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2 Fundamentação teórica

2.7 Visão Ideológica

A palavra ideologia apareceu no inicio do século XIX para designar uma "teoria geral das ideias". Foi Karl Marx quem começou a fazer uso político dela quando escreveu um livro em parceria com Friedrich Engels intitulado A ideologia alemã.

Santos (2011) explica que a partir de Marx a humanidade passou a acreditar na fortuna entre a consciência e o mundo material, entre o pensamento e as coisas produzidas socialmente, com isso atribuem autonomia à consciência e às ideias e, finalmente, julgam que as ideias não só explicam a realidade, mas produzem o real. Surge, então, a ideologia como crença na autonomia das ideias e na capacidade de as ideias criarem a realidade.

Para Casaqui (2014), o mundo do trabalho é transverso pelas alocuções da trama social, e, por sua centralidade no dia-a-dia dos sujeitos, bem como pelo papel que lhe é atribuído no espectro do sistema capitalista, é alvo de disputas simbólicas.

O conjunto de confiança e rumos adquire legitimidade à medida que o mundo é abrangido e glosado pelo arcabouço cognitivo dos elementos humanos. Esse conjunto de confiança e rumos serve, igualmente, de ferramenta de auto identificação permitindo aos indivíduos verem o mundo, a si próprios, aos semelhantes e aos diferentes, como ambicionam que outros vejam e analisem suas ações e escolhas à luz desse conjunto pré-definido de crenças e valores.

Partindo do pressuposto de que ideologia se caracteriza por crenças e ações, podemos assegurar que estas são motivadas pelos interesses do elemento humano em relação aos recursos sociais e económicos, tais como importância, consideração, distinção, prestígio e prosperidade. São, portanto, interesses materiais - mas também particulares - racionalizados politicamente para a contribuição do status individual.

Devemos ressaltar igualmente que a maior função da ideologia, também entendida como um conjunto de crenças e orientações é se perpetuar nos indivíduos e grupos, servindo como força dinâmica na vida individual e coletiva, proporcionando um sentimento de identidade e propósito, induzindo um resultante comprometimento à ação. Em suma, fazer marketing e branding eficazmente deve compreender essa dinâmica, uma vez que mudar comportamentos, opiniões, crenças e, portanto, ação/decisão de consumo é tudo que se almeja com essas disciplinas. (Domeneghetti, 2012)

A ideologia é, portanto, uma forma de racionalização criada pelo homem como recursos ou justificativa para a vida e aceitação em sociedade, organizando arquétipos de conduta para se ajustar e destacar-se nas distintas ocorrências sociais.

Para Marionis (2006), as mudanças de velhos por novos valores e o aperfeiçoamento das ideias do mundo em que se vive é o que se chama de progresso social. As mudanças na sociedade são sucessivas por meio de agentes, como, por exemplo, o avanço da tecnologia, que provoca uma influência mútua entre o pensamento humano e o meio ambiente mais intenso, pois os conceitos resultam em ações que podem ser corroboradas por meio de distintas atitudes, sendo as mais respeitáveis a busca científica e as pesquisas de mercado, conduta, atitudes, etc..., que darão maiores e melhores subsídios da particularidade do fato da mudança no meio social.

O estudo sociológico da realidade económica, mercadológica e, por conseguinte, das organizações e seus produtos, serviços, propostas, atitudes, juízos e valores, enfoca como as relações estão constituídas e como poderão evoluir uma vez abrangidas as crenças e valores do outro lado da equação, ou seja, o cidadão, o consumidor e o investidor.

Temos de aceitar que as pessoas deslocam entre várias lógicas de justificativas e atuação para cada um dos vários domínios da vida social: economia e mercado, família e do lar, da política e da cidadania etc., pois, a ideologia possui o indelével poder de moldar a maneira como as pessoas interpretam o que está ocorrendo no campo social. (Marionis, 2006).

Por sua vez Durif (2008) explica que tendo em vista a falta de práticas éticas, incluso na maioria dos papéis da organização, a assimilação de práticas não-éticas e materiais e a inexistência de uma verdadeira cultura ética, podem culminar em um resultado que questiona a imagem corporativa.

Para Costa (2006, apud Durif, 2008), o "marketing ético" é um paradoxo já que os dois conceitos se referem a realidades contraditórias, entretanto, relativo com a credibilidade, um número crescente de empresas estão ajustando suas práticas e priorizando uma gestão mais ética dos vários procedimentos como fornecimento sustentável, respeito ao meio ambiente interno e externo e responsabilidade social.

A concepção de um preceito ético dentro das organizações pode definir-se como a ideologia da organização. A visão ideológica da ética no marketing estabelece um modo de gestão com alicerce no conjunto, respeitando normas e valores.

Em síntese falar sobre ideologia é mostrar uma área ainda pouco explorada na conjectura das organizações, mas indubitavelmente importante na prática administrativa e na conduta humana na empresa. Tudo induz à crença de que o estudo metódico do papel ideologia da empresa elucide varias determinações e feitios que, à primeira vista, carecem de significado, bem como a forma pela qual o elemento humano se observa desenvolvendo um tipo de personalidade, sentindo e lidando com novas formas de aflição e de exultação. O julgamento de qualquer organização que não passe pelo nível ideológico é sempre incompleta, porque se atém ao imediatamente palpável, quando comumente o extraordinário está naquilo que permanece oculto.

Para este estudo, as empresas Delta Cafes-Pt e Fundação Bradesco – Br, foram selecionados, tendo em vista que as mesmas implementaram um processo de negócio inovador no mercado e são notadamente reconhecida por sua orientação responsável nas práticas de negócios. A ética parece uma prática concebida a partir de um ponto de vista prático no sentido de que uma decisão é considerada "boa" se, quando confrontada com todas as outras possibilidades, traz mais fatores positivos do que implicações negativas.

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