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1ª VARA DE CAMPINAS EDITAL

No documento SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (páginas 73-76)

EDITAL DE INTIMAÇÃO DE SENTENÇA - PRAZO DE 90(NOVENTA) DIAS PROCESSO Nº. 2003.61.05.010157-4

O DOUTOR LEONARDO PESSORRUSSO DE QUEIROZ, JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO DA 1ª VARA

CRIMINAL FEDERAL DE CAMPINAS/SP. FAZ SABER ao réu EDUARDO FIGUEIRA TRIPE, RG nº. 29.588.746- 1 SSP/SP, CPF nº. 215.424.668-06, filho de Antônio Carlos Bastos Trippe e Norma Regina Figueira Trippe, nascido aos 26/11/1979, natural de São Paulo/SP, de que, pelo presente edital, com o prazo de 90 (noventa dias), fica

INTIMADO da sentença de fls. 395/404, proferida aos 21/09/2010, nos autos do processo crime nº. 2003.61.05.010157- 4, com o seguinte teor: EDUARDO FIGUEIRA TRIPPE, qualificado nos autos, foi denunciado pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL como incurso nas sanções do artigo 312, 1º c/c artigo 71 e 327, todos do Código Penal. Eis os fatos delituosos narrados na exordial acusatória: O denunciado, de modo consciente, voluntário e reiterado, valendo-se da facilidade proporcionada por ser empregado da agência Vianelo da Caixa Econômica Federal - CEF - em Jundiaí-SP, subtraiu, em proveito próprio, valores depositados em contas de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS -de seis clientes da instituição. O denunciado exercia suas funções como atendente/ajudante no salão onde ficam

localizados os terminais de auto-atendimento da Agência Vianelo da Caixa Econômica Federal, em Jundiaí/SP. Na época de sua contratação, diversas contas vinculadas de FGTS haviam recebido créditos complementares em

decorrência de perdas com planos financeiros do governo federal. Os saques até R$ 30,00 (trezentos reais) poderiam ser feitos por meio dos terminais de auto-atendimento, bastando ao titular da conta vinculada digitar o número do PIS e a senha respectiva. Uma das funções do denunciado era ajudar os interessados a verificar se já havia valores disponíveis para saque em suas contas vinculadas, bem como a obter a respectiva senha para realizar a retirada. Em diversas oportunidades, os clientes que eram auxiliados pelo denunciado deixavam os protocolos e comprovantes de senha à vista. Munido de tais dados, o acusado realizada saques de valores que estavam depositados nas contas vinculadas dos trabalhadores. No período de 25/09/2002 a 01/11/2002, o denunciado efetuou diversos saques indevidos nas contas vinculadas de FGTS de Miguel Januário da Silva, Otávio Nunes Quintal, Adão Pafumi, Ozório Jaime Rodolfo, Jacira Dias Moraes e Carlos Aparecido Santana [...] Os valores subtraídos totalizaram a quantia de R$ 742,00 (setecentos e quarenta e dois reais). A materialidade e autoria delitivas estão comprovadas pelos procedimentos administrativos apensados aos autos, formulados pela Caixa Econômica Federal - CEF (apenso I); pelas imagens de vídeo gravadas por câmeras de segurança da agência bancária, em que se pode ver o denunciado realizando os saques nos exatos horários indicados nas fitas de papel de registro de transações (fls.124/125); pelos depoimentos de fls.113/118 e pela confissão do denunciado (fls.122/123). A denúncia foi recebida em 18/01/2006, conforme decisão de fl.178. Não localizado (fl.192), o réu foi citado por edital (fls.194 e 203), sendo finalmente encontrado e intimado pessoalmente a fls.216. Foi interrogado (fls.219/225), sobrevindo-lhe defesa prévia (fl.229). No decorrer da instrução, foram ouvidas três

testemunhas de acusação (fls.284, 296 e 333/334). Homologação de desistência de testemunhas da defesa constante a fls.361. Decretação de revelia a fls.370. Na fase do artigo 402 do CPP, o parquet nada requereu (fls.377), ao passo que a defesa não se manifestou (certidão de fl.378-verso). O Ministério Público Federal postulou pela condenação do réu em memoriais apresentados às fls. 384/387, argumentando terem sido provadas autoria e materialidade delitivas. Por seu turno, a defesa pugnou por absolvição sob o fundamento de que a materialidade que lastreou a denúncia é imprestável, não servindo para o decreto condenatório. Alegou que o procedimento interno da CEF não foi reproduzido ao longo da instrução, de modo que, tendo a infração deixado vestígios, seria necessária a realização de prova pericial (fls.390/392).

Informações sobre antecedentes criminais juntadas às fls.373, 375, 376, 379, 381 e 383. É o relatório. Fundamento e Decido. Sem questões preliminares, passo a aquilatar o mérito da causa. O réu está sendo processado pelo Ministério Público Federal pela prática peculato-furto, crime previsto no artigo 312, 1º, em combinação com o artigo 71, ambos do Código Penal, a saber:Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. A materialidade delitiva encontra esteio nos elementos colhidos no Apenso I, que condensa 06 (seis) impugnações de saques de FGTS, relacionadas aos seguintes correntistas: a) Miguel Januário da Silva (fls.26/35) que contestou um saque de R$ 19,00 de sua conta em 25/09/2002; b) Otávio Nunes Quintal (fls.04/35), que contestou um saque de R$ 102,00 em sua conta em 30/09/2002; c) Adão Pafumi (fls.38/64), que contestou um saque de R$ 79,00 em sua conta em 18/10/2002; d) Ozório Jaime Rodolfo (fls.64/80), que contestou um saque de R$ 223,00 em sua conta em 18/10/2002; e) Jacira Dias Moraes (fls.67/97), que contestou um saque de R$ 279,00 em sua conta em 23/10/2002 e f) Carlos Aparecido Santana (fls.51/63), que contestou um saque de R$ 40,00 em sua conta em 23/10/2002. Além disso, em cada uma dessas impugnações houve reconhecimento expresso do réu quanto à autoria dos saques, conforme provam as autorizações de débitos em conta que assinou às fls.25, 35, 50, 63, 80 e 96 do Apenso I, pelas quais veio a ressarcir as vítimas, sendo, portanto, absolutamente desnecessária a realização de prova pericial. Estes vestígios foram, de forma categórica e uniforme, corroborados pela prova testemunhal e pela própria confissão do denunciado. Com efeito, em sede policial, mais de um ano após os fatos sub judice, EDUARDO FIGUEIRA TRIPPE descreveu com riqueza de detalhes como conseguia sacar o dinheiro dos correntistas da agência da CEF, na qual trabalhava na função de atendente. Confira-se: O declarante trabalhou na Caixa por três meses; que o cargo era de atendente; que estava lotado na agência do Vianelo; que auxiliava os clientes em dúvida quanto ao funcionamento dos caixas eletrônicos; que o declarante não se recorda dos nomes dos clientes fraudados, mas esclarece que se aproveitava do esquecimento dos protocolos de senha na máquina e também os comprovantes de senha, que nesse altura veio a idéia de pesquisar junto as maquinas, e acabou por descobrir como sacar dinheiro dessas contas, e passou a sacar dinheiro das contas; que as contas não foram escolhidas mas sim pelo motivo de terem deixado os comprovantes com as senh

as; que o declarante como já disse pesquisava as contas e onde havia dinheiro já liberado o declarante sacava; que não se recorda dos valores sacados mas o total gira em torno de R$ 1.500,00; que não teve auxílio de ninguém, agiu sozinho; que não colocou dados nenhum o dinheiro já estava liberado; que não havia senha específica para o saque era utilizada a senha do cliente; que o declarante ressarciu os prejuízos sofridos pelos correntistas, e os documentos comprovantes ficaram na Caixa; que o declarante já havia sido demitido, e o final foi o pagamento dos prejuízos [...] (fl.127 - g.n.) Em Juízo, porém, o réu negou o crime, alegando ter sido pressionado por funcionários da CEF a assumir a autoria dos saques. Vejamos a nova versão: [...] Nega os fatos descritos na denúncia. Não sabe dizer quem foi o

responsável pelos saques. Sustenta que havia grande movimento na agência decorrente dos saques da correção monetária do Plano Collor.

O gerente de atendimento, de nome Paulo, irritou-se a movimentação e discutiu com o interrogando, dizendo que este deveria se virar com os clientes. Inconformado, o interrogando foi falar com o gerente geral, senhor Benício, e pediu demissão. Uma semana depois, aproximadamente, voltou à agência e sofreu pressão de Benício, Márcia, e de outro funcionário, cujo nome não se recorda, para assumir a responsabilidade pelos saques. Com medo de receber um processo judicial injustamente, assumiu a responsabilidade, sendo que os valores foram retirados de sua conta para ressarcimento dos clientes. Relata, ainda, que uma funcionária, cujo nome também não se recorda, ficava com os cadastros dos clientes e indicava no formulário as senhas de cada um deles, senhas estas que eram escolhidas por ela. Os próprios clientes procediam ao saque nos terminais. Os mais simples e com menos escolaridade eram atendidos pelo interrogando e por mais três colegas (Luana, Érica e outro que não se recorda). Além disso, algumas pessoas fizeram saques sem o cartão e diretamente no caixa eletrônico. A máquina foi programada para receber apenas o número do PIS e a senha, sem a utilização do cartão, em programação que o interrogando não sabe explicar. O ressarcimento aos clientes foi feito por depósitos parciais. Lidos os nomes dos clientes, o interrogando não se recorda de tê-los atendido, tendo em vista o grande número de pessoas atendidas. Benício confessou ao interrogando que, pelas fitas do circuito interno, constatou que algumas imagens não correspondiam ao horário em que foram feitos os saques. Informa o interrogando, ainda, que Benício arranjou o emprego. Conhecia a namorada do interrogando e disse que a chamaria para verificar se os clientes eram amigos do interrogando. Vendo a imagem, o interrogando não reconheceu a pessoa do cliente exibida. A função do interrogando limitava-se ao auxílio aos clientes que utilizavam o auto-atendimento. Não foram exibidas imagens em que o interrogando estivesse sozinho procedendo aos saques. Das testemunhas conhece Márcia e Benício. Fabiano não sabe quem é. Não considera Márcia e Benício seus inimigos. Acredita que assim agiram para tentar resolver o problema administrativo. Acrescenta que trabalha desde os dezesseis anos e não é de sua índole roubar ou lesar qualquer pessoa, principalmente em valores tão inexpressivos. Tudo aconteceu porque não teve a orientação de um advogado, que lhe indicasse as conseqüências de seus atos. Reconheceu os saques apenas em virtude da pressão e com medo de problemas mais sérios. Questões do MPF: ajuda os clientes no preenchimento de fichas e

envelopes; distribuía senhas; aos que tinham cartão, apenas orientava. Aqueles que estavam sem cartão e precisavam de um auxílio (dificuldade em operar o sistema), digitava o número do PIS e digitava a senha, para alguns deles, com o fim de agilizar o atendimento. Sempre havia um outro funcionário nas proximidades. Quando era chamado na Caixa, ficava horas sentado em frente à gerência, que insistia na aceitação de culpa por parte do interrogando. O gerente dizia que chamaria seu pai, que era conhecido dele. O pai do depoente é muito correto e ele teve vergonha que o pai soubesse que seu nome estava envolvido nos saques irregulares. Não foram apresentadas provas do envolvimento ou de indícios de participação do interrogando nos saques. Apenas diziam que ele aparecia nas gravações. Não teve controle emocional para exigir a exibição de tais fitas. Não mencionaram se o interrogando aparecida junto com o cliente ou outra pessoa. Já usou os mesmos caixas eletrônicos para a movimentação de sua própria conta, várias vezes. O interrogando trabalhava de segunda a sexta, das nove às dezesseis horas ou das dez às dezessete horas. As fichas cadastrais a que se referiu dizem respeito à solicitação de cartões magnéticos e outros atendimentos prévios. Havia uma triagem prévia dos clientes da seguinte forma: os que tinham crédito de mais de trezentos reais, deveriam ser atendidos dentro da agência, dirigindo-se ao caixa ( atendimento pessoal); os que sacariam menos de trezentos reais eram divididos entre os que estavam com cartão, que se dirigiam diretamente ao auto-atendimento, e os que estavam sem cartão; estes preenchiam fichas cadastrais, que eram dirigidas a uma funcionária, acima mencionada, para que ela fornecesse uma senha. A partir daí, dirigiam-se ao auto-atendimento e alguns deles eram auxiliados pelo interrogando. Essa funcionária entregava o canhoto com a senha diretamente ao cliente. Às vezes, outros funcionários da agência ajudavam nesse trabalho de atendimento. Não sabe dizer porque a suspeita recaiu sobre ele e não sobre os demais colegas. Acredita que o pedido de demissão tenha influenciado em tal suspeita. Para a distribuição das senhas, a funcionária chamava o cliente pelo nome. Não se exigia a apresentação de documento de identidade. Pode ter ocorrido de uma pessoa receber por outra, mas não se lembra se ocorreu especificamente. O que aconteceu é de a pessoa ser chamada, ter ido embora e a funcionária guardar a senha. Em encontros com funcionários da Caixa de outras agências, soube o interrogando que era irregular a forma de distribuição das senhas na sua agência, o que poderia causar problemas aos funcionários de lá. Achou o interrogando que ficaria caracterizada a conduta criminosa caso não devolvesse as quantias, ainda que não tenha sido ele o responsável pelos saques. Questões do defensor: aconteceu que quando estava auxiliando algumas pessoas na operação da máquina, notar que elas tinham se afastado. Isso ocorreu porque os clientes, na maioria idosos, iam em grupo às agências e aproveitavam a ocasião para conversar com os amigos.(fls.219/225). Todavia, a negativa de autoria exposta acima não encontra guarida nos firmes e coesos testemunhos colhidos na fase judicial, os quais desmentiram as assertivas do denunciado, dando suporte à conclusão dos procedimentos contidos no Apenso I. Assim é que Fabiano César Cereser testificou que [...] O gerente geral chamado Benício presenciou quando o acusado reconheceu que tinha feito os saques. Ele confessou os fatos ao Benício que depois me informou tal circunstância [...] (fl.284) Por seu turno, Benício Gracino dos Santos, então gerente geral da agência bancária citada na inicial, confirmou, uma vez mais, a culpabilidade do acusado, contando o seguinte: À que época dos fatos eu trabalhava como gerente geral da Caixa Econômica Federal, agência Vianelo, onde o acusado foi contratado pela Caixa para atuar como bancário temporário, até porque era de meu relacionamento pessoal e familiar; ele trabalhava na sala de autoatendimento na orientação para saques de valores referente ao FGTS; que passamos a receber reclamações de que saques não

haviam sido efetuados pelos respectivos titulares das contas e, como a sala é monitorada por câmeras, instauramos procedimento administrativo, por meio das gravações, foi possível verificar que nos momentos dos saques, ele se encontrava sozinho nos terminais de saques; em um dos episódios inclusive ele efetuou o saque na agência da vila Arens, após o término do seu horário de serviço; que o modus operandi do acuado consistia em receber as senhas das pessoas beneficiária geralmente muito humildes e fazer uso delas para os referidos saques [...] (fl.333) Por derradeiro, Márcia Barbosa Benatte fortaleceu a prova da acusação, igualmente imputando ao réu a autoria dos saques mencionados na inaugural (fl.296). Assim, em que pese a retratação da confissão do réu, operada em juízo, tal versão restou isolada no conjunto probatório, não guardando harmonia com os depoimentos das testemunhas e demais elementos trazidos aos autos, razão pela qual a condenação é medida que se impõe. Desta forma, provadas autoria e materialidade delitivas, passo à fixação da pena, nos termos do artigo 68 do Estatuto Repressivo. No tocante às circunstâncias judiciais, verifico que o grau de culpabilidade foi normal para o tipo. À míngua de elementos quanto à personalidade, conduta social, aos motivos, e às circunstâncias, deixo de valorá-las. As consequências do crime não extrapolaram o tipo penal. Nada a comentar sobre comportamento da vítima, que não influiu para a prática delitiva. Não ostenta antecedentes criminais. Em razão disso, a pena-base deve partir do mínimo legal. Fixo-a, pois, em 02 (dois) anos de reclusão e 10 (dez) dias- multa. Não avultam agravantes. Entretanto, entendo incidir na espécie a atenuante da confissão, prevista no artigo 65, inciso III, alínea d, do Código Penal, pois embora o réu tenha se retratado da confissão operada na fase extrajudicial, este Juízo também está se alicerçando naquele ato para, em conjunto com as demais provas, fundamentar a condenação. Nesse sentido: (...) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça orienta-se no sentido de que deve ser aplicada a atenuante da confissão espontânea realizada perante a autoridade policial, ainda que retratada em juízo, desde que ela tenha, em conjunto com outros meios de prova, embasado a condenação (...) (STJ, HC 86685/MS, Rel. Min.Arnaldo Esteves Lima, 5ªT,j. em 18.10.07, DJ de 05.11.07, p.340). Porém, em virtude do teor da Súmula 231 do Superior Tribunal de Justiça, deixo de minorar a reprimenda imposta. Na terceira fase de fixação da pena, aplico a causa de aumento de pena concernente ao crime continuado - eis que as condutas relativas a crime de mesma espécie se prolongaram no tempo e, pela forma de sua execução, devem ser havidas como continuação da primeira -, pois as condutas foram praticadas em períodos de relativa extensão, ou seja, 25/09/2002 a 01/11/2002, por 06 vezes. Assim, considerando a quantidade de crimes praticados, com base no artigo 71 do Código Penal e em critério jurisprudencial,

acresço o percentual de 1/2 à pena, que passa a ser de 03 (três) anos de reclusão e 15 (quinze) dias-multa. Contudo, à vista da restituição integral da quantia apropriada antes do recebimento da denúncia (fls.25, 35, 50, 63, 80 e 96 do Apenso I), feita de forma espontânea e logo após o descobrimento dos fatos, presente na espécie a figura do

arrependimento posterior (art.16, CP), pelo que reduzo a pena em 2/3, a qual passa a ser definitiva em 01 (um) ano de reclusão e 05 (cinco) dias-multa. Como regime inicial para o cumprimento da pena, fixo o ABERTO, na forma do artigo 33, 2º, c, por considerá-lo o mais adequado à finalidade de prevenção e reeducação da pena, mediante o cumprimento das condições a serem estabelecidas pelo MM. Juízo competente para a Execução Penal. À míngua de informações atualizadas acerca da atual situação financeira do réu, arbitro cada dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente à época dos fatos, corrigidos monetariamente pelos índices oficiais até o pagamento. Presentes as hipóteses previstas nos incisos I, II e III do artigo 44, do Código Penal, substituo a pena de reclusão por prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, assim definida pelo Juízo da execução. Devo o condenado ser advertido de que o descumprimento da prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas implicará conversão da pena restritiva de direito na pena de reclusão fixada (art. 44, 4º, do Código Penal). Posto isso, JULGO PROCEDENTE a pretensão punitiva estatal para CONDENAR EDUARDO FIGUEIRA TRIPPE, já qualificado, como incurso nas sanções do artigo 312, 1º, c/c o artigo 71 e 327, todos do Código Penal. Fixo a pena privativa de liberdade em 01 (um) ano de reclusão, a ser cumprida desde o início em Regime Aberto. Substituo a pena de reclusão por prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, assim definida pelo Juízo da Execução. Deve o condenado ser advertido de que o descumprimento do pagamento da prestação pecuniária e da prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas implicará conversão da pena restritiva de direito na pena de reclusão fixada (art. 44, 4º, do Código Penal). Fixo a pena de multa em 05 (cinco) dias-multa, fixados unitariamente em 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente à época dos fatos, devendo tal valor ser corrigido até o pagamento. Não vislumbro razões para o encarceramento preventivo do réu, que permaneceu em liberdade durante a instrução criminal, cabendo destacar que, conforme o parágrafo único, do artigo 387, do diploma processual penal, não mais subsiste a necessidade da prisão para apelar. Além disso, a pena corporal foi substituída por restritiva de direito, situação que se revela incompatível com a prisão cautelar. Em atenção ao artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, deixo de arbitrar valor mínimo de reparação em favor da vítima, pois a prova dos autos revela que o réu já ressarciu todos os clientes da CEF. Com o trânsito em julgado, lance-se o nome do réu no rol dos culpados, comunicando-se oportunamente o Egrégio Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo para os fins do artigo 15, inciso III, da Magna Carta. Custas na forma da lei. P.R.I. e C. E como consta dos autos que o réu encontra-se em lugar incerto e não sabido, expediu-se o presente edital, com o prazo de 90 (noventa) dias, que será publicado e afixado na forma da lei, por ordem do MM. Juiz Federal Substituto.

No documento SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO (páginas 73-76)