4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
4.6 VEGETAÇÃO
A composição fitogeográfica original que se estendia pela porção setentrional do
Primeiro Planalto era a de Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária) Montana com
núcleos de campos (Klein, 1992). Maack (1968,p.233) afirma que
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INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ – IAP, 2000 . Plano de Manejo do Parque Estadual de
Campinhos. Curitiba:IAP.
A mata pluvial-tropical-subtropical do litoral e da serra do Mar penetra profundamente no
setor setentrional do primeiro planalto, acompanhando os vales do rio Ribeira de Iguape e
seus afluentes Capivari, Pardo, Açungui e Ribeirinha. A mata tropical é limitada pelas
araucárias aproximadamente em 500 m s.n.m.
Na Região Serrana do Açungui, as menores altitudes, como nas áreas situadas às margens
do rio Ribeira, em Adrianópolis, se compunham de uma vegetação com maior incidência de
espécies da Floresta Atlântica, enquanto que nas altitudes maiores, como é a situação do PEC, as
características fitogeográficas predominantes se enquadravam no cenário da Floresta com
Araucárias. De modo que o parque localiza-se em área de transição entre a Floresta Ombrófila
Densa (Floresta Atlântica), mais concentrada no litoral e na Serra do Mar, e a Floresta Ombrófila
Mista (Floresta com Araucária), entremeada de faixas de campos, que caracterizava os planaltos
do interior do estado.
Segundo Klein (1962), a região situada ao norte de Curitiba, composta pelos municípios
de Bocaiúva do Sul, Rio Branco do Sul, Almirante Tamandaré e Colombo, originalmente deveria
estar coberta por “soberbas florestas pinatifoliadas, cuja cobertura arbórea superior, era formada
pelas tão características copas do pinheiro Araucaria angustifolia”. Abaixo da cobertura
dominante dos pinheiros, se desenvolvia um denso sub-bosque composto por imbuia Ocotea
porosa, sassafrás Ocotea pretiosa, canela Ocotea catharinensis, erva-mate Ilex paraguariensis,
sapopema Sloanea lasiocoma, tapiá Alchornea triplinervia e A. sidifolia, bracatinga Mimosa
scabrella, entre outras lauráceas diversas.
Denunciando a destruição da mata nativa, Klein (1962), alerta que o aspecto
fitofisionômico da região na década de 60 era resultante de uma intensa e descontrolada
intervenção humana, devido à exploração de madeiras de lei, de lenha ou pela conversão das
terras para fins agropecuários. Assim, conclui o autor, que “o aspecto fisionômico da área
estudada já na referida época era quase totalmente artificial, em conseqüência do completo
desaparecimento da vegetação original em grandes extensões.”
Dentro da área que atualmente compreende o PEC a cobertura florestal por essa época já
revelava evidentes sinais de degradação, por conta das frentes de lavra que exploravam o
calcário e da retirada de lenha, destinada aos fornos de produção da cal, assim como as vias de
acesso abertas para tanto.
Conforme o diagnóstico do Plano de Manejo vigente na Unidade de Conservação,
predominam atualmente na região de entorno do PEC, grandes extensões de reflorestamentos de
nos fundos de vale e em áreas com encostas mais íngremes e topos de morro podem-se observar
fragmentos florestais, em diferentes estágios sucessionais.
14A distribuição destas pode ser visualizada na figura 6.
O primeiro, mais denso, possui 12-16 m de altura, enquanto o segundo estrato apresenta
árvores cujas alturas alcançam entre 8 e 11 m.
4.6.3 Estágio médio de sucessão secundária ou capoeira
De acordo com o levantamento realizado pelo GEEP-Açungui (2003), as capoeiras
recobrem 18,4 % da área total (61,3 ha) do parque e são caracterizadas por árvores de rápido
crescimento, heliófilas, equiâneas e vida relativamente curta. Trata-se de um estágio posterior à
capoeirinha onde as árvores atingem alturas médias de 8 a 13 m, formando um único estrato bem
definido.
Em capoeiras jovens ainda estão presentes elementos pertencentes ao estágio anterior
(capoeirinha). Nas capoeiras mais antigas, são visíveis um dossel, um estrato arbóreo dominado
e um sub-bosque com alturas médias de 14 m, 8-10 m e 2-4 m, respectivamente.
4.6.4 Estágio inicial de sucessão secundária (capoeirinha)
Os estágios iniciais de sucessão secundária, denominados popularmente de capoeirinhas,
estão presentes no PEC em locais abandonados há pouco tempo após o uso do solo,
representando 32,6 % e constituem uma comunidade com uma sinúsia predominante arbustiva.
Estende-se sobre toda a área do antigo plantio de Pinus sp. (Pinaceae) e na porção sul da nova
área anexada à unidade. A altura média dos arbustos e arvoretas é de 2,5 m enquanto árvores
pouco mais velhas sobressaem atualmente com alturas entre 5 e 8 m, as quais já estavam
presentes no interior do plantio de Pinus sp. e foram poupadas durante a extração
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3
6
Figura 6 – Estágios sucessionais da Floresta Ombrófila Mista Montana (Floresta com Araucária) identificados no PEC.
Fonte: GEEP - AÇUNGUI, 2003.
691000 692000 693000 7229000 7230000 Ressurgência Trilha Casa Pesquisador Casa Adm. Viveiro Banhado Sumidouro Gr. dos Jesuítas Gr. da Fada Dolina Buraco da Jaguatiica
e qu id is tâ nci a das cur vas d e n íve l: 10 metro s o rig em d a qui lo met ra gem: Equa d or e Me r idi ano 51 º W. Gr., acr escidas a s co nstantes 10 .0 00km e 50 0km, re spectiva met e
datu m ve rtica l: mar éag ra fo de Torr es, RS datu m h o rizon tal: Pila r Astr on ômico d e Ponta Gro ssa - PR
Pro je ção U n iver sa l Tra ve r sa de Me rcato r fo nte s: car ta DSG, 1 968 Folha SG-2 2- K-II- 2 - esca la 1:50. 000 ( ada ptad o) ITC , f otos aé re as nº 51 .259 a 51 .26 1, escal a 1: 25.00 0, 1 98 0 ( ada p ta do)
N.G. N.M. 16º 48'W DECLINAÇÃO MAGNÉTICA 2003 TOPOGRÁFICAS Escala Gráfica 0 50 100 200 300 400 500 m - Estágio Inicial - Estágio Médio - Estágio Avaçado - Reflorestamento de Araucária - Uso Antrópico
FLORESTA OMBRÓFILA MISTA - Estrada Principal (BR-476) - Estradas Secundárias - Caminhos e/ou Acessos - Drenagem
- Lago e/ou Açude
- Curva Mestra (equidistância 50 m) - Divisa Municipal