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Vibrações de Corpo Inteiro — Norma ISO 2.631/

AVALIAÇÃO DA ExPOSIÇÃO OCUPACIONAL A VIbRAÇõES

FIGURA 22 — ISO 5.349-I: 2001(E) — RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA

3.2 Vibrações de Corpo Inteiro — Norma ISO 2.631/

A norma ISO 2.631 trata da exposição humana à vibração de corpo inteiro. A seguir, apresentamos uma síntese de seus aspectos gerais. • faixa de freqüências considerada: de 1 Hz a 80 Hz

FIGURA 23 — EIxOS DE MEDIÇÃO

Tipos de limites:

• conforto reduzido

• proficiência reduzida por fadiga

• limite de exposição (limite de tolerância)

É adotado um sistema de coordenadas com centro no coração, triortogonal.

• Existem limites distintos, sendo um para o eixo z e outro para os eixos x e y.

• Os limites se referem ao ponto de entrada no corpo humano; as medições devem ser feitas o mais próximo possível de tal ponto ou área; havendo material resiliente entre a estrutura do banco e a pessoa, é permissível interpor suportes rígidos para o transdutor, como folhas metálicas finas adequadamente conformadas (hoje em dia utilizam-se acelerômetros especiais, de assento, não sendo necessário “fabricar” montagens como cita a norma).

• O parâmetro a ser medido é a aceleração, em m/s2, rms. O

equipamento de medição deve ser devidamente calibrado por meio de um calibrador apropriado.

• Podem ser feitas medições em faixas de terços de oitava ou medições ponderadas em freqüência.

• Os limites de tolerância definidos correspondem, aproximadamente, à metade do limiar de dor ou tolerância voluntária de pacientes saudáveis em pesquisas de laboratório (sexo masculino).

• A avaliação deve levar em conta períodos de amostragem maiores que um minuto.

• Ao se desejar um número único para a quantificação em um único eixo, recomenda-se utilizar o método ponderado. É o que se faz habitualmente. O equipamento deve possuir a curva correta de ponderação.

• Para componentes vetoriais da mesma ordem de grandeza, deve- se ponderar cada eixo para os níveis equivalentes na faixa de 4 Hz a 8 Hz, combinando-se como segue:

a = [(1,4 ax)2 + (1,4 ay)2 + (az)2 ] ½

Esse valor, que corresponde ao vetor soma, deve ser comparado aos limites definidos para o eixo z. Se a medição é ponderada, compara-se com os limites da faixa de 4 Hz a 8 Hz.

Na figura a seguir, ilustra-se o critério de limitação de exposições da norma, em função da aceleração medida e da freqüência da vibração.

FIGURA 24 — LIMITES DE ExPOSIÇÃO

Esclarecimentos relativos à Norma ISO 2.631

Para fins legais, usa-se como Limite de Tolerância, dentro dos conceitos

das NRs, o chamado Limite de Exposição da ISO 2.631.

O limite é representado por tempos máximos diários de exposição, em

função dos valores medidos de aceleração, em cada eixo de medição,

e da freqüência da vibração.

Atualmente, a prática de avaliação admite uma série de considerações abrangentes e otimizações, sendo que:

• utiliza-se medição ponderada em freqüência, já incluída no equipamento de medição, oferecendo número único, em m/s2 ou dB;

• utiliza-se medição de nível equivalente, longas, sempre maiores que um minuto;

• utiliza-se o vetor soma dos três eixos (SUM) sempre que estes possuírem valores da mesma ordem de grandeza. Todavia, o uso do valor soma pode ser feito sempre.

Com os dados obtidos dessa forma, entra-se no ábaco da norma, obtendo-se o tempo máximo permitido.

Com os tempos máximos permitidos, pode-se conhecer a severidade da exposição.

Esclarecimentos relativos à Norma ISO 2.631/1997 e seu relacionamento com a ISO 2.631/1985

Em 1997, a norma ISO 2.631 foi reformulada, e entre as principais alterações está a inexistência de limites de exposição fixados, sendo que a norma somente fornece um guia para a verificação da severidade das exposições. Como é normal nesses casos, cada país deverá adotar

seu limite de exposição, e, uma vez que a NR-15 — em seu Anexo 8 — se refere à ISO 2.631, este passa a ser agora um anexo qualitativo (sem limite de tolerância fixado). Nesses casos, passa a valer o critério do perito, o qual poderá ser o seguinte:

• Para o uso relacionado ao âmbito da NR-15, manter os limites quantitativos da ISO 2.631/85, pois a ISO 2.631 de 1997 menciona expressamente que os limites de exposição da edição de 1985

não deixam de proteger o exposto. Assim, tais limites poderiam

continuar a ser adotados, como critério do perito, para a finalidade de caracterização de exposição perante a NR-15

• Para o uso relacionado ao âmbito do PPRA — NR-9, isto é, finalidades preventivas, priorizações de medidas de controle etc., é normal seguir os TLVs® da ACGIH. Todavia, estes apresentam valores de

aceleração que correspondem à metade do limite de exposição da ISO 2.631/1985, pois consideram o critério de redução de proficiência por fadiga, e os tempos de exposição permitidos são substancialmente menores.

• Para equipamentos que já contenham as novas ponderações de freqüência da norma de 1997, esta poderia ser aplicada, sendo que o perito deveria estabelecer o limite baseado no critério da norma.

Observação metodológica

Este autor considera a recomendação de ambas as normas ISO (versão 1985 e 1997) de levar em conta o vetor soma quando os eixos possuírem a mesma ordem de grandeza. Embora a versão de 1985 se refira ao vetor soma nos casos de proficiência e fadiga, a versão de 1997 cita o uso do vetor soma para se estimar o risco à saúde (item 6.5, nota 2 e item 7.2.2, nota).

Consideramos importante dar atenção a este aspecto, especialmente porque os estudos nessa área estão evoluindo continuamente, e tendo- se em vista que:

• Movimentos nos três eixos, entre os discos intervertebrais, são muito provavelmente mais nocivos do que considerar-se apenas um deles (como se os outros esforços não existissem), especialmente pelo efeito de cisalhamento no plano x-y.

• Os limites de exposição devem proteger por toda uma vida laboral (pelo menos 35 anos), e, até que existam critérios interpretativos mais claros, as opções devem ser tomadas a favor da segurança do trabalhador. Deve-se ainda lembrar que a ausência de sintomas não pode ser indicativo da ausência de problemas de longo prazo.

Do exposto, o autor prefere ser conservador neste ponto, referindo-se ao vetor soma, como prevê a norma.

Nota: quando há um eixo muito predominante, o vetor soma praticamente coincide com o dado desse eixo.

É bom ressaltar, por fim, que as normas internacionais não são desenhadas para funcionarem diretamente como critérios legais dicotômicos, do tipo aceitável — inaceitável.

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