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Zoológico do CIGS

No documento Josiano Régis Caria (páginas 66-69)

Localizado na Avenida São Jorge, 750 - São Jorge, o zoológico é cercado por área

preservada pertencente ao CIGS.

Figura 12 – Foto de satélite do Zoológico do CIGS (no detalhe)

Fonte: Google Maps (2010)

O zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) teve sua origem em

1967, mas só foi aberto ao público em geral a partir de 1969. Atualmente, ainda chamado de

“Zoológico do CIGS” suas instalações atuais foram inauguradas em 04 de junho de 1999,

com recursos provenientes de um convênio firmado entre o então Ministério do Exército,

Governo do Estado do Amazonas, Prefeitura de Manaus e Superintendência da Zona Franca

de Manaus. Ele possui somente animais amazônicos brasileiros, contando atualmente com

162 animais distribuídos em 56 espécies, das quais várias estão enquadradas nas diversas

categorias do IBAMA de ameaça de extinção no restante do Brasil.

A partir dele são realizados estudos sobre a fauna e a flora da região, em apoio a

órgãos de pesquisa nacionais, contribuindo assim para a preservação e conservação das

espécies, dentro de um plano de gestão ambiental que inclui ainda o Campo de Instrução do

CIGS (CICIGS) além da educação ambiental que se faz presente, tanto na instrução militar

envolvendo recrutas e profissionais, quanto no trabalho educativo junto às escolas de ensino

médio e fundamental da região metropolitana de Manaus e na área do entorno do CICIGS

(BRASIL, 2010b).

Seguindo o desejo de incentivar os alunos para a aprendizagem de Ciências, pois

segundo Screnci-Ribeiro e Castro (2010, p.217) “[...] o zoológico é um grande aliado dos

professores no processo ensino aprendizagem dos alunos, pois desperta o interesse dos

mesmos pelo incomum além de sair da rotina desgastante de sala de aula”, solicitamos,

através da escola, autorização via ofício ao CIGS (ANEXO E), autorização dos pais ou

responsáveis dos alunos menores de dezoito anos (ANEXO D), bem como o ônibus que

levaria os sujeitos da pesquisa.

Antes mesmo de visitarmos o Zoológico do CIGS, mas como consequência da visita

ao Bosque da Ciência, os alunos se mostraram ansiosos para realizarem a próxima visita e

perguntavam frequentemente quando realizariam outra atividade, ou segundo a aluna A4:

“Professor, quando vamos fazer outra aula daquela? Tá demorando muito!”. A demora

mencionada pela aluna é devido ao adiamento da visita, pois, choveu muito no dia que havia

sido marcada, além dos alunos terem faltado à escola não teria possibilidade de expô-los à

chuva, tampouco, podia-se observar os animais. Portanto, a demora deu-se pelo fato de

remarcarmos a atividade.

Diferentemente do que realizamos no Bosque da Ciência, não entregamos aos alunos

fichas para pesquisa, pois, no zoológico existem placas com identificação e características dos

animais, conforme observação que realizamos durante a visita de planejamento realizada por

este pesquisador no primeiro semestre de 2010.

Segundo Screnci-Ribeiro e Castro (2010, p.213) “[...] a utilização do Zoológico

contribui com o aprendizado, resultando em uma atividade científica prazerosa e que serve

como complementação para as aulas em sala de aula e materiais impressos e virtuais”,

portanto, o planejamento, a experiência com as outras atividades além das aulas de Tópicos de

Biologia realizadas no Mestrado de Ensino de Ciências na Amazônia nos serviu de base para

o desenvolvimento da prática e construção do tabuleiro Jogo Trilhanimal (Figura 6).

Essa visita teve uma maior participação dos alunos em relação à anterior. Isso

aconteceu, segundo comentário do professor, porque os alunos que participaram das

atividades perguntavam e relacionavam, durante as aulas de Ciências, o que haviam discutido

na Horta Escolar e no Bosque da Ciência com o que estava sendo ensinado. Isso fez com que

os alunos que não compartilharam daquelas atividades ficassem curiosos e se motivassem.

Fato esse que apontava que o objetivo das atividades, que era de incentivá-los, estava surtindo

resultados.

Levamos os alunos do 9º Ano 01 ao zoológico, acompanhados pelo professor de

Ciências, na primeira semana de novembro de 2010. Ao chegar ao local apresentamos o ofício

com a autorização para a visita, porém, não organizamos a turma por grupos como fizemos na

outra prática.

Conduzimos as discussões com a turma sobre os animais de acordo com a

organização do espaço físico do zoológico, isto é, conforme íamos passando pelas jaulas os

alunos observavam cada animal, registravam as informações contidas nas placas informativas,

fotografavam e resumiam as discussões sobre as características, principalmente daqueles que

não coincidiam com os que observaram no Bosque, a exemplo da Figura 13em que os alunos

estão observando o comportamento e as peculiaridades do macaco-aranha.

Esse tipo de atividade segundo Screnci-Ribeiro e Castro (2010, p.210) “motiva tanto

os alunos como os professores a superarem seus conhecimentos, sendo assim acabam

rompendo os limites do ensino tradicional”, portanto, agregando novos conhecimentos e

ratificando os que haviam construído.

Figura 13 – Alunos observando o macaco-aranha

Fonte: CARIA(2010)

Apesar de o zoológico ser, segundo o Artigo 1° da Lei Federal 7173/83, que dispõe

sobre o estabelecimento e funcionamento de jardins zoológicos, considerado como qualquer

coleção de animais silvestres mantidos vivos, em cativeiro ou em semiliberdade expostos à

visitação pública (BRASIL, 1983), chamou muito a atenção dos alunos o fato de a

proximidade com a área verde em seu entorno possibilitar a entrada de animais silvestre e

interação com os outros animais cativos.

Foi o que aconteceu durante a visita: um macaco-prego em liberdade se aproximou

do grupo de macacos cativos da mesma espécie o que também permitiu uma maior

proximidade para observação dos discentes conforme registrado por meio da Figura 14. Isso

demonstra a dinamicidade da utilização desse espaço e vai de encontro à posição passiva e

visão de conhecimento neutro que os discentes assumem ante o Ensino de Ciências (POZO e

CRESPO, 2009).

Figura 14 – Interação com um animal em liberdade

Fonte: CARIA (2010)

No documento Josiano Régis Caria (páginas 66-69)

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