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VANTAGENS E DESAFIOS PARA CADA REGIÃO E PRODUTO (C&P, MADEIRA SERRADA, PAINÉIS DE MADEIRA E BIOENERGIA)

SITUAÇÃO ATUAL DAS FLORESTAS PLANTADAS NO BRASIL

VANTAGENS E DESAFIOS PARA CADA REGIÃO E PRODUTO (C&P, MADEIRA SERRADA, PAINÉIS DE MADEIRA E BIOENERGIA)

Produto Região Vantagem Desafios

Celulose e Papel

Nordeste

- Atrativo para novos investimentos pelo baixo preço das terras

- Falta de mão-de-obra qualificada

- Incentivos estaduais - Infraestrutura pouco desenvolvida - Exportações favorecidas pela

proximidade aos mercados consumidores

- Mercado regional de madeira pouco desenvolvido

- Maior crescimento projetado em área reflorestada e capacidade industrial

instalada

- Dificuldade em obter boas produtividades florestais

Centro-Oeste

- Domínio da tecnologia de produção de florestas. Boas produtividades

- Distância do principal mercado consumidor (Sudeste) - Mercado regional de madeira

estabelecido.

- Poucas rotas de escoamento do produto

- Região atrativa para novos investimentos - Redução dos incentivos estaduais

Sudeste e Sul

- Proximidade do mercado consumidor - Terras muito caras. Competição direta com o uso agrícola

- Infraestrutura desenvolvida. Rotas de escoamennto do produto e proximidade

dos portos

- Poucos incentivos estaduais

- Boa produtividade florestal - Restrições ambientais nas legislações estaduais à implantação

de novas unidades fabris ou à ampliação das unidades existentes. - Mercado regional de madeira muito

desenvolvido Madeira Serrada e Painéis de Madeira Norte

- Alta qualidade do produto. - Produção baseada no extrativismo da Floresta Amazônica - Disponibilidade de matéria-prima. - Grande percentual da produção é

proveniente de exploração irregular

- Prioridade reconhecida da atividade

como fonte geradora de emprego e renda Infraestrutura pouco desenvolvida

Necessidade de dar escala aos modelos de negócio sustentável que preservam o

bioma e desenvolvam a região

Centro-Oeste

- Domínio da tecnologia para a produção de florestas de teca

Reduzir a pressão sobre as florestas nativas, através de novas fontes de

suprimento sutetáveis.

- Região atrativa para novos projetos de reflorestamento

- Instalação de serrarias mais modernas na região

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Sudeste e Sul

• Mão-de-obra qualificada

• Mercado altamente desenvolvido

- Uso de madeiras obtidas a partir de, áreas certificadas e com manejo

sustentável.

Expandir a produção, seja pelo manejo florestal da mata nativa, pelo uso dos resíduos da florestas e da industrialização da madeira, seja pelo plantio em áreas degradadas.;

- Contribuir para que só sejam comercializadas no mercado regional madeiras de áreas certificadas da região

Norte

Lenha

Norte Crescimento na produção proveniente de florestas plantadas.

Maximizar a exploração

sustentável das florestas nativas; Inexpressividade da produção a

partir de florestas plantadas frente às outras regiões.

Nordeste Tendência a dobrar a

produção de lenha proveniente de fontes renováveis.

 Garantir que toda a produção proveniente da caatinga seja proveniente de manejos sustentáveis.

Sul e Sudeste

Maior potencial para a produção de lenha de plantadas;

Presença das principais indústrias de base florestal;

Capacidade para produzir 90% de toda a capacidade nacional, proveniente de plantadas.

Centro-oeste

Previsão das maiores expansões das áreas de plantio dos últimos anos;

Crescimento da produção de lenha de plantadas em mais de 200% .

Carvão Vegetal

Norte

Expandir a produção, seja pelo manejo florestal da mata nativa, pelo uso dos resíduos da florestas e da industrialização da madeira, seja pelo plantio em áreas degradadas.;

Nordeste

Tendência de aumento na produção a partir de florestas plantadas;

Segunda maior produção proveniente de plantadas.

Expandir a produção, seja pelo manejo florestal da mata nativa, pelo uso dos resíduos da florestas e da industrialização da madeira, seja pelo plantio em áreas degradadas.

Sudeste

Maior produtor e consumidor de carvão vegetal de

plantadas;

Tendência em aumentar 150% a produção nos próximos 20 anos;

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Sul Tendência de crescimento de 200% na produção até 2030.

Comparado ao Sudeste, possui baixa produção de carvão vegetal. Centro-oeste Possui previsão de crescimento de 170% em 20 anos.

Possui baixa produção de carvão vegetal a partir de plantadas. Biomassa de resíduos industriais florestais* Brasil Crescimento de aproximadamente 80% na produção em 2030; Perspectiva de crescimento da demanda em 75% em 20 anos; Tendência de crescimento na produção em 40% nas duas próximas décadas.

Demanda equivalente a 30% da produção;

Aproveitamento energético dos resíduos

Elaboração a partir de informações fornecidas pelos consultores Ingrid Nielsen e Joésio Siqueira, contratados pela SAE em 2010.

*Dada a inexistência de informações suficientes sobre dados de biomassa industrial, a análise foi feita apenas em nível nacional.

2.4- Relações entre Produtores e Indústrias: fomento e assistência técnica

Um dos pontos centrais para o sucesso de uma política de florestas plantadas é o estreitamento das relações entre o produtor de floresta e a indústria de derivados de madeira, posto que de pouco adiantaria o estímulo à expansão da oferta de madeira sem a garantia de demanda para o produto.

Dados o elevado custo de transporte da madeira em toras até o local de processamento e o longo período de maturação do investimento, que aumenta as incertezas em relação ao fornecedor da madeira, há uma tendência da indústria de mitigar esses problemas por meio da verticalização da produção nas áreas contíguas às plantas. Do ponto de vista do desenvolvimento integrado das regiões florestais, é saudável que haja outros atores envolvidos com a produção de florestas, compartilhando e desenvolvendo a cultura do setor. A política pública ora proposta procura estabelecer mecanismos que tornem mais sólidas as relações produtor-indústria, reduzindo os riscos tanto para um como para outro, de forma a

37 criar condições propícias à consolidação e desenvolvimento de um mercado de compra e venda de produtos florestais, de forma complementar à produção verticalizada.

Analisando a situação atual, verifica-se que há segmentos ─ papel e celulose, painéis de madeira e madeira serrada ─ em que a relação entre o produtor e a indústria se encontra bem consolidada, com arranjos formalmente estabelecidos, como nos chamados “programas de fomento” ou de “integração”, muito utilizados também pelas agroindústrias de frangos, suínos e fumo. Esses programas se caracterizam, em geral, pelo fornecimento pela indústria de insumos e assistência técnica ao produtor em troca do compromisso de venda futura da madeira. Em alguns casos, as empresas também se oferecem como avalistas do produtor florestal junto às instituições financeiras, para a tomada por este de financiamentos para investimento florestal. A Figura 2-I e as Tabelas 2-III e 2-IV seguintes ilustram esse tipo de operação com o esquema referente à Suzano Papel e Celulose e a outras empresas dos segmentos de celulose e papel, painéis de madeira e madeira serrada.

FIGURA 2-I