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2.4.1 Vantagens

A alvenaria estrutural possui diversas vantagens no âmbito econômico se comparada a outros sistemas construtivos mais convencionais como o de concreto armado.

Para Ramalho e Corrêa (2003), as características que podem representar as principais vantagens da alvenaria estrutural são:

a) Economia de fôrmas

Quando presentes, as fôrmas se limitam às necessárias para a concretagem das lajes. Desse jeito, são consideradas fôrmas lisas, baratas e de grande reaproveitamento.

b) Redução significativa nos revestimentos

Uma vez que se utilize blocos de qualidade controlada e pelo controle maior na execução, a redução dos revestimentos é muito expressiva. Ordinariamente o revestimento interno é realizado com uma camada de gesso aplicada diretamente sobre a superfície dos blocos. No caso dos azulejos, eles também podem ser posicionados diretamente sobre os blocos.

c) Redução nos desperdícios de material e mão-de-obra

O fato de as paredes não tolerarem intervenções posteriores relevantes, como rasgos ou aberturas instalações hidráulicas e elétricas, é um grande motivo para a redução de desperdícios. Assim, o que poderia ser considerado uma desvantagem, na realidade implica a virtual eliminação da expectativa de improvisações, que encarecem substancialmente o preço de uma construção.

d) Redução do número de especialidades

Profissionais como armadores e carpinteiros se tornam dispensáveis.

e) Flexibilidade no ritmo de execução da obra

Se as lajes forem pré-moldadas, o compasso da obra estará desprendido do tempo de cura que deve ser considerado no caso das peças de concreto armado.

A alvenaria estrutural, segundo Mohamad (2015), apresenta fartas vantagens, sendo a econômica uma das mais expressivas, em razão do aprimoramento de afazeres na obra, através de técnicas executivas reduzidas e facilidade de controle nos estágios de produção e eliminação de interferências, provocando uma redução no desperdício de materiais produzido pelo incessante retrabalho. Como resultado, o sistema construtivo em alvenaria estrutural foi capaz de promover uma flexibilidade no planejamento das fases de execução das obras.

O quadro 5 mostra a porcentagem de redução no custo de uma obra em alvenaria estrutural, comparado com as estruturas convencionais de concreto armado, em função do número de pavimentos e da complexidade do empreendimento. (WENDLER, 2005 apud MOHAMAD, 2015).

Quadro 5 - Custos aproximados entre as estruturas convencionais e a alvenaria estrutural no Brasil

Fonte: Wendler (2005 apud MOHAMAD, 2015, p. 24).

O mesmo autor conclui que para prédios de até quatro pavimentos, nota-se uma redução no custo da estrutura de 25% a 30%, uma vez que comparado ao concreto armado. À medida que se aumenta a quantidade de pavimentos essa redução diminui para valores em torno de 4% a 6%.

2.4.2 Desvantagens

De acordo com Ramalho e Corrêa (2003), essas são algumas desvantagens da alvenaria estrutural em relação as estruturas convencionais:

a) Dificuldade de se adaptar arquitetura para um novo uso

Tornando as paredes parte da estrutura, não há possibilidade de adaptações expressivas no arranjo arquitetônico. Em alguns casos isso se torna um problema. Estudos realizados apontam que ao longo de sua vida útil uma edificação tende a enfrentar mudanças para se adequar a novas conveniências de seus usuários. No caso da alvenaria isso não só é inconveniente como tecnicamente impossível na grande maioria dos casos.

b) Interferência entre projetos de arquitetura/estruturas/instalações

A interferência entre os projetos é muito grande quando se trata de uma obra em alvenaria estrutural. A administração do módulo interfere de forma direta o projeto arquitetônico e a impossibilidade de se furar paredes, sem um controle meticuloso desses furos, condiciona de modo notável os projetos de instalações elétricas e hidráulicas.

c) Necessidade de uma mão-de-obra bem qualificada

A alvenaria estrutural solicita uma mão-de-obra qualificada e capacitada a fazer uso dos instrumentos propícios para sua execução. Isso significa um treinamento prévio da equipe contratada para sua execução. Caso contrário, os riscos de falhas que prejudiquem a segurança da edificação crescem.

3 PATOLOGIAS EM ALVENARIA ESTRUTURAL

Geralmente é de senso comum relacionar a palavra “patologia” a doenças causadas ao corpo humano, o que por sua vez está correto. Mas essa palavra, que segundo os dicionários significa a parte da medicina que estuda doenças, também está relacionada a “defeitos”, que podem estar presentes nas edificações. Apesar de que só recentemente esse termo tenha ganhado mais notoriedade, quando relacionado a estruturas, ele esteve presente desde os primórdios da humanidade. O código de Hamurabi, conhecido por ser o conjunto de leis escritas mais antigo da humanidade (1800 a.C.), já previa métodos para punir um ou alguns indivíduos que fossem responsáveis por uma construção malsucedida. Por volta de 1970 esse tema se consolidou, a partir de conferências, estudos acadêmicos, seminários e da publicação de artigos científicos. Então, pode-se concluir que a patologia das edificações é o estudo de doenças das construções (MOHAMAD, 2015).

Mohamad (2015, p. 191-192) lista os principais fatores que podem coadjuvar no surgimento de patologias em edificações de alvenaria estrutural:

a) aplicação de carregamento desmoderado na estrutura, às custas de mudanças na utilização ou alterações no projeto arquitetônico original da edificação;

b) ação do vento ou forças adicionais resultantes de eventos sísmicos; c) recalques diferenciais de fundação;

d) equívocos na concepção estrutural;

e) eventos não antecipados, como explosões e impactos, além da degradação natural dos materiais constituintes.

Mohamad (2015) complementa dizendo que essas condições se manifestam, em geral, em sucessão da carência de cuidados na etapa de projeto, na seleção atrapalhada dos materiais, da escassez de controle durante a realização da obra ou, ainda, em virtude da não realização de manutenções preventivas ao longo da vida útil da edificação.

Segundo Martins (2009, p. 40),

as patologias mais suscetíveis estão associadas a umidade que podem ser provenientes de:

a) Do solo (eflorescências junto ao chão); b) Por infiltração (manchas de água); c) Por condensação (fungos ou bolores);

d) Também é frequente em alvenarias verificar-se o aparecimento de fissuras. Estas podem ter diversas designações em função da sua abertura [...].

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