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Yoga: contribuições sobre o corpo e a respiração

O YOGA ensina como respirar melhor, relaxar, concentrar e trabalhar com nosso corpo respeitando o ritmo biológico e psíquico. Maria Claudia S. Garcia e Mario A. Medella Buscamos o aprendizado do Yoga, para conhecer melhor o próprio corpo e aprender as relações da respiração com o estado de relaxamento e meditação.

Essas descobertas despertaram a nossa curiosidade para o desenvolvimento de um melhor equilíbrio físico, mental e espiritual.

Foi no Yoga que aprendemos a trabalhar com os chakras (centros de energia) e descobrimos que cada tem uma localização específica, vibra um som vocálico e está relacionado com uma determinada glândula.

Essas descobertas abriram um universo de possibilidades para o desenvolvimento de um trabalho vocal mais abrangente.

Começamos a desenvolver o mesmo de uma forma menos técnica e mais vivenciada, pois acreditamos ser mais eficiente para dar segurança e suporte ao artista, já que o mesmo nos procura muito fragilizado quando tem dificuldades vocais, principalmente na época das temporadas do seu trabalho artístico.

Esse trabalho começou quando nossa professora de Yoga fez um convite para darmos uma oficina para os seus alunos e pediu que juntasse a fonoaudiologia com o OM, estudando e relacionando os sons com cada cavidade do corpo.

Entramos num universo diferenciado de estudo que teve como consulta bibliográfica, a Bíblia Sagrada, livros de Yoga, de musicoterapia, cromoterapia e cristalterapia e aprendemos a relação dos sons com os chakras, as cores e os cristais. Nessa época, participamos por dois anos de um grupo de estudos com o reequilíbrio energético corporal, orientados por Romanello. 8 Trabalhamos utilizando a visualização das cores dos chakras, através de exercícios de respiração, relaxamento e meditação com o objetivo de conseguir melhor equilíbrio energético.

Nessas vivências estabelecemos relações entre as dificuldades respiratórias e vocais com um desequilíbrio nos chakras básico e laríngeo.

O desequilíbrio no chakra básico é comum nos indivíduos tensos, ansiosos e que tem dificuldade para se expressarem de forma mais sensual. Por esse motivo, geralmente concentram sua energia corporal e vocal na região cervical.

O desequilíbrio no chakra laríngeo é comum nos indivíduos tímidos, que não costumam dizer o que pensam ou sentem e acabam concentrando grande tensão na região do pescoço e das pregas vocais. Alguns desenvolvem uma postura de ombros fechados, mostrando ter mágoas guardadas por momentos em

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Romanello, Isabel e Neto Ervolino Os autores estudam e desenvolvem consultoria empresarial denominada reequilíbrio energético corporal.

que não se expressaram vocalmente. Romanello e Ervolino Neto (1997, p.79) citam: “quando se bloqueia o fluxo de energia, o desequilíbrio instala-se, deixando a pessoa à mercê das mais diversas doenças”

Trabalhamos com os artistas, a mantralização sistemática dos sons vocálicos mantendo a concentração no seu chakra correspondente, e posteriormente a mantralização dos sons OM ou AUM, (que é a junção de todas as vogais e segundo a filosofia védica significa o som universal). Quando mantralizado várias vezes, essa prática, facilita a conexão com nosso eu interior, trazendo para o artista melhor consciência corporal e vocal.

Ensinamos os artistas a praticar a mantralização, com o objetivo de ajudá-los a parar de pensar, a desenvolver maior concentração para o trabalho cênico e abrir os canais intuitivos.

Pensando nos artistas que são tão expostos por estarem em evidência em cena, utilizamos esses novos caminhos que davam mais energia para o trabalho vocal, que sempre tem como maior queixa a diminuição ou perda da potência da voz seja por uso inadequado, ou por desequilíbrio nos chakras básico ou laríngeo.

Fazendo um trabalho diferenciado da fonoaudiologia com a vertente instrumental, vários colegas de profissão que não tinham o conhecimento desse trabalho e de como ele pode colaborar para o melhor desempenho vocal, relatavam que o mesmo era alternativo e às vezes até esotérico.

Acreditamos ser interessante apontar que para Zantec (1990, p.14): “Os chakras são tidos como um conhecimento esotérico e, como tal, (...) exige seu desenvolvimento ativo. Você não pode ser um mero espectador ou observador. Você precisa agir.”

Estudando a vertente expressiva, nos identificamos com os estudos vivenciados, onde podemos descobrir caminhos práticos e úteis como uma alternativa de auxílio para os artistas descobrirem a potência na voz falada e cantada.

Na verdade, apenas ocorreu um distanciamento da visão fisiológica e especificamente técnica das pregas vocais para um conhecimento maior do sujeito e das suas relações com seu corpo, considerando o mesmo como expressão do seu ser.

Essas novas relações modificaram nossa concepção de sujeito e principalmente das causas das suas dificuldades vocais.

Passamos a compreender melhor o porquê das dificuldades vocais das pessoas e a atuação atingiu uma abrangência maior na utilização das técnicas corporais, respiratórias e de apoio vocal que estavam sendo aprendidas dentro do universo do Yoga.

Nessa época, que foi por volta do início da década de 1990, era comum relacionar o Yoga com questões esotéricas ou religiosas.

É importante colocar que segundo Chanchani (2006, p.19), a palavra YOGA significa: “União do ser individual com o ser universal, ela é o meio pelo qual nossa mente pode tornar-se calma, tranqüila e livre de todas as distrações”.

Através das práticas de alongamento, relaxamento, meditação, pranayamas9 e ásanas, as pessoas desligam-se do mundo mental e entram em

contato com o seu verdadeiro ser. A porta de entrada para esse estado alterado de consciência se dá através do corpo e da respiração. A técnica energética, utilizada nessa pesquisa, também estuda e considera muito importante o “estado alterado de consciência”.

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C A P Í T U L O 2 A T É C N I C A E N E R G É T I C A

“Através da criatividade identificamos novas possibilidades em antigas situações” JG Saxe