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5.5 ÍNDICE DA AUTOCORRELAÇÃO ESPACIAL LOCAL (ÍNDICE LISA)

5.7.2 Variáveis

Tendo explicado as características gerais de cada categoria, passamos a explicar as variáveis utilizadas nesse trabalho como forma de caracterizar a indústria na Bahia em sua distribuição espacial.

o Estabelecimentos: “Frequência ou número absoluto de estabelecimentos

declarantes. Contém tanto os estabelecimentos com vínculo declarado quanto os estabelecimentos sem vínculo informado no exercício (RAIS negativa)” (SEI, 2010)

o Remuneração: Remuneração do trabalhador em dezembro, em salários

mínimos, com duas casas decimais. A remuneração foi transformada em salário real, utilizando o valor do salário mínimo real fornecido pelo IPEA (GAC12_SALMINRE12).

o Vínculos: Quantidade de vínculos ativos em 31/12.

o Massa salarial: é o somatório da remuneração multiplicado pelo número de

vínculos vezes 13.

Esses dados foram associados a um arquivo vetorial shapefile, que contém polígonos delimitadores dos municípios da Bahia. Esse arquivo foi disponibilizado pelo IBGE, e são informações de domínio público. A análise econômica-espacial foi realizada com o auxílio do open source software GeoDa 1.6.6 para Windows desenvolvido pelo GeoDa Center for Geospatial Analysis and Computation.

Segue no próximo capítulo, os resultados obtidos para as técnicas exploratórias supracitadas.

6 DINÂMICA ESPACIAL E INTENSIDADE TECNOLÓGICA DA INDÚSTRIA BAIANA

Neste capítulo serão apresentados os resultados da análise exploratória espacial que descrevem a dinâmica espacial da indústria na Bahia por nível de intensidade tecnológica. Foram analisadas a massa salarial, número de estabelecimentos e vínculos das indústria de alta intensidade tecnológica, média alta, média baixa e baixa tecnologia. A variável principal selecionada para análise foi a massa salarial, por se comportar como uma proxy do valor adicionado da indústria (não há disponibilidade da variável valor adicionado no nível de desagregação necessário para este estudo). Com dados para os 417 municípios da Bahia e para os anos de 1995, 2000, 2005 e 2010, pretende-se analisar a evolução da concentração espacial e do spillover espacial da indústria relativamente a suas intensidades tecnológicas.

Na primeira seção serão abordados os resultado do indicador de Krugman, que mede a concentração espacial relativa da indústria. Em seguida, são apresentados os resultados da autocorrelação espacial global (I de Moran Global), que examina o grau de associação espacial das variáveis industriais para a Bahia como um todo. A relação de semelhança nos valores das variáveis estudadas em um município da Bahia com os municípios vizinhos é estudada na seção que trata a autocorrelação espacial local (indicador LISA). São expostos os mapas de significância LISA e os mapas de cluster, que mostram graficamente as aglomerações de municípios com padrões semelhantes ou distintos. A última parte faz uma breve análise do conteúdo apresentado nas sessões anteriores.

6.1 RESULTADOS PARA A AGLOMERAÇÃO ESPACIAL

Nesta subseção, foi analisada a concentração espacial das indústrias nos municípios da Bahia, a partir dos resultados da evolução do índice de Krugman entre 1995 e 2010. A análise é feita com respeito à classificação de intensidade organizada com dados do Brasil pelo IBGE (2014). São quatro as categorias de tecnologia: alta intensidade tecnológica, média alta, média baixa e baixa intensidade tecnológica. Foram utilizados os dados de massa salarial para essa análise. Os resultados correspondentes obtidos do uso das variáveis estabelecimentos e vínculos são reportados no apêndice.

Gráfico 6– Evolução da concentração espacial da massa salarial da indústria na Bahia (Indicador de Krugman) – 1995-2010

Fonte: RAIS. Elaboração própria.

O gráfico 6 ilustra os padrões e tendências da concentração espacial da indústria na Bahia, como resultado do cálculo do Índice de Krugman. A indústria de média alta intensidade é a que apresenta maior concentração espacial, com tendência de aumento na concentração. Este resultado também é verdadeiro quando se calcula o índice a partir dos dados de estabelecimentos e vínculos. A indústria de baixa tecnologia também apresenta aumento da concentração espacial, sendo que é a indústria mais dispersa espacialmente até 2005. No último ano da amostra, a indústria de média baixa tecnologia se torna a mais dispersa espacialmente, seguindo uma forte tendência de declínio na concentração espacial. Também apresenta esta tendência a indústria de alta tecnologia que, apesar disso, era a indústria espacialmente mais concentrada no início da amostra e, no final, a segunda mais concentrada.

Por ser mais dispendiosa a implantação de uma nova planta industrial ou realocação de uma já existente, do que fazer alterações na quantidade de mão de obra empregada e salários, apresenta-se uma certa estabilidade na concentração espacial dos estabelecimentos da indústria por intensidade tecnológica, como pode-se observar no gráfico 7. Os estabelecimentos industriais de média alta tecnologia são os mais concentrados espacialmente, seguidos pelos estabelecimentos de alta intensidade. Apresentando tendência de queda na concentração espacial, a indústria de média baixa tecnologia só não é mais dispersa que a que apresenta baixo conteúdo tecnológico.

Gráfico 7– Evolução da concentração espacial dos estabelecimentos da indústria na Bahia (Indicador de Krugman) – 1995-2010

Fonte: RAIS. Elaboração própria.

Isso mostra que a massa salarial da indústria de média baixa e alta intensidades tecnológicas está crescendo mais fora do cluster industrial da Região Metropolitana de Salvador, seguindo a tendência de desconcentração espacial dos estabelecimentos industriais correspondentes a essas intensidades tecnológicas a partir de 2000. Isso indica um sucesso relativo na estratégia governamental de incentivo a interiorização da indústria. Na próxima seção, serão apresentados os resultados da autocorrelação espacial, que trata da presença de spillover espaciais, uma indicação sobre a atratividade natural das indústrias na Bahia.

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