• Nenhum resultado encontrado

VARIÁVEIS PREDITORAS (VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS)

No documento Burnout e absentismo laboral em enfermeiros (páginas 116-121)

CAPI TULO 4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

VARIÁVEIS PREDITORAS (VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS)

MEDIDAS ABSENTISMO LABORAL Idade 0,166* Sexo (género) 0,078 Estado civil 0,254*** Existência de filhos - 0,303***

Número de filhos existente - 0,039

Idade dos filhos - 0,169

Existência de familiares portadores de deficiência/

Doença crónica grave a cargo 0,035

Residir e trabalhar no mesmo concelho 0,127

Tempo de casa ao trabalho 0,046

Habilitações literárias - 0,194**

A Enfermagem como primeira escolha profissional 0,061

Tipo de serviço onde trabalha 0,192**

Escolheu trabalhar neste serviço - 0,077

(cont. quadro 29) VARIÁVEIS PREDITORAS (VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS) MEDIDAS ABSENTISMO LABORAL

Ter especialização profissional - 0,019

Exercer algum cargo/função de Responsabilidade acrescida no

serviço - 0,114

Tipo de cargo 0,038

Legenda: *p <0,05; **p <0,01; ***p <0,001

Da leitura e análise do quadro 29, podemos dizer que as variáveis sociodemográficas que influenciam o absentismo laboral são as seguintes: idade (r2 = 0,166; p <0,05); estado civil (r2 = 0,254; p <0,001); existência de filhos (r2 = - 0,303; p <0,000); habilitações literárias (r2 = - 0,194; p <0,01); tipo de serviço onde trabalha (r2 = 0,192; p <0,01); tempo de serviço na profissão (r2 = 0,172; p <0,05); e tempo de serviço no actual serviço (r2 = 0,218; p <0,01). Assim, dos resultados que obtivemos, podemos inferir que são os enfermeiros mais velhos, assim como aqueles que têm mais tempo de serviço na profissão e no actual serviço, que apresentam maior absentismo no trabalho.

Do mesmo modo, também podemos dizer que se verifica uma tendência para que sejam os sujeitos solteiros aqueles que apresentam menor absentismo, bem como para que sejam os indivíduos com menos habilitações os que apresentam maior absentismo.

Por outro lado, é de se salientar o facto de que a existência de filhos influencia o aumento do absentismo laboral.

Finalmente também encontramos influência do tipo de serviço onde os inquiridos trabalham no absentismo laboral.

Estas relações causais que encontramos entre as variáveis sociodemográficas consideradas que apresentaram resultados significativos e a variável dependente (absentismo laboral), podem ser melhor observadas na figura 3.

Figura 3 – Diagrama das ligações causais significativas entre as variáveis sociodemográficas consideradas e o absentismo laboral.

Podemos então concluir que confirmamos a hipótese formulada de que as variáveis sociodemográficas têm influência no absentismo laboral, tendo encontrado relações significativas com a idade, o estado civil, as habilitações literárias, a existência de filhos, o tipo de serviço onde trabalha, o tempo de serviço na profissão, e o tempo de serviço no actual serviço, sendo que as relações mais fortes são com a existência de filhos, o estado civil e, o tempo de serviço no actual serviço.

4 . 3 . 3 . V A R I Á V E I S S O C I O D E M O G R Á F I C A S E B U R N O U T

A terceira hipótese (H3) que colocamos foi sabermos se as variáveis sociodemográficas

influenciam o burnout.

Nesse sentido efectuamos análises tipo predictor-critério através de equações de regressão simples, onde consideramos como medida o burnout (variável dependente), e como variáveis preditoras, as variáveis sociodemográficas consideradas neste estudo, conforme podemos observar no quadro 30.

Quadro 30 – Coeficientes beta estandardizados obtidos através de equações de regressão simples, efectuadas entre a medida (burnout) e as variáveis sociodemográficas.

VARIÁVEIS PREDITORAS

(VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS)

MEDIDAS

EM DP RP

(cont. quadro 30)

VARIÁVEIS PREDITORAS

(VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS) EM MEDIDAS DP RP

Estado civil 0,068 0,140 0,055

Existência de filhos 0,015 - 0,154* 0,048

Número de filhos existente 0,150 - 0,110 0,286*

Idade dos filhos 0,100 - 0,109 0,217

Existência de familiares portadores de

deficiência/doença crónica grave a cargo 0,026 -0,126 0,054

Residir e trabalhar no mesmo concelho 0,048 0,081 -0,015

Tempo de casa ao trabalho 0,155* - 0,018 - 0,003

Habilitações literárias -0,011 0,041 - 0,060

A Enfermagem como primeira

Escolha profissional - 0,026 0,095 0,027

Tipo de serviço onde trabalha 0,059 0,018 0,008

Escolheu trabalhar neste serviço 0,063 - 0,030 0,059

Tempo de serviço na profissão -0,076 0,020 - 0,053

Tempo de serviço no actual serviço - 0,096 - 0,027 -0,011

Ter especialização profissional 0,125 -0,114 0,022

Exercer algum cargo/função de

Responsabilidade acrescida no serviço - 0,011 - 0,085 - 0,024

Tipo de cargo 0,435** -0,002 0,386**

Legenda: *p <0,05; **p <0,01; ***p <0,001;

EM – Exaustão emocional; DP – Despersonalização; RP – Realização pessoal.

Da leitura e análise do quadro 30, verificamos que as variáveis sociodemográficas que influenciam o burnout são as seguintes:

- Para a exaustão emocional, o tempo de casa ao trabalho (r2 = 0,155; p <0,05), e o tipo de cargo (r2 = 0,435; p <0,01);

- Para a despersonalização, é a existência de filhos (r2 = - 0,154; p <0,05), e finalmente; - Para a realização pessoal, é o número de filhos existente (r2 = 0,286; p <0,05), e o tipo de

cargo (r2 = 0,386; p <0,01).

Destes resultados podemos dizer que na população estudada: o aumento do tempo de casa ao trabalho, bem como o exercício de cargos ou funções de responsabilidade acrescida de menor nível hierárquico, leva ao aumento da exaustão emocional; a existência de filhos leva ao aumento da despersonalização; e finalmente, o aumento do número de filhos aumenta a

realização pessoal. De referirmos ainda que as relações mais fortes se verificam para o tipo de cargo, quer na exaustão emocional, quer na realização pessoal (vide figura 4).

Figura 4 – Diagrama das ligações causais significativas entre as variáveis sociodemográficas consideradas e o burnout, nas suas diferentes dimensões.

Desse modo, concluímos que se confirma a hipótese colocada relativa à influência das variáveis sociodemográficas consideradas no burnout (nas suas três dimensões) no que respeita ao tempo de casa ao trabalho, tipo de cargo, existência de filhos, e número de filhos existente.

4 . 3 . 4 . F A C T O R E S D E M A L - E S T A R R E L A C I O N A D O S

C O M O A B S E N T I S M O L A B O R A L E B U R N O U T

A quarta hipótese que colocamos (H4) foi se os factores de mal-estar relacionados com o

absentismo laboral têm influência no burnout.

Dado termos determinado que esta variável apresenta outros factores, como já mencionamos no capítulo 4.1.1. onde fizemos a análise prévia da escala que desenvolvemos para medir esta mesma variável, também a vamos considerar neste estudo. Estes factores são os seguintes: Factores interpessoais e do ambiente de trabalho (FMERAL 1); Factores psicossomáticos e de

condições de trabalho (FMERAL 2); Factores administrativo-laborais (FMERAL 3); Factores de gestão do tempo e da carreira (FMERAL 4).

Desse modo, efectuamos equações de regressão simples onde consideramos como medida o

burnout (variável dependente), e como variáveis preditoras, os factores de mal-estar

relacionados com o absentismo laboral com o fim de produzir análises tipo predictor-critério conforme podemos observar no quadro seguinte (vide quadro 31).

Quadro 31 – Coeficientes beta estandardizados obtidos através de equações de regressão simples, efectuadas entre a medida (burnout) e os factores de mal-estar relacionado com o absentismo laboral, e respectivos factores.

No documento Burnout e absentismo laboral em enfermeiros (páginas 116-121)