Faixa de tensão No-minal da instalação elétrica em kV
Rr - Raio de delimita-ção entre zona de ris-co e ris-controlada em
metros
Rc - Raio de delimita-ção entre zona
con-trolada e livre em metros <1 0,20 0,70 ≥1 e <3 0,22 1,22 ≥3 e <6 0,25 1,25 ≥6 e <10 0,35 1,35 ≥10 e <15 0,38 1,38 ≥15 e <20 0,40 1,40 ≥20 e <30 0,56 1,56 ≥30 e <36 0,58 1,58 ≥36 e <45 0,63 1,63 ≥45 e <60 0,83 1,83 ≥60 e <70 0,90 1,90 ≥70 e <110 1,00 2,00 ≥110 e <132 1,10 3,10 ≥132 e <150 1,20 3,20 ≥150 e <220 1,60 3,60 ≥220 e <275 1,80 3,80 ≥275 e <380 2,50 4,50 ≥380 e <480 3,20 5,20 ≥480 e <700 5,20 7,20
Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre
Figura 2 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre, com interposição de superfície de separação física adequada.
ZL = Zona livre
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autoriza-dos.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autoriza-dos e com a adoção de técnicas, instrumentos e equi-pamentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com material resis-tente e dotada de todos dispositivos de segurança.
Para caracterizar os riscos dos trabalhos em circuitos ener-gizados a NR-10 definiu zonas entorno de partes energizadas onde o risco de choque elétrico é maior. Duas zonas foram definidas: zona de risco e zona controlada. Para cada zona foi definida uma região no espaço entorno de uma parte energizada. As zonas são definidas por raios com valores dependentes da tensão.
A definição de zona de risco e de zona controlada é apre-sentada nas figuras 7 e 8. A tabela 8 apresenta as distancias entre a parte viva e o limite exterior da zona de risco e da zona controlada.
Quando na zona de risco ou na zona controlada existir um obstáculo isolante (com nível de isolamento adequado e estabilidade mecânica adequada) que impeça os trabalhadores de ultrapassar os seus limi-tes, este obstáculo passa a ser o limite exterior da zona considerada. Para definir os valores dos raios que delimitam a zona de risco e a zona controlada foram considerados, do ponto de vista téc-nico, dois aspectos: o elétrico e o ergométrico. O critério elétrico con-sidera a distância que pode ocorre descargas disrruptivas sobre o trabalhador. O critério ergonômico considera o espaço necessário para que o trabalhador possa executar sua tarefa com segurança e conforto, considerando os movimentos involuntários que este traba-lhador possa realizar na sua posição de trabalho.
Zona de risco
A Zona de Risco é definida pela NR-10 como o entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive aci-dentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho. Na zona de risco a presença de um trabalhador desprotegido supõe um risco grave e eminente de que se produza um arco elétrico ou contato direto com a parte energizada, tendo em conta os gestos e movimentos normais que podem realizar um trabalhador sem se des-locar.
Qualquer intervenção nas instalações elétricas, em uma parte viva ou em uma parte desenergizada, dentro da zona de risco é considerada um trabalho em instalações energizadas. Este trabalho só pode ser realizado por trabalhadores treinados e ainda, com mé-todos e procedimentos específicos para este tipo de trabalho.
Zona controlada
A Zona Controlada é definida na NR-10 com o entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimen-sões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproxima-ção só é permitida a profissionais autorizados. Na zona controlada embora não exista um risco grave e eminente de que se produza um
arco elétrico ou contato direto com a parte energizada, existe o risco de que se entre na zona de risco, tendo em conta os gestos e movi-mentos normais que podem realizar um trabalhador sem se deslocar. A NR-10 considera trabalho em proximidade todo trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que ma-nipule.
Embora o trabalho realizado na zona controlada apresente um risco inferior ao trabalho realizado na zona de risco, também nes-te caso é necessário que esnes-tes trabalhos sejam realizados por traba-lhadores especialmente treinados e com métodos e procedimentos específicos para este tipo de trabalho.
A zona controlada é definida a partir de critérios ergométri-cos, ou seja, da distância necessária devida à amplitude dos movi-mentos involuntários que um trabalhador pode realizar a partir de sua posição de trabalho.
ANEXO III - TREINAMENTO
1. Curso básico - Segurança em instalações e serviços com eletricidade
I - Para os trabalhadores autorizados: carga horária mínima -40h: Programação Mínima:
1. introdução à segurança com eletricidade.
2. riscos em instalações e serviços com eletricidade: a) o choque elétrico, mecanismos e efeitos;
b) arcos elétricos; queimaduras e quedas; c) campos eletromagnéticos.
3. Técnicas de Análise de Risco.
4. Medidas de Controle do Risco Elétrico: a) desenergização.
b) aterramento funcional (TN / TT / IT); de proteção; temporário; c) equipotencialização;
d) seccionamento automático da alimentação; e) dispositivos a corrente de fuga;
f) extra baixa tensão; g) barreiras e invólucros; h) bloqueios e impedimentos; i) obstáculos e anteparos; j) isolamento das partes vivas; k) isolação dupla ou reforçada; l) colocação fora de alcance; m) separação elétrica.
5. Normas Técnicas Brasileiras - NBR da ABNT: NBR-5410, NBR 14039 e outras;
6) Regulamentações do MTE: a) NRs;
b) NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade); c) qualificação; habilitação; capacitação e autorização.
7. Equipamentos de proteção coletiva. 8. Equipamentos de proteção individual. 9. Rotinas de trabalho - Procedimentos. a) instalações desenergizadas;
b) liberação para serviços; c) sinalização;
d) inspeções de áreas, serviços, ferramental e equipamento; 10. Documentação de instalações elétricas.
11. Riscos adicionais: a) altura; b) ambientes confinados; c) áreas classificadas; d) umidade; e) condições atmosféricas.
12. Proteção e combate a incêndios: a) noções básicas;
b) medidas preventivas; c) métodos de extinção; d) prática;
a) causas diretas e indiretas; b) discussão de casos; 14. Primeiros socorros: a) noções sobre lesões; b) priorização do atendimento; c) aplicação de respiração artificial; d) massagem cardíaca;
e) técnicas para remoção e transporte de acidentados; f) práticas.
15. Responsabilidades.
2. Curso complementar - Segurança no sistema elétrico de potência (SEP) e em suas proximidades.
É pré-requisito para freqüentar este curso complementar, ter partici-pado, com aproveitamento satisfatório, do curso básico definido ante-riormente.
Carga horária mínima - 40h
(*) Estes tópicos deverão ser desenvolvidos e dirigidos especifica-mente para as condições de trabalho características de cada ramo, padrão de operação, de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de atividade, sendo obede-cida a hierarquia no aperfeiçoamento técnico do trabalhador. I - Programação Mínima:
1 - Organização do Sistema Elétrico de Potencia - SEP. 2 - Organização do trabalho:
a) programação e planejamento dos serviços; b) trabalho em equipe;
c) prontuário e cadastro das instalações; d) métodos de trabalho; e
e) comunicação.
3. Aspectos comportamentais.
4. Condições impeditivas para serviços. 5. Riscos típicos no SEP e sua prevenção (*): a) proximidade e contatos com partes energizadas; b) indução;
c) descargas atmosféricas; d) estática;
e) campos elétricos e magnéticos; f) comunicação e identificação; e
g) trabalhos em altura, máquinas e equipamentos especiais. 6. Técnicas de análise de Risco no S E P (*)
7. Procedimentos de trabalho - análise e discussão. (*) 8. Técnicas de trabalho sob tensão: (*)
a) em linha viva; b) ao potencial; c) em áreas internas; d) trabalho a distância; d) trabalhos noturnos; e e) ambientes subterrâneos.
9. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conserva-ção, verificaconserva-ção, ensaios) (*).
10. Sistemas de proteção coletiva (*). 11. Equipamentos de proteção individual (*). 12. Posturas e vestuários de trabalho (*).
13. Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos(*).
14. Sinalização e isolamento de áreas de trabalho(*).
15. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso (*). 16. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados (*).
17. Acidentes típicos (*) - Análise, discussão, medidas de proteção. 18. Responsabilidades (*).
Sobre o autor:
Engenheiro Eletricista (UFU - 1981);
Mestre em Engenharia Eletrônica (ITA -1988); Diretor da Mi Omega Engenharia;
Consultor
Coordenador da Comissão da ABNT responsável pela norma NBR 14039 "Instalações elétricas de média tensão de 1,0 a 36,2 kV";
Membro e coordenador de grupos de trabalho da Comissão da ABNT responsável pela norma NBR 5410 "Instalações elé-tricas de baixa tensão";
Membro da Subcomissão Técnica de Instalações Elétricas de Baixa Tensão do Comitê Brasileiro de Avaliação da confor-midade, na elaboração da Regra específica da certificação das instalações elétricas no Brasil;