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A dimensão estética do funeral bororo: cantos, danças e ornamentações.

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Academic year: 2023

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XXXI Congresso de Iniciação Científica

A dimensão estética do funeral bororo: cantos, danças e ornamentações.

Aluno bolsista: Giovanni Resano Lopes/ Orientador: Prof. Dr. Edgar Teodoro da Cunha/ E-mail:

giovanni13lopes@hotmail.com/ Tipo de bolsa: PIBIC.

Palavras Chave: Bororo, etnoestética, funeral.

Introdução

O ciclo funerário dos índios Bororo do Mato Grosso, consiste em um movimento ritual que engloba uma diversidade de elementos imateriais e materiais, que transitam dentro do processo estético que circunscreve o funeral. Partilhando de um longo e complexo ritual funerário, os Bororo priorizam com muito vigor a sua vida cerimonial a partir de componentes característicos de sua cultura, direcionando para aqueles que observam de fora, uma cosmologia interna carregada de uma rica circunspecção. Cantos, danças, caçadas, pescarias e adornos complementam-se ao longo de todo o ritual, exteriorizando seu conteúdo estético como forma de revigorar os aspectos que englobam a cultura Bororo, reunindo de uma só vez todos os clãs que compõe a aldeia Bororo, assinalando o tratamento coletivo que o movimento estético é capaz de impulsionar.

Objetivo

Tendo em vista essas elaborações, a pesquisa buscará, ao longo de seu desenvolvimento, contemplar estudos teóricos, imagens e vídeos relativos ao ritual funerário Bororo, de forma a apreender desses elementos aspectos que permitam a elaboração e aprofundamento da presença da estética como uma categoria de grande importância dentro do funeral.

Material e Métodos

Pretende-se incorporar na metodologia da pesquisa, referências teóricas, produções cinematográficas e imagens colhidas durante pesquisas de campo de autores inseridos no campo da etnologia indígena, com enfoque direcionado para o estudo dos povos bororo, no da antropologia visual, tais como Sylvia Caiuby Novaes, Darcy Ribeiro, Renate Viertler, Edgar Teodoro da Cunha, Victor Turner, Carlos Severi, Alfred Gell, entre outros. Angariando, para tanto, recursos fílmicos produzidos tanto pela comunidade científica quanto pela própria comunidade nativa Bororo, revisões bibliográficas e fotografias produzidas pela antropologia Sylvia Caiuby de Novaes

Resultados e Discussão

A função do ritual consiste na possibilidade de harmonizar dois princípios opostos da cosmologia bororo, a entidade espiritual bope, responsável pela morte, e o elemento aroe, entendido pelos bororo como os seres que habitam o universo das permanências dos seres. No que diz

respeito às diversas análises do processo ritual, podemos incorporar dois importantes autores, provenientes de diferentes campos de estudo, embora traçassem uma relação com as obras de um e outro, Victor Turner, com o estudo dos rituais dentro lógica antropológica, com suas contribuições acerca da liminaridade, e Richard Schechner, cuja temática ritual está diretamente ligada com seus estudos acerca da performance. Em uma definição sucinta, segundo Turner, podemos definir ritual como uma manifestação com alto ou moderado teor religioso, onde por meio de representações simbólicas, os indivíduos são introduzidos dentro de um estado de liminaridade, entendido como uma suspensão temporária dos atributos sociais, ocorrendo uma reordenação e restruturação da vida social. O ritual aparece ainda como um centro de produção de percepções onde o corpo é seu foco principal, segundo Mary Douglas, e também como um espaço de vivência de objetos e elementos materiais, utilizando-se da visão de Alfred Gell.

Conclusões

A partir da perspectiva empregada, podemos observar como o emprego de adornos plumários e as pinturas feitas de jenipapo, urucum e tabatinga evocam uma subjetividade singular que os definem como elementos essencialmente definidores da vida social nativa, preenchidos com significados de representações cosmológicas e míticas originárias da sociedade bororo. A partir da utilização um conjunto de perspectivas analíticas para o estudo do ciclo funerário, podemos observar como o ritual funerário bororo se caracteriza como um fenômeno de essência coletiva, articulando todos os integrantes da aldeia (ecerae e tugarege) dentro das manifestações estéticas, sociais, cosmológicas que circunscrevem o evento desse povo (Transição de Boe para uma categoria mais elevada – Aroe).

Agradecimentos

Presto profundos agradecimentos pela oportunidade da pesquisa financiada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação científica (PIBIC).

__________________

CUNHA, E.T. Ritual, performance e imagens entre os Bororo do Mato Grosso. In: John DAWSEY; Regina MULLER; Marianna MONTEIRO;

Rose Satiko HIKIJI. (Orgs.). Antropologia da Performance.1ed.SãoPaulo: Terceiro Nome, 2014.

TURNER, Victor. O Processo Ritual Estrutura e Anti Estrutura.

Petrópolis: Vozes, 1974

NOVAES, Sylvia Caiuby. Funerais entre os Bororo: imagens da refiguração domundo.Rev. Antropol., São Paulo , v. 49, n. 1, p. 283-

315, Junho 2006.Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 77012006000100009&lng=en&nrm=iso>.Acesso em 22 Jan 2018.

Referências

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