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4.2 PESQUISA QUANTITATIVA

4.2.1 Validação do instrumento

A pesquisa tomou como base três dimensões com os onze construtos previamente testados em estudos anteriores, adaptados à realidade da presente tese e já apresentados na literatura.

A validação teórica ou de face (PASQUALI, 2003) do instrumento foi realizada por uma equipe de quatro juízes com destacada atuação no setor. Os juízes avaliaram, quando necessário, a tradução e a adaptação para o português dos originais em inglês de cada dimensão (e seus construtos) com base nas características e particularidades da Oktoberfest. A equipe foi formada por Dr. Venilton Reinert, da Universidade de Hamstad (Suécia), Msc. Cynthia Quadros, professora de Técnicas e Métodos de Pesquisa da FURB, equipe de professores do Núcleo de Idiomas da Furb e Cristina Miranda, diretora de marketing do Parque Vila Germânica.

Relativamente à pesquisa realizada na Alemanha, o instrumento foi traduzido para o alemão por uma tradutora indicada pelo Consulado Alemão e para o inglês, na versão final, pelo prof. Dr. Venilton Reinert. Posteriormente, as traduções foram validadas em ambas as línguas pelo Núcleo de Idiomas da Furb.

A base final do instrumento foi bastante influenciada pelos resultados da entrevista com Cristina Miranda e com Gabriele Papke, assessora da Secretaria de Turismo de Munique.

Vale mencionar que essa pesquisa qualitativa foi de grande importância, pois, além de ampliar o grau de conhecimento sobre o tema investigado, permitiu

obter novas percepções sobre o fenômeno e descobrir aspectos importantes a ele relacionados.

A segunda etapa de validação do instrumento foi realizada por meio de um pré-teste durante a Oktoberfest de Blumenau, em 2010. Nessa etapa, pretendeu- se averiguar o entendimento das questões pelo entrevistado e o tempo médio de aplicação do questionário, importante para planejar as atividades de campo, como determinar o número necessário de entrevistadores e a jornada diária de entrevistas. Também se procurou conferir as condições dos locais e as situações de abordagem. A propósito, trinta foi o número de questionários aplicados durante sete dias e em diferentes horários. Quatro deles foram invalidados pela ausência de resposta em vários itens. Portanto, resultaram vinte e seis questionários validados.

Segundo Malhotra (2001), essa quantidade é considerada suficiente, pois na fase de pré-teste de um questionário, uma amostra entre vinte e trinta sujeitos pode ser utilizada para se verificar o comportamento geral dos dados levantados.

A terceira etapa da validação foi realizada após a tabulação dos dados do pré-teste, quando se conferiu a consistência interna, utilizando o cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach.

Para fazer a validação de um instrumento de pesquisa, devem-se considerar três aspectos, conforme Paschoal e Tamayo (2004):

a) realizar a análise fatorial da escala, possibilitando a divisão do instrumento em fatores (dimensões) e a identificação das variáveis representativas do instrumento;

b) verificar o nível de confiabilidade das respostas atribuídas aos itens, sendo que a escala deve apresentar um Alfa de Cronbach aceitável;

c) o tamanho da amostra deve ser representativo da população, caso contrário, a amostra será inadequada para a validação fatorial.

Já se sabe que não foi possível atender ao último item proposto pelos autores, o que só ocorrerá no survey final, em 2011.

Os itens foram submetidos a uma avaliação dos índices de precisão (Alfa de Cronbach), que permite verificar se cada fator ou construto é estável internamente, isto é, analisa se podem ser considerados livres de vieses ou de tendências dos respondentes.

Essa tendência é muito apontada pela literatura, com destaque para DeVellis (2003) e Hair e outros (2005), como a existência de ―verdades

autoevidentes‖ ou de itens no questionário que não permitem a resposta dos sujeitos a que se destina, além de se avaliar a confiabilidade do instrumento.

A confiabilidade dos dados é resultado da qualidade dos instrumentos de coleta. Dessa forma, é importante realizar a validação desses instrumentos. A checagem da consistência interna é uma das etapas da validação, podendo ser realizada por meio do cálculo do coeficiente Alfa de Cronbach (PASCHOAL; TAMAYO, 2004).

Cada fator foi submetido a uma avaliação dos coeficientes de confiabilidade interna dos dados (Alfa de Cronbach), separadamente, como recomenda Malhotra (2001), pois o cálculo do referido teste para a escala como um todo resulta em valores inflacionados e potencialmente enganosos.

O Quadro 9, a seguir, apresenta os valores calculados dos coeficientes de Alfa de Cronbach, para cada construto das três dimensões pesquisadas.

DIMENSÃO CONSTRUTO ALFA DE

CRONBACH

NUMERO DE VARIÁVEIS

Exploração Cultural 0,821 8

Motivação para Viajar Novidade 0,825 8

Equilíbrio 0,739 4

Socialização 0,722 6

Fontes de Informação Utilizadas Fonte informação formal 0,870 11 Fonte informação informal 0,361 4

Segurança 0,405 3

Empatia 0,778 3

Qualidade Percebida dos Confiabilidade 0,640 3

Serviços Atendimento 0,827 3

Tangibilidade 0,721 4

Quadro 9 – Índices Alfa de Cronbach, por construto – pré-teste Fonte: Elaborado pela autora

O processo de pré-teste permitiu alcançar evidências de precisão satisfatórias para a maioria das escalas do questionário da Oktoberfest, uma vez que os coeficientes de confiabilidade interna dos dados (Alfa de Cronbach) apresentaram valores dentro dos padrões internacionais de aceitação. Com exceção de dois construtos (fonte de informação indireta, segurança e confiabilidade), todos os demais apresentaram coeficientes de confiabilidade interna

dos dados (Alfa de Cronbach) acima de 0,60, valor este considerado adequado para a aceitação de qualidade do teste (CHURCHILL, 2003).

Com esses resultados, o questionário de avaliação aparentemente mediu o que se propôs a medir. Embora mostre baixa aceitação nos construtos fonte de informação informal, segurança e confiabilidade, acredita-se que a baixa representatividade da amostra e a forma de abordagem devem merecer atenção porque são fatores considerados importantes.

Também é importante mencionar que, durante a aplicação do pré-teste, observou-se a dificuldade de preenchimento, por certo, devido à extensão do instrumento, exigindo maior esforço dos pesquisadores. Essa questão foi resolvida com um treinamento mais intensivo dos pesquisadores. A abordagem, por sua vez, foi feita em momentos específicos do festival que se revelaram mais frutíferos, por exemplo, antes das refeições ou nos intervalos das atividades.