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VALIDAÇÃO DAS HIPÓTESES

No documento TIA Asp Lopes (páginas 52-54)

PARTE II TRABALHO DE CAMPO

CAPÍTULO 7: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

7.1 VALIDAÇÃO DAS HIPÓTESES

Após a revisão de literatura e na posse dos resultados recolhidos, através da metodologia anteriormente apresentada, importa verificar as hipóteses formuladas para, posteriormente, podermos responder à pergunta de partida.

Em relação à primeira hipótese: “O PA está bem implementado e traduz-se num instrumento de gestão no apoio à tomada de decisão”, os resultados apontam para a não validação desta hipótese. Como ponto positivo, verificamos que a elaboração do PA segue a metodologia para a fixação de tectos de planeamento, sendo que ela é considerada como desejável, por exercer um maior controlo, conforme apresentado na revisão literária. Não obstante, é de referir que nesta metodologia de top-down, os objectivos e actividades definidos superiormente são considerados adequados, conforme resultados obtidos pela resposta n.º 2.3 do inquérito por questionário, com 85,5% e 80% respectivamente. Contudo, subsistem alguns problemas previamente identificados, que inviabilizam a validação desta hipótese:

 A elaboração do PA não tem o envolvimento de toda a unidade, ou seja, é efectuada essencialmente pelo chefe da subsecção financeira, conforme os resultados apresentados da questão n.º 2.2 do inquérito por questionário e da questão nº1 do inquérito por entrevista. Este aspecto vem reforçar a ideia de que o PA é visto numa óptica orçamental e toda a acção da unidade decorre à margem do planeamento;

 Verificou-se também, através dos resultados recolhidos das questões n.º 2.7 e n.º 2.9 do questionário que não se efectua o controlo da execução do PA, mas sim apenas o controlo da execução orçamental. É também referido por um entrevistado na questão n.º 1, que esse é o grande problema deste plano;

 Um outro aspecto prende-se com a ideia de que o PA é um documento estanque e não sofre alterações à base de planeamento, de acordo com a resposta a questão n.º 2 do inquérito por entrevista. Sobre este assunto, verificamos que não existe um consenso nas respostas n.º 2.10 e n.º 2.11 do questionário, o que denota que este procedimento não está bem definido superiormente. Neste caso específico, 33 (60%) secções logísticas que afirmaram que fazem alterações ao planeamento, ao contrário de 22 (40%)que afirmam não o fazer;

Capítulo 7 – Conclusões e Recomendações

38  Por último, foi identificado a correlação das secções logísticas que referem que o

PA não reflecte todas as actividades, são aquelas que menos planeiam em ”não financiado”, conforme correlação apresentada no gráfico 6.3.

Na segunda hipótese: “A informação apresentada no Relatório de Actividades reflecte o desempenho da U/E/O”, os resultados aludem para uma validação parcial desta hipótese, pela revisão da literatura, pelos resultados da questão n.º 3.2, 3.4 e 3.5 do inquérito por questionário e pelas respostas à questão n.º 5 do inquérito por entrevista.

Importa referir que o RA segue o esquema tipo previsto no Decreto de Lei nº 183/96 de 27SET, que anteriormente foi apresentado na revisão literária. É de salientar, que as actividades desenvolvidas foram o aspecto mais referenciado, na apresentação de informação no RA. Contudo, existem alguns aspectos que estão previstos nesse diploma que poderão ser melhorados.

O primeiro aspecto prende-se com a apreciação global do plano. Por um lado, é dada demasiada importância à descrição das actividades desenvolvidas não se fazendo referência ao desvio entre o planeado e o orçamento executado. Por outro lado, o feedback que as U/E/O recebem deste relatório é relativamente insuficiente, o que denota a pouca importância que lhe é atribuída.

Um último aspecto que não está a ser bem conseguido, e que está previsto nesse diploma, é a apresentação de uma análise numérica ou gráfica de alguns indicadores que permitam comparar os objectivos inicialmente traçados e a avaliação do plano. Dos resultados recolhidos da questão n.º 3.6, 25 secções logísticas (45,5%) afirmam não calcularem indicadores de gestão.

Na terceira hipótese: “O SIG permite a comparação entre o orçamento planeado e a execução orçamental”, os resultados obtidos através do estudo de caso apontam para a validação desta hipótese, através do estudo de caso realizado e pelas respostas à questão n.º 3 e n.º 5 do inquérito por entrevista. No decorrer do estudo do caso, efectuamos uma comparação entre o PA e a execução orçamental e entre o PA e a execução dos elementos de acção, com os mapas extraídos do SIG. Desta comparação pode concluir-se que o mapa de execução dos elementos de acção contém todos os dados necessários, para se poder efectuar a comparação do executado face ao planeado, mais ou menos personalizadas. Importa também referir que, de acordo com o Tenente-Coronel Colaço, a Força Aérea Portuguesa apresenta essa comparação no seu relatório de gestão.

Foi observado, também, dos resultados recolhidos, que esta comparação não é efectuada ao nível da U/E/O e existe, de facto, a necessidade de se implementar uma metodologia para que essa comparação seja possível. Desde logo, é necessário definir alguns aspectos: alterações ao planeamento; a forma de planear as actividades em “não financiado”; e estabelecer uma forma de apresentação desta comparação no RA ou numa outra ferramenta.

Capítulo 7 – Conclusões e Recomendações

39 Por fim, na quarta hipótese: “Os indicadores calculados, no decorrer do estudo do caso, são considerados pertinentes para a avaliação do desempenho das U/E/O”, os resultados apontam para uma validação desta hipótese, pelos resultados da questão n.º 3.7 dos questionários e pelas respostas à questão n.º 4 e 5. Não obstante, no decorrer da revisão literária, é referido que o RA deverá conter um conjunto limitado de indicadores que permitam uma comparação da actuação de cada organismo.

Os indicadores apresentados no estudo de caso, foram aqueles que obtiveram o grau de importância mínimo, no inquérito por questionário, de nível 4 (bastante) numa escala de 1 a 5. Todos os entrevistados referem que a apresentação destes ou de outros indicadores, são pertinentes no apoio à tomada de decisão. Para além de toda a revisão literária sobre o uso e pertinência de indicadores de gestão, os entrevistados referem algumas notas a observar na inclusão de indicadores:

 Os indicadores devem ser capazes de fornecer informação aos decisores na tomada de decisão;

 Estes indicadores só serão pertinentes se caminharmos para uma mentalidade de prestação de responsabilidades (Accountability);

 Os indicadores têm sempre um carácter pessoal, pelo que os indicadores deverão ser sempre definidos pela Instituição;

 Na definição dos indicadores a apresentar, deve ter-se em conta os objectivos definidos.

No documento TIA Asp Lopes (páginas 52-54)

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