• Nenhum resultado encontrado

Vulnerabilidades aos Desastres Humanos e Mistos

No documento Política Nacional de Defesa Civil (páginas 66-77)

Os desastres provocados e/ou agravados pelas ações e omissões humanas tendem a crescer com o desenvolvimento econômico e tecnológico, especialmente nas sociedades não motivadas para o cumprimento de estritas regras de segurança.

As convulsões sociais tendem a se agravar, quando im- portantes contingentes populacionais são marginalizados no processo de crescimento econômico e social.

Embora os programas relacionados com a redução desses desastres tenham âmbito governamental, compete ao SINDEC difundir, especialmente através das COMDEC e NUDEC, as técnicas de planejamento preventivo e conscientizar a sociedade para a gravidade e importância desses desastres.

7. Projetos de Desenvolvimento

Institucional

Esses projetos objetivam promover a articulação e a modernização do SINDEC, em todo o território nacional e nos três níveis de governo, difundir técnicas de planejamento rela- tivas à redução de desastres e incrementar o reaparelhamento, modernização e interiorização dos órgãos responsáveis pelas ações de prevenção e resposta aos desastres, principalmente os especializadas no combate aos sinistros.

A integração do SINDEC desenvolve-se:

f no sentido vertical - articulando os órgãos de coorde- nação do SINDEC, nos três níveis de governo;

f no sentido horizontal - articulando, nos três níveis de governo, os órgãos de coordenação com todos os órgãos setoriais do SINDEC;

f em profundidade - em cada um dos órgãos setoriais, através de estruturas focais de coordenação respon- sáveis pelas articulações intra-sistêmicas.

8. Projetos de Desenvolvimento de

Recursos Humanos

Esses projetos objetivam:

f implementar a capacitação de corpos técnicos per- manentes, multidisciplinares, altamente capacitados e motivados, em todos os níveis de governo;

f difundir os fundamentos doutrinários e a cultura básica comum, relativos à Defesa Civil, permitindo que todas as instituições do SINDEC usem a mesma linguagem e tenham o mesmo entendimento;

f contribuir para o aperfeiçoamento da Doutrina e para preservar a memória institucional.

Esses projetos são desenvolvidos através de cursos de for- mação, especialização e aperfeiçoamento, simpósios e seminários e de atividades de treinamento institucional.

9. Projetos de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico

Esses projetos objetivam, principalmente, a implementa- ção de 12 Centros Universitários de Estudos e Pesquisas sobre Desastres - CEPED - para:

f absorver e adaptar tecnologias sobre desastres desen- volvidas em outros países;

f desenvolver pesquisas relativas aos desastres preva- lentes no Brasil;

f difundir e aplicar tecnologias relativas a desastres, absorvidas ou desenvolvidas no País;

f contribuir para a dinamização dos Programas de Desenvolvimento de Recursos Humanos, Desenvol- vimento lnstitucional e Mudança Cultural;

f formar, especializar e aperfeiçoar profissionais capa- citados para o planejamento e gestão de sistemas de redução de desastres;

f formar agentes multiplicadores, principais respon- sáveis pelas atividades de programas de mudança cultural;

f desenvolver literatura sobre redução de desastres de maior prevalência no País.

10. Projetos de Mudança Cultural

A mudança cultural tem os seguintes fundamentos:

f todos têm direitos e deveres relacionados com a se- gurança da comunidade contra desastres;

f todos fazem parte do SINDEC;

f o Núcleo Comunitário de Defesa Civil - NUDEC - é o elo mais importante do SINDEC;

f todos devem se perguntar: - o que podemos fazer para prevenir desastres?

Esses projetos objetivam conscientizar todos os cidadãos sobre:

f o direito natural à incolumidade e à vida;

f a necessidade da existência de um sistema de segu- rança que os proteja contra desastres;

f a necessidade de participar desse sistema;

f o fato de que os desastres são provocados ou agra- vados por ações ou omissões humanas;

f o dever social de não contribuir e não permitir que outros contribuam para a degradação ambiental, provocadora e agravadora de desastres.

11. Projetos de Motivação e

Articulação Empresarial

Esses projetos têm por finalidade conscientizar os empre- sários de que, quanto maiores forem os recursos empenhados na minimização de desastres, menores serão os necessários para as ações de resposta e de reconstrução e maiores as disponibi- lidades para a promoção do desenvolvimento e do bem-estar.

É desejável que a classe empresarial, ao promover o de- senvolvimento de suas empresas, considere prioritariamente os aspectos relacionados com a:

f segurança contra desastres naturais, humanos e mistos;

f proteção ambiental;

f prevenção e resposta aos acidentes e desastres pro- vocados pela sua própria empresa;

f preparação de brigadas anti-sinistro.

As empresas de seguros podem auxiliar na promoção desses projetos, por se beneficiarem da:

f correta avaliação dos riscos e da redução das margens de incertezas;

f redução dos riscos empresariais relacionados com sinistros;

f ampliação dos negócios, em função da diminuição dos custos dos seguros e das taxas de resseguros.

12. Projetos de Informações e

Estudos Epidemiológlcos sobre

Desastres

Esses projetos objetivam aprofundar o conhecimento sobre desastres, através da implementação do Sistema de Informações sobre Desastres no Brasil - SINDESB.

Os estudos epidemiológicos relacionam as características intrínsecas dos desastres com os danos humanos, materiais e am- bientais e com os prejuízos econômicos e sociais conseqüentes. A correta avaliação dos danos provocados pelos desastres facilita o planejamento da reconstrução e permite a integração do Brasil ao programa de âmbito mundial, desenvolvido pela Universidade de Louvaine (Bélgica).

13. Projetos de Monitorização,

Alerta e Alarme

Esses projetos têm por finalidade instalar e/ou ampliar sistemas de monitorização, alerta e alarme, nas áreas de risco intensificado de desastres.

As informações em tempo real devem repercutir sobre um repertório de informações previamente cadastradas, relacionadas com os fenômenos e com os cenários sobre os quais interagem.

Um sistema de monitorização é composto por:

f sensores periféricos;

f vias de comunicações aferentes (centrípetas);

f vias de comunicação horizontais e verticais, res- ponsáveis pelas ligações entre diferentes centros de integração;

f vias de comunicação eferentes (centrífugas);

f órgãos efetores, responsáveis por respostas pré- -planejadas.

14. Projetos de Planejamento

Operacional e de Contingência

Esses projetos têm por finalidade difundir metodologias de planejamento operacional e de contingência entre todos os órgãos integrantes do SINDEC, buscando otimizar as ações de resposta aos desastres.

O planejamento operacional e de contingência aborda os seguintes aspectos:

f análise de riscos, que compreende o estudo das ameaças e do grau de vulnerabilidade dos sistemas, concluindo com hipóteses de planejamento, funda- mentadas na hierarquização dos riscos;

f definição das necessidades de monitorização, alerta e alarme relativas à previsão de desastres;

f definição das ações a realizar, nas fases de socorro, assistência às populações e reabilitação dos cenários dos desastres;

f seleção dos órgãos do SINDEC melhor vocacionados para a execução das ações previstas e definição dos meios necessários à operacionalização das mesmas;

f definição do gerente do projeto e do grupo de asses- sores, responsáveis pela articulação com os órgãos setoriais;

f estabelecimento de mecanismos de coordenação que facilitem o detalhamento do planejamento dos órgãos setoriais e o gerenciamento das operações, em circunstâncias de desastre.

Após a conclusão de cada plano operacional e de contin- gência, deverão ser elaborados anexos, com prescrições relati- vas ao apoio logístico, comunicações, apoio de saúde e outras julgadas necessárias.

15. Projetos de Proteção de

Populações contra Riscos de

Desastres Focais

Esses projetos objetivam o planejamento e a preparação dos órgãos do SINDEC, em interação com as comunidades lo- cais, para atuarem eficientemente, em circunstâncias de desastres de natureza tecnológica, com características focais.

A metodologia de planejamento de proteção de popula- ções contra riscos de desastres focais é semelhante à do planeja- mento operacional e de contingência, adaptada às peculiaridades de cada situação.

Os seguintes aspectos devem ser considerados com prio- ridade:

f monitorização, alerta e alarme;

f cadastramento da população;

f realização de campanhas de esclarecimento público para a população-alvo;

f realização de exercícios simulados, para testar o pla- nejamento;

f atualização permanente do planejamento.

16. Projetos de Mobilização

Esses projetos têm por finalidade difundir metodologias relacionadas com a mobilização , para responder às hipóteses de riscos de desastres, entre todos os órgãos integrantes do SINDEC.

O planejamento da mobilização obedece às seguintes etapas:

f definição dos recursos institucionais, humanos e ma- teriais necessários;

f identificação dos órgãos e entidades (públicas e pri- vadas) que disponham desses recursos;

f seleção de órgãos e entidades melhor vocacionados para atuarem nas operações de resposta aos desastres;

f articulação e coordenação com esses órgãos e enti- dades e definição de suas atribuições;

f cadastramento e organização de bancos de dados e de mapas temáticos sobre a disponibilidade de recursos e a localização destes.

Aos órgãos de coordenação do SINDEC, nos três níveis de governo, compete:

f articular e coordenar as atividades de mobilização, no âmbito do SINDEC;

f atualizar permanentemente o cadastro dos recursos disponíveis e mobilizáveis;

f atualizar os mapas temáticos sobre o equipamento do território (instalações de apoio) e sobre a localização dos recursos disponíveis e mobilizáveis.

17. Projetos de Aparelhamento e

Apoio Logístico

Esses projetos têm por finalidade difundir metodologias relacionadas com o planejamento do apoio logístico, no âmbito do SINDEC.

As principais atividades de apoio logístico dizem respeito ao suprimento e à prestação de serviços.

Os itens de suprimento mais importantes, em circunstân- cias de desastre, são:

f • água potável e alimentos;

f • material de estacionamento, como barracas, redes, camas, colchões e fogões;

f • roupas e agasalhos;

f • combustíveis, óleos e lubrificantes - COL;

f • material de engenharia e comunicação;

f • material de saúde.

As principais atividades de serviço são:

f • banho e lavanderia;

f • limpeza, descontaminação, desinfecção e desinfes- tação do habitat humano;

f • sepultamento de pessoas e animais;

f • saneamento emergencial.

Os planos de apoio logístico interagem com os de mobi- lização e devem:

f verificar a necessidade de aquisição e estocagem de itens críticos e de consumo imediato, indispensáveis ao início das operações;

f considerar a necessidade de garantir o apoio logístico às equipes empenhadas nas ações de resposta aos desastres, para que as mesmas não dependam da comunidade assistida.

18. Projetos de Socorro às

Populações

Os projetos de socorro compreendem as seguintes ativi- dades principais:

f isolamento e evacuação da área de risco;

f definição das vias de evacuação e controle de trânsito nas mesmas;

f triagem socioeconômica e cadastramento dos desa- lojados;

f instalação de abrigos temporários;

f suprimento de material de estacionamento, roupas e agasalhos;

f busca e salvamento;

f primeiros socorros, atendimento pré-hospitalar, tria- gem e evacuação médica;

f limitação e controle de sinistro e rescaldo;

f comunicação social.

As equipes técnicas deverão prover seu próprio apoio logístico.

19 . Projetos de Assistência às

No documento Política Nacional de Defesa Civil (páginas 66-77)

Documentos relacionados