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CAPÍTULO 3 – COMPONENTE TERRESTRE DA FORÇA DE REACÇÃO IMEDIATA

3.3 VALÊNCIAS ADICIONAIS

Através do trabalho de campo realizado, constatámos que existiram lacunas em algumas valências relativamente à Componente Terrestre. Embora as valências apresentadas estejam presentes na Componente Terrestre, estas possuem algumas lacunas que pretendemos colmatar.

A protecção da força89 tem um carácter multifacetado e abrangente, que deve estar presente de forma permanente numa NEO. Devido à falta da capacidade de projecção de equipamentos blindados que potenciem a protecção da força, aliada ao facto de a mesma poder ser lançada em pára-quedas ou por aterragem de assalto, o grau de protecção da força é diminuído.Uma maneira de aumentar o grau de protecção seria a aquisição de coletes balísticos ligeiros menos pesados relativamente aos que estão à disposição do

88 Ver Anexo R

– 1º Batalhão de Infantaria Pára-quedista. 89 A protecção da força é

“… um sistema integrado de medidas, atitudes e meios, que visam a manutenção do potencial de combate de uma força, face aos efeitos da acção de um adversário, da própria força ou das características do meio ambiente, para permitir o seu emprego no local e momento oportunos.” (EME, 2005b, p. IV-7-2).

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Exército e da aquisição de Jammer90 para evitar a detonação de explosivos (Bernardino, 2009).

No entanto, Abreu (2009) considera que a protecção da força baseia-se no facto da força estar preparada para saber reagir à ameaça, incluindo nas Operações Artigo 5º. Ou seja, se uma força está preparada para reagir à ameaça, inclusive através do fogo, o seu grau de protecção é adequado para a operação. No entanto, numa NEO, a força além de ter que garantir a sua protecção, também tem que garantir a protecção dos PEEVAC, incluindo a protecção dos locais físicos onde estes se encontrem. Verificando-se desta forma que a força necessita de um aumento de protecção, nomeadamente para garantir a segurança dos PEEVAC, sendo assim necessário efectuar uma revisão sobre este assunto.

Uma valência que necessita ser colmatada é relativa à mobilidade da força. Embora existam planos logísticos para a projecção de viaturas, inclusive uma ambulância, verificamos que estes planos não são passíveis de serem executados. Este facto deve-se à falta da capacidade de projecção para a JOA por parte da Componente Aérea da FRI, condicionando fortemente a mobilidade da força. Segundo Pedro (2009), a Componente Terrestre só poderá articular a força após ter o conhecimento dos meios de projecção que a Componente Aérea possui, implicando a probabilidade de o Comandante da Componente Terrestre excluir o número de viaturas que pretendia para a condução da operação. Neste caso vemos que o planeamento não pode ser feito da forma mais profícua, visto que a Componente Terrestre terá que se adaptar aos meios aéreos da Componente Aérea, podendo não levar todos os meios necessários para a condução da NEO.

Segundo Abreu (2009), no LUSÍADA 2008, foram empregues duas viaturas que garantiram as comunicações do Comando da Componente Terrestre e do Comando da Companhia Pára-quedista, não havendo mais meios de transporte para as restantes forças que integram a Componente Terrestre. A fim de colmatar esta necessidade, é possível o aluguer de viaturas no local onde a operação decorre, sendo esta uma tarefa a ser realizada pela Embaixada. Para Francisco (2009), uma forma de colmatar esta necessidade de mobilidade, passa pelo uso de meios aéreos, nomeadamente helicópteros EH-101, e numa fase posterior os helicópteros NH-90 que actualmente se encontram em fase de aquisição. Contudo estes meios têm grandes encargos logísticos, uma vez que para estes meios poderem actuar continuamente é necessária a manutenção destes meios aéreos.

Segundo Pereira (2009) uma forma de garantir a mobilidade terrestre da força é a aquisição de viaturas de Plataforma de Assalto Multiusos (PAMU), que tem uma lotação de sete pessoas e possibilidade de atrelar um reboque. Além disso um C-130 tem a capacidade de levar dez viaturas PAMU, então se forem dois C-130, que levem ao total 20 PAMU, a mobilidade terrestre da Companhia Pára-quedista fica garantida. Contudo, esta viatura não aumenta significativamente o grau de protecção da força.

CAPÍTULO 3 – COMPONENTE TERRESTRE DA FORÇA DE REACÇÃO IMEDIATA

Uma das limitações identificadas pela Componente Terrestre foi relativa à logística, dado que o plano logístico da Componente Terrestre está directamente ligado à capacidade de projecção que a Componente Aérea possui e às necessidades operacionais derivadas da condução de uma NEO.

Na Componente Terrestre existe um conjunto de planos logísticos que estão relacionados com o grau de ameaça e ambiente operacional, nos quais estão espelhados os abastecimentos de Classe I, Classe III, Classe V e o emprego de viaturas para o cumprimento da missão, tendo inclusive planos de cargas para colocar em paletes o material a ser projectado (Oliveira, 2009). Estes planos estão fortemente condicionados pela capacidade de projecção, sendo alterados consoante o número e tipo de aeronaves disponíveis para uma NEO. Contudo, Bernardino (2009) prevê que o material e equipamento já deveria estar contentorizado ou então colocado em paletes, visto que a força tem um estado de prontidão de categoria 2 e ter que estar pronta a ser projectada rapidamente.

As forças têm que ter capacidade de sustentação no terreno, assim consoante a situação poderá ser necessário efectuar o lançamento de cargas no terreno onde a Componente Terrestre se encontra. Para isso é necessário integrar pessoal na BAI com valências de abastecimento aéreo para permitir o lançamento de cargas (Oliveira, 2009). Visto que a duração das operações são determinantes para o encargo logístico da força.

Correia (2009) refere que também deverão ser planeados os planos de contingência para o caso da Embaixada perder a capacidade de executar as suas tarefas, nomeadamente para a montagem e sustentação do CCE, assim como para adquirir viaturas.

Em síntese, a logística da força está directamente relacionada com a capacidade de projecção da força, porém, uma maneira de colmatar esta falha é a integração de pessoal de abastecimento aéreo91 para efectuar o lançamento de cargas no terreno.

A interoperabilidade da Componente Terrestre encontra-se praticamente colmatada, uma vez que as comunicações, um dos grandes desafios da interoperabilidade, encontram- se aptas a servir o comando da força, a única lacuna é a impossibilidade de transmitir dados aos baixos escalões da Componente Terrestre. Mas a nível do Comando e Controlo da Componente Terrestre as comunicações são interoperáveis, contudo, Bernardino (2009) considera que a existência de uma continuidade no treino conjunto da Componente Terrestre permite a maior assimilação de procedimentos conjuntos que permitam um maior rendimento numa NEO, visto que se obtém interoperabilidade através dos procedimentos conjuntos.

Sintetizando, verificamos as necessidades adicionais, nomeadamente os meios, valências e, lacunas nas forças da Componente Terrestre da FRI. Permitindo desta forma a prossecução do estudo da temática em causa através da realização das conclusões.

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