas vulneráveis.

45 De acordo com Gomes et al. (2013), para verificar as mudanças ocasionadas pelo homem, é necessário compreender que toda atividade antrópica tem por início o uso e ocupação do solo, e esse início ao ser realizado sem planejamento prévio irá acarretar em consequências negativas, como desmatamentos, poluição, refletindo nas espécies existentes no local.

Segundo Fogiato (2006), a utilização não sustentável dos recursos naturais tem gerado preocupação, pois esses recursos são necessários para desenvolvimento econômico. Há diversos desafios quando se busca solucionar problemas ocasionados pela degradação ambiental. Ainda segundo o autor, para que ocorra o desenvolvimento adequado das atividades humanas, é necessário que haja um devido conhecimento dos recursos encontrados na área e das atividades socioeconômicas desenvolvidas nessa área. Tais conhecimentos acerca desses recursos são imprescindíveis, pois, permitem identificar o potencial uso dos solos para produção de forma mais consciente além de avaliar áreas importantes para a preservação.

Na categoria de uso do solo, a unidade “açudes”, representou os corpos d’água existentes na região. Estes reservatórios são de vital importância para as populações, principalmente porque o município está inserido em uma região semiárida. Na serra ocorrem pontos de escoamento que convergem em uma área de acumulação de água represada, que serve de reservatório no abastecimento para o santuário do Lima e localidades adjacentes. Segundo Santos (2017), a drenagem de água no solo é determinada pelo relevo e nas áreas mais planas ocorre uma maior infiltração, já nas áreas mais íngremes, ocorre o escoamento promovendo a erosão.

Segundo Loiola, Roque e Oliveira (2012) é necessário que ocorra um maior desenvolvimento de pesquisas na Caatinga para determinar ações para contribuir com o desenvolvimento econômico local, através do uso sustentável de recursos naturais.

No documento MICARLA ALVES DA SILVA (páginas 42-45)

Documentos relacionados