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VIAS DE COMMUNICAÇÜO

No documento O Rio Grande do Norte: Ensaio Chrographico (páginas 55-59)

As vias de communicação do Rio Grande do Norte estão naturalmente indicadas pela configura­ ção do seu território : navegação marítima entre os diversos portos da costa, navegação terrestre partindo dos portos e seguindo os valles dos rios que descem do sertão.

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barcos a vela e a vapor ao longo da costa e nas cam- bôas das embocaduras dos rios «Curimataú», «Poten- gy», «Assú» e «Mossoró», ainda sem linhas regulares de navegação ; as estradas de ferro «Great Western», «Central do Rio Grande do Norte» e «Mossoró a Ale­ xandria», a «Estrada de Automóveis do Seridó e as costas de animaes.

As estradas carroçáveis, chamadas de «comboio», com um desenvolvimento de mais de dois mil kilo­ metros, algumas em condições de se prestarem ao trafego de automóveis, ligam uns aos outros os di­ versos municípios, estabelecendo uma rêde geral que se prende, por um lado, aos portos de Penha, Natal, Macau e Mossoró, por outro lado, á grande «estrada das boiadas (57) que liga, atravez o alto sertão, os Estados de Piauhy, Ceará, Parahyba e Rio Grande do Norte á cidade de Campina Grande, ponto termi­ nal de um ramal da Great Western, no Estado da Parahyba.

De Macahyba partem para o sertão duas grandes estradas carroçáveis : uma chamada, «estrada do fio»— porque vai acompanhando a linha telegraphica,—diri­ ge-se ao alto sertão atravez os municípios de Lages, Angicos e S. Anna do Matto, atravessando o rio Assú na povoação de S. Rafael. Na villa de Jardim de An­ gicos, encontra-se com a estrada que sobe rio Geará- mirim acima e, adeante da villa de Lages, bifurca-se em dois ramaes: um que passa pela villa de Angicos e a cidade de Assú, rumo de Mossoró, outro que se desprende á esquerda passando pelas villas de S. Anna do Mattos e Flores, a se entroncar com a “es­ trada das boiadas” no Caicó; outra, chamada “es­ trada do Seridó”, segue entre os valles do Potengy e Trahiry, entronca-se com as estradas que veem dos municípios de S. José de Mipibú, Canguaretama, S.

[571 A E s tr a d a d a s f a d a d a s " ex iste n te , desde os te m p o s c o lo n laes, d e s­ em p e n h o u u m x ra n d e p a p e l n a v id a eco n o m ica d o n o rd e ste b ra sile iro . Eol p o r e s ta e s tr a d a i/u e t r a n s ita r a m to d a s as expedições <]ue de P e rn a m b u c o e d a P a r a h y b a p ro c u ra ra m os a lto s se rtõ e s d esses E sta d o s ; foi e lla , p o r m u lto te m p o , o v e h lc u lo c o m m e rc la l p a r a a p ra ç a d o l í e ü f e , p o r o n d e tr a n s ita v a m as m e rc a d o ria s e as b o la d a s c o m p ra d a s no P ia u h y , re fe ltu s nos cam p o s d e rria c tlo d o C e a rá . P a r a h y b a e lilo G ra n d e do N o rte e e x p o r ta d a s p a r a os m e rc a d o s co n su m id o re s d a P a r a h y b a e P e rn a m b u c o . A v a lle -se , p o r a h l, o t r a n s ito uue. h a v ia e a in d a h a p o r e s ta e s tr a d a q u e , no lilo G ra n d e do N o rte p a ssa p e la s c id a d e s d e J a r d im d o S erid ó e C aicó, llsrando-se a o u tr a s e s t r a ­ d a s u u e a tra v e s s a m os m u n ic íp io s do a lto sert&o.

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Antonio e Nova Cruz, passa na cidade S. Cruz (58), transpõe por meio de dois ramaes parallelos a Serra do Doutor, passa na villa de Curraes Novos, (donde parte um ramal para a villa de Flores,) passa na ci­ dade do Acary (59) e vai se entroncar, na cidade do Caicó, com a “estrada de boiadas”.

De Mossoró parte, rio acima, uma grande estrada de comboios, talvez a mais transitada dos sertões do Estado, tendo quatro esgalhamentos principaes : um, que busca o baixo «Jaguaribe», no Estado do Ceará; outro, que sobe rio acima até as cabeceiras, servindo os municípios de Mossoró, Apody, PgrFAlegre, Pau dos Ferros, S. Miguel e Luiz Gomes; óutro, que serve os municípios de Martins e Patú, atravessando a ri­ beira do «Rio do Peixe», na Parahyba, onde se liga á grande «estradadas boiadas»; outro, finalmente, que, atravez os municípios de Caraúbas e Augusto Severo, busca a zona do Seridó.

O inicio da viação ferrea no Rio Grande do Norte, no antigo regimen, com a construção da Es­ trada de Ferro Natal a Nova Cruz, não obedeceu ao principio da penetração. Esta via ferrea só teve a van­ tagem ulterior de servir de ligação paraarêde geral da Great Western, atravessando o -sul do Estado, sem­ pre visinha á costa. Ultimamente, porém, compre- hendeu-se a necessidade de estradas de ferro de pe­ netração para o interior do Estado afim de chamar a produção para os portos do littoral. Neste sentido, está sendo construída a «E. F. Central do Rio Grande do Norte , estrada de grande desenvolvimento que, obedecendo ao plano geral da viação ferrea no Brasil, parte da cidade do Natal e, atravessando os sertões do Rio Grande do Norte e da Parahyba, vai se ligar com a rêde de viação cearense, trazendo para o porto de Natal grande parte da produção da zona sertaneja

ish. A 'H d a rle cie a C ru z 6 u m c e n tr o d e co u v e rire n c la d e v a r ia s e s tr a - . . . . n i l - .... iwmZ lrr.i.iln n d o -s e p a r a o Serulrf. P olensry, C a n sru a re ta m a . N o v a C ru z . S e r ra do S. lle n to , no Klo ( ira n d o do N o rte , A ru ru im , H a n a u e t- r a s , ^ ç | (]n iilf d o * A c à ry . s itu a d a lí sn h ld a rle v a r ie s lx w u elrõ es d o s co n ­ t r a f o r t e s d a Ilorlcorom a. 6 o „ o n to d e re u n id o d a s e s tr a d a s u u e v em d a zona d<» «l.rvjn»‘ di. r . r a h y l w » Ir a v r z ,,

n u n i ro e u <a» , l>«rvlha». l*iul«-oi n* «n»tradk d a s Iminuas». » e r * v l " n d i d e t r a i í d t ^ e m d o .n a in U d a c l d X d e C a m i.ln a O ra n d o , .». E s ta d a d a 1’a ra h y h a .

por onde passa. Esta estrada, porém, pelo seu traçado, e pelas condições physicas do terreno, não póde servir á extensa zona agrícola e pastoril comprehendida entre as bacias do «Potengy» e do «Trahiry», que tem seu escoadouro natural pelo porto de Macahyba.

Não se podendo construir uma estrada de ferro para servir esta zona, o governo do Estado incremen­ tou e deu concessão a uma empreza particular, a «Estrada de Automóveis do Seridó», que está constru­ indo, ja tendo cem kilometros em trafego, uma estrada para automóveis que, partindo de Macahyba, vai á cidade de S. Cruz, transpõe a serra do «Doutor» e alcança, em Curraes Novos, a «E. F. Central do Rio Grande do Norte.

A cE. F. Central do Rio Grande do Norte», che­ gando ao Caicó, serviria dahi em deante, até o Ceará, de simples linha de ligação com a rêde cearense, por­ que, devido ao grande percurso e á visinhança do porto de Mossoró. é bem possível, quasi certo mesmo, que o trafego do alto sertão da Parahyba e do Rio Grande do Norte continuasse a procurar aquelle porto, mesmo em costas deanimaes. Impunha-se, pois,a cons­ trução de um estrada de ferro partindo do porto de Areia Branca em direção ás ribeiras do Rio du Peixe e do Piancó. O governo do Estado não hesitou em dar a concessão para a construção dessa via de penetração, a maior do Rio Grande do Norte,porque é o primeiro trecho da grande Estrada de Ferro de Mossoró ao S. Francisco cuja construção todos consideram uma necessidade nacional.

A N N E X

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No documento O Rio Grande do Norte: Ensaio Chrographico (páginas 55-59)

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