• Nenhum resultado encontrado

Nas 4 (quatro) unidades de tratamento intensivo atuam 195 profissionais, sendo 86 com formação superior entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas e 109 com nível médio auxiliares de enfermagem. As equipes prestam assistência 24 por dia durante a semana.

Na Tabela 1 podem ser observados o número de pacientes internados na UTI Trauma, Pediátrica, Coronariana e Geral de acordo com o grupo de diagnósticos e tempo de permanência na unidade.

Tabela 1 – Distribuição da Frequência e permanência dos pacientes internados nas UTIs,

segundo o Grupo de Diagnóstico, Distrito Federal, 2008.

Unidades Diagnóstico Grupo de Diagnóstico Números de pacientes Números de dias de internação

Trauma Traumatismo 44 484 (média 11)

Pediatria

Mal formações congênitas e alterações clínicas

69 366(média 5,3)

Coronária Doenças cardíacas 57 326 (média 5,7)

Geral Neoplasias 7 66 (média 9,4)

Total 177 1242( média 7,0)

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Nas unidades de internação do HBDF passaram no período do estudo um total de 177 (cento e setenta e sete) pacientes cujos diagnósticos foram traumatismo crâneo encefalico, traumatismo abdominal, taumatismo raqui medular, lesão por arma de fogo, infarto agudo do miocardio, afecções valvares, infecção, arritmia, acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca, aneurisma de aorta, insuficiência respiratória aguda, comunicação inter-ventricular e atrial, disfunção metabólica, alocados .em 4 grandes grupos: Traumatismo, Mal formações congênitas e alterações clínicas, Doenças cardíacas e Neoplasias. O número de dias de internação variou entre 1 (um) e 37 (trinta e sete) apresentando média de 1 dia e média de 5 dias.

A unidade em que os pacientes mais permaneceu internado foi em ordem de freqüência a unidade de Trauma 484 dias, Pediatria 366 dias, Coronariana 326 dias e Geral 66 dias, a média de dias de internação nas unidades variou entre a menor 5,3 dias e a maior 11 dias nas unidades, onde a média de permanência maior foi no Trauma com 11dias, seguida pela Geral com 9,4, pela Pediatrica com 5,3 e por último Coronaria com 5,7. A média de permanência no Trauma foi maior devido as condições em que os pacientes chegam, geralmente são politraumatizados com lesões neurológicas graves que muita vezes ficam sequelados e dependentes de aporte ventilatório, enquanto na Geral foi maior devido ter menor número de pacientes, pois dos 6 leitos ocupados 4 tinha pacientes crônicos acarretando assim diminuição da rotatividade de pacientes, há nesta unidade paciente com quase 2 anos de internação. A UTI Pediátrica e Coronaria teve maior rotatividade pois os pacientes se apresentam com internação em média de 3 à 5 dias.

Os dados corroboram com o estudo realizado no Brasil no qual Zanon et al (2008) que mostra o tempo médio de permanência de 6 (3-11) dias, mesmo levando em consideração que as características nosocomiais não sejam as mesmas

Na Tabela 2 abaixo pode ser observada a distribuição das freqüências por cada unidade( Pediatria, Coronária/ Cardíaca, Trauma e Geral) nos períodos que os pacientes ficaram internados no CTI .

Tabela 2 – Distribuição da Frequência proporção de tempo de internação, por unidade dos

períodos no CTI, Distrito Federal, 2008.

Unidades Tempo de Internação

1-4dias N(%) 5-10 dias N(%) 11-15 dias N(%) 16-30 dias N(%) 31-44 dias N(%) Pediatria 39(46,4) 14(27,4) 13(54,1) 2(12,5) 1(50%) Coronária 28(33,3) 24(47,0) 3(12,5) 2(12,5) 0(0) Trauma 15(17,8) 10(19,6) 7(29,1) 11(68,7) 1(50%) Geral 2(2,3) 3(5,8) 1(4,1) 1(6,2) 0(0) Total 84(100) 51(100) 24(100) 16(100) 2(100)

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Verifica-se a maior concentração nos primeiros 4 dias de internação, sendo que apresenta maior freqüência a unidade da Pediatria 39 (46,4%), seguida pela Coronaria com 28 (33,3%), Trauma 15 (17,8%) e Geral 2 (2,3%). Observa-se que os pacientes da pediatria ficaram internados nos primeiros 4 dias devido ao perfil dos usuários deste nosocomio e a faixa etária que é adequada para esta idade. Na Coronária houve maior percentual nos primeiros 4 dias devido a 75% dos pacientes serem pós operatorio de cirurgia cardiaca que ficam em média 3 a 4 dias internados quando não há complicações, enquanto a Geral apresentou distribuição quase que equitativa em todos os períodos, o número de participantes da amostra foi diminuto, pois, essa unidade havia pacientes com mais de 90 dias de internação.

Em um estudo realizado na França por Adrie et al (2005) constataram que 29% foram hospitalizado mais de 48 horas o que representou 65% da diária hospitalar. O trabalho realizado corrobora com este estudo pois, 47,45% dos pacientes estão alocados nos primeiros 4 dias de internação.

Esses dados encontrados se assemelham com os estudo de Haharan et al (2007) que mostra que a morbidade, mortalidade e custo do tratamento de pacientes que ficam mais que 2

semanas são significativamente maior do que os que ficam período menor em UTI. Também em outro estudo, Dasta et al ( 2005) quantificou o custo diário em ventilação mecânica e constatou também que o maior custo é durante os 2 primeiros dias de admissão e que o suporte ventilatório está associado com significativo aumento no custo diário do pacientes que recebem tratamento na UTI até o final da sua estadia. Na tabela do SUS não aparece o valor de tratamento com os pacientes com suporte ventilatório sendo necessário mais estudos que evidencie isto.

Na Tabela 3, abaixo, são apresentadas a distribuição de acordo com as unidades de Pediatria, Coronária, Trauma e Geral segundo os motivos de alta: melhora, transferência e óbito.

Tabela 3 - Distribuição da frequência e proporção, quanto aos motivos de saída da UTI,

Distrito Federal, 2008.

Unidades Motivo de Saída

Alta N(%) Transferência N(%) Óbito N(%) Pediatria 52( 42,2) 5(55,5) 12(26,0) Coronária 44(35,7) 0(0) 13(28,2) Trauma 24(19,5) 4(44,4) 16(34,7) Geral 3(2,4) 0(0) 4(8,6) Total 123(100) 9(100) 45(100)

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Destaca-se que a alta por melhora teve maior ocorrência 123 (100%), sendo que na Pediatria apresentou freqüência de 52 (42,2%), seguido da Coronária 44 (35,7%), Trauma 24 (19,5%) e Geral 3 (2,4%). A alta por melhora se justifica, pois há mais pós operatório na unidade coronária, que apresenta 75% dos leitos ocupado por pacientes submetidos por cirurgias cardíacas que tem em média 3 à 5 dias de permanência, já o trauma tem característica que praticamente todos os leitos destinados aos politraumatizados pelo número de ferimentos e áreas acometidas tornam-se mais críticos, e ainda, os leitos dessa unidade são controlados pela Central de regulação.

Por motivo de transferência, houve na Pediatria 5 (55,5%), Trauma 4 (44,4%) e nas unidades Geral e Coronária não houve transferência. Nesse âmbito, por ser uma unidade de alta complexidade com maior poder de resolutividade do Distrito Federal, tendo por exemplo, condições de realizar terapia substituição renal, além de outros tratamentos e procedimentos que só se realiza neste nosocômio. As transferência ocorridas no trauma justifica-se pelo fato de não haver máquina de hemodiálise convencional, por isso, há

necessidade da transferência para unidade Geral. O CTI do HBDF na secretária de saúde do Distrito Federal é referência em cirurgia cardíaca e neurocirurgia.

Quanto aos óbitos houve 46 pacientes no qual apresentou uma distribuição um pouco mais equitativa sendo maior ocorrência no Trauma 16 (34,7%), Coronária 14 (30,4%), Pediatria 12 (26%), e Geral 4 (8,6%). Justifica-se a mortalidade ser maior no Trauma pelo perfil de pacientes que na sua maioria são homens acometidos de acidentes automobilísticos e chegam em estado extremamente grave.

Baseado no estudo de Teres (2004) a severidade dos pacientes internados em terapia intensiva está atrelado a mortalidade que deve ser encarada como um fator de qualidade de uma UTI. O CTI em estudo já faz o monitoramento desses indicadores epidemiológicos para nortear as condutas baseado em resultados.

Ainda, tomando como base um estudo americano, Berghe et al (2006), fez uma análise dos recursos utilizados na terapia intensiva com insulina nos pacientes criticamente enfermos, essa terapia reduziu a morbidade e a taxa de mortalidade dos pacientes admitidos e submetidos a ventilação mecânica, além de estar associado substancialmente, custo de vida comparado com terapia convencional de insulina. Alterações das condutas direcionada por estudos baseado em evidência auxiliam na diminuição dessas taxas.

Esses relatos de estudo deixa claro a necessidade preemente de estudos mais aprimorados para construir e implantar protocolos de atendimentos, para que se diminua a taxa de mortalidade brasileira em terapia intensiva, além de criar unidades de monitoramentos comparando com outros estados, cidades ou até outros países no intuito de saber qual o rumo das UTIs do Brasil.

Na tabela 4 a seguir mostra-se a distribuição dos profissionais por unidade de atendimento intensivo de acordo com a categoria profissional de nível superior e médio: médico, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e auxiliar de enfermagem.

Tabela 4 - Distribuição da Frequência e Proporção dos Profissionais por Unidade, segundo

sua Formação, Distrito Federal, 2008.

Unidades Categorias Profissionais Médico N(%) Enfermeiro N(%) Fisioterapeuta N(%) Nutricionista N(%) Auxiliares de Enfermagem N (%)

Pediatria 21 (48,8) 10 (31,2) 3 (33,3) 1 (50,0) 36( 33,0)

Trauma 8 (18,6) 8 (25,0) 2 (22,2) - 25(22,9)

Geral 7 (16,2) 7 (21,8) 2(22,2) - 24( 22,0)

Coronariana 7 (16,2) 7 (21,8) 2 (22,2) 1 (50,0) 24(22,0)

Total 43 (100) 32 (100) 9 (100) 2 (100) 109(100)

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Verifica-se que entre os profissionais com formação superior o maior contingente é constituído por médicos com um total de 43, estão distribuídos nas quatro unidades, e a pediatria é a que apresenta a maior parte desses profissionais 21 (48,8%), isso é, em decorrência dessa unidade ser a que possui o maior número de leitos em relação as demais unidades. A unidade de Trauma 8 (18,6%); Geral e Coronariana, respectivamente com 7 (16,2%). Em relação aos profissionais enfermeiros, esses aparecem em segundo lugar totalizando 32 dos profissionais com formação superior, assim distribuídos: Pediatria 10 (31,2%); Trauma 8 (25,0 %); Coronariana e Geral, respectivamente com 7 (21,8%).

Os fisioterapeutas são em número de 9 e estão distribuídos da seguinte maneira: 3 (33,3%) na unidade pediatria e 2 (22,2%) na unidade adulto (Trauma, Geral e Coronariana). Os nutricionistas, num total de 2 atendem as quatro unidades e o bloco de emergência. Já, os profissionais de nível médio, num total de 109, estão distribuídos da seguinte maneira: 36 (28,8%) na Pediatria, sendo que nas demais unidades a lotação é praticamente idêntica, ou seja, 25 (22,9%) Trauma, 24 (22,0%) nas unidades Coronariana e Geral.

Baseado na Portaria do Ministério da Saúde n o 3.432 de 12 agosto de 1998, na qual

determina o quantitativo de pessoal médico, enfermagem e equipamentos que deve ser disponibilizado pela UTI para manutenção dos cuidados aos pacientes críticos. O quantitativo de profissionais dessa unidade não segue o padrão determinado por essa portaria, pois teria que se ter um médico para cada 10 pacientes, 1 enfermeiro para cada 5 pacientes, 1 coordenador médico e de enfermagem para cada UTI e 1 técnico de enfermagem para cada 2 pacientes. Por isso, juntamente com a falta de equipamentos a UTI tem 6 leitos bloqueados, acarretando aumento da demanda de pacientes críticos em hospitais particulares subsidiado pelo poder público, no qual realiza contratos para que esses pacientes possam ser atendidos. O poder público tem tomado várias medidas que ainda não surtiram efeitos para que diminuísse essa demanda de pacientes para os hospitais particulares.

Para Laselva, Júnior e Guastelli (2006) o dimensionamento de profissionais em terapia intensiva é uma tarefa difícil na organização da unidade, pois, tem implicações gerenciais e assistenciais. No hospital estudado a planta física não favorece o agrupamento e dificulta em muitos momentos o dimensionamento de recursos humanos, pois, a UTI é dividida em 4 unidades com espaço físico reduzido e unidades fechadas, o número de leitos também é reduzido pelo quantitativo de pessoal, o HBDF é de alta complexidade e atende toda a população do Distrito Federal e entorno aumentando, significativamente, a demanda de usuários e consequentemente a dependência desses pacientes em relação a esses profissionais é bem maior. Quanto ao quantitativo de material e equipamentos. deveria ter um núcleo controle de qualidade e de engenharia clínica que acompanhasse todo os consertos e as manutenções preventivas dos equipamentos. Por último, os processos internos ainda não estão validados e alguns estão em fase de criação, de implantação e outros bem avançado como os protocolos assistenciais (VIDE ANEXO V- Planta da UTI do HBDF).

Na Tabela 5 verificou-se a carga horária dos profissionais e proventos mensais em reais que cada categoria recebe mensalmente, incluindo todas as gratificações e insalubridade.

Tabela 5 – Distribuição da Frequência e proporção de Carga Horária dos Profissionais e

proventos mensais em reais, segundo cada categoria, Distrito Federal, 2008.

Profissionais Carga horária/Proventos mensal

20 horas

N 40 horasN Valores recebidos (R$)

Médicos 21 22 154. 048,83

Enfermeiros 21 11 110. 900,78

Fisioterapeuta 2 7 17. 161,12

Profissionais Carga horária/Proventos mensal

Nutricionista - 2 7. 840,82

Aux. Enfermagem 39 70 164. 111,47

Total 84 113 454. 063,02

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

A distribuição dos valores dos salários apresentados são referentes aos proventos mensais de cada profissional de acordo com cada carga horária mensal trabalhada em duas classes de 20 e 40 horas. O total de valores recebidos por todas as categorias é R$ 454.063,02. Destaca-se que o maior provento é de R$ 164. 111, 47 atribuída à categoria de Auxiliar de Enfermagem por apresentar maior número de pessoas, em seguida os Médicos perfazem maior provento dos profissionais de nível superior que é R$ 154. 048, 83, verifica-

se ainda que os Enfermeiros possuem remuneração de R$110. 900,78. Destaca-se os Fisioterapeutas com R$ 17.161,12 e os Nutricionistas em R$ 7.840,82. Vale ressaltar que no capitulo 3 se discorre sobre o método adotado para se chegar ao resultado representado na Tabela 5, acima.

Os recursos gastos com pessoal fazem parte de um montante ao qual será somado aos outros gastos visando se conhecer os custos com a assistência prestada aos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva. Por exercerem diferentes atividades e níveis de responsabilidade sendo diferenciados, apesar de demonstrar esse quantitativo os recursos humanos encontra-se defasado, principalmente o número de pessoal de enfermagem que está aquém do preconizado pelo Ministério da Saúde.

Segundo Telles (2007) o custo diário em horas de enfermeiros na assistência é de R$ 298,69. Em terapia intensiva deve-se considerar que o índice de gravidade utilizado. O referido autor utiliza o cálculo baseado no índice de gravidade e carga de trabalho sendo dados calculados de forma diferenciada além de estar direcionado a categoria de enfermagem.

O profissional de terapia intensiva tem que ter qualificação e capacitação para cuidar de pacientes críticos, pois, é uma área exigente devido a alta tecnologia tanto de informação como de equipamentos e materiais. Por isso, é que a demanda de recursos financeiros para o pagamento desse profissionais é alto, no hospital estudado, pois a insalubridade, por exemplo, é maior (20%), os profissionais tem duas férias anuais, carga horária de 20 horas para profissionais de nível superior Médico e de Enfermagem, Fisioterapia e nutrição com carga de 24 horas e, podendo aumentar a carga horária para 40 horas, ainda apresenta outros diferenciais que motivam o profissional a trabalhar em terapia intensiva.

Na Tabela 6 se observa os procedimentos médicos realizados nas quatro unidades que constam na tabela SUS ( Anexo II), os procedimentos atribuído zero reais não foram computados.

Tabela 6- Distribuição da Frequência e Proporção de Procedimentos Médicos, realizados no

CTI , Distrito Federal, 2008.

Unidade Procedimentos Punção venosa Central N(%) Hemodiálise N(%) Drenagem Torácica N(%) Marcapasso Transvenoso N(%) Traqueosto mia N(%)

Trauma 37(48,0) 18(56,2) 10(100) 0(0) 16(59,2)

Coronariana 21(27,2) 12(37,5) 0(0) 1(0) 4(14,8)

Pediátrica 13(16,8) 0(0 ) 0(0) 0(0) 6(22,2)

Geral 6(7,7) 2(6,2 ) 0(0) 0(0 ) 1(3,7)

Total 77(100) 32(100) 10(100) 1(100) 27(100)

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Verifica-se que o procedimento médico mais realizado foi a punção venosa central 77, apresentando maior freqüência na unidade Trauma 37 (48,0%), seguido pela Coronariana 21 (27,2%), Pediátrica 13 (16,8%), e Geral 6 (7,7%). Já o procedimento de hemodiálise ocorreu 32, observa-se maior freqüência na unidade Trauma 18 (56,2%), Coronariana 12 (37,5%), Geral 2 (6,2%) e na Pediatria não teve esse procedimento, pois, esta unidade não realiza tal atividade, somente diálise peritoneal porém não foi constatado.

A drenagem pleural teve 10 que ocorreu somente na unidade trauma 10 (100%) não ocorrendo nas outras unidades, pois na Unidade Coronária se possui pacientes que já vêm com dreno de mediastino e pleural do centro cirúrgico. O marcapasso transvenoso 1 (100%) ocorreu somente na Coronariana por se tratar de um procedimento cardiológico, esse percentual é atribuído também por uma unidade cirúrgica onde maioria dos pacientes vem com fio de marcapasso endocárdico.

A traqueostomia apresentou maior ocorrência na unidade Trauma com 16 (59,2%), seguido pela Pediátrica 6 (22,2%), Coronariana 4 (14,8%), e Geral com 1 (3,7%), de todos os procedimentos, a traqueostomia destacou-se no Trauma onde os pacientes são mais dependente do suporte ventilatório mecânico, na qual há a rotina de quando entubado mais de 7 dias deve-se realizar traqueostomia.

No estudo da Secco (2006) foi analisado 93 procedimentos dialítico realizado em 50 pacientes em um hospital universitário brasileiro. Ressalta a importância de estudos específicos como citado anteriormente para se ter melhores parâmetros de avaliação.

Na Tabela 7 são apresentados os gastos com procedimentos médicos de cada unidade intensiva do Hospital de Base do Distrito Federal.

Tabela 7 – Distribuição dos Gastos em reais com procedimentos médicos, segundo cada

unidade, Distrito Federal, 2008.

Unidade Procedimentos e gastos Punção venosa central (R$) Hemodiálise (R$) Drenagem torácica (R$) Marcapasso transvenoso( R$) Traqueostomia (R$) Trauma 555,00 2. 005,56 135,40 0,00 8. 875,68 Coronariana 315,00 1. 337,04 0,00 364,75 2. 218,92 Pediátrica 195,00 0,00 0,00 0,00 3. 328,38 Geral 90,00 222,84 0,00 0,00 554,73 Total 1. 155,00 3. 565,44 135,4 364,75 14. 977,71

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Na Tabela 7 observa-se que o procedimento médico mais oneroso para instituição é a traqueostomia que perfaz um valor de R$ 14.977,71, apresenta maior valor no Trauma com R $ 8.875,68, justifica-se por ter maior permanência de internação, Pediátrica R$ 3.328,38, Coronariana com R$2.218,92 e Geral com R$ 554,73. Hemodiálise R$ 3.565,44, onde houve um gasto no Trauma de R$ 2.005,56, acompanhado pela Coronária de R$ 1.337,04, e Geral de R$ 222,84, não houve hemodiálise na UTI Pediátrica pois não é um procedimento indicado para crianças nesse nosocômio.

A unidade Geral possui a hemodiálise convencional com osmose reversa e hemodiálise de baixo fluxo, sendo que a segunda pode ser realizada em qualquer unidade. Deve-se enfatizar que pela falta de recursos humanos tanto médico como de enfermagem treinados, as sessões de hemodiálises não são feitas no devido tempo de duração, pois a hemodiálise convencional tem duração em média de 4 horas cada sessão e hemodiálise de baixo fluxo em torno de 36 hs, não sendo disponibilizada recursos humanos habilitados para o período todo, acarretando assim sobrecarga de trabalho para equipe.

De acordo com Secco (2006), no qual estimou o custo médio direto da hemodiálise em terapia intensiva, constatou o valor de R$ 2.065,36 no custo total médio do procedimento. Observa-se que o valor encontrado foi bastante inferior ao do estudo principalmente se fosse feito a média de hemodiálise, outro fator e que as hemodiálises computadas são as contínuas e convencional, que afetaria mais ainda esse valor.

Na punção venosa central houve gasto de R$ 1.155,00, sendo alocado em primeiro lugar Trauma com R$ 555,00, Coronariana com R$ 315,00, Pediátrica R$ 195,00 e por último Geral com gasto de R$ 90 reais. Esse procedimento é muito realizado na terapia intensiva, porém o valor foi subestimado, pois, o SUS (vide anexo II) paga R$15,00 para cada punção venosa, esse valor não paga nem o material utilizado e consequentemente nem o numerário profissional. A UTI Coronariana foi a única que apresentou gastos com Marcapasso Transvenoso de R$ 364,75, pois, é um procedimento cardiológico. O procedimento que só apareceu na UTI Trauma foi drenagem torácica que teve gasto de R$ 135,40. O estudo de Moscoso (2006) enfatiza que a medicina durante muitos anos encara a saúde como não tendo preço e que para salvar uma vida justifica-se qualquer esforço econômico.

Na tabela que se segue apresenta os números de exames complementares tais como ECG, Raios-X, Tomografia e Cateterismo Cardíaco, que foram realizados nas unidades.

Tabela 8 - Distribuição da Frequência e Proporção de Exames complementares, segundo cada

unidade, Distrito Federal, 2008.

Unidade Exames Complementares ECG N(%) Raios-X N(%) Tomografia N(%) Cateterismo cardíaco N(%) Trauma 3(4,4) 75(30,6) 9(64,2) 0(0) Coronariana 61(91,0) 98(40) 0(0) 2(100) Pediátrica 3(4,4) 63(25,7) 5(35,7) 0(0) Geral 0(0) 9(3,6) 0(0) 0(0) Total 67(100) 245(100) 14(100) 2

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Entre os exames complementares realizados na UTI, observa-se que houve freqüência maior Raios-X 245, predominando na Coronariana com 98 (40%), depois Trauma com 75(30,6%), Pediátrica 63(25,7%), Geral com 9(3,6%). O Eletrocardiograma apresenta mais evidência na Coronariana por ser uma unidade especializada em cardiologia, sendo respectivamente igual Trauma e Pediatria com 3(4,4%) e a Geral não teve esse tipo de exame. O cateterismo cardíaco apareceu somente na Coronária, por ser um exame diagnóstico mais comum em pacientes cardíacos, pelo fato desta unidade ter maior números de cirurgia do que pacientes clínicos justifica o número reduzido deste diagnóstico.

Na Tabela 9 são apresentados os gastos com os exames complementares de cada unidade alguns exames como ECG e Raios-X não foram alocado por aparecer na tabela do

SUS (anexo II).

Tabela 9 – Distribuição com Gastos em Reais com exames complementares, segundo cada

Unidade, Distrito Federal, 2008.

Unidade

Exames Complementares e gastos Exames radiológicos (R$) Cateterismo cardíaco (R$) Trauma 876,96 0,00 Coronariana 0,00 1. 229,44 Pediátrica 202,20 0,00 Geral 0,00 0,00 Total 1. 079,16 1. 229,44

Fonte: elaborado pela pesquisadora com base nos dados coletados no HBDF em 2008.

Verifica-se que o gasto maior com exames complementares é com Cateterismo Cardíaco com R$ 1.229,44, ocorreu mais na Coronária. E os exames radiológicos 1.079,16 tendo maior participação da tomografia que sempre é mais utilizado na unidade Trauma, devido a característica nos pacientes politraumatizados que requerem esse tipo de exame. De acordo com a tabela do Ministério da Saúde (Anexo II) o valor para eletrocardiograma e Raios-X é de R$ 0,0 por estar incluído nos honorários da equipe.

Segundo Flaatten e Kvale (2003) os exames radiológicos chegam a 50% e 60% dos custos do serviço de laboratório representando 1,5% do total custos de UTI. No estudo não foi possível aferir esse item, pois, o valor desses exames na tabela SUS (Anexo II) é zero reais

Documentos relacionados