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9 INVESTIGAÇÃO ELETRÔNICA

9.3. Veículos Aéreos Não Tripulados – VANTs

Os veículos aéreos não tripulados (VANT) ou Veículo Aéreo Remotamente Pilotado (VARP), também chamados de UAV (do inglês Unmanned Aerial Vehicle) e mais conhecido popularmente como DRONE (zangão, em inglês), ou seja: todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses veículos são controlados remotamente (à distância), através de meios eletrônicos e computacionais, com a supervisão e governo de humanos e até mesmo sem a intervenção destes, uma vez que podem ser dirigidos por meio de Controladores Lógicos Programáveis (CLP), os quais ainda não estão sendo explorados com toda a intensidade que deveriam na área da segurança pública, mas é sabido que eles possuem um grande potencial para o exercício de algumas atividades nesta área tão importante para a nossa sociedade.

Figura 47 Foto de um Veículo Aéreo Não Tripulado sendo preparado para um vôo.

Fonte: <http://pilotopolicial.com.br/tag/vant/page/3/>

Os VANTs foram idealizados para emprego militar, e, segundo consta foi criado inspirado nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio controlados. Estas máquinas voadoras de última geração foram projetadas e construídas para utilização em missões muito perigosas para serem executadas por seres humanos, nas áreas de inteligência militar; em apoio a baterias de artilharia, para controle avançado de tiros; apoio aéreo a tropas de infantaria e cavalaria em campos de batalhas; controle de mísseis de cruzeiro; atividades de policiamento, como patrulhamento urbano, costeiro, ambiental e de fronteiras; atividades de busca e resgate, etc. Esses equipamentos, os “drones”, é há vários anos, um dos principais instrumentos aliados às estratégias militares dos Estados Unidos, onde vários Estados já possuem essa tecnologia de ponta.

Figura 48: Centro de Comando e Controle de VANs nos Estados Unidos.

Fonte: <http://www.pilotopolicial.com.br/tag/vant/page/3/>

Dentre as atividades que podem ser desenvolvidas pelos Veículos Aéreos Não Tripulados em auxílio aos órgãos encarregados da prestação de serviços de segurança pública, os organismos policias, onde pode-se citar aqueles encarregados do monitoramento de determinados locais, até mesmo de interior de prédios; de inteligência policial (criminal); fotografia; fotografia para análise criminal; elaboração de mapas do crime; geoprocessamento; identificação de criminosos em terra; telecomunicações; coleta de informações rotineiras e em locais de difícil acesso; apoio logístico em operações policiais; perseguições em zonas conflagradas e de difícil acesso, principalmente no interior do Estado; e no policiamento de fronteiras; policiamento noturno; no combate ao furto de gado (abigeato); no furto e/ou roubo de herbicidas; em operações noturnas; investigações de toda a ordem; apoio a segurança de dignitários; no combate ao narcotráfico, prostituição infantil, descaminho e contrabando; tráfico de armas; furto e roubo de cargas; busca e resgate; em atividades policiais em locais de eventos de qualquer natureza; áreas de desastres; vandalismo; monitoramento ambiental; trânsito; controle de furtos e/ou roubos de veículos; monitoramento e gerenciamento de crises; monitoramento de plantações clandestinas de maconha; no salvamento de pessoas no mar, por ocasião na Operação Estrela no Verão; no monitoramento de rios e lagos do nosso Estado; na Operação Fronteiras, que monitora nossas rodovias por ocasião da Operação Estrela no Verão; em proteção aos turistas que acessam o nosso Estado, dentre outras.

Figura 49: Foto de um VANT da Força Aérea Brasileira – FAB, em ação.

Fonte: site de notícias da Rede Globo (G1).

No Brasil, pelo que se sabe pelos meios de comunicações, é de que a Polícia Federal já possui este veículo e já o utilizou em operações junto às nossas fronteiras, principalmente na região do Estado do Paraná, visando a repressão qualificada de crimes que costumam ser praticados nessa região que faz fronteira com o Paraguai.

Segundo a agência de notícias da Rede Globo:

O G1 acompanhou nesta quinta-feira (23 de maio de 2013) uma operação na base da PF em São Miguel do Iguaçu, a 40 km de Foz do Iguaçu, de onde partiram dois drones da FAB e um da PF para vasculhar a fronteira. Com câmeras infravermelhas e sensores térmicos, os drones têm permitido o monitoramento de suspeitos de tráfico, fazendo com que policiais em terra abordem os carros e as embarcações após a visualização.

Para o delegado Rossetti, da Polícia Federal, em entrevista ao G1:

A ideia é que o teste conjunto da PF e da FAB possa ser expandido de forma ininterrupta nas fronteiras, em especial no Norte do país, afirma o delegado Rossetti. A ação integrada permite que “alvos”, como a polícia denomina quadrilhas sob investigação, possam ser monitorados diuturnamente. Isso porque se o drone da PF precisar voltar para base para reabastecer, o da FAB pode “rendê-lo” e continuar seguindo os suspeitos.

[...]

Estamos unindo forças e compartilhando conhecimento. A PF tem um know-how de agir como polícia e usamos os vants neste sentido, como arma de inteligência. O uso de vants ainda é novo para todos nós

Já para o Coronel da Força Aérea Brasileira, Donald Gramkow, comandante do Esquadrão Hórus:

A “tropa da FAB que voa com drones no Brasil, destaca a união das instituições. ” Os vants têm finalidades diferentes e nós também possuímos conhecimentos e empregos diferentes. Somos militares de uma força armada, formados para a guerra. Eles são policiais, possuem uma formação de inteligência. Como estamos atuando há mais tempo, nossos pilotos, que são pilotos de caça e outros aviões também, já

adquiriram uma técnica que pode ser compartilhada sobre como atuar com segurança.

[...]

Com o vant, a gente pode ver os suspeitos, acompanhar os criminosos, descobrir coisas sem que eles, em terra, nos vejam.

O coordenador do projeto VANT da Polícia Federal, Álvaro Marques, salienta que:

A ideia do trabalho conjunto é para gerar padrões de atuação. Eles são militares, têm uma visão diferente. Nós temos uma visão policial. Eu tenho quatro pilotos formados para o vant, todos os pilotos comerciais também. Os três pilotos deles que estão aqui são pilotos de caça. Aqui é a oportunidade para nossos pilotos conversarem, trocarem experiências que podem gerar um padrão de atuação para o futuro, para os grandes eventos.

Álvaro Marques acrescenta, ainda:

A primeira coisa que queríamos descobrir era se, voando junto, um não interferia no outro. Os vants possuem radares e antenas para que possam transmitir as imagens, em tempo real, para nossa base de controle em solo. Com o vant da FAB e os nossos policiais próximos no ar, constatamos que não havia problemas, que a integração era perfeita.

O Coronel Marques acrescenta:

Outro teste que fizemos era para o caso de perda do link (chamado pela FAB de “enlace”), que permite que no piloto em terra veja e controle o vant. Se, por acaso, os três vants voando (os dois da FAB e um da PF) perdessem o contato com o solo ao mesmo tempo, o que podia acontecer? Como faríamos para eles voarem em segurança e pousarem sem cair ou se chocar no ar? Combinamos que cada um voltaria para a pista por um lado de uma cabeceira. E deu tudo certo

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