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4 RESULTADOS

4.3 Verificação da patogenicidade do isolados

De acordo com os resultados da análise filogenética de sequencias de

TEF, foram selecionados 16 isolados de F. solani f.sp. piperis, que formaram

um grupo monofilético junto ao isolado NRRL22570 utilizado no trabalho de O’Donnell (2000). Também foram selecionados quatro isolados homotálicos de

F. solani oriundos de P. nigrum e seis isolados heterotálicos também oriundos

de P. nigrum, que ficaram espalhados pelo clado 3, além de cinco isolados provenientes de outras culturas. Todos esses isolados foram testados pelo método de disco de micélio com ferimento no caule, sob as mesmas condições de temperatura, luminosidade e irrigação (TABELA 3). Para verificação da patogenicidade foram utilizadas 140 plantas sendo que 76 foram inoculadas com

F. solani f.sp. piperis obtendo um total de 89% de plantas com sintoma de

fusariose. No local da inoculação foi evidenciada uma lesão escura que, com o progresso da doença, se estendeu para cima e para baixo do ramo principal, causando o secamento (FIGURA 7 e 8). As 64 plantas inoculadas com outros isolados não desenvolveram sintomas. Nenhuma das plantas testemunhas apresentou sintomas. Os isolados patogênicos recuperados das plantas apresentaram culturas típicas dos isolados inoculados, completando os postulados de Koch.

No teste de especificidade de hospedeiro foi utilizado o método de infestação do substrato com sementes de sorgo inoculadas. Os dois isolados patogênicos a P. nigrum (CML 2201 e CML 2220) do experimento anterior, não induziram sintomas de fusariose em plantas de melão, ervilha, maracujá e soja. Entretanto, o isolado CML 860 foi patogênico a Glycine max e o isolado CML 2173 patogênico a Passiflora edulis (TABELA 3; FIGURA 9).

Tabela 3 Isolados utilizados no teste de patogenicidade

Códigoa

Espécie Origem

geográfica Substrato Notas

g

Patogênico

CML 2186b F. solani f.sp. piperis Valença, BA Piper nigrum 6,00 Sim CML 2187b F. solani f.sp. piperis Valença, BA Piper nigrum 6,75 Sim CML 2353 F. solani f.sp. piperis Castanhal, PA Piper nigrum 9,00 Sim CML 2364 F. solani f.sp. piperis Baião, PA Piper nigrum 6,75 Sim CML 2351 F. solani f.sp. piperis Tomé-Açú, PA Piper nigrum 1,25 Não CML 2357b F. solani f.sp. piperis Castanhal, PA Piper nigrum 7,25 Sim CML 2189b F. solani f.sp. piperis Valença, BA Piper nigrum 1,00 Não CML 2190b F. solani f.sp. piperis Valença, BA Piper nigrum 6,25 Sim CML 2201 F. solani f.sp. piperis Ituberá, BA Piper nigrum 4,00 Sim CML 2205 F. solani f.sp. piperis Ituberá, BA Piper nigrum 9,00 Sim CML 2209 F. solani f.sp. piperis Taperoá, BA Piper nigrum 8,25 Sim CML 2220 F. solani f.sp. piperis Porto Grande, AP Piper nigrum 4,25 Sim CML 2210 F. solani f.sp. piperis Taperoá, BA Piper nigrum 7,75 Sim NRRL22570 F. solani f.sp. piperis - Piper nigrum 7,25 Sim CML 2464 F. solani f.sp. piperis Linhares, ES Piper nigrum 8,50 Sim CML 2466 F. solani f.sp. piperis Jaguaré, ES Piper nigrum 9,00 Sim CML 2465 F. solani f.sp. piperis Jaguaré, ES Piper nigrum 8,00 Sim CML 2467 F. solani Jaguaré, ES Piper nigrum 1,00 Não CML 2468 F. solani Linhares, ES Piper nigrum 1,00 Não CML 2198d F. solani Ituberá, BA Piper nigrum 1,00 Não CML 2195d F. solani Ituberá, BA Piper nigrum 1,00 Não CML 2349bd F. solani Castanhal, PA Piper nigrum 1,00 Não CML 2199d F. solani Ituberá, BA Piper nigrum 1,00 Não CML 2203d F. solani Ituberá, BA Piper nigrum 1,00 Não CML 46d F. striatum Santa Rita de

Caldas, MG

Solanum

tuberosum 1,00 Não

CML 2206 F. solani Valença, BA Piper nigrum 1,00 Não CML 2219 F. solani Taperoá, BA Piper nigrum 1,00 Não CML 2222 F. solani Porto

Grande, AP Piper nigrum 1,00 Não CML 2282 F. solani São Mateus, ES Piper nigrum 1,00 Não CML 2223 F. solani Porto Grande, AP Piper nigrum 1,00 Não CML 2173f F. solani Sebastião

Laranjeira, BA

Passiflora

edulis 1,00 Não

CML 2355b F. solani Tomé-Açú, PA Piper nigrum 2,50 Não CML 860e Fusarium sp. Distrito Federal Glycine max 1,00 Não

“Tabela 3, conclusão”

Códigoa Espécie Origem

geográfica Substrato Notas

g Patogênico

CML 2463 F. solani Belém, PA Piper

arboreum 1,00 Não

CML 2462 F. solani Belém, PA Piper

tuberculatum 1,00 Não

Nota: a CML = Coleção Micológica de Lavras, Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brasil; b Ascósporo do substrato natural; c Isolado depositado no Genbank (ALBUQUERQUE; FERRAZ, 1976); d Homotálicos; e Isolado que induz PVR em Glycine max; f Isolado patogênico Passiflora edulis; g Nível de patogenicidade do isolado (Escala de notas José Aires Ventura, 2010, não publicado).

Figura 7 Fases da sintomatologia da fusariose

Nota: Teste de patogenicidade com isolado CML 2190 em casa de vegetação (A-F): (A) Testemunha; (B) Início da necrose; (C) Expansão do apodrecimento da base do caule; (D) Amarelecimento e apodrecimento do entrenó do caule; (E) Rompimento do entrenó; (F) Morte da planta.

Figura 8 Níveis de agressividade dos isolados, de acordo com a escala de notas (Tab. 1, p. 27) Nota: Teste Tukey 5% de probabilidade.

Figura 9 Testes de patogenicidade com plantas de ervilha, melão, soja e maracujá

Nota: A-E: Inoculação em planta de ervilha; F-J: Inoculação em planta de melão; K-O: Inoculação em planta de soja; P-T: Inoculação em planta de maracujá; (A; F; K; P): Testemunhas; (B; G; L ; Q): CML 2201; (C; H; M; R): CML 2220; (D; I; N; S): CML 2173;( E; J; O; T): CML 860.

4.4 Teste de homotalismo

Dos 104 isolados obtidos de P. nigrum, dez foram homotálicos (TABELA 2). Quatro destes isolados homotálicos foram provenientes de plantas com peritécios em campo, agruparam com Haematonectria ipomoeae (NRRL 22147) e não foram patogênicos. Em ambos os protocolos utilizados, no meio CA a incubação de 22-23 ºC e nos meios SNA e MC e temperatura de 20 ºC, uma semana após a inocubação, ocorreu a formação de peritécios, que exsudaram ascósporos após duas semanas.

4.5 Determinação de mating type e indução da fase sexuada

Os 94 isolados heterotálicos tiveram seus mating types determinados. Destes, 46 isolados pertencem ao idiomorfo MAT-1 sendo que 14 foram de F.

solani f.sp. piperis. Outros 46 isolados pertencem ao idiomorfo MAT-2, sendo

que 9 foram de F. solani f.sp. piperis. Um isolado foi obtido de P. arboreum e um de P. tuberculatum.

A partir dos mating types determinados foram realizados alguns cruzamentos apenas entre isolados de F. solani f.sp. piperis que permitiram a seleção de isolados com alta fertilidade para serem utilizados como testadores CML 2187 (MAT-1) e CML 2186 (MAT-2). Os demais isolados foram então cruzados com os testadores. Dos 1034 cruzamentos realizados entre isolados de

mating types opostos, foi obtido um total de 35 cruzamentos férteis (TABELA

4). Os cruzamentos entre F. solani f.sp. piperis e as Mating Populations descritas por Matuo e Snyder (1973), bem como com os isolados CML 860 (MAT-2) e CML 1833 (MAT-1) que causa PVR em Glycine max no Brasil, não produziram peritécios.

Tabela 4 Isolados que geraram cruzamentos férteis

(MAT1)a (MAT2)b (MAT2)c (MAT1)d

CML 2187 X CML 2186 g CML 2186 X CML 2187 g X CML 2190 g X CML 2188 g X CML 2191 g X CML 2189 g X CML 2351 X CML 2201 X CML 2468 X CML 2209 X CML 2466 X CML 2220 X CML 2464 X CML 2365 X CML 2465 X CML 2364 X CML 2488 X CML 2353 CML 2188 X CML 2186g X CML 2357 X CML 2190 g X CML 2210 X CML 2191 g X CML 2205 CML 2189 X CML 2186 g CML 2190 X CML 2187 g X CML 2190 g X CML 2188 g X CML 2191 g X CML 2189 g CML 2364 X CML 2186 CML 2191 X CML 2187 g CML 2365 X CML 2186 X CML 2188 g X CML 2189 g a

(MAT1) indica os isolados do mating type MAT1 férteis como parental feminino

b

(MAT2) indica os isolados do mating type MAT2 férteis como parental masculino

c

(MAT2) indica os isolados do mating type MAT2 férteis como parental feminino

d

(MAT1) indica os isolados do mating type MAT1 férteis como parental masculino

e Testador MAT1

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