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6 A prática do Voluntariado nos Museus

6.3 Voluntariado nos Museus Nacionais

A informação sobre voluntariado em museus no contexto nacional é praticamente inexistente. A informação sobre a prática de voluntariado é disponibilizada pelas próprias instituições e de uma forma muito sucinta.

São enunciadas em seguida algumas iniciativas de museus nacionais para a prática do voluntariado neste setor.

No âmbito do Ano Europeu do Voluntariado, celebrado em 2011, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a partir do trabalho anteriormente realizado pelos museus nacionais, implementou um projeto de desenvolvimento do voluntariado cultural em espaços museológicos. Este projeto visou aproveitar a experiência dos museus e palácios nacionais com voluntários e, a partir desta iniciativa, incentivar os que ainda não o fazem, a usufruírem desta mais-valia. O programa de voluntariado nos Museus e Palácios da DGPC propunha-se assim a aumentar o número de voluntários; a aumentar o envolvimento da sociedade civil na preservação do património; estreitar os laços de proximidade entre os espaços museológicos e patrimoniais e as comunidades onde estes se inserem e valorizar o contributo individual de cada voluntário, através de ações de formação e proporcionando um percurso profissional através da melhoria das

instituições e da sociedade. A página criada para este projeto disponibiliza também uma ficha de inscrição online para a bolsa de voluntariado (Direção-Geral do Património Cultural) .

A Fundação de Serralves dispõe igualmente de um programa de voluntariado desde 2002. Como outros projetos de voluntariado, este aproveita esta prática para cimentar a relação com a comunidade. A Fundação de Serralves considera que a adesão a este projeto é significativa. Os voluntários são livres de escolher a área em que se voluntariam e são distribuídos por atividades tão distintas como “o acolhimento do público, receção de grupos escolares, apoio nas práticas de jardinagem e na biblioteca ou colaboração nas comemorações”. O sítio web da Fundação de Serralves disponibiliza uma ficha de inscrição para voluntários e um Manual de Acolhimento do Voluntário. Em 2012, a Fundação de Serralves deu início a um programa de voluntariado sénior (Fundação de Serralves). Este programa de voluntariado destina-se a pessoas com mais

52 de 50 anos, com interesse pela cultura. As tarefas a desempenhar passam por

“tutoring/mentoring” a projetos na área das Indústrias Criativas; arquivo do material gráfico da Fundação, organização e visualização do registo vídeo em depósito na Biblioteca de Serralves; apoio ao nível do acolhimento dos participantes nos programas educativos e ao nível logístico (preparação e reposição de materiais para oficinas) no Serviço Educativo; apoio ao nível do acolhimento dos visitantes nas Exposições; apoio ao nível do acolhimento dos participantes em Cursos/Workshops/Conferências”. A divulgação do projeto está a ser feita através da página da instituição, junto dos

voluntários de Serralves e das Universidades Seniores do Grande Porto. A candidatura é feita mediante o preenchimento de uma ficha de inscrição e a seleção dos voluntários irá ter em conta “a formação e a experiência pessoal e profissional, a disponibilidade e a motivação demonstradas, através da realização de uma entrevista presencial.”.

A Fundação de Serralves desenvolve ainda o projeto intergeracional, “Tenho 25 anos”, no qual pretende envolver também os voluntários seniores.

No que concerne ao voluntariado nos museus universitários da UP, a informação é disponibilizada nos relatórios publicados pela instituição. O programa de Voluntariado na U. Porto é direcionado para os estudantes mas não se encontra fechado aos restantes membros da comunidade UP (Universidade do Porto 2014). Antigos alunos, docentes ou funcionários podem também integrar este programa. As atividades desempenhadas no âmbito deste projeto podem decorrer dentro ou fora dos edifícios que pertencem à UP. O programa de voluntariado da UP estende-se por áreas tão diversas como a ação social, promoção da cultura, combate ao abandono escolar e exclusão. O programa de voluntariado da UP encontra-se regulamentado desde 2008 e os princípios de

enquadramento deste estão disponíveis no sítio web da UP (em anexo).

Desde o ano de 2010 que é possível consultar publicações digitais sobre voluntariado na Universidade do Porto; contudo, ao longo dos anos a informação disponibilizada não tem permitido aumentar o conhecimento sobre a prática do voluntariado nos museus universitários. Deste modo, no que concerne aos museus, estes encontram-se “a recuperar o seu valioso acervo, a estuda-lo, a inventaria-lo e a disponibilizarem-no na internet” (Universidade do Porto 2010a, 10). Este documento lembra a existência de várias salas nos museus, que são visitados por escolas e pelo público em geral. Salienta

53 o papel do museu na “divulgação e promoção do conhecimento” através da produção de exposições temporárias e outras atividades, muitas delas em colaboração com

instituições que podem pertencer ou não à UP. Neste documento são referidos alguns museus e as atividades em que os voluntários intervêm. Na Casa-Museu Abel Salazar os voluntários participam na informatização do espólio em geral, com relevância para o artístico, documental e biblioteca. As suas funções passam também pelo

acompanhamento de visitas, apoio ao serviço educativo e apoio na divulgação da Casa- Museu. Os voluntários colaboram também nas diferentes atividades desenvolvidas pela instituição (Universidade do Porto 2010a). No Museu da Ciência, as funções

desempenhadas pelos voluntários passam igualmente pelo acompanhamento de visitas, pela ajuda na inventariação de coleções e participação na organização das inúmeras atividades do museu. No Museu de História Natural os voluntários acompanham as visitas às salas de Mineralogia e Zoologia e auxiliam na inventariação das coleções de Antropologia, Mineralogia, Paleontologia e Zoologia. Os voluntários colaboram também na manutenção e valorização dos espaços e equipamentos. À semelhança do que acontece nos outros museus acima referidos, os voluntários ocupam-se também da divulgação do museu e colaboram na organização de atividades realizadas pelo museu. Este documento avança um número de trinta voluntários para o ano de 2010

(Universidade do Porto 2010a, 11). No documento publicado em 2011, a informação disponível nada acrescenta ao que foi referido anteriormente. O número de voluntários para o ano de 2011 é o mesmo de 2010, trinta. Não é disponibilizada informação sobre o número de voluntários no ano de 2012.

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7 Levantamento e estudos de práticas de voluntariado nos