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5. CONCLUSÕES

4.2. Variações diurnas no potencial hídrico

O potencial hídrico do anoitecer (17h30-17h50) foi significativamente maior (Tukey- HSD, p≤0,05) que o da antemanhã em M. ophthalmocentra em 12 de outubro de 2011 (Figura 3. 5a) e em P. pyramidalis em 09 de fevereiro de 2012 (Figura 3. 5b), o que fez rejeitar a primeira hipótese desse estudo, que postulou que o Ψwd seria sempre maior na antemanhã. Essa observação contraria o cotidiano de várias espécies florestais (Zweifel et al., 2007; Markesteijn et al., 2010; González-Rodríguez et al., 2004). Entretanto, esse comportamento aparentemente anormal também foi observado em três espécies arbóreas sempre-verdes e uma decídua em floresta tropical seca no México (González-Rodríguez et al., 2011), tendo os autores apontado como o possível fato para tal acontecimento, o movimento de soluto no momento da amostragem, sendo no sentido da folha para o lenho como forma de reduzir as perdas de água e nutrientes antes da abscisão foliar em seca severa.

Por essa rara tendência ter ocorrido no momento de estiagem de chuvas e de déficit hídrico no solo, outro possível fato é que o Ψwd das plantas no momento antemanhã não tenha atingido o equilíbrio com o Ψw do solo, isto parece ser comum (Ourcival & Berger,

1995; Donovan et al., 1999; Donovan et al., 2001) mesmo em condições de água facilmente disponível no solo (Donovan et al., 2001) e principalmente em árvores madeireiras de ambiente semiárido, onde a transpiração noturna já foi considerada a principal responsável pelo desequilíbrio do Ψw do solo/planta (Ourcival & Berger, 1995; Donovan et al., 1999; Donovan et al., 2003). Entretanto, se esse fato da transpiração noturna causar menor Ψw na planta no momento da antemanhã (Donovan et al., 2003) for extrapolado para a M. ophthalmocentra e a P. pyramidalis, as mesmas apresentavam folhas nos dias da observação do Ψwd maior no anoitecer do que na antemanhã. A presença de folhas reforça a possibilidade da ocorrência da transpiração noturna.

Menores potenciais na antemanhã e ao meio-dia que (11-14h) (Figuras 3. 4a-f) foram observadas por diversos estudos no semiárido em período secos, com amplitudes de 10 a 100% em espécie da caatinga (Dombroski et al., 2011) e de até 300% em floresta tropical seca na Bolívia (Markesteijn et al., 2010) e no México (Borchert et al., 2002). Por outro lado, no período chuvoso, a variação do Ψwd dentro da mesma espécie parece ser menor (Markesteijn et al., 2010), e nesta época que as árvores do semiárido estão no auge da cobertura foliar e a maioria das espécies, incluindo C. blanchetianus, P. pyramidalis e M. ophthalmocentra, estão florando. Comumente, essas duas fenofases, vegetativa e reprodutiva, requerem maior demanda de água (Larcher, 2004; Lima et al., 2012), o que provoca maior estresse hídrico pela transpiração das plantas.

A ausência de folhas e flores, como na amostragem de outubro de 2011 em C. blanchetianus e P. pyramidalis (Figuras 3. 3b-c), não evitou que as plantas sofressem alterações significativas (Tukey-HSD, p≤0,05) do Ψwd (Figura 3. 4d), o que rejeita a hipótese 2 do segundo estudo, que as árvores sem folhas não apresentariam variações significativas do Ψw ao longo do dia. Tendo em vista que o principal responsável pelas oscilações diurnas do Ψw são as trocas gasosas pela epiderme foliar (Messinger et al., 2006), o fato desses indivíduos estarem sem folhas e sem brotos e a ausência de lenticelas nessas espécies, logo sem transpiração pela periderme, caracteriza um comportamento atípico entre as descritas em estudos sobre fisiologia e morfologia de C. blanchetianus (Silva, 2006; Silva, 2012) e de P. pyramidalis (Mansur & Barbosa, 2000; Silva et al., 2009; Silva, 2012). Sugere-se, a princípio, por se tratar de um estudo pioneiro de avaliação diurna do Ψw de C. blanchetianus e de P. pyramidalis, que novas pesquisas sejam realizadas em outros sítios com condições semelhantes de estresse hídrico do solo e da planta. Persistindo a observação, sugere-se que as pesquisas sejam direcionadas à fisiologia da periderme do caule.

As diferenças de Ψwd detectadas entre espécies arbustivas (Figuras 3. 4a-f) podem ser explicadas pelas diferenças fisiológicas entre eles, haja vista que as condições ambientais foram as mesmas. Apesar de algumas características fisiológicas e morfológicas serem semelhantes entre P. pyramidalis (Silva et al., 2009) e M. ophthalmocentra (Silva et al., 2011) e divergentes das de C. blanchetianus (Silva, 2006), outras propriedades como a resistência hidráulica da raiz e do caule (Querejeta et al., 2007; Rosenthal et al., 2010), a condutância estomática (Souza et al., 2010; Dombroski et al., 2011) e as características morfológicas de folhas e estômatos (Costa et al., 2011; Silva, 2012) precisam ser estudadas e confrontadas entre espécies.

Sobre as condições meteorológicas, a alta temperatura do ar e PAR, e a baixa umidade do ar e DPV favoreceram a diminuição do Ψwd total das espécies estudadas (Figuras 3. 4m- r), confirmando a terceira hipótese desse estudo. O alto déficit de saturação do ar acarreta em maior demanda hídrica para a planta, o que faz diminuir o Ψwd do xilema (González- Rodríguez et al., 2011). Da mesma forma, acontece com a alta incidência de radiação que provoca aumento da evapotranspiração (Reichardt & Timm, 2012), entretanto, o aumento da PAR nem sempre se reflete em menor Ψw de espécies de florestas secas tropicais (Silva et al., 2003).

5. CONCLUSÕES

O potencial hídrico total das espécies estudadas demonstrou ser facilmente influenciado pelo estádio fenológico, sobretudo a presença ou ausência de folhas, e pela condição hídrica do solo. Temperatura e umidade relativa do ar e a radiação fotossinteticamente ativa também influenciaram as leituras do Ψw. Entretanto, nas mesmas condições fenológicas, hídricas do solo e meteorológicas, as espécies apresentaram, em alguns momentos, comportamentos distintos do Ψw. Tais diferenças de potenciais podem ser atribuídas ao tamanho da área foliar e a densidade da madeira, o que enfatiza a criação de grupos de espécies com características morfológicas similares.

No período de maior escassez hídrica do solo, sobretudo nos meses de março a maio de 2012, as espécies foram capazes de explorar fontes de umidade das camadas mais profundas do solo, a fim de manter os requisitos mínimos de água para satisfazer as condições fisiológicas e morfológicas, evidenciado pela retenção das folhas e os registros dos menores Ψw do meio dia durante os 17 meses de avaliação.

O potencial hídrico do xilema ao anoitecer maior que o da antemanhã e as mudanças de Ψw entre horários em plantas sem folhas e sem mecanismo de respiração pela periderme, o qual caracterizou um comportamento atípico entre os descritos em estudos sobre fisiologia e morfologia de C. blanchetianus e de P. pyramidalis, são fatos que melhor precisam ser estudados.

6. REFERÊNCIAS

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APÊNDICE I

Histórico das precipitações pluviométricas de 1941 a 2012 da Fazenda Experimental Pendência, EMEPA, Soledade, PB, Brasil.

Figura 1. Precipitação pluviométrica e número de chuvas anual entre 1941 e 2012 na Fazenda Pendência da Emepa, em Soledade, PB, Brasil.

Figura 2. Distribuição da frequência de chuvas acumuladas no ano entre 1941 e 2012 na Fazenda Pendência, Emepa, Soledade, PB, Brasil. Intervalos das classes de chuvas são fechados para o maior valor.

(1985); 1158 mm (1993); 91mm 0 20 40 60 80 100 0 200 400 600 800 1000 1200 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 N ú me ro d e c h u vas Pre ci p itaç ão an u al (mm) Ano Precipitação pluviométrica de 1941-2012 Média (420 mm) Acumulado no ano (mm) Nº chuvas no ano Nº chuvas ≥ 5mm 0 6 12 18 24 30 36 0 10 20 30 40 50 <200 200-400 400-600 600-800 >800 N ú m ero d e an o s

Chuvas acumuladas no ano (mm)

Fre q u ên cia (% )

Frequência das chuvas acumuludas no ano

frequência nº anos

Figura 3. Precipitação pluviométrica e o número médio mensal de chuvas entre 1941 e 2012 na Fazenda Pendência da Emepa, Soledade, PB, Brasil.

0 1 2 3 4 5 6 7 0 20 40 60 80 100

jan. fev. mar. abr. mai jun. jul. ago. set. out. nov. dez.

N ú me ro d e d ias Pre ci p itaç ão p lu vio mé tr ic a (mm) Mês

Precipitação média mensal (1941-2012)

Precipitação mensal Chuvas por mês Chuvas ≥ 5mm

APÊNDICE II

Cenchrus ciliaris L.

Conhecido mundialmente como capim-buffel é uma gramínea perene cespitosa, C4, nativo do sul da Ásia e África Oriental (Nawazish et al., 2006), utilizado como forrageira principalmente para caprinos, ovinos e bovinos (Moreira et al., 2007). Tem se destacado pela notável adaptação às condições semiáridas, associada à rápida germinação e estabelecimento, precocidade na produção de sementes e capacidade de entrar em dormência na época seca (Moreira et al., 2007), podendo se adaptar a longos períodos de estiagem e a baixos índices pluviométricos, menores que 100 mm anuais (Monção et al., 2011). É comumente encontrado em regiões semiáridas, como gramínea de nascimento espontâneo, no México (González- Rodríguez et al., 2010) e cultivada na Suazilândia (Tefera, et al., 2010), Índia (Shinde et al., 1998), Paquistão (Nawazish et al., 2006) e Austrália (Schmidt et al., 2010), podendo ser considerado um problema ambiental no sudoeste dos EUA pela facilidade de causar incêndio

(SABCC, 2012). No semiárido brasileiro o C. ciliaris tem sido utilizado em plantios solteiros

(Dantas Neto et al., 2000; Moreira et al., 2007) ou consorciado com a caatinga (Guimarães Filho & Soares, 1995).

Referências do Apêndice II

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APÊNDICE III

Estação meteorológica automática e tanque classe A, pluviômetros e interceptômetros manuais instados nas áreas experimentais.

Figura 1. Estação meteorológica, tanque classe A e pluviômetro artesanal na área experimental entre o pasto e a caatinga, Fazenda Pendência, Soledade, PB, Brasil.

Figura 2. Transição entre a área de pasto e de caatinga, Fazenda Pendência, Soledade, PB, Brasil.

Figura 3. Interceptômetro na área de pasto (Cenchrus ciliaris L.), Fazenda Pendência, Soledade, PB, Brasil.

Figura 4. Interceptômetros na área de caatinga, tipo funil a 1m acima da superfície do solo (a), tipo calha rente a superfície do solo (b) e tipo funil a 10-15 cm acima da superfície do solo (c), Fazenda Pendência, Soledade, PB, Brasil.

Figura 5. Pontos de monitoramento do armazenamento de água no solo, na área de pasto (a) e na área de caatinga (b), Fazenda Pendência, Soledade, PB, Brasil.

Figura 6. Determinação do potencial hídrico em área de caatinga, Fazenda Pendência, Soledade, PB, Brasil.

APÊNDICE IV

Ensaios de infiltração realizados pelo método de Beerkan.

Figura 1. Curvas de infiltração acumulada (mm) em função do tempo na superfície (0 cm) e em 5, 15, 25 e 35 cm do solo, em área de pasto (a) e de caatinga (b). Fazenda Pendência, Soledade, PB, Brasil.

Figura 2. Curva granulométrica do solo em áreas de pasto com Cencrhus ciliaris e de caatinga (média das caatingas raleada e densa) na superfície (0 cm) e nas camadas 5, 15, 25 e 35 cm, em Soledade, PB, Brasil. 71,30 0 20 40 60 80 100 120 0 2000 4000 6000 In filtra çã o ac u m u lad a (m m ) tempo (s) Pasto 0 20 40 60 80 100 120 0 2000 4000 6000 tempo (s) Caatinga Superfície 5 cm 15 cm 25 cm 35 cm 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,001 0,01 0,1 1 10 P o rc e n ta g e m a c u m u lad a

Diâmetro das partículas (mm)

Pasto 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0,001 0,01 0,1 1 10

Diâmetro das partículas (mm)

Caatinga superf. 5cm 15 cm 25 cm 35 cm a b

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