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TESTE DE CORRELAÇÃO

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - BDM (páginas 56-62)

A correlação foi realizada entre os parâmetros da dosagem Marshall para cada

mistura executada na obra, de forma a sempre analisar como uma variável

volumétrica (Teor de asfalto, densidade aparente, porcentagem de vazios, V.C.B.,

V.A.M. e R.B.V.) influência em uma variável mecânica (RTCD, estabilidade e

fluência). Posteriormente, são apresentados e discutidos os resultados das

intensidades das correlações.

Como apresentado no capítulo de métodos, os valores de correlação ente 0,50 e 1,00, tanto para correlações positivas ou negativas, interpretam-se como correlações válidas. A Tabela 16 apresenta células em verdes para números positivos indicando serem diretamente proporcionais e células em vermelho para números negativos indicando serem inversamente proporcionais.

Na Tabela 16, é possível identificar os números de corpos-de-prova ensaiados e os resultados das correlações lineares para todas as misturas. Além disso, é importante ressaltar que não é possível realizar todos os ensaios mecânicos no mesmo corpo- de-prova, sendo realizadas a estabilidade e fluência ou a RTCD. Por isso há um número diferente de ensaios na mesma mistura.

Tabela 16 – Correlação linear das misturas

MISTURAS PARÂMETROS QUANTIDADE

DE CP

TEOR DE ASFALTO

(%)

DENSIDADE APARENTE

%

VAZIOS % V.C.B. % V.A.M. % R.B.V.

BsP

RTCD (Mpa) 23 0,33 -0,74 0,69 0,07 0,66 -0,62

ESTABILIDADE (Kgf) 23 -0,55 0,60 -0,48 -0,21 -0,59 0,42

FLUENCIA 23 0,04 -0,16 0,16 -0,06 0,15 -0,16

BcP

RTCD (Mpa) 131 0,21 -0,13 0,06 0,20 0,18 -0,01

ESTABILIDADE (Kgf) 129 0,20 0,05 -0,06 0,07 -0,05 0,10

FLUENCIA 129 -0,13 -0,07 0,07 -0,08 0,07 -0,08

CsP

RTCD (Mpa) 71 -0,07 -0,38 0,38 -0,28 0,32 -0,39

ESTABILIDADE (Kgf) 66 -0,51 0,15 -0,08 -0,39 -0,26 0,12

FLUÊNCIA 66 -0,11 0,10 -0,11 -0,03 -0,13 0,10

CcP

RTCD (Mpa) 183 -0,11 -0,16 0,14 -0,15 0,13 -0,16

ESTABILIDADE (Kgf) 176 -0,25 -0,23 0,24 -0,32 0,16 -0,27

FLUÊNCIA 175 -0,09 -0,03 0,03 -0,09 0,01 -0,05

Na análise das correlações foi possível identificar que, de modo geral, não

ocorreram correlações válidas entre os parâmetros volumétricos versus parâmetros

mecânicos da dosagem Marshall como fora estipulado. Logo, não foi possível inferir

o comportamento mecânico de forma mais simplificada, a partir dos parâmetros

volumétricos, pois estes necessitam apenas de uma balança e o uso de fórmulas.

Além disso, dentre os resultados obtidos, apenas a mistura BsP apresentou correlações válidas entre os parâmetros volumétricos e os mecânicos, destacadas em verde e vermelho. No total há sete dados de correlações válidas, sendo quatro inversamente proporcionais e três diretamente proporcionais, que serão avaliadas a seguir.

 Densidade aparente x RTCD (Inversamente proporcional): Para maiores resultados de RTCD maior deve ser a quantidade de ligante na mistura, pois este garante a aderência e coesão na mistura. Em seguida, a densidade aparente está relacionada diretamente a proporção de ligante mais agregados na mistura, portanto, como a Mistura B apresenta maiores grãos de agregado e menor preenchimento por ligante, esta possui um resultado maior neste parâmetro. Logo, o aumento da densidade aparente provoca a redução da RTCD.

 Volume de vazios x RTCD (Diretamente proporcional): É um resultado pontual e contraditório, pois não é explicável diante da referência bibliográfica sobre o tema. O comportamento típico seria uma relação inversamente proporcional, ou seja, CPs com menor volume de vazios deveriam apresentar maiores valores de RTCD.

 Vazios do Agregado Mineral x RTCD (Diretamente proporcional): Os vazios de agregado mineral correspondem ao volume de vazios preenchido por ar e por asfalto após a mistura, descontando o ligante absorvido pelos agregados e não influenciam mecanicamente na mistura. Portanto, quanto maior o vazio de agregados minerais maior é o teor de asfalto na mistura, proporcionando uma maior RTCD.

 Relação Betume Vazios x RTCD (Inversamente proporcional): A relação

betume vazios é calculada pela razão entre dois fatores: quantidade de

betume e quantidade de vazios no corpo de prova. Pode ocorrer o aumento

de ambos ao mesmo tempo, mas caso o aumento de vazios seja em maior

magnitude provoca a diminuição da RBV, entretanto ainda há um aumento de

ligante na mistura, resultando em uma maior RTCD.

 Teor de asfalto x Estabilidade (Inversamente proporcional): Quanto maior o teor de asfalto em uma mistura menor será o volume de agregado e como a estabilidade é influenciada diretamente pelo agregado, podemos concluir que quanto maior é o teor de asfalto de uma mistura menor será a estabilidade.

 Densidade aparente x Estabilidade (Diretamente proporcional): Quanto maior a quantidade de agregado na mistura maior será a estabilidade da mistura, pois o agregado apresenta maiores valores neste parâmetro.

 Vazios do Agregado Mineral x Estabilidade (Inversamente proporcional):

Quanto maior for os vazios do agregado mineral maior é a quantidade de ar e

ligante, além de diminuir o volume de agregado na mistura. Portanto, há a

diminuição no resultado de estabilidade quando há a diminuição do volume de

agregado na mistura.

5 CONCLUSÃO

O planejamento e a execução do controle tecnológico nas obras de pavimentação são imprescindíveis para se alcançar a qualidade almejada na realização da obra.

Para que este controle seja eficiente, é necessário obedecer às normas de ensaios vigentes e aliar estes fatores a elaboração de um projeto condizente condizentes com a realidade e necessidades da obra.

Para o melhor conhecimento do material aplicado e sua verificação quanto à dosagem, é necessário um acompanhamento constante dos resultados de seus parâmetros. Assim, é possível ampliar sua análise por meio de métodos estatísticos.

Esta pesquisa teve acesso a um extenso banco de dados dos ensaios de controle da obra de pavimentação da Av. João Paulo II e de algumas vias complementares que ligam esta Avenida à Rodovia BR-316. Facultou-se, desta forma, a realização de estudos estatísticos em relação aos parâmetros volumétricos e mecânicos dos corpos de prova.

Foi possível verificar que os parâmetros encontram-se nos intervalos preconizados pelas normas DNIT 031/2006-ES para Concreto Asfáltico e DNER-ES 385 Concreto Asfáltico com asfalto polímero, assim, espera-se que o pavimento apresente desempenho satisfatório ao longo de sua vida útil, uma vez garantidas as atividades de manutenção rotineira.

Ademais, foi possível concluir que:

 O uso de polímero SBS no ligante asfáltico influenciou alguns parâmetros da dosagem Marshall, aumentando, em média, a mediana do parâmetro RBV em 2,05% e diminuindo, em média, a mediana dos parâmetros RTCD em 6,65%, fluência em 6,25%, VAM em 1,95% e volume de vazios em 6,00%;

 O resultado do uso de polímero SBS no ligante asfáltico foi inconclusivo

quanto sua influência sobre a mediana dos parâmetros: estabilidade,

densidade aparente e grau de compactação das misturas asfálticas;

 O uso de polímero SBS no ligante asfáltico provocou alterações significativas nas médias dos parâmetros de dosagem Marshall, aumentando a média dos resultados de densidade aparente e reduzindo a média dos resultados de RTCD;

 O resultado do uso de polímero SBS no ligante asfáltico foi inconclusivo quanto sua influência na mudança significativa das médias dos parâmetros estabilidade, VAM, RBV, Volume de vazios e grau de compactação das misturas asfálticas;

 A mudança da granulometria do concreto asfáltico da Faixa B para a Faixa C influenciou alguns parâmetros da dosagem Marshall, aumentando, em média, a mediana dos parâmetros estabilidade em 4,05% e RBV em 11,20% e diminuindo, em média, a mediana dos parâmetros fluência em 6,05%, VAM em 10,15%, volume de vazios em 14,40% e densidade aparente em 3,45%;

 O resultado da mudança da granulometria do concreto asfáltico da Faixa B para a Faixa C foi inconclusiva quanto a sua influência sobre a mediana dos parâmetros RTCD e grau de compactação das misturas asfálticas;

 A mudança da granulometria do concreto asfáltico provocou alterações significativas nas médias dos parâmetros de dosagem Marshall, aumentando a média dos resultados de VAM e RBV e reduzindo a média dos resultados de RTCD, volume de vazios e densidade aparente;

 O resultado da mudança da granulometria do concreto asfáltico da Faixa B para a Faixa C foi inconclusiva quanto a sua influência na mudança significativa das médias dos parâmetros estabilidade e grau de compactação das misturas asfálticas;

 De modo geral, não foram detectadas correlações válidas entre os parâmetros volumétricos e mecânicos para todas as quatro misturas utilizadas (BsP, BcP, CsP e CcP);

 Apenas a mistura BsP apresentou correlações válidas entre o parâmetro

mecânico RTCD com os parâmetros volumétricos: Densidade aparente

(inversamente proporcional), volume de vazios (diretamente proporcional),

VAM (diretamente proporcional) e RBV (inversamente proporcional); e entre o parâmetro mecânico estabilidade com os parâmetros volumétricos: Teor de asfalto (inversamente proporcional), densidade aparente (diretamente proporcional) e VAM (inversamente proporcional);

Logo, o presente trabalho avaliou a influência do tipo de ligante asfáltico e da faixa granulométrica nos parâmetros de dosagem Marshall, mediante a avaliação estatística por diagrama de caixa, teste t de “Student” e correlação linear, dos ensaios de controle tecnológico da pavimentação da obra de Prolongamento da Avenida João Paulo II.

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

No documento UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - BDM (páginas 56-62)

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