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5. Metodologia e Apresentação dos Resultados

5.1. Monitorização de Arribas por Fotogrametria Aérea

5.1.1 Voo 2010

A cobertura fotográfica correspondente ao voo realizado no ano 2010 pela empresa Municípia sobre o litoral do concelho de Torres Vedras foi obtida pela câmara Zeiss - Intergraph DMC (Digital Mapping Camera), cujas características podem ser consultados na secção dos fundamentos teóricos. Segundo o seu certificado de calibração a câmara possui os seguintes parâmetros, a visualizar na tabela 1.

Tabela 1- Parâmetros da câmara Zeiss - Intergraph DMC.

Distância focal [mm] 120

Dimensão da imagem [Pixel] 13824 x 7680

Tamanho do pixel [mm] 0,012

Ponto principal [mm] x = 0,000 y = 0,000

Parâmetros de distorção Distorções radiais insignificantes.

Para cobrir a área de estudo foram necessárias 39 fotos, distribuídas por duas fiadas, sendo a primeira fiada constituída por 13 fotos e a segunda fiada por 26 fotos. Deverá referir-se que o voo em questão era constituído por mais fiadas, no entanto apenas as fiadas 4 e 5, correspondiam à área pretendida. Na ilustração 12 poderá observar-se a representação em Arcgis das fotos que constituem fiadas as 4 e 5, que resultam da cobertura fotográfica efectuada sobre o litoral do concelho de Torres Vedras e ainda os pontos principais de cada foto.

Este voo foi realizado com um sistema GPS/IMU associado à câmara digital, o que permitiu a aquisição dos parâmetros de orientação externa pós-processados. Deste modo, evita-se não só a determinação de apoio geodésico, como também efectuar-se o processo de aerotriangulação, podendo proceder-se com uma georreferenciação directa, dado que se conhece os parâmetros de orientação interna pelo certificado de calibração da câmara e os parâmetros de orientação externa determinados aquando do voo. Esta etapa do trabalho está divida em duas fases, numa primeira fase será efectuada uma georrefenciação directa do bloco fotográfico, e numa segunda fase irá prosseguir-se com a sua estereorrestituição.

Antes de se proceder com a georreferenciação será necessário importar as imagens pertencentes à cobertura fotográfica obtida no voo de 2010 para o Photomod e determinar a sua orientação interna. A determinação da orientação interna será feita de forma automática, o que significa que, será necessário gerar uma câmara e definir os seus parâmetros, associar a respectiva câmara a cada uma das fotos e ainda especificar a direcção dos eixos da câmara, segundo a direcção de voo. Na ilustração 13 pode visualizar-se uma representação dos processos anteriormente referidos, mais propriamente a geração da câmara através da atribuição dos seus parâmetros, presentes no certificado de calibração, a atribuição da câmara a cada fotografia e ainda a definição da direcção dos eixos da mesma.

Finalizada a determinação da orientação interna foi ainda executada uma opção do Photomod, denominada Report on interior orientation, que permite não só obter informação detalhada sobre os resultados durante a determinação da orientação interna, mas também controlar a sua qualidade. Os parâmetros de orientação externa utilizados nesta fase do trabalho foram previamente fornecidos, como tal bastará importar para o Photomod o ficheiro no formato txt com os respectivos parâmetros. Na ilustração 14 pode visualizar-se o processo de importação do ficheiro.

Ilustração 14 - Procedimento efectuado no importe do ficheiro com os parâmetros de orientação externa.

Na ilustração 15, pode por sua vez visualizar-se os parâmetros de orientação externa associados a cada fotografia sob a forma de uma tabela.

Ilustração 15 - Parâmetros de orientação externa.

Para terminar bastará executar a opção Direct Georeferencing, e obtém-se as imagens com a sua correcta orientação espacial, como se pode visualizar na ilustração seguinte.

Partindo do princípio que o bloco fotográfico está correctamente orientado poderá iniciar-se o processo de estereorrestituição. O tipo de estereorrestituição utilizado neste trabalho será a numérica, uma vez que se pretende definir a crista e base das arribas através das coordenadas dos vários pontos que as constituem.

O primeiro passo será criar um o catálogo de objectos, que é uma tabela que contém todos os códigos e atributos que serão utilizados para classificar os objectos a estereorrestituir. O catálogo de objectos criado é constituído por apenas um layer temático, denominado arriba. Este por sua vez foi dividido em três secções que dizem respeito a cada objecto a estereorrestituir nas imagens, crista, base e duvida respectivamente. Este último seria utilizado apenas em casos extremos, casos em que não se percebesse como restituir. Na ilustração 17 pode observar-se o catálogo de objectos definido para este efeito, em que à crista da arriba foi atribuída a cor vermelha, à base a cor azul e à dúvida a cor verde.

Ilustração 17- Catálogo de objectos criado para a estereorrestuição da crista e base da arriba.

De seguida bastará seleccionar-se no esquema do bloco fotográfico, a fotografia que cobre a área que se pretende estereorrestituir. Através da ferramenta new 2D window poderá abrir-se a janela 2D, onde accionando o modo anaglífico se irá visualizar o par estereoscópico escolhido, composto pela foto seleccionada e a foto adjacente á sua esquerda. Em modo anaglífico é possível visualizar-se a projecção das duas fotografias, referentes à mesma zona, com cores complementares (uma vermelha e outra azul) e desfasadas segundo uma determinada paralaxe, sendo ainda necessário o uso de óculos de filtros anaglíficos para se garantir uma correcta percepção do relevo das arribas.

Antes de se dar início à estereorrestituição será ainda necessário efectuar algumas operações, como seleccionar o objecto que se pretende estereorrestituir no catálogo de objectos e accionar as opções

snap to ground, que possibilita um posicionamento automático e instantâneo da marca flutuante junto

ao solo ou sobre as arribas, e Marker = Mouse, em que o rato assume a forma de marca flutuante, garantindo que a mesma se situe sobre os pontos homólogos presentes em ambas as imagens aquando a marcação de cada vértice da arriba e consequente registo das suas coordenadas. À medida que se vão determinando os vários vértices das linhas que constituem a crista ou base da arriba será também necessário accionar continuamente a opção Ajust depth, uma vez que cada imagem é constituída por diferentes profundidades e detém acentuadas variações da paralaxe em x. Na ilustração 18 está exemplificado todo o processo efectuado aquando da determinação de um dos vértices da arriba.

Ilustração 18 - Exemplificação do processo de determinação de um dos vértices da crista da arriba.

Na ilustração 19 pode ainda observar-se o resultado final da estereorrestituição, mais precisamente a determinação da crista e base das arribas presentes no litoral de Torres Vedras em 2010.

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