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CAPITULO 4 UM CONVITE À AVENTURA

4.2 VINTE MIL LÉGUAS SUBMARINAS (FRAGMENTO)

Eram 1866, quando o medo se instalou nos oceanos, pois navios de todo o mundo começaram a naufragar e a sofrer avarias misteriosas, causadas por uma coisa descrita como tendo um tamanho colossal, muito maior e mais forte que uma baleia. Governantes e homens das ciências desconheciam qualquer ser vivo que possuísse tais características, devido a essa razão várias teorias forma criadas e espalhadas pelos jornais da época, havia hipóteses de que a criatura fosse uma embarcação submersa ou uma antiga criatura mítica como o Kraken ou até mesmo a tão temida baleia branca23.

De todas as hipóteses discutidas a mais convincente era a existência de uma criatura marinha que ainda não havia sido catalogada. Em virtude disso é organizada, pelas autoridades, uma expedição a fim de livrar os oceanos da suposta criatura marinha. Assim sendo, a fragata Abraham Lincoln sobre o comando do capitão Farragut é enviada ao mar para essa honrosa missão. Ainda fazia parte da tripulação o canadense Ned Land, que é um exímio arpoador, o francês Pierre Aronnax, professor do museu de Paris e também um ictiólogo24 e

naturalista e por fim Conselho seu criado.

Em meio ao mar o capitão do navio oferece uma recompensa para o marujo que primeiro avistar o monstro, o que deixa a maior parte dos marinheiros atentos ao horizonte na expectativa de encontrar a feroz criatura. O Professor Aronnax que se juntou a expedição a

23 Referência aMoby Dick, um romance de Herman Melville, publicado em 1851, que narra a perseguição do

fanático capitão Ahab, em busca de vingança contra a baleia branca que devorara sua perna no passado. [NOTA DO AUTOR]

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pedido de sua embaixada e pela curiosidade de conhecer e catalogar um novo espécime tem interessantes debates com Land acerca do que seria a misteriosa criatura, este por sua vez não acreditar ser um animal, pois em suas vigem como caçador de baleia nunca encontrara ou avistara algo do gênero, no entanto o professor discute a possibilidade de estarem lidando com um narval e Ned Land mesmo questionando passa a aceitar a pressuposição do Professor Aronnax.

A fragata por sua vez navegara por meses a fio sem encontrar uma única pista do paradeiro de tal criatura e a tripulação começar por desanimar. Mas Ned Land no dia 05 de novembro de 1867, avista uma silhueta escura sob as águas na qual julga ser a tão caçada criatura, a tripulação entra em posição, a fim de abater a fera, mas ela avança sobre o navio o que faz com que o capitão desse a ordem de recuar. Passado esse momento, tem se início a uma perseguição da fragata contra o monstro marinho, no entanto a criatura era extremamente veloz e nem alcançando a velocidade máxima possível o navio não conseguia acompanhar a impetuosa presa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o início da nossa pesquisa vínhamos apontando as relações e articulações que a ficção cientifica traças com o homem desde os seus primórdios, quando ainda não se tinha uma definição e ate mesmo um termo claro para denominar esse gênero, relacionamos também como a obra prima de Shelley contribuiu para a formação da fc, passando por Verne e Wells que consolidaram e abriram espaço para a sci-fi como conhecemos hoje.

Ao final do exposto, e, tendo claro todas as discussões teóricas, assim como as definições aqui expostas, entendemos dessa forma que a leitura das obras de Jules Verne, não só as discriminadas aqui, mas as de todos os tipos, não terminam ao final do livro, a leitura permanece viva ficando internalizada no interior de quem lê, desse modo tomamos a essas leituras antes de tudo como um ato de prazer, dessa forma a leitura dos textos literários tem por finalidade, mais superficiais, emocionar, divertir, garantir a aquisição de um mundo imaginário gratuito, mas não fica apenas nisso, pois também possui um caráter humanizador da mesma forma como aponta Antonio Candido em “O direito à literatura” (1995), no qual ele afirma:

A literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob a pena de mutilar a personalidade, por que pelo fato de dar forma aos sentimentos e a visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e portanto nos humaniza. Negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade.

A partir das observações feitas, percebemos que a ficção cientifica de Verne pode sim propiciar um terreno favorável a leitura literária e a formação de novos leitores, que era o nosso principal objetivo, pois devido as características do gênero está aberto às inúmeras leituras, permitindo várias interpretações, isso proporciona não só o aprimoramento da leitura, como também, ao entendermos que o texto transforma o imaginário do leitor, assim como, permite a emersão no campo do simbólico, isso em conjunto com uma carga de elementos linguísticos, permite que a leitura que é uma ferramenta tão importante para os dias atuais (assim como foi no passado), seja realizada com maior nível de profundidade e criticidade, formando assim leitores mais competentes que fará a mudança na nossa sociedade atual.

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