As vias de communicação do Rio Grande do Norte estão naturalmente indicadas pela configura ção do seu território : navegação marítima entre os diversos portos da costa, navegação terrestre partindo dos portos e seguindo os valles dos rios que descem do sertão.
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barcos a vela e a vapor ao longo da costa e nas cam- bôas das embocaduras dos rios «Curimataú», «Poten- gy», «Assú» e «Mossoró», ainda sem linhas regulares de navegação ; as estradas de ferro «Great Western», «Central do Rio Grande do Norte» e «Mossoró a Ale xandria», a «Estrada de Automóveis do Seridó e as costas de animaes.
As estradas carroçáveis, chamadas de «comboio», com um desenvolvimento de mais de dois mil kilo metros, algumas em condições de se prestarem ao trafego de automóveis, ligam uns aos outros os di versos municípios, estabelecendo uma rêde geral que se prende, por um lado, aos portos de Penha, Natal, Macau e Mossoró, por outro lado, á grande «estrada das boiadas (57) que liga, atravez o alto sertão, os Estados de Piauhy, Ceará, Parahyba e Rio Grande do Norte á cidade de Campina Grande, ponto termi nal de um ramal da Great Western, no Estado da Parahyba.
De Macahyba partem para o sertão duas grandes estradas carroçáveis : uma chamada, «estrada do fio»— porque vai acompanhando a linha telegraphica,—diri ge-se ao alto sertão atravez os municípios de Lages, Angicos e S. Anna do Matto, atravessando o rio Assú na povoação de S. Rafael. Na villa de Jardim de An gicos, encontra-se com a estrada que sobe rio Geará- mirim acima e, adeante da villa de Lages, bifurca-se em dois ramaes: um que passa pela villa de Angicos e a cidade de Assú, rumo de Mossoró, outro que se desprende á esquerda passando pelas villas de S. Anna do Mattos e Flores, a se entroncar com a “es trada das boiadas” no Caicó; outra, chamada “es trada do Seridó”, segue entre os valles do Potengy e Trahiry, entronca-se com as estradas que veem dos municípios de S. José de Mipibú, Canguaretama, S.
[571 A E s tr a d a d a s f a d a d a s " ex iste n te , desde os te m p o s c o lo n laes, d e s em p e n h o u u m x ra n d e p a p e l n a v id a eco n o m ica d o n o rd e ste b ra sile iro . Eol p o r e s ta e s tr a d a i/u e t r a n s ita r a m to d a s as expedições <]ue de P e rn a m b u c o e d a P a r a h y b a p ro c u ra ra m os a lto s se rtõ e s d esses E sta d o s ; foi e lla , p o r m u lto te m p o , o v e h lc u lo c o m m e rc la l p a r a a p ra ç a d o l í e ü f e , p o r o n d e tr a n s ita v a m as m e rc a d o ria s e as b o la d a s c o m p ra d a s no P ia u h y , re fe ltu s nos cam p o s d e rria c tlo d o C e a rá . P a r a h y b a e lilo G ra n d e do N o rte e e x p o r ta d a s p a r a os m e rc a d o s co n su m id o re s d a P a r a h y b a e P e rn a m b u c o . A v a lle -se , p o r a h l, o t r a n s ito uue. h a v ia e a in d a h a p o r e s ta e s tr a d a q u e , no lilo G ra n d e do N o rte p a ssa p e la s c id a d e s d e J a r d im d o S erid ó e C aicó, llsrando-se a o u tr a s e s t r a d a s u u e a tra v e s s a m os m u n ic íp io s do a lto sert&o.
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Antonio e Nova Cruz, passa na cidade S. Cruz (58), transpõe por meio de dois ramaes parallelos a Serra do Doutor, passa na villa de Curraes Novos, (donde parte um ramal para a villa de Flores,) passa na ci dade do Acary (59) e vai se entroncar, na cidade do Caicó, com a “estrada de boiadas”.
De Mossoró parte, rio acima, uma grande estrada de comboios, talvez a mais transitada dos sertões do Estado, tendo quatro esgalhamentos principaes : um, que busca o baixo «Jaguaribe», no Estado do Ceará; outro, que sobe rio acima até as cabeceiras, servindo os municípios de Mossoró, Apody, PgrFAlegre, Pau dos Ferros, S. Miguel e Luiz Gomes; óutro, que serve os municípios de Martins e Patú, atravessando a ri beira do «Rio do Peixe», na Parahyba, onde se liga á grande «estradadas boiadas»; outro, finalmente, que, atravez os municípios de Caraúbas e Augusto Severo, busca a zona do Seridó.
O inicio da viação ferrea no Rio Grande do Norte, no antigo regimen, com a construção da Es trada de Ferro Natal a Nova Cruz, não obedeceu ao principio da penetração. Esta via ferrea só teve a van tagem ulterior de servir de ligação paraarêde geral da Great Western, atravessando o -sul do Estado, sem pre visinha á costa. Ultimamente, porém, compre- hendeu-se a necessidade de estradas de ferro de pe netração para o interior do Estado afim de chamar a produção para os portos do littoral. Neste sentido, está sendo construída a «E. F. Central do Rio Grande do Norte , estrada de grande desenvolvimento que, obedecendo ao plano geral da viação ferrea no Brasil, parte da cidade do Natal e, atravessando os sertões do Rio Grande do Norte e da Parahyba, vai se ligar com a rêde de viação cearense, trazendo para o porto de Natal grande parte da produção da zona sertaneja
ish. A 'H d a rle cie a C ru z 6 u m c e n tr o d e co u v e rire n c la d e v a r ia s e s tr a - . . . . n i l - .... iwmZ lrr.i.iln n d o -s e p a r a o Serulrf. P olensry, C a n sru a re ta m a . N o v a C ru z . S e r ra do S. lle n to , no Klo ( ira n d o do N o rte , A ru ru im , H a n a u e t- r a s , ^ ç | (]n iilf d o * A c à ry . s itu a d a lí sn h ld a rle v a r ie s lx w u elrõ es d o s co n t r a f o r t e s d a Ilorlcorom a. 6 o „ o n to d e re u n id o d a s e s tr a d a s u u e v em d a zona d<» «l.rvjn»‘ di. r . r a h y l w » Ir a v r z ,,
n u n i ro e u <a» , l>«rvlha». l*iul«-oi n* «n»tradk d a s Iminuas». » e r * v l " n d i d e t r a i í d t ^ e m d o .n a in U d a c l d X d e C a m i.ln a O ra n d o , .». E s ta d a d a 1’a ra h y h a .
por onde passa. Esta estrada, porém, pelo seu traçado, e pelas condições physicas do terreno, não póde servir á extensa zona agrícola e pastoril comprehendida entre as bacias do «Potengy» e do «Trahiry», que tem seu escoadouro natural pelo porto de Macahyba.
Não se podendo construir uma estrada de ferro para servir esta zona, o governo do Estado incremen tou e deu concessão a uma empreza particular, a «Estrada de Automóveis do Seridó», que está constru indo, ja tendo cem kilometros em trafego, uma estrada para automóveis que, partindo de Macahyba, vai á cidade de S. Cruz, transpõe a serra do «Doutor» e alcança, em Curraes Novos, a «E. F. Central do Rio Grande do Norte.
A cE. F. Central do Rio Grande do Norte», che gando ao Caicó, serviria dahi em deante, até o Ceará, de simples linha de ligação com a rêde cearense, por que, devido ao grande percurso e á visinhança do porto de Mossoró. é bem possível, quasi certo mesmo, que o trafego do alto sertão da Parahyba e do Rio Grande do Norte continuasse a procurar aquelle porto, mesmo em costas deanimaes. Impunha-se, pois,a cons trução de um estrada de ferro partindo do porto de Areia Branca em direção ás ribeiras do Rio du Peixe e do Piancó. O governo do Estado não hesitou em dar a concessão para a construção dessa via de penetração, a maior do Rio Grande do Norte,porque é o primeiro trecho da grande Estrada de Ferro de Mossoró ao S. Francisco cuja construção todos consideram uma necessidade nacional.