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5 CONDIÇÕES DE VIDA NA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE

5.4 Indicadores selecionados

5.4.5 Vulnerabilidade social

Para a avaliação da vulnerabilidade social, elegeram-se três indicadores:

percentual de crianças de sete a 14 anos fora da escola; percentual de crianças vivendo em domicílios cuja renda per capita domiciliar é inferior a meio salário mínimo (R$ 75,50 em agosto de 2000); e meninas de 15 a 17 anos com filhos.

O indicador crianças de sete a 14 anos fora da escola apresentou uma melhora significativa no Brasil, na década de 90, quando passou de 20,6% em 1991 para 5,5% em 2000, restando, entretanto, um número muito grande de crianças nessa situação. No RS, o percentual era de 12% e passou para 2,7%

(Tabela 41).

Considerando-se, no RS, apenas as crianças negras fora da escola, verifica--se uma enorme diferença com relação às brancas, nos dois anos em tela. Em 1991, 18,3% das crianças negras de sete a 14 anos do Estado estavam fora da escola, contra 10,8% das brancas. Em 2000, o percentual de ambos os grupos foi muito reduzido, mas ainda permaneceram as diferenças de cor: entre as crianças negras, o percentual passou a ser de 4,2% e, entre as brancas, de 2,4%.

Na RMPA, a redução do percentual de crianças fora da escola foi menor do que no RS: passou de 10,5% em 1991 para 3,0% em 2000. Observa-se que há, ainda, 12 municípios (e não necessariamente os menos urbanizados, como se poderia esperar) onde o percentual é elevado (superior à média da RMPA), alcançando 4,2% em Viamão, 4,3% em Alvorada (dois municípios com mais de 100.000 habitantes), 4,5% em Sapiranga e 4,6% em Capela de Santana.

Em relação ao percentual de crianças fora da escola em cada um dos municípios, constata-se uma evidente melhoria em relação ao início da década:

em 1991, cerca de 80% dos municípios tinham mais de 10% de suas crianças fora da escola; em 2000, nenhum deles tinha um percentual tão elevado, sendo que o pior resultado (em Capela de Santana) alcançou 4,6%. O Município de Porto Alegre apresentou uma importante redução (de 8,7% para 2,9%), mas perdeu posição no ranking: ocupava o quinto lugar em 1991 e passou para a 19ª posição em 2000 (Tabela 51).

Outro indicador relevante para averiguar as condições de vulnerabilidade da população é o percentual de crianças vivendo em domicílios com renda per capita inferior a R$ 75,50 (o correspondente a meio salário mínimo em agosto de 2000). No Brasil, em 1991, mais da metade (51,3%) das crianças vivia em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo. Esse valor caiu para 46,0% em 2000, representando uma redução muito pequena para uma década (Tabela 41).

Tabela 51

Percentual de crianças de sete a 14 anos fora da escola e

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FONTE: ATLAS do Desenvolvimento Humano no Brasil. Brasília: PNUD/IPEA/FJP, 2003.

(1) Média ponderada, considerando-se a população de cada município da RMPA.

No Rio Grande do Sul, as crianças nessas condições representavam 37,6%

do total em 1991 e passaram a 30,8% em 2000. Observa-se que, entre os negros, esse percentual era muito superior, sendo de 56,3% em 1991 e caindo para 32,9% em 2000 (entre as crianças brancas, o percentual passou de 35,1%

em 1991 para 15,6% em 2000).

Na RMPA, não houve melhoria na década: a média ponderada pela população ficou estagnada em 23,7%. Em 2000, o pior resultado encontrava--se no Município de São Jerônimo (com 42,2% de suas crianças vivendo em domicílios com renda per capita inferior a meio salário mínimo), e o melhor estava em Dois Irmãos (com 6,2%) — Tabela 52.

Uma vez que a média da RMPA ficou estável, cabe ressaltar alguns municípios onde houve importante melhoria do indicador: Glorinha, com diminuição de 20,1 pontos percentuais; Araricá, com redução de 15,5 pontos percentuais; Arroio dos Ratos, com diminuição de 14,9 pontos percentuais;

Portão, com menos 12,7 pontos percentuais; e Nova Santa Rita, com redução de 11,2 pontos percentuais. Por outro lado, Porto Alegre teve um incremento de 3,9 pontos percentuais, e São Jerônimo teve um acréscimo de 2,3 pontos percentuais.

Dentre os municípios com mais de 100.000 habitantes, observaram-se, em 2000, percentuais muito altos de crianças vivendo em condições de indigência: de 20,2% em Novo Hamburgo a 29,4% em Alvorada e a 31,2% em Viamão.

Finalmente, com relação ao percentual de adolescentes do sexo feminino entre 15 e 17 anos com filhos, a situação piorou em todas as instâncias analisadas. No Brasil, em 1991, havia, 5,8% das meninas dessa faixa etária com filhos, e, em 2000, já havia 8,5%. No RS, eram 6,0% em 1991, e, em 2000, já eram 7,4% (Tabela 41).

Desagregando por cor, verifica-se que as meninas negras dessa faixa etária com filhos representavam, no RS, em 1991, 9,5% (contra 5,4% nas brancas) e, em 2000, passaram a representar 11,6% (contra 6,6% entre as adolescentes brancas).

Na RMPA, também se verifica um crescimento desse indicador, passando de 6,8% para 8,2%, superando, portanto, a média do RS (que alcançou 7,4%

em 2000). Em 1991, seis municípios (que concentravam 14,4% da população da RMPA) tinham mais de 10% de mães adolescentes, e, em 2000, já havia 11 municípios (com 26,5% da população da região) nessa situação.

Dentre os municípios com mais de 100.000 habitantes, alguns possuíam, em 2000, uma proporção de mães adolescentes superior a 10%: São Leopoldo (10,1%), Gravataí (10,3%), Alvorada (10,5%) e Cachoeirinha (10,9%) — Tabela 53.

Tabela 52

Percentual de crianças em domicílios com renda „‘&’O“&”6•–S” inferior a meio salário mínimo e

’”&—6˜•—™ dos municípios da RMPA — 1991 e 2000 FONTE: ATLAS do Desenvolvimento Humano no Brasil. Brasilia: PNUD/IPEA/FJP, 2003.

(1) Média ponderada, considerando-se a população de cada município da RMPA.

Tabela 53

Percentual de adolescentes do sexo feminino de 15 a 17 anos com filhos e Ÿ &¡6¢£¡¤ dos municípios da RMPA — 1991 e 2000

FONTE: ATLAS do Desenvolvimento Humano no Brasil. Brasília: PNUD/IPEA/FJP, 2003.

(1) Média ponderada, considerando-se a população de cada município da RMPA.

A gravidez na adolescência é, usualmente, uma situação indesejada pela jovem e por sua família, e têm sido apontadas algumas hipóteses para explicar o seu crescimento: desagregação familiar e/ou abandono dos pais, excessiva liberação sexual na sociedade e ineficácia dos órgãos públicos de educação e de saúde no sentido de promover a educação e a prevenção.

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