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Vantagens e inconvenientes na informação financeira produzida no regime da

3. METODOLOGIA NA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO

3.5. Vantagens e inconvenientes na informação financeira produzida no regime da

A contabilidade tem como seu principal “cliente” o usuário da informação financeira descrito no ponto 2.1.

A função de registrar, mensurar e divulgar, atendendo às normas e técnicas são os meios que a contabilidade utiliza para garantir o seu objectivo, que é produzir informações úteis em tempo útil para os interessados nesta informação.

Dentro dos “produtos” disponibilizados pela contabilidade existe a demonstração de origem e aplicação de recursos (DOAR) 6 . Não sendo idênticos no conteúdo da informação que disponibiliza, podemos admitir uma certa complementaridade entre os dois mapas pois ambas acabam por explicitar a origem dos fundos e a sua aplicação durante o período. Entendemos que a relevância que a DFC ganhou em relação ao mapa de origem e aplicações de fundo reside por um lado na sistematização e organização da informação numa base de caixa e na capacidade adicional de este demonstrar a forma como os valores foram gerados.

Concordamos com António Caiado e Primavera Gil (2004) ao apontarem alguns argumentos favoráveis a este mapa.

- Esta abordagem possibilita a comparabilidade das “ performances” operacionais divulgadas pelas diferentes empresas, visto que elimina os efeitos da utilização de diferentes tratamentos contabilísticos para as mesmas transacções ou operações.

Os fluxos de caixa não são afectados por certos movimentos contabilísticos, designadamente os registos nas contas de “acréscimos” e “diferimentos”.

6 DOAR é uma demonstração que mostra as fontes de recursos (fundos) e sua aplicação dentro da entidade.

40 - Para uma entidade sobreviver e essencial rigor na administração do dinheiro. A demonstração de fluxo de caixa mostra a capacidade de uma entidade gerar fluxo monetário, bem como a qualidade dos seus resultados.

Os accionistas, potenciais investidores, credores e outros utentes da informação contabilística estão preocupados com a capacidade da empresa em fazer face as suas obrigações quanto às datas dos vencimentos;

- Juntamente com o balanço e a demonstração de resultados, o mapa em causa permite que os utentes avaliem melhor as alterações havidas na situação financeira, incluindo a liquidez e a solvabilidade.

Possibilita ainda o cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros da entidade;

- Os documentos de prestação de contas não têm em conta a inflação, pelo que muitos procuram um padrão concreto (fluxo de caixa) para avaliar o sucesso ou a falência das operações empresariais.

- Trata-se de uma medida de “performance” relativamente simples que pode ser facilmente assimilada pelos utentes não especializados em análise financeira. Embora as vantagens superem os inconvenientes, existem criticas a esta analise e que se concentram em:

I. Sendo uma metodologia baseada nos movimentos de caixa, não traduz a complexidade dos aspectos da gestão financeira das entidades, designadamente os que estão próximos de caixa ou de liquidez.

II. As informações proporcionadas pela demonstração de fluxo de caixa são, em si próprias, limitadas.

Para que se tornem úteis aos leitores e analistas, o mapa deve ser analisado juntamente com o balanço e a demonstração de resultados.

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3.6. O paradigma da utilidade da demonstração de Fluxo de Caixa

A natureza estática e jurídico do balanço tradicional não completamente superada pelo mapa de origem e aplicação de fundos contribui para o aparecimento de um outro importante documento (o mapa dos fluxos financeiros), que assume características essencialmente financeiras, que põe em relevo a vida financeira da entidade numa perspectiva dinâmica.

Após o reconhecimento de que, por diversas razões, a utilidade do mapa de origem e aplicação de fundos se ter esvaziado, originou a necessidade de uma demonstração que apresentasse informações numa perspectiva diversa.

Nos dias de hoje onde a informação financeira é de extrema importância para a entidade, exige aos órgãos da gestão uma organização de informação de todos os movimentos financeiros ocorridos na empresa no momento em que se reporta isto é uma informação não numa base de acréscimo mas sim numa base de caixa7, A importância da demonstração de fluxo de caixa aumenta de uma forma considerável para os utilizadores da informação contabilística, pelo facto de, numa forma simples, permitir saber como foi obtido e utilizado o dinheiro no período em analise, complementado a informação fornecida pelas outras demonstrações financeiras.

A utilidade da DFC reflecte essencialmente na análise da liquidibilidade, da viabilidade e na definição estratégica dos negócios das empresas, nomeadamente ao nível do investimento e do financiamento.

7 Contabilidade numa base de caixa onde o redito é registado apenas quando o dinheiro é recebido, as despesas e os gastos são registados apenas quando o dinheiro é pago.

Reditos - significam a mensuração das alterações favoráveis nos recursos das entidades, decorrentes das suas actividades operacionais.

Ganhos - significam a mensuração das alterações favoráveis nos recursos da entidade, não decorrentes do processo reditual.

Custos - dividem-se em extintos ou não extintos; os extintos quando beneficiam o processo reditual, são considerados gastos.

42 O mapa em questão vem nos mostrar que a situação financeira da entidade não depende somente dos resultados líquidos, das reintegrações e das amortizações, podendo reafirmar que o facto de a entidade apresentar resultados líquidos positivos (ou negativos) não sustenta uma situação suficiente (insuficiente) em termos de tesouraria. Isto é, a informação de fluxo de caixa reveste-se de grande utilidade, dado não existir a total correlação entre os resultados apurados e os meios monetários disponíveis.

Em muitos casos podem questionar sobre a importância da DFC uma vez que existe a Demonstração de Resultado Liquido e os Balanços, a propósito dessas dúvidas geradas em torno desse mapa alguns autores referem que “o fluxo de caixa é frequentemente utilizado para colmatar as insuficiências da noção do lucro”.

Normalmente aparecem nas empresas problemas que se prendem com a viabilização dos negócios, perspectivando o lucro, mas no que mais se tem observado é que os resultados líquidos avultados não representam garantia de que existe dinheiro para solver os compromissos operacionais e de financiamento do investimento. Para tal basta não cobrar dos clientes.

São essas preocupações que dão utilidade às DFC.

Para nós, a análise dos fluxos de caixa surge como um instrumento essencial ao controlo permanente da gestão das empresas e da informação económico-financeiro.

Tendo em conta o mercado globalizado, cada vez mais competitivo e exigente, em que o conhecimento e a informação têm grande importância, os gestores utilizam as informações contidas nas DFC ajudar a um melhor conhecimento das variações ocorridas na estrutura financeira e monetárias das entidades.

A capacidade de geração de fluxo de caixa confere a entidade vantagens competitivas, sobre as que não a tem. Também a sua divulgação por segmentos de negocio e/ou geográficos permite dar a conhecer os segmentos com maior (menor) capacidade de geração de valores monetários, informação relevante na definição de estratégias da própria entidade.

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