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Nesta secção são analisadas as variações temporais das pressões induzidas pela agitação, quer ao longo do perfil de praia, quer junto à estrutura submersa. As pressões foram medidas de acordo com o descrito em 4.4.2.

Foram utilizadas quatro sondas de pressão, duas dentro da zona de rebentação e duas fora, e destas últimas, uma foi colocada mais próxima da berma enquanto a outra foi colocada na extremidade oposta, no fim do perfil, de acordo com a figura 5.18. A localização ao longo do perfil e a profundidade a que foram colocadas permaneceram relativamente constantes ao longo dos ensaios, de acordo com as figuras 5.18 e 5.19.

Figura 5.18 – Posição das sondas de pressão, ao longo do perfil, nos modelos A e C

A submergência foi mantida aproximadamente constante ao longo dos ensaios, não variando com os modelos, com aproximadamente 0.13, 0.16, 0.19 e 0.28 m, respetivamente para as sondas P1, P2, P3 e P4.

5.4.1.PRESSÕES INDUZIDAS PELA AGITAÇÃO AO LONGO DO PERFIL

O objetivo principal desta análise é estudar a propagação da agitação ao longo do perfil de praia, nomeadamente comparando a variação temporal da elevação da superfície livre com a pressão. Como referido no capítulo 4, a elevação da superfície livre foi medida usando quatro sondas de nível, enquanto a pressão foi registada com quatro sondas de pressão.

As figuras seguintes (figuras 5.20 e 5.25) ilustram segmentos da evolução da pressão hidrodinâmica ao longo do perfil de praia dos vários modelos. Somente a parte hidrodinâmica foi considerada pois verificou-se que a sonda de pressão P2 não registava a componente hidrostática adequadamente, provavelmente por estar ligeiramente danificada. Apesar disso, esta sonda parecia registar corretamente a componente hidrodinâmica.

Figura 5.20 – Modelo mA: segmento do registo feito pelas quatro sondas da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 8 (Hs=0.17 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.21 - Modelo mA: segmento do registo feito pelas quatro sondas da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 10 (Hs=0.125 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.23 - Modelo mB: segmento do registo feito pelas quatro sondas da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 10 (Hs=0.125 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.24 - Modelo mC: segmento do registo feito pelas quatro sondas da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 8 (Hs=0.17 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.25 - Modelo mC: segmento do registo feito pelas quatro sondas da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 10 (Hs=0.125 m, fp=0.346 Hz)

Os resultados apresentados vão de encontro ao que já foi referido na seção 3.1. De facto percebe-se que a zona do perfil que está sujeita a pressões e amplitudes de pressão maiores é a zona de rebentação, a zona onde se encontravam as sondas P1 e P2.

Verifica-se, no entanto, que a existência da estrutura nos modelos mB e mC provoca uma diminuição da pressão nesta zona e que há uma perda significativa da energia da rebentação. Verifica-se igualmente um atenuamento dos picos observados no estado de agitação 8, nas figuras 5.20, 5.22 e 5.24, particularmente no modelo mC.

Como seria de esperar, as zonas do perfil mais afastadas da linha de costa são as menos energéticas e possuem valores de pressão inferiores. No entanto, a presença da estrutura também provocou uma diminuição das pressões.

5.4.2.PRESSÕES INDUZIDAS PELAS ONDAS NA ZONA DA ESTRUTURA SUBMERSA DESTACADA

Nesta análise foram isolados os resultados das sondas P2 e P3, por serem as sondas que se encontravam mais próximas da estrutura submersa, excluindo-se assim os registos das restantes.

As figuras 5.26 a 5.31 apresentam, de forma mais clara, o constatado no parágrafo anterior: há uma diminuição da energia que chega à zona da estrutura e os picos de energia são atenuados.

Figura 5.26 - Modelo mA: segmento do registo feito pelas sondas P2 e P3 da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 8 (Hs=0.17 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.27 - Modelo mA: segmento do registo feito pelas sondas P2 e P3 da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 10 (Hs=0.125 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.28 - Modelo mB: segmento do registo feito pelas sondas P2 e P3 da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 8 (Hs=0.17 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.29 - Modelo mB: segmento do registo feito pelas sondas P2 e P3 da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 10 (Hs=0.125 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.30 - Modelo mC: segmento do registo feito pelas sondas P2 e P3 da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 8 (Hs=0.17 m, fp=0.346 Hz)

Figura 5.31 - Modelo mC: segmento do registo feito pelas sondas P2 e P3 da evolução da pressão ao longo do perfil, estado de agitação 10 (Hs=0.125 m, fp=0.346 Hz)

5.4.3.AVALIAÇÃO GLOBAL DA VARIAÇÃO DAS PRESSÕES INDUZIDAS PELA AGITAÇÃO

Esta secção tinha dois objetivos principais: (i) o estudo da propagação da agitação sobre o perfil de praia, nomeadamente o modo como as ondas incidentes reagem a perturbações morfológicas, e (ii) o estudo das pressões induzidas pela agitação ao longo do perfil e sobre a estrutura submersa.

A análise das pressões induzidas pela agitação foi reduzida à sua evolução temporal, quer ao longo do perfil de praia quer junto da estrutura, com o objetivo de avaliar a capacidade do sistema praia-estrutura de dissipar a energia proveniente da agitação incidente. Seria igualmente útil a comparação da evolução da elevação da superfície livre com a pressão induzida pela agitação mas, tendo em conta o número de instrumentos de medição e o modo como se processaram os ensaios, não foi possível fazer estes dois registos em fase.

No entanto, a análise dos registos de pressão permitiu concluir que os modelos mB e mC eram eficazes na redução da energia incidente, quer na zona mais problemática, junto à estrutura e à linha de costa, como também na zona mais profunda do perfil da praia, nomeadamente o modelo mC.