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Os hábitos de estudo ineĄcazes, fazem com que a maioria dos alunos não questi- onem e nem procuram sanar suas dúvidas. A preocupação reside em apagar a solução

Figura 1 Ű Erros na resolução de problemas com juros compostos dos alunos da terceira série do Ensino Médio do Colégio Estadual Anita Cassimiro Moreno

errada e em copiar a resolução correta após a correção; são poucos os alunos que fazem revisão em casa, ou seja:

• Alguns alunos, para se livrarem logo da tarefa ou por incapacidade de resolvê-la e para não serem acusados de nem terem tentado chegar a uma solução, são capazes de apresentar resultados desprovidos de qualquer sentido;

• os alunos não se empenham em melhorar a destreza em cálculos;

• alguns alunos não participam das correções por medo de errar e serem ridiculariza- dos;

• são poucos os alunos que se preocupam com os erros cometidos procurando descobrir porque e onde errou. A preocupação centra-se no fazer (para não ser chamado à atenção) e não no saber-fazer;

• grande parte dos alunos mostram-se alienados com pouca concentração durante as aulas;

• a falta de atenção na leitura de enunciados de problemas e exercícios tem prejudicado o rendimento do aluno;

• os alunos têm grande diĄculdade em transformar os conceitos prévios em conceitos mais elaborados;

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6 CONCLUSÃO

Ao realizar este trabalho, foi possível perceber, o quanto os erros cometidos pelos alunos, passavam despercebidos em sala, tornavam as aulas desmotivantes, tanto para o professor quanto para o aluno. O trabalho que realizei, buscando métodos e estratégias mais adequadas, e explicações para resolver os problemas encontrados em sala de aula, me proporcionou como professor de matemática uma visão mais ampla, em relação ao aprendizado dos meus alunos. Os autores e pesquisadores nos proporcionam muitas infor- mações importantes, basta cada proĄssional ir em busca do seu objetivo, não importa qual seja o seu grau de diĄculdade, o importante é o seu interesse em mudar essa perspectiva em relação aos erros, que a sociedade enxerga como o principal motivo para o fracasso escolar.

Observando as diĄculdades mostradas pelos alunos, sugerimos um processo de en- sino e de aprendizagem que invista numa atuação do pensar, como forma de identiĄcar o conteúdo de cada aluno. Visto que o ensino é caracterizado por uma manipulação automá- tica e cega de variáveis e operações. Muitas das respostas dadas nos exercícios decorreram desta forma, o que as justiĄcativas nos deixaram claras, uma vez que, para estas, os alu- nos usavam a forma de resolução mecânica do problema e não o conceito em si. Isso pode se dar devido a pouca valorização e desconhecimento do conteúdo de juros compostos e a sua importância no cotidiano das pessoas. É preciso também que se reĆita sobre as Şmanifestações matemáticasŤ já socialmente privilegiadas (fórmulas, macetes etc). Claro que esses conteúdos têm sua importância, mas pode-se correr o risco de se deixar de lado a percepção, assimilação, questionamento e compreensão dos conceitos, para privilegiar o treinamento de habilidades (principalmente as habilidades de cálculo), que ainda é, na opinião de muitos professores, o que os alunos precisam para sua atuação na vida diária e para passar nos vestibulares. A aprendizagem de conceitos e o pensamento lógico são ob- jetos críticos para quase tudo o que é ensinado nas escolas. As diĄculdades no aprendizado da Matemática em todos os níveis da vida escolar exigem repensar a prática pedagógica, no sentido de desfazer distorções acerca dos objetivos da disciplina. Se os professores não adotarem rápida e deliberadamente uma postura em sala de aula que incentivem a Ćexi- bilidade e a autonomia no pensamento de seus alunos, e reavaliem seus métodos no que diz respeito à apresentação dos conceitos algébricos iniciais, o problema do fracasso em matemática tende a se agravar mais. Para que isso não aconteça, é necessário investir em pesquisas que possam fornecer orientação ao professor que quer contribuir para que seus alunos tenham sucesso em matemática, e possam reconhecer a importância da apresen- tação do conceito antes da exploração dos procedimentos e técnicas de abordagem dos conteúdos, tornando o educando a par da importância de se adquirir o referido conceito,

para que o mesmo tenha em mente que ele aprenderá uma metodologia que irá contribuir para o seu desenvolvimento psicológico e social.

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