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De volta ao “Planeta Terra”: para além das aulas, orientações, palestras,

Ao voltar para as minhas atividades acadêmicas no Departamento de História, da Universidade Federal de Sergipe, encontrei-me, de novo, com o mundo real. Parecia que durante o tempo que permaneci na Espanha, eu estava sonhando ou habitando em outro planeta distante, a muitas galáxias da Terra. Apesar deste doce delírio, voltava plenamente consciente da minha responsabilidade como professor e como pesquisador. Afinal de contas, havia vivido experiências incríveis que deveriam ser traduzidas para uma vida profissional atuante, produtiva e, principalmente, transformadora.

Num primeiro momento, recebi, por parte dos alunos, uma série de propostas para orientar trabalhos de conclusão de curso, dentro dos mais variados temas: arte, religiosidade, patrimônio cultural, cultura pop, ensino e, principalmente, sobre a relação

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GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro, RJ: LTC, c2006. 1046 p. (Conforme edição mais recente disponível no acervo da Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe)

cinema e história. 24 Dentre os Trabalhos de Conclusão de Curso que orientei, destaco aqueles que privilegiam o patrimônio cultural, a vida e a obra de artistas plásticos sergipanos, como, por exemplo: “Florival Santos: do retratista ao pintor moderno” (2006), de Silvane Santos Azevedo; “Jenner Augusto: vida e cores modernas” (2009), de Ana Regina Alves de Melo; “Quadrilátero do poder: breves reflexões sobre a influência da arquitetura neoclássica em Aracaju na segunda metade do século XIX” (2009), de Franklin Menezes Nunes e “O expressionismo na arte de José de Dome” (2012), de Jocilene Santos.

No que diz respeito à relação cinema e história, destaco a contribuição criativa dos seguintes trabalhos: “Com as cores do vento colorir: uma proposta de utilização do desenho animado na aula de história” (2006), de Maria Ielena Cerqueira Nascimento; “Pornô: uma contra análise da sociedade ( O cinema pornográfico de 1972 a 1979)” (2007), de Ébano Nunes de Góes Vieira; “As representações do negro no cinema de Cacá Diegues” (2009), de Bruno Neves Santos, “As representações do índio no cinema nacional (1970-2000)” (2009), de Fábio dos Anjos Cardoso e “A utilização do filme como ferramenta didática no ensino de história: o caso das escolas do conjunto Eduardo Gomes, no município de São Cristóvão/SE” (2009), de Renata Brígida dos Santos.

Dentre as participações em encontros nacionais, nos quais apresentei trabalhos, destaco: “Imaginário, memórias e histórias nos Passos da Paixão” (2010), apresentado no III Simpósio Nacional Anônimos da História; “O uso de programas televisivos pelos estudantes de história da UFS” (2010), apresentado no VI Simpósio Nacional Estado Poder e Cultura; “Possibilidades didáticas de utilização do filme no ensino de história” (2013), apresentado no X Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História e “A história oral como experiência psicanalítica” (2013), apresentado no IV Simpósio Nacional Anônimos da História.

Com relação à participação em encontros internacionais, destaco a apresentação dos seguintes trabalhos: “Sergipe Del Rey: um estudo preliminar da imaginaria sacra do século XVIII” (1997), apresentado no IV Colóquio Luso-brasileiro de História da Arte; “O uso de programas televisivos no curso de formação de professores de história da

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No site da Biblioteca Central da Universidade Federal de Sergipe encontram-se disponíveis para consulta 43 trabalhos de conclusão de curso que foram escritos sob a minha orientação, entre os anos de 2006 e 2014. Para buscar, click “consulta de acervo” em http://bibliotecas.ufs.br/pagina/152-bibliotecas- da-ufs.

UFS” (2011), apresentado no V Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade e “A memória rema contra a maré: lembranças sobre a degradação ambiental da prainha do bairro Industrial, em Aracaju/Se” (2014), apresentado no III Simpósio Internacional de Psicologia Social.

Igualmente participei, tanto como organizador quanto como moderador, de mesas redondas ou apresentando trabalhos, em várias Semanas e Encontros de História organizados pelo Departamento do qual faço parte na UFS. Dentre as participações mais significativas, destaco: a minha contribuição como palestrante na 10ª Semana de História, realizada entre 23 e 27 de maio de 2011, em comemoração aos 60 anos do Curso de História da UFS; ocasião na qual explanei sobre “A trajetória do Curso de História da Faculdade Católica de Filosofia (FAFI) ao DHI/UFS, na atualidade” e no 11º Encontro de História, em 2013, no qual proferi palestra sobre as “Aproximações metodológicas entre meio ambiente e história”.

Sair dos muros da Universidade sempre foi uma das minhas vocações naturais. Um espírito viageiro não se prende entre quatro paredes. Como disse anteriormente, acredito que o conhecimento tem sempre que circular. Para tanto, compreendo que faz parte da função social do professor universitário ser o promotor dessa circulação. Tentando ser fiel a esse principio, sempre andei por colégios, outras instituições de ensino superior e, principalmente, pelas ruas, que considero o habitat natural daquele que compreende que ensinar e aprender, são as faces de um mesmo processo de construção do ser.

Seguindo o fluxo normal de tal processo, alguns anos após o meu ingresso na UFS, fui convidado, em 1995, pela Secretaria de Estado da Educação e do Desporto do Estado de Sergipe, para ministrar uma oficina, intitulada “História das Américas da conquista aos dias atuais”, como parte de um projeto de atualização profissional para professores de história da rede estadual.

Entre 1997 e 2003, fui sistematicamente convidado pelo diretor do Colégio Módulo, em Aracaju, o Prof. Sérgio Dantas, para ministrar anualmente, sempre nos meses de setembro, palestras sobre o progresso de emancipação cultural, social e política do povo brasileiro. Acredito que ações como estas são importantes, pois amplificam o intercâmbio pedagógico entre a Universidade e o ensino fundamental.

Especificamente em 2003, lancei-me num desafio intergeracional: a oferta de um Curso de Extensão em História da Arte, promovido pelo Núcleo de Pesquisa e Ações para a Terceira Idade (NUPATI) e a Universidade Aberta da Terceira Idade (UNATISE), entre 6 de maio e 31 de outubro do ano supracitado. Destaco deste curso duas experiências extremamente gratificantes: primeiro, a possibilidade de promover a interação entre alunos de diferentes faixas etárias e , segundo, a forma carinhosa, acolhedora e respeitosa com que os mais velhos tratam o professor. Há muita sede de saber naqueles olhares atentos, experientes e tranquilos. Desde então, disponibilizo vagas para terceira idade em todas as disciplinas que oferto nos sucessivos períodos letivos da UFS.

Em 2005 e 2006, os convites foram realizados pelo Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, dirigido pela Arquidiocese de Aracaju, para ministrar, respectivamente, a conferência “A arte na História da Igreja” e a aula inaugural do ano de 2006, sobre “A importância da arte no processo catequético”. Ainda em termos de agenda vinculado a temas religiosos, em julho de 2005, fui convidado pelo grupo da Aliança Bíblica Universitária, essencialmente constituída de alunos evangélicos, para ministra uma palestra sobre “As mudanças históricas e teológicas após a Reforma Protestante.”

No tocante a minha participação como palestrante em eventos organizados em outras instituições de ensino superior do Estado de Sergipe, já havia sido convidado, em 1991, para explanar sobre “O conflito entre judeus e mulçumanos”, na Universidade Tiradentes (UNIT). Posteriormente, entre 2003 e 2004, fui convidado a participar de algumas bancas de conclusão de um Curso Latu Sensu em Ensino e Identidade Cultural em Sergipe, na extinta Faculdade Atlântico, localizada no bairro de Atalaia, em Aracaju. Ainda em 2003, ministrei um curso com carga horária de 15 horas, sobre História da Educação, na Pós-graduação em Coordenação Pedagógica da Faculdade de Negócios de Sergipe (FANESE) e, em 2006, participei como palestrante do Treinamento em Educação a Distância, promovido pela Faculdade São Luiz de França, também em Aracaju.

Em 2007 recebi uma nova proposta da Secretaria de Estado da Cultura, desta feita em convênio com a Associação Sergipana de Artistas Plásticos e de Artes Visuais, para ministrar um minicurso, de 20 horas, com o tema “A natureza da história da arte e

suas linguagens”. O curso foi ministrado entre os dias 17 e 21 de setembro de 2007. Destaco este momento da minha trajetória como uma nova oportunidade que tive para conhecer e trocar ideias com alguns artistas locais. É sempre interessante apreciar o olhar do criador da obra de arte, ele vê por dentro, enquanto nós enxergamos por fora.

Entre 2008 e 2009, dois eventos marcaram a minha trajetória: a participação, como organizador e palestrante, no V Curso de Extensão, intitulado “Modelos de História Cultural”, entre os dias 23 de abril e 20 de agosto de 2008 e; em 2009, a oferta da I Oficina de Cinema e História promovida pelo Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos, que na época era coordenador do Curso de Licenciatura em História, da Faculdade José Augusto Vieira, localizada no município de Lagarto, em Sergipe.

Sobre este último evento citado, vale a pena ressaltar que sempre apreciei desenvolver atividades no interior do estado, pois sinto que as pessoas nos tratam com muito carinho e atenção; valorizando, sobremaneira, o profissional que sai da Universidade Federal para ir ao encontro deles.

Em 2010, também participei de uma atividade de extensão que me deu imenso prazer, pois envolvia a proposta de sair pelas ruas da cidade, ensinando e aprendendo entre experiências estéticas, auditivas e gustativas. Fui convidado pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Sergipe (DCE/UFS) para ser consultor de roteiros e instrutor de visitas guiadas que faziam parte do Projeto Trilhas Urbanas. Nesta oportunidade, contribui como orientador de dois itinerários: “Trilhas urbanas em Aracaju: os múltiplos olhares sobre a cidade” e “Praças e mercados de Aracaju”. No desenrolar deste projeto, pude trocar experiências com profissionais de outras áreas, dentre os quais destaco a Prof.ª Dra. Rosana Eduardo da Silva Leal que coordenou o Curso de Bacharelado em Turismo da UFS.

A experiência, teórica e prática, como o acervo artístico e cultural do Estado de Sergipe, concedeu-me o now hall necessário para ser convidado, pela equipe do Centro de Educação Superior a Distância (CESAD/UFS), para elaborar; junto com a Profa. Verônica Maria Meneses Nunes, do Departamento de Museologia; o livro texto da disciplina Patrimônio Cultural. Logo em seguida, ainda em 2010, vinculo-me ao corpo docente do referido Centro, especificamente no Curso a Distância de Licenciatura em História; ocasião na qual elaboro um segundo livro texto, desta feita para a disciplina

História das Américas I25. Desde então, participo ativamente da proposta pedagógica do referido curso, tanto ofertando disciplinas quanto participando, semestralmente, dos Encontros de Ensino de História, organizados pelo Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos, que gentilmente me convida a ofertar minicursos em diferentes polos do estado, atingindo municípios como: Arauá, Estância, Lagarto, Santo Domingo, Japaratuba, Nossa Senhora das Dores e Nossa Senhora da Glória.

Além da elaboração destes dois livros textos, destaco como publicações relevantes da minha produção acadêmica, os seguintes artigos; que, na realidade, são partes tanto da minha tese na Espanha, em 2002, quanto da dissertação no PRODEMA, em 2013: “O cinema de história na história do cinema”, publicado nos anais da VII Semana de História do DHI/UFS, em 2004; “Possibilidades didáticas de utilização do filme no ensino de história”, publicado nos anais do X Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História, em 2013; “A memória rema contra a maré: lembranças sobre a degradação ambiental da prainha do bairro Industrial, em Aracaju/SE”, capítulo do livro “Tessituras de Ariadne: os caminhos da pesquisa em Ciências Ambientais”, publicado em 2015 e, por último, destaco o artigo “Meio ambiente e história: uma revisão historiográfica sobre a degradação da prainha do bairro Industrial, na cidade de Aracaju/SE (1920-2010)”, publicado no livro “Percursos em Ciências Ambientais”, em 2017.26

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NUNES, Verônica Maria Meneses e LIMA, Luis Eduardo Pina. Patrimônio cultural. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2007. ISBN: 978-85-7822-372-4.

LIMA, Luis Eduardo Pina. História das Américas I. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2010. ISBN: 978-85-7822-371-7. Disponíveis em: http://www.cesadufs.com.br/.

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LIMA, Luis Eduardo Pina. O cinema de história na história do cinema. In: anais do VII Semana de História. São Cristóvão: Editora da UFS, 2004, p. 227-236. (Não disponível na internet).

LIMA, Luis Eduardo Pina. Possibilidades didáticas de utilização do filme no ensino de história. In: Anais do X Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História. São Cristóvão: Sergipe. Disponível em: http://www.xenpeh.com.br/.

LIMA, Luis Eduardo Pina e MENEZES, Antônio Vital. A memória rema contra a maré: lembranças sobre a degradação ambiental da prainha do bairro Industrial em Aracaju. In: SOARES, Maria José Nascimento et.al. (org.). Tessituras de Ariadne nos caminhos da pesquisa em Ciências Ambientais. Aracaju: Criação Editora, 2015, p. 109-144. Disponível em: http://editoracriacao.com.br/wp- content/uploads/2015/12/tessituras.pdf.

LIMA, Luis Eduardo Pina e MENEZES, Antônio Vital. Meio ambiente e história: uma revisão historiográfica sobre a degradação da prainha do bairro industrial na cidade de Aracaju/Sergipe (1920- 2010). In: SOARES, Maria José Nascimento et. al.(org.). Percursos em Ciências Ambientais. Aracaju: Criação Editora, 2017, p. 453-472. Disponível em: http://editoracriacao.com.br/wp- content/uploads/2015/12/percursos-de-ciencias-ambientais-3.pdf.

Faço constar, inclusive, que nos dois livros citados anteriormente se encontram diferentes artigos de pesquisadores vinculados ao Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA/UFS), tanto do mestrado quanto do doutorado, e foram organizados graças à iniciativa e a coordenação estratégica da Profa. Dra. Maria José Nascimento Soares, que dirigiu o referido programa em diferentes ocasiões.

Gostaria de frisar, também, que a produção acadêmica acima citada, só pôde ser realizada graças à parceria encontrada nos dois Grupos de Pesquisa aos quais me encontro vinculado na UFS: o Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET) dirigido pelo Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard, do qual faço parte desde 2009 e o Grupo de Pesquisa em Tecnologias Intelectuais e Aprendizagens Contemporâneas (SEMINALIS), coordenado pelo Prof. Dr. Antônio Menezes.

Não obstante esta longa jornada através dos pilares da Universidade: o ensino, a pesquisa e a extensão; não posso deixar de citar a minha participação em outras atividades que também fazem parte da vida acadêmica, como por exemplo: participei de bancas de seleção de alunos tanto para o Programa de Iniciação a Docência (PIBID) quanto para Programa de Educação Tutorial (PET).

Também fui avaliador de bancas de conclusão de Cursos de Pós-graduação latu sensu, com destaque para os programas sobre Violência, Criminalidade e Políticas Públicas, da UFS, em 2008, no qual avaliei a monografia “Polícia! Para quem precisa: a imagem do policial na música popular brasileira”, de Wilton Márcio Rodrigues de Jesus e o de Artes Visuais, também da UFS, no qual avaliei, em 2006, a monografia “Florival Santos: do retratista ao pintor moderno”, de Silvane Santos Azevedo, que já havia sido minha orientanda na graduação.

No Departamento de História, além de participar de algumas bancas de conclusão de curso do extinto Bacharelado, também atuei em diferentes seleções de professores substitutos, com destaque para as seguintes disciplinas: História da África, em 2003 e 2008 e História Moderna e Contemporânea, em 2004. Atuei, ainda, na seleção de tutores a distância, na matéria de ensino de História das Américas, em 2013.

No tocante a parte acadêmica, fui membro do Colegiado do Curso, entre 2008 e 2010 e da comissão encarregada da normatização das práticas do estágio discente, em

2005. Na atualidade, depois de atuar durante 2 anos como membro, sou suplente do Núcleo Docente Estruturante do Curso de História.

No que diz respeito à minha atuação em outros Departamentos da UFS, fiz parte de uma banca examinadora de aproveitamento de estudos discente da disciplina Prática de Ensino em Língua Espanhola, no Departamento de Letras, em 2005; da Comissão de Avaliação do Estágio Probatório da Profa. Edna Maria do Nascimento, do Departamento de Dança, em 2010 e das bancas de avaliação de trabalhos de conclusão de curso das seguintes alunas: Cátia Cilene Santos (Licenciatura em Artes Visuais, 2009), Ivanir Dantas Andrade (Bacharelado em Turismo, 2010), Allyne Francine Souza, em 2011 e Verônica Consuelo Bispo Santos, em 2017, ambas do Curso de Museologia.

Avalio que esta variada atuação acadêmica, vem corroborar com a constatação de que, de fato, tive uma formação interdisciplinar, fruto das diferentes experiências vividas em distintos ambientes universitários. Por um lado isso pode ser avaliado como ausência de foco, por outro, pode ser compreendido como a consciência precisa de uma meta: formar-me na cultura da transdisciplinaridade. Independente do olhar que aprecie estes escritos, faço minhas as palavras de Josso (2004, p.226) e afirmo que: “sinto-me completamente tranquila (o) quanto à minha mestiçagem intelectual.”