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Validade de um Argumento: Silogismo e Falácia

2.10 Sugestões de Exercícios

3.1.1 Validade de um Argumento: Silogismo e Falácia

Quando estudamos no capítulo anterior sobre as proposições, vimos que as mesmas recebem uma valoração: verdadeira(V) ou falsa(F). No estudo dos argumentos, esses também recebem uma valoração, sendo essas em válido ou inválido.

Definição 3.2 (Argumento válido) Dizemos que um argumento é válido, quando é impossível que

sendo todas as premissas verdadeiras1resultem em uma conclusão falsa.

De uma maneira mais técnica podemos definir da seguinte forma: Um argumento é válido se, e somente se, for uma implicação tautológica, em que o antecedente é a conjunção das premissas e o consequente,a conclusão.

Um argumento p1, p2, p3, . . . , pn` Qé válido se, e somente se, p1∧ p2∧ . . . ∧ pn→ Q

Exemplo 3.1

P1. Se o número 2 é par então ele é impar. P2. O número 2 é par.

Q. Logo, o número 2 é ímpar.

Note que o argumento do exemplo dado é válido, apesar de sabermos que o número 2 não é ímpar. Para verificarmos se um dado argumento é válido ou não, consideramos verdadeiras suas premissas e verificamos se a conclusão decorre corretamente das mesmas.

É evidente que os argumentos que nos interessam não são desse tipo, mas aqueles em que po- deremos analisar a veracidade ou não de suas premissas dentro da concepção do que é conhecido em matemática e não apenas considerá-las verdadeiras.

Definição 3.3 (Argumento inválido) Dizemos que um argumento não é valido somente na situa-

ção em que, todas as premissas são verdadeiras, mas a conclusão é falsa ou não decorre das premis- sas, nesse caso o argumento é denominado uma falácia ou sofisma.

1Vale lembrar que na lógica formal uma premissa ser verdadeira não quer dizer necessariamente que está de acordo

com as concepções de verdade que temos sobre o objeto em questão, até porque o objetivo da lógica não é estudar a veracidade de uma proposição, mas as possibilidades de valoração para uma proposição.

Exemplo 3.2

P1. Se o número 2 é par então ele é ímpar. P2. O número 2 é ímpar.

Q. Portanto, o número 2 é par.

Se houver dúvida quanto a invalidade desse argumento, sugiro que retorne ao Capítulo 2 na seção que trata sobre contrapositiva e recíproca.

Definição 3.4 (Silogismo) De acordo com Aristóteles, silogismo é um argumento pelo qual, a partir

de um antecedente cujas premissas ligam dois termos a um terceiro, podemos concluir um conse- quente que liga esses dois termos entre si. De maneira mais direta definimos que silogismo é um tipo especial de argumento com duas premissas que culminam em uma conclusão, e todas as proposi- ções(premissas e conclusão) são proposições categóricas, isto é, proposições que tenham qualquer uma das quatro formas lógicas a seguir:

• Todos A é B.(universal afirmativa)

Utilizando-se a teoria dos conjuntos, vamos exemplificar o que significa dizer todo A é B à luz dos diagramas de Venn.

Nesse caso temos duas situações. 1º caso:

Exemplo 3.3 Todo número inteiro é também racional.

Se denotarmos por A o conjunto dos números inteiros e por B o conjunto dos números raci- onais, a representação gráfica de tal proposição seria representada pela figura que segue:

Figura 3.1: O conjunto A dentro do B

Exemplo 3.4 Todo número múltiplo de 2 e de 3 simultaneamente é também múltiplo de 6.

Sendo A o conjunto de todos os números que são múltiplos de 2 e de 3, e B o conjunto dos múltiplos de 6. Uma representação da proposição acima é dada por:

Figura 3.2: O conjunto A igual ao conjunto B

• Nenhum A é B.(universal negativa)

Exemplo 3.5 Nenhum número negativo é natural.

Para esse tipo de proposição, fazendo uso dos diagramas de Venn, temos apenas uma situ- ação: Consideremos A como sendo o conjuntos dos números negativos e B o conjunto dos números naturais, seguindo os preceitos da matemática, a intersecção entre A e B é nula, sendo assim fica corretamente representada por:

Figura 3.3: Os conjuntos são disjuntos

• Algum A é B.(particular afirmativa) Para esse tipo de proposição analisaremos 4 casos dis- tintos.

Nesse caso temos quatro situações possíveis: 1º caso:

Segundo o mesmo padrão dos exemplos anteriores, considere A como sendo o conjunto de todos os múltiplos de três e B o conjunto de todos os múltiplos de 6, segue diagrama que exemplifica tal proposição:

Figura 3.4: Os dois conjuntos possuem apenas alguns elementos em comum

2º caso:

Exemplo 3.7 Alguns múltiplos de 6 são pares .

Seja A o conjunto de todos os múltiplos de 6 e B o conjunto de todos os números pares, daí segue da proposição anteriormente enunciada a seguinte figura:

Figura 3.5: O conjunto A está dentro no conjunto B

3º caso:

Exemplo 3.8 Alguns números pares são múltiplos de 6 .

Agora considerando A o conjunto de os números pares e B o conjunto de todos os múltiplos de 6, temos:

Figura 3.6: O conjunto B está dentro do conjunto A

4º caso:

Exemplo 3.9 Considere A como sendo o conjunto dos números naturais e B o conjunto de

todos os inteiros não negativos, não é difícil notar que o conjunto A é igual ao conjunto B.

Figura 3.7: O conjunto A igual ao conjunto B

• Algum A não é B.(particular negativa)

Já no caso em que exite algum elemento em A que não seja elemento de B, temos três situa- ções:

1º caso:

Exemplo 3.10 Alguns triângulos não são equiláteros

considerando A como sendo o conjunto de todos os triângulos e B o conjunto de todos os triângulos equiláteros, podemos então representar tal proposição por:

2º caso:

Exemplo 3.11 Algumas funções injetivas não são sobrejetivas

è de fácil verificação que sendo A o conjunto das funções injetivas e B o conjunto das funções sobrejetivas, a intersecção entre as duas funções é formada pelas funções bijetivas.

Figura 3.9: Os dois conjuntos possuem apenas alguns elementos em comum

3º caso:

Exemplo 3.12 Algumas matrizes quadradas não possui determinantes

Sendo A o conjunto das matrizes quadradas e B o conjunto das matrizes que não possuem determinantes, segue:

Figura 3.10: Os conjuntos são disjuntos

Veremos a seguir um exemplo de silogismo, assim como foi definido anteriormente:

Exemplo 3.13 Exemplo de silogismo:

1. Todos os números inteiros são racionais. 2. Todos os números naturais são inteiros. 3. Logo, todos os naturais são racionais.

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