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Versão SSW – Expressões Espondaicas – Machado (1993)

2.2. O teste SSW – Palavras Espondaicas Sobrepostas

2.2.7. Versão SSW – Expressões Espondaicas – Machado (1993)

Machado, em 1988, em sua dissertação de mestrado elaborou uma lista de espondaicas a partir de observações do uso de expressões coloquiais que ocorriam para iniciar, manter ou finalizar um diálogo.

Como é muito rara a existência de espondeus na língua portuguesa, a autora, elaborou essa lista de expressões, a partir da linguagem dos falantes e que se refere a um material linguístico fácil. Estas palavras têm como características semânticas a dupla informação e acusticamente serem duas sílabas longas, ao mesmo tempo em que representam as diversas formas de se expressar nas diferentes regiões geográficas e classes sociais do País.

Para esse estudo, a autora selecionou as 34 expressões coloquiais mais frequentes, que com a ajuda de um computador foram combinadas em todas as

suas possibilidades e, a partir daí, foram selecionadas as combinações possíveis, como pode ser visto no quadro 6.

Quadro 6: Exemplo das expressões corriqueiras usadas na lista de palavras espondaicas elaborada por Machado (1996)

DNC DC

JÁ VAI

´CE VIU

EC ENC

Para a determinação da eficiência deste material, foi realizado um estudo piloto, para a obtenção de curvas logoaudiométricas de sujeitos normais, com três tipos de sinais de fala: palavras monossilábicas, palavras dissílabas e expressões espondaicas. Os resultados mostraram que as palavras monossilábicas, por conterem menos informação e menor extensão, necessitam de maiores níveis de intensidade para serem reconhecidas, enquanto que os espondaicos, por terem dupla informação dada pelos dois monossílabos que os compõem, são reconhecidos em níveis menores de intensidade, ficando os dissílabos bastante próximos das expressões espondaicas.

Só em 1993, a autora elaborou sua adaptação do teste SSW em português brasileiro, utilizando sua lista de expressões espondaicas formulada em 1988. O teste também é composto por 40 itens, com escuta dicótica, com duas palavras espondaicas parcialmente sobrepostas, obedecendo o mesmo critério da versão original proposta por Katz em 1962.

Machado, em 1996, recomenda que o teste seja aplicado a 50 dBNS da média aritmética das frequências de 500, 1.000 e 2.000Hz. As instruções ao paciente estão gravadas no próprio CD, assim como o treino, para que o paciente compreenda a tarefa a ser realizada. As quatro sequências que formam o treino são apresentadas na condição de sobreposição, conforme será sua apresentação no transcorrer do teste. Vale lembrar que, tanto no treino como no teste propriamente dito, não há a presença de frase introdutória.

Assim como na versão de Borges (1986) alguns sinais gráficos também são utilizados para a marcação do desempenho do indivíduo, como: [●] acerto, [I I] erros, sendo que os erros são as omissões e as substituições.

A análise dos resultados desta versão do SSW é baseada no número de erros (análise quantitativa) e no padrão de erros (análise qualitativa), obtendo-se o grau de alteração, indicando o acometimento de áreas auditivas e o topo- diagnóstico.

Para Machado (1993), a análise dos resultados do teste foram transformados da seguinte forma:

- porcentagem de erros no teste (SSW-B);

- porcentagem de erros no teste, eliminando os efeitos chamados periféricos, isto é, do total bruto subtrai-se a porcentagem de erros do IRF, obtendo-se, assim o SSW-C;

- média de erros para cada ouvido (OD e OE);

- média de erros para cada condição (DNC – direita não competitiva, DC – direita competitiva, EC – esquerda competitiva e ENC – esquerda não competitiva).

A autora cita que, para se testar as hipóteses referentes à confiabilidade do teste, em que se previa resultados diferentes e dificuldades iguais para crianças normais e não normais. Foram utilizados, em uma segunda fase de análise, além do total final, dos totais de cada ouvido e de cada condição de apresentação, também foram realizados o efeito de ouvido, o efeito de ordem e as reversões, ou seja, os chamados vieses de respostas.

Machado, em 1993, afirma que a importância da análise dos resultados no SSW está no fato de que a função auditiva, quando não existem evidencias de lesão, pode se apresentar com sinais de imaturidade vistos na análise quantitativa dos totais (TO10C) ou como desvios, vistos na análise qualitativa das respostas (efeito de ouvido, ordem e reversão).

A análise interpretativa TOC refere-se ao Total, ao Ouvido e à Condição dos resultados do SSW-C e revela respectivamente o envolvimento central nos números positivos (leve, moderado ou severo) e periférico nos números negativos (supercorrigido).

A autora, na mesma publicação, afirma que as médias de erros no ouvido esquerdo são sempre maiores que no ouvido direito, em todas as faixas etárias, e que as diferenças entre as médias de erros dos ouvidos são mais acentuadas entre os 5 e 7 anos do que dos 7 aos 11 anos.

Recomenda que a interpretação desses vieses seja feita usando critérios de significante ou não significante.

 Efeito de ordem: indica se há dificuldade em dirigir a atenção para um dos ouvidos, pois sempre que o item começa em uma orelha e ocorre erro,

possivelmente será porque aquela orelha não mantém a atenção mediante as dificuldades que a apresentação dicótica proporciona ao sistema auditivo. Resultados significativos são quando a diferença for maior ou igual a 5.

 Efeito de orelha: indica a capacidade de memória imediata da função auditiva, já que se houver uma tendência erros um deles deve-se a uma provável falha na memorização. Sujeitos normais não erram mais no primeiro ou no segundo espondeu, o que sugere que crianças normais não apresentam dificuldades nesse aspecto. Resultados significativos são quando a diferença for maior ou igual a 5.

 Reversão: considera a memória imediata para sequências, vista na reprodução correta da ordem de apresentação, primeiro e segundo espondeu. O efeito de reversão será significativo sempre que for maior que 6.

 Padrão tipo A: refere-se a análise dos oito números cardinais (quadro1), quando em uma das colunas correspondentes à condição de apresentação competitiva e indica dificuldades de associação símbolo/som e é encontrado em crianças com dificuldades acentuadas de leitura e escrita.

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