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A adequação da matriz curricular do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás em 2020 : poder do estado, autonomia institucional e disputas de concepções

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Academic year: 2023

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A ADEQUAÇÃO DO CURSO PEDAGÓGICO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS EM 2020: O PODER DO ESTADO,. Tabela 3 - Dados dos agentes da UEG que participaram do processo de reestruturação do Curso Pedagógico Matriz em 2020.

Gráfico 1 - Evolução do número de concluintes dos cursos de licenciaturas presenciais da UEG entre 2012  e 2021
Gráfico 1 - Evolução do número de concluintes dos cursos de licenciaturas presenciais da UEG entre 2012 e 2021

Uma nova doxa mundial: mudando discursos, práticas e dispositivos

Por se tratar de uma disputa, é preciso observar que prevaleceu o capital da corrente do ordoliberalismo. É importante entender o neoliberalismo que vai além de uma política econômica, mas como uma racionalidade que estende a lógica do capital a toda a humanidade.

Re(configuração) do Estado e das políticas educacionais

No Brasil, a segunda metade da década de 1990 foi um período primordial de reforma do Estado e da educação. Pode-se concluir que a reforma do Estado e da Educação não traz apenas mudanças estruturais, mas é um mecanismo que legitima novas subjetividades para os profissionais.

Figura 1 - Resoluções para formação de professores entre o Governo FHC e o Governo Bolsonaro
Figura 1 - Resoluções para formação de professores entre o Governo FHC e o Governo Bolsonaro

Aproximações/alinhamentos entre as premissas de organismos multilaterais e as da

3.ª versão do parecer - Orientações para o Currículo Nacional e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Contínua de Professores do Ensino Básico. Parecer CNE/CP n. 22/2019, aprovada em 7 de novembro de 2019 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial de professores do ensino básico e o Quadro Nacional Comum para a formação inicial de professores do ensino básico (BNC-Formação).48 . BID 3ª versão do parecer - Orientações para o Currículo Nacional e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores do Ensino Básico.

Parecer CNE/CP n. Despacho n.º 22/2019, aprovado a 7 de novembro de 2019 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Docentes do Ensino Básico e Quadro Nacional Comum de Formação Inicial de Docentes do Ensino Básico (BNC-Formação). UNESCO 3ª Versão do Parecer – Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para a Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica. 47 Para facilitar a leitura, onde diz “Proposta”, entenda a Proposta de Marco Nacional Comum para a Formação de Professores na Educação (BRASILIA, 2018a).

As Diretrizes Curriculares Nacionais e a Base Nacional Comum para a Formação Inicial

Diante do exposto, é possível perceber algumas aproximações entre as Diretrizes Globais e a Resolução CNE/CP nº 2/2019/BNC-Formação. Quatro anos depois, foi ratificada a Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006 (BRASIL, 2006), que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Pedagogia (DCNP). Foi determinado que a formação de professores teria o prazo de dois anos para atender a Resolução CNE/CP nº 2/2015.

Vê-se que essas leis são alguns sinais do fio condutor que levou à aprovação da Resolução CNE/CP nº. 2/2019 e antecedeu o BNC-Formação. Pode-se deduzir que a Resolução CNE/CP nº 2/2019/BNC-Formação alinha as competências dos alunos, presentes na BNCC (BRASIL, 2017b; 2018c) para a educação básica, com as competências profissionais dos professores. Ressaltam que, de acordo com o princípio cronológico, a Resolução CNE/CP n. 2/2019 segue a DCNP, mas não implica a sua nulidade.

Figura 2 - As DCNs e seus princípios para os cursos de formação inicial de professores
Figura 2 - As DCNs e seus princípios para os cursos de formação inicial de professores

A Universidade Estadual de Goiás e articulações com o campo político

Neste capítulo, apresentamos primeiro a Universidade Estadual e suas articulações com o campo político, e posteriormente a reforma da estrutura organizacional e pedagógica iniciada em 2019, em especial o equilíbrio de poder e domínio do grupo gestor no campo da governança da a UEG e a estrutura organizacional da universidade, durante o reinado de Ronaldo Caiado. A expansão do campo do ensino superior, intensificada na década de 1990 no Brasil, atingiu as instituições estaduais de ensino superior em Goiás, inclusive na configuração da UEG. A Lei nº 13.456 criou a UEG por meio da transformação da Universidade Estadual de Anápolis (UNIANA) e da criação de mais 28 faculdades isoladas que existiam em várias localidades de Goiás, transformando essas autoarquias estaduais em unidades administrativas da UEG.

É importante observar que a Lei n. 13.456 também transformou a Fundação Universitária Estadual de Anápolis em Fundação Universitária Estadual de Goia (FUEG), que foi designada como mantenedora da UEG. Campos (2019) realizou um estudo sobre as consequências da dupla avaliação, tanto pelo EQL/GO quanto pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), na gestão da UEG, constatando que o SINAES constitui uma referência saudável para avaliação do desenvolvimento. e ações regulatórias pela CEE/GO; ênfase na utilização de resultados de processos avaliativos, como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE); Conceito Preliminar de Curso (CCP); e o Índice de Curso Geral (IGP) mudaria o hábito de avaliação e gestão na UEG. Nesse sentido, a autonomia universitária da UEG encontra-se fragilizada em relação ao princípio da "autonomia institucional" (CHAUÍ, 2003), devido ao seu alinhamento com os princípios da política de Estado.

Reforma da estrutura organizacional e pedagógica da UEG: tensionamentos e jogo de

O Quadro 5 apresenta os reitores da UEG desde 1999, ano de sua criação, até 2022, com o período de gestão e o respectivo governador do estado de Goia. Cabe ressaltar que esta reforma da estrutura administrativa da UEG está de acordo com a abordagem de gestão e controle, relacionada à perspectiva neoliberal. Os oito campi da UEG estão distribuídos em posições estratégicas no estado de Goia e conectados à Reitoria.

Mas mais pesquisas são necessárias para analisar as lutas de poder acadêmico entre os campi da UEG. Os cursos de graduação da UEG são importantes para a formação de professores do ensino fundamental em Goiás, principalmente em algumas regiões do estado. No caso da UEG, as relações de poder e dominância do grupo gestor dentro da esfera de gestão da UEG estiveram presentes na reforma da estrutura organizacional e educacional da UEG.

Figura 5 - Reconfiguração da UEG por câmpus no Estado de Goiás
Figura 5 - Reconfiguração da UEG por câmpus no Estado de Goiás

O curso de Pedagogia da UEG

A Figura 7 mostra que o curso de Pedagogia da UEG é oferecido em diversas localidades do interior de Goiás. 60 Ressaltamos que não há muitos estudos sobre os processos de reestruturação das matrizes curriculares da disciplina de Pedagogia. O processo de construção da matriz disciplinar da Pedagogia foi novamente marcado pela permanência das relações de poder tradicionais, por meio da ordem simbólica estabelecida.

Pode-se inferir que a reforma da estrutura organizacional e pedagógica da UEG iniciou mudanças complexas no número de vagas para a Formação de Professores. Nessa ordem, nove cidades não ofereceram vagas para o curso de pedagogia: Campos Belos, Crixás, Goianésia, Itaberaí, Jussara, Luziânia, Minaçu, São Miguel do Araguaia e Silvânia. No Vestibular/Seletiva 2021/2 e no Vestibular/Seletiva 2022/2 não foram oferecidas vagas para Pedagogia.

Figura 7 - Localização geográfica dos câmpus e das unidades universitárias que ofertam o curso de  Pedagogia da UEG
Figura 7 - Localização geográfica dos câmpus e das unidades universitárias que ofertam o curso de Pedagogia da UEG

A reestruturação da matriz curricular do curso de Pedagogia da UEG em 2020

O poder do Estado

A classe 5, que identificamos como “Poder do Estado”, recebeu 16,05%, o quarto maior volume de segmentos de texto coletados. Ou seja, as relações de poder e o poder do Estado estiveram presentes no processo de reestruturação da matriz curricular da disciplina de Pedagogia. O processo de formação de professores em Goiás, inicialmente por meio da formação em escolas normais, está indissociavelmente ligado ao poder do estado e às famílias que compuseram esse processo, como Caiado.

Porque traz no artigo 107 do novo estatuto da universidade que os cursos devem ter no mínimo 75% de professores efetivos. Mas eu acho que esse processo recente de reforma da universidade piorou um pouco a situação (ENTREVISTADOR 8). Dito isso, pode-se inferir que a representação do poder estatal se configura por meio de suas políticas.

Figura 11 - O poder do Estado
Figura 11 - O poder do Estado

A autonomia da UEG

Isso revela que a política é o meio pelo qual o Estado expressa as relações de poder nas quais os agentes do campo político conseguem direcionar suas ações – no caso, ações direcionadas no microcosmo da UEG. Como mostra o mapa, a autonomia da UEG é reflexo do poder do estado de Goiás, que detém o capital para institucionalizar a Universidade. Você vê claramente que o Caiado tem problema com a UEG, a forma como os professores da UEG são tratados e a forma como são os professores da SEDUC, por exemplo, é completamente diferente.

Esse cenário caminha para a validação de processos de desobrigação do Estado de políticas e investimentos em educação. O diretor que assumiu o Instituto era um membro da Secretaria de Educação, alguém que liderava os grupos, que promoviam a reforma curricular implementada pela chamada BNCC nas escolas de Goiás. O Curso de Pedagogia fez concessões através do NDE no processo de reestruturação matricial porque reconhece a força do poder do Estado e das relações de poder na luta político-pedagógica que vem sendo travada.

Figura 12 - A autonomia da UEG
Figura 12 - A autonomia da UEG

As resistências

Eu mesmo respondo, não existe uma política de formação de professores pelo NDE, não estudei essas diretrizes (ENTREVISTADO 4). Isso revela que é possível que a política de formação de professores tenha sido composta sem um aparato legislativo. É interessante notar que, embora os gestores do IAEL reconheçam a importância de uma política de formação de professores, a UEG ainda não a possui.

Os cursos que estão na linha de frente dessa proposta são Pedagogia e Letras: “quem criou esse GT, quem criou essa discussão e essa necessidade de política de formação de professores. A proposta ainda está em construção, e até o momento desta tese ainda não havia sido publicado nenhum documento sobre a política de formação de professores da UEG. A partir das entrevistas com os representantes do NDE e com o representante da direção do IAEL, é possível perceber o protagonista dos cursos de pedagogia e letras, tanto na luta pela construção de uma política de formação de professores na UEG quanto na a oposição à Resolução CNE/CP nº 2/2019.

Figura 13 – As resistências
Figura 13 – As resistências

As estratégias

Dessa forma, entendemos que, nessa luta político-pedagógica, o Curso de Pedagogia, representado pelos agentes do Núcleo Docente Estruturante, optou por instaurar um movimento de resistência e conseguiu na Resolução CNE/CP nº 2/2019 resistir, qual a adequação da matriz curricular do curso de Pedagogia à Resolução CNE/CP nº 2/2015. Neste estudo, entende-se que o curso de Pedagogia, por meio do NDE, utilizou estratégias subversivas para resistir à formação do BNC. Nesse processo de reestruturação da matriz do curso de Pedagogia, o NDE utilizou a estratégia da resistência.

A subversão do BNC-Formação foi percebida por alguns integrantes do NDE e alguns colegas do curso de pedagogia se dispuseram a aderir. Tanto as gravações do acervo da pesquisa quanto as entrevistas de alguns agentes do NDE mostram que o NDE da disciplina Pedagogia reestruturou a matriz curricular da disciplina com a sua compatibilização, ou seja, de acordo com o que era possível na época. As estratégias de resistência possibilitaram que a matriz curricular da disciplina de Pedagogia fosse amparada pela Resolução CNE/CP nº. 2/2015.

Figura 14 - As estratégias
Figura 14 - As estratégias

As disputas pedagógicas

Disponível em: . Disponível em: . Currículo e formação de professores: um estudo da proposta curricular do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Goiás.

Base Nacional Comum ou Base Nacional Comum da Formação Inicial de Professores do Ensino Básico.

Figura 15 – As disputas pedagógicas
Figura 15 – As disputas pedagógicas

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Gráfico 1 - Evolução do número de concluintes dos cursos de licenciaturas presenciais da UEG entre 2012  e 2021
Gráfico 2 - Quantidade de vagas ofertadas pelo curso de Pedagogia da UEG entre 2013 até 2022  por modalidade
Gráfico 3 - Quantidade de trabalhos, por ano de publicação
Gráfico 4 - Quantidade dos trabalhos, por região de publicação
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Referências

Documentos relacionados

Este trabalho pesquisa sobre a formação dos professores da Rede Estadual Básica de Educação do Estado de Goiás – Sudoeste Goiano tem como foco os professores com formação