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Azzopardi et al. (2001) realizaram um método de mensuração do desgaste e avaliaram a proteção dada pelos adesivos dentinários a um regime de erosão/ abrasão. Os agentes adesivos Seal & Protect (Dentsply, UK) e Optibond Solo (Kerr, UK), foram aplicados em 20 dentes e submetidos a 3000 ciclos abrasivo em uma máquina de escovação e erosivo em 0,1 M de ácido hidroclorídrico. Impressões foram realizadas com o material de moldagem polivinil siloxano leve (Panasil®, Kettenbach, Germany) e foram escaneados por um perfilômetro a laser (Keyence LC-2450, UBM Messtechnick, Alemanha), o qual mostrou a diferença da medida de desgaste antes e depois de submetido ao regime de desgaste. A quantidade de desgaste do adesivo Seal & Protect teve uma média 24,8 µm (±DP 57,4 µm) e para o Optibond Solo 1.4 µm (±DP 24.5 µm), e esta é uma diferença estatisticamente significante (p = 0,02). Não houve diferença estatisticamente significante na medida de desgaste nos dentes escovados em água ou imersos em ácido. A profundidade do desgaste nos dentes não protegidos foi 243 µm (±DP 120 µm) e teve diferença estatisticamente significante para a proteção da superfície. Os autores concluíram que Seal & Protect e Optibond Solo protegeram os

dentes do regime de desgaste e a técnica poderia ser utilizada clinicamente para pacientes com erosão dental de difícil controle clínico.

Azzopardi et al. (2004) investigaram a proteção da dentina contra erosão dos ácidos após a cobertura da superfície com sistemas adesivos resinosos. Eles observaram e quantificaramos efeitos dos ácidos e dos tecidos moles, especialmente a língua, na dentina e os sistemas adesivos, usando quatro técnicas: avaliação qualitativa como a microscopia eletrônica de varredura (MEV), rugosidade da superfície e espessura do adesivo com a microscopia confocal de varredura e perda de volume como perfilômetro laser. Um projeto de investigação in situ com dentina extraídas e incorporadas em placas ortodônticas de acrílico foram realizadas para 10 voluntários (sem evidências clíncas de erosão dental), as quais se localizavam e recobriam o palato não interferindo na oclusão. Quatro espécimes estéreis de dentina, retirados do plano médio-coronal dos dentes extraídos (S1, S2, S3 e S4) foram inseridos simetricamente na placa. S2 e S3 foram posicionados de cada lado da linha média na maxila anterior e S1 e S4 foram colocados nas regiões prémolares/molares da placa. Foram usinados discos de aço inoxidável (Exactoscale Ltd.,Esher,Surrey, UK) de 2 mm de diâmetro e 0,2 mm de espessura, os quais foram cimentados na borda da amostra de dentina para agir como um ponto de referência para medir o desgaste do dente. Os espécimes de dentina foram protegidos com adesivos. Nos espécimes S2 foi aplicado o adesivo Seal & Protect (S&P) e nos espécimes S3 foi aplicado o adesivo OptibondSolo (OS). Seal & Protect foi aplicado sem condicionamento ácido enquanto Optibond teve aplicação de 10 s de condicionamento ácido. Os voluntários usaram essas placas por um total de 160 h e todos os dias três espécimes S1, S2 e S3 eram imersas em uma solução de ácido cítrico (0,05M) por 24 min, enquanto o espécime S4 não era submersa em ácido cítrico para atuar como controle. Réplicas positivas de resina epóxi da superfície dos espécimes foram feitas no início e após subsequentes impressões. A seguir foram realizadas avaliações

qualitativas com a microscopia. Os tratamentos de superfície realizados, com o Seal & Protect e Opitbond Solo, protegeram as superfícies dos dentes contra o desgaste. Não houve diferenças estatísticas entre as superfícies de controle e aqueles protegidos com agentes adesivos para a rugosidade da resina, espessura e perfilometria. As aparências das placas, tanto na microscopia confocal quanto MEV mostraram que o material manteve-se no lugar, apesar de um regime de desgaste vigoroso e, portanto, protegendo a superfície do dente. Para pacientes com erosão descontrolada ou excessivo desgaste, a aplicação de um sistema adesivo sobre a dentina exposta é uma opção prática para evitar mais danos.

Sundaram et al. (2007) investigaram a hipótese que se cobrir dentes erodidos com agente adesivo a base de resina (Seal & Protect, Dentsply) proporcionaria maior proteção contra o desgaste. Dezenove adultos com desgaste vestibular e com exposição de dentina foram recrutados e orientados a responder um questionário sobre seus hábitos alimentares e os desgastes foram classificados em quatro níveis: (0) sem desgaste, (1) desgaste em esmalte, (2) mínima exposição dentinária, (3) dentina exposta em mais de 2/3 da superfície, (4) exposição pulpar. Dentes alternados foram revestidos com o adesivo a base de resina, ao passo que os dentes não revestidos atuaram como controle. Impressões precisas, realizadas com silicone (President, Coltene, Suiça), dos dentes erodidos, sobre a qual foram cimentados e usinados discos de aço inoxidável (Exactoscale Ltd, Surrey, UK) de 2 mm de diâmetro e 0,2 mm de espessura para atuarem como áreas de referência. Os pacientes foram chamados em 3, 6, 9, 12 e 24 meses para a tomada de novas impressões. As superfícies foram escaneadas em um perfilômetro a laser sem contato (Keyence LC - 2400, Osaka, Japão) e a altura do degrau vertical entre o disco e a superfície do dente foi mensurada. As mesmas áreas foram selecionadas para cada uma das impressões sucessivas do espécime do mesmo dente para 3, 6, 9, 12 e 24 meses. A espessura média do adesivo na aplicação foi de 0,15 mm e,

de 0 a 6 meses, a taxa de desgaste do controle de dentes foi maior do que nos que foram aplicados o adesivo. Houve uma diferença estatisticamente significante no desgaste medido entre os dentes cobertos com adesivo e o controle em três meses. Este estudo mostrou que o revestimento de dentes erodidos comum adesivo à base de resina tem o potencial de evitar o desgaste posterior do dente.

Tajima et al. (2009) avaliaram os efeitos do revestimento de superfícies dentinárias com adesivo na prevenção da desmineralização da dentina radicular. Foram extraídos 35 pré-molares humanos por razões ortodônticas, os quais foram removidos o cemento e exposta a dentina radicular, separadas as coroas das raízes na junção cemento esmalte. Três ranhuras (0.3 mm de largura e 3 mm de distância) foram feitas nas faces vestibular e lingual das raízes com distância entre elas de 5 mm. Uma resina a base de MMA (Super-Bond C& B, Sun Medical, Siga, Japão), foi utilizada para preencher as ranhuras sem qualquer pré-tratamento da dentina, então foram repolidas de tal modo que este nível de superfície plana foi definida como nível original não demineralizada. Após as superfícies dos espécimes foram revestidos com duas camadas de esmalte para unhas com a exceção da superfície base. Os espécimes foram subdivididos em sete grupos com cinco amostras em cada. Uma única camada de Clearfil SE Bond (SE), Tri-S Clearfil Bond (TS), G-Bond (GB), HybridBond (HB), foi aplicado HB em uma camada (HB-1), ou duas camadas (HB-2). Os espécimes foram imersos numa solução desmineralizante artificial, seccionados no centro da raiz e polidos. A espessura da camada de revestimento e a profundidade da camada de dentina desmineralizada foram observadas em um microscópio confocal de varredura a laser (MCVL). Valores de nanodureza da camada de revestimento e dentina foram medidos através de um teste de nanoindentação. Todos os dados foram analisados estatisticamente. A desmineralização da dentina não foi observada nos grupos com exceção no grupo de aplicação de uma camada do Hrybrid

Bond (HB-1), e nanodurezada dentina subjacente era comparável à dentina normal. Os autores concluíram que as superfícies dentinárias com revestidas com adesivos parece ser uma prática promissora para prevenir a desmineralização.

Schmidlin et al. (2012) compararam o potencial de proteção de um adesivo convencional (Heliobond, Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein), um infiltrante de cárie (Icon DMG, Hamburg, Alemanha) e a combinação de ambos, contra o desafio ácido in vitro. Foram confeccionados 150 discos a partir de dentes bovinos; 65 amostras permaneceram sem tratamento, enquanto que a outra metade foi sujeita a um processo de desmineralização (14 dias, tampão de ácido , pH = 5) para criar lesões artificiais de cárie em esmalte. Os espécimes foram, então, radioativamente irradiados, desmineralizados e tratados. Alguns espécimes foram tratados com o adesivo seguido por um compósito de baixa viscosidade (Tetric Evo Flow, Ivoclar Vivadent),o qual serviu como controle positivo, enquanto que os espécimes não tratados serviram como controle negativo. Todos os espécimes foram então submetidos a desmineralização em ácido láctico, durante 3 semanas a um pH = 4 . A perda de apatita foi determinada utilizando o método radioquímico de cintilação líquida. Os dados foram analisados estatisticamente pelo teste de Kruskal-Wallis, ANOVA um fator e testes Scheffé (p < 0,05). Os autores obtiveram como resultado que os espécimes não tratados mostraram a maior taxa de perda de apatita, enquanto aquelas tratadas com o adesivo e o compósito de baixa viscosidade mostrou proteção quase completa da superfície contra a dissolução. Logo, o infiltrante de cárie, o adesivo e a combinação de ambos foram capazes de diminuir a dissolução do esmalte, mas a combinação de ambos foram mais eficazes.

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