XXXI Congresso de Iniciação Científica
A relação entre realidade e fantasia na Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio (1830) – A Filosofia do Espírito de Hegel
Aluno Felipe Aiello, do curso de Filosofia sob orientação de Ricardo Pereira Tassinari, Câmpus Marília, FFC; tipo de bolsa – Programa de Iniciação à Pesquisa (PIBIC). Email:
felipe001991@hotmail.com.
Palavras Chave: realidade, fantasia, Filosofia do Espírito
Introdução.
Em sua Filosofia do Espírito, Hegel afirma ser o conceito de espírito aquele que exprime em si a totalidade da realidade. Deste modo, é subsumida nesta idealidade do conceito de espírito que a realidade é passível de ser expressa. Por si mesma a realidade não tem sua coesão, mas sim amalgamada pelo espírito.
Dado esta amalgamação operada pelo conceito de espírito, a realidade emerge no concatenamento de determinidades, isto é, ela se manifesta na medida que se estabelece relações com seus contrários. Assim, diz Hegel, muitas vezes o sono se confunde com a vigília para o sujeito, assim como a realidade confunde-se com a fantasia.
Ainda que a fantasia imediatamente se manifeste enquanto uma enfermidade do espírito, tal como a loucura ou a demência, ela tem uma função crucial na medida em que estabelece o sistema-de-mundo individual do sujeito. Fazendo com que ele oriente, no interior de sua consciência, as determinações que são produzidas por sua fantasia, pertencem a esta consciência. Sendo, assim, uma das primeiras formas em que a consciência coloca para si mesma seu conteúdo como a si pertencente.
Objetivo
Expor as conclusões resultantes da pesquisa, estabelecendo a relação entre o conceito de realidade e o conceito de fantasia na Filosofia do Espírito de Hegel. Mostrando como estes conceitos se exprimem, se diferenciam e se articulam na obra.
Material e Métodos
O método utilizado é o de pesquisa filosófica.
Em que se atenta para o rigor conceitual ao exprimir a filosofia em questão. A pesquisa baseou-se na Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio (1830) – A Filosofia do Espírito de Hegel.
Resultados e Discussão
No sentido de estabelecer o que o sujeito experiencia em sua consciência, a realidade é tangível para ele de maneira ideal, mediada pelas determinações conceituais.
Assim nos defrontamos com o problema de estabelecer o que é real e o que é fantasioso. A diferença entre realidade e fantasia diz Hegel ser sutil, por isso a recorrente confusão em se determinar o que é uma e o que é a outra.
Resulta-se daí que a realidade só é exprimível de maneira relacional no interior do conceito, isto é, só sabemos o que é real, quando sabemos o que é fantasia. Assim estes conceitos embora distintos estão imbricados.
Conclusões
Conclui-se que a realidade, sendo ela a realidade do conceito de espírito, na medida em que é mediada pelo espírito, exprime-se em graus. Existem tanto graus menores quanto mais elevados e eles estão em uma relação dialético-especulativa. Só sabemos o que é real quando sabemos o que é fantasioso, e para isso é preciso a consciência-de-entendimento que separa e estabelece passagens de um estado a outro. Deste modo sabemos que quando acordamos, não estamos mais dormindo. Caso nunca acordássemos nunca saberíamos.
Assim o imbricamento relacional é fundamental para estabelecer o que é real e o que é fantasioso para Hegel.
Agradecimentos
Agradecemos ao Prof. Dr. Ricardo Pereira Tassinari pela orientação e ao CNPq pelo financiamento da pesquisa.
____________________
HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das Ciências Filosóficas em compêndio (1830) III – A Filosofia do Espírito. São Paulo: Ed. Loyola 2011.
LEBRUN, Gérard. A paciência do conceito. São Paulo: Ed.
UNESP, 2006.
BOURGEIS, Bernard. Os atos do espírito. São Paulo: Ed.
Unisinos, 2004.
HELFER, Inácio (org.). Lógica e metafísica em Hegel. São Paulo:
Ed. Unisinos, 2019.
COMAY, Rebecca. Mourning Sickness. Stanford University Press:
2010.