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CAPÍTULO 6 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO SOBRE AS TÉCNICAS RTSS

6.4 VANT Tiriba

Esse exemplo explora a aplicação da Técnica de Leitura T5condna especificação de um

Veículo Aéreo Não Tripulado utilizado em um trabalho de mestrado orientado por uma pesquisadora que participa do projeto INCT-SEC. Tal especificação trata de parte da especificação arquitetural da VANT Tiriba (SILVA, 2012). Essa especificação completa pode ser encontrada nos trabalhos do Grupo de Engenharia de Software da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Essa especificação inclui a descrição em termos de dois diagramas – Diagrama Interno de Blocos e Modelo Simulink. Dessa forma, a técnica T5cond aqui descrita

Figura 6.27 - Trecho do subsistema da VANT Tiriba em IBD/SysML (SILVA, 2012).

Figura 6.28 - Trecho do subsistema da VANT Tiriba em Simulink (SILVA, 2012).

a) Técnica de Leitura T5cond(IBD, SML)

Como exposto no Capítulo 3, a técnica T5cond explora a identificação de defeitos

relativos a estruturas condicionais conforme a cobertura requerida pela DO-178C. Os artefatos de entrada para essa técnica são os diagramas: IBD e o Simulink (SML).

Etapa I – Preparação do IBD

Na primeira etapa da técnica, são realizadas as devidas marcações com auxílio dos estereótipos «DO178Input» e «DO178Gate», como indicado nas Diretrizes da Etapa 1 da Técnica T5cond. Observando o diagrama IBD (Figura 6.21) foi possível realizar as marcações

Tabela 6.47 - Marcações realizadas no diagrama IBD após aplicação da Etapa I da Técnica T5cond.

Blocos «DO178Input» «DO178Gate»

ManualSwitch 

Joystick1 

Joystick2 

Etapa II – Preparação do SML

Análogo à Etapa I, foram feitas as marcações com os estereótipos «DO178Input» e «DO178Gate». Observando o diagrama SML (Figura 4.16) foi possível realizar as marcações () mostradas na Tabela 6.48.

Tabela 6.48 - Marcações realizadas no diagrama SML após aplicação da Etapa II da Técnica T5cond.

Blocos «DO178Input» «DO178Gate»

ManualSwitch 

Joystick1 

Joystick2 

Etapa III – Comparação entre o diagrama IBD e SML

Na terceira etapa, são realizadas as verificações comparando os Diagramas IBD e SML simultaneamente com respeito aos estereótipos «DO178Input» e «DO178Gate» previamente anotados, como indicado nas Diretrizes da Etapa 3 da técnica T5cond. Dessa

forma, a Tabela 6.49, retrata os requisitos e/ou blocos com detectados com defeitos.

Tabela 6.49 - Parte do Formulário de Discrepância após aplicação da Técnica T5cond.

Def. Diag. Tipo de Discrepância Conceito Requisito/Bloco Nome do Severidade

1 SML «IEEEDesignMissing» Condição Joystick1 «IEEEMajorSeverity» 2 SML «IEEEDesignMissing» Condição Joystick2 «IEEEMajorSeverity»

Em suma, após a aplicação da Técnica T5cond foram observados dois defeitos

no diagrama IBD conforme apresentados na Tabela 6.49. Tais defeitos são relativos ao conceito de condição, uma vez que eles estão associados com a cobertura da norma internacional DO178C. Além disso, tais defeitos foram detectados na comparação do Simulink com o IBD (Etapa 3), que procura avaliar se elementos de estruturas condicionais do Simulink estão devidamente representadas no IBD. Assim, tais defeitos foram classificados como sendo «IEEEMajorSeverity», uma vez os blocos com defeitos não descrevem apropriadamente a operação de "joystick" da VANT Tiriba, como por exemplo, o comportamento "default" da porta lógica "switch" existente no Simulink não foi encontrado, de maneira consistente, no diagrama IBD.

6.5 Considerações Finais

Neste capítulo foram apresentados três exemplos para avaliação das técnicas RTSS no que diz respeito à capacidade de detectar defeitos em diagramas SysML e diagramas Simulink. Tais estudos foram relatados passo a passo, explicando como cada uma das técnicas de leitura deve ser aplicada nos pares de artefatos que ela recebe como entrada.

Como mencionado em outros capítulos, pelo fato de considerar-se importante a adoção de um processo para o desenvolvimento de software em geral, inclusive para SEs, as técnicas dão suporte à inspeção de artefatos gerados ao longo do processo SYSMOD. No entanto, elas também podem ser aplicadas mesmo que um processo não tenha sido adotado, bastando que haja os artefatos de entrada da técnica.

Assim, embora os exemplos aos quais se teve acesso não possuíssem todos os artefatos, mesmo que o processo SYSMOD estivesse sendo utilizado, as técnicas foram aplicadas sempre que pertinente. Tais Exemplos de aplicação foram: (i) ―Computador de Bordo‖ que utilizou o exemplo do livro (WEILKIENS, 2008), que adotou o SYSMOD; (ii) ―APE‖, indicado pelo autor Tim Weilkiens, que embora tivesse adotado o SYSMOD, não possuía todos os artefatos do processo; e ―VANT-Tiriba‖, que não adotou o processo SYSMOD.

Os principais comentários a serem destacados desses estudos são os seguintes:

 As técnicas foram capazes de detectar defeitos nos artefatos abordados por elas, quer sejam defeitos próprios de uma fase de desenvolvimento, quer sejam defeitos vindos de fases anteriores – isso pode mostrar a utilidade das técnicas;

 Defeitos identificados por uma determinada técnica foram também identificados por técnicas que devem ser aplicadas em momentos subsequentes, evidenciando que, casos elas tivessem sido aplicadas à medida que os artefatos são construídos, provavelmente esses defeitos não teriam se propagado para as outras fases – isso pode resultar uma diminuição de retrabalho e de custo de correção de defeitos em fases avançadas de desenvolvimento, os quais foram inseridos em fases anteriores;  Embora todas as técnicas estejam dividas em subpartes relacionadas aos conceitos

associados com as normas de certificação ("reg", "int", "mem", "in", "out", "cond") e com os elementos da SysML ("comp", "par"), percebeu-se que os defeitos relacionados a alguns conceitos são mais fáceis de serem identificados em determinadas fases do processo, dado o nível de abstração abordado no artefato de entrada da técnica.

Salienta-se que um risco à validade dos exemplos é o fato deles terem sido conduzidos pelo autor deste trabalho. Esse risco não pode ser contornado, pois se encontrou grande dificuldade em conseguir exemplos para que eles fossem conduzidos.