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4. Medidas de análise de contágio

4.1 Volatilidade

A volatilidade tem elevada utilidade na área financeira, sendo frequentemente utilizada com o objetivo de medir o risco de um determinado ativo. Trata-se de uma medida de dispersão de um título ou índice de mercado. A volatilidade é assim, a variável que evidencia a intensidade e frequência das oscilações nas cotações de um ativo financeiro ou índice bolsista, num determinado período de tempo.

Ferreira (2009:351) define volatilidade como «[u]ma medida de dispersão dos preços dos activos subjacentes em relação à sua média e durante um determinado intervalo de tempo». Ainda segundo Ferreira (2009:352), «[o]s vários tipos de modelos de valorização de opções assumem determinados comportamentos em relação ao activo subjacente. Um dos pressupostos mais comuns é o da existência de mercados eficientes, onde a variação dos preços é totalmente aleatória e com distribuição estatística normal».

Ferreira identifica três tipos de volatilidade, sendo eles a volatilidade histórica ou estatística, volatilidade implícita e a volatilidade previsional ou futura, Ferreira define o primeiro tipo de volatilidade como:

[a] volatilidade histórica ou estatística mede as flutuações nos preços ocorridas no passado e é calculada através do desvio-padrão das variações logarítmicas daqueles preços […] os resultados obtidos são fidedignos, mas devem entender-se, apenas e só, pelo que são e representam. […] No entanto, embora de cálculo fácil, a volatilidade histórica tende a ser uma medida pouco exacta para estimar o valor da volatilidade futura, em relação à vida da opção. […] A resposta é encontrada na diferença entre a volatilidade histórica e a volatilidade que o mercado atribui em cada momento às condições inerentes à opção, ou seja, a volatilidade implícita no preço (Ferreira 2009:355).

Citando Ferreira a volatilidade implícita é

[o]btida por um processo inverso. Consiste em tomar como input o preço da opção, passando a volatilidade a ser o resultado final. É uma aproximação muito útil, quando se deseja conhecer o que o mercado pensa exactamente e num determinado momento sobre o activo subjacente e quando se desejam comparar os preços das opções para preços de exercício diferentes e para diferentes maturidades (Ferreira 2009:355).

40 Por último, volatilidade futura ou previsional define-se da seguinte forma:

[a] volatilidade futura ou previsional do preço do activo subjacente para o período da opção até ao seu termo é difícil de estimar e é a grande questão que os especialistas enfrentam. Não existe um método que possa ser tido como o mais correcto para determinar o valor do input volatilidade. Se, por um lado, a volatilidade histórica pode ser de utilidade, é necessário ajustar o período do cálculo da volatilidade histórica com o tempo da opção. Por exemplo, se a opção é a três meses. No entanto, outros especialistas utilizam um «cesto» de volatilidades com vários horizontes e utilizam a respectiva média ponderada. Por outro lado, a volatilidade implícita tem um valor limitado para este efeito (Ferreira 2009: 357).

Por sua vez, Pinho, Valente, Madaleno e Vieira, defendem que

[a] volatilidade é a intensidade e a frequência das oscilações nas cotações de um activo financeiro. Por exemplo, nas acções a cotação corresponde ao preço a que a acção estaria a ser transaccionada. Neste caso, um mercado volátil corresponde àquele que apresenta grandes variações nas cotações das acções, onde estas aumentam e diminuem a uma velocidade superior e com maior intensidade. Um mercado pouco volátil apresenta comportamentos mais lineares e as variações não se dão a tão elevadas velocidades. Um mercado com elevada liquidez corresponde a um mercado menos volátil, sendo um mercado mais seguro e consistente (Pinho, Valente, Madaleno e Vieira 2011:72).

Reforçam ainda a ideia, que

[a] volatilidade é um dos conceitos mais importantes das finanças. Esta é normalmente usada para quantificar o risco de deter um determinado activo durante um dado período. Basicamente, a volatilidade refere-se à variabilidade da rendibilidade de um activo durante o período de investimento, e é normalmente calculada através do desvio padrão das rendibilidades de um instrumento financeiro durante um dado período temporal. Convém referir que normalmente aparece em termos anualizados e expressa como uma taxa (Pinho, Valente, Madaleno e Vieira 2011:323).

Citando ainda Pinho, Valente, Madaleno e Vieira (2011: 324) caracterizam ainda, volatilidade como «[h]istórica (ou posterior) calcula-se como a volatilidade de um instrumento com base em rendibilidades históricas. A volatilidade implícita é aquela que está incorporada nos preços dos activos».

41 Realce-se que referente a este tipo de tipologia, provavelmente a volatilidade histórica − , assume o papel da medida mais conhecida e com maior índice de utilização, sendo geralmente segundo Bentes (2011), estimada por:

= ∑ ≺ ≻2 4.1

onde traduz o desvio-padrão das rendibilidades de uma amostra com observações, na qual ≺ ≻ ,a sua média aritmética é definida como ≺ ≻= ∑ t/ .

Ezzati (2013) demonstra que a volatilidade financeira é definida como uma medida de variação do preço de um instrumento financeiro sobre o tempo. A volatilidade financeira é importante, pois é uma indicação do nível de risco. Para o FMI (2003), a volatilidade do mercado e instabilidade do sistema financeiro são frequentemente usados como sinónimos no debate público, eles caracterizam e distinguem ambos os conceitos. Volatilidade, refere- se ao grau em que os preços variam ao longo de um certo comprimento de tempo. Por sua vez, volatilidade dos preços é interpretada como o desvio padrão de variações no registo de preços dos ativos. Instabilidade do sistema financeiro ou sistema de risco é definido como períodos de desestabilização no agregado financeiro, que implicam perturbações graves do mercado que podem afetar negativamente a capacidade do sistema de prestações de serviços de pagamento, de preços e de transferência de riscos e/ou alocação de crédito e de liquidez, produzindo um potencial de redução na atividade real.

Poon e Granger (2003) defendem que uma boa previsão da volatilidade dos preços dos ativos combinados com a realização de investimentos, num determinado período, é um bom ponto de partida para avaliar o risco do investimento. Os autores mostram que volatilidade é a variável mais importante nos preços. Adicionalmente, através da sua pesquisa, reflete a importância da volatilidade nos investimentos, na avaliação de segurança, na gestão de riscos e na formulação da política monetária.

No entanto, volatilidade não é o sinónimo de risco. Para Aizenman e Pinto (2004) volatilidade está associada ao risco na dimensão em que fornece uma medida de variação ou movimento numa variável económica em particular, ou em alguma função dessa mesma variável, tal como a taxa de crescimento. Usualmente, a volatilidade é medida com base em observações de uma variável aleatória durante um determindado período de tempo. Volatilidade é vulgarmente medida, por um desvio baseado na história de uma variável económica.

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