Sociedade Brasileira de Química ( SBQ)
32a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Alcalóides da casca da raiz de Zanthoxylum tingoassuiba (Rutaceae)
Edijane Matos Sales1(IC), Sandra Virginia Alves Hohlemwerger
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1(PQ), Maria Lenise da Silva Guedes2(PQ), Eudes da Silva Velozo1(PQ).
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sssalves@hotmail.com1 Departamento do Medicamento, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Jeremoabo, s/n, 40170-115 Salvador-BA, Brasil.
2 Herbário Alexandre Leal Costa, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Rua Barão de Jeremoabo, s/n, 40170-115 Salvador-BA, Brasil.
Palavras Chave: Zanthoxylum tingoassuiba, Alcalóides, Rutaceae.
Introdução
Zanthoxylum tingoassuiba A.St.Hil. pertencente á família Rutaceae1 é conhecida popularmente como casca preciosa, tinguaciba, limão-bravo, laranjeira- do-mato ou limãozinho.2
Esta espécie figurava dentre as 710 espécies de plantas com atividade farmacológica descrita na Farmacopéia Brasileira, 1° edição (1926), e hoje encontra-se em risco de extinção, como muitas outras que estão regionalmente ou completamente extintas no território brasileiro.2 Os estudos fitoquímicos realizados anteriormente com esta espécie (1959 e 1978) descreveram a presença de alcalóides aporfinicos, dimetilaporfina e a tembamida, na casca do caule. 3,4
O objetivo deste trabalho foi o estudo da composição química de micromoléculas presentes na casca da raiz. Com especial interesse nos alcalóides quaternários, na espécie Z. tingoassuiba.
Resultados e Discussão
Um espécime de Z. tingoassuiba foi coletado na localidade de Jaíba, distrito de Feira de Santana (BA), em abril de 2004. Sua exsicata n° 66983, está depositada no Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB/UFBA). A casca da raiz foi retirada e submetida à secagem e moagem, seguida de maceração com hexano e metanol. Obtendo-se extratos: hexânico (12,3g) e o metanólico (56,7g).
Figura 1: Metodologia adaptada para extração de alcalóides quaternários
No extrato hexânico foram realizadas procedimentos fitoquímicos convencionais que permitiu o
isolamento da lignana sesamina, do triterpeno lupeol e dos alcalóides diidroqueleritrina (I) e anortianamida (II).
O extrato metanólico foi submetido a um fracionamento adaptado para extração seletiva de alcalóides (Figura 1).5 Deste procedimento obteve- se a metil predicentrina (III), e um alcalóide quaternário (IV) ainda não relatado na literatura (Figura 2).
Figura 2: Alcalóides isolados na casca da raiz
Conclusões
A casca da raiz desta espécie é uma excelente fonte de alcalóides, justificando assim, suas aplicações na medicina popular e tradicional.
O isolamento de uma protoberberina inédita ilustra a importância da preservação e cultivo desta espécie, a qual pode tornar-se matéria prima para a produção de fitofármacos que contenham essas substâncias como princípios ativos.
Agradecimentos
CNPq, FAPESB, PIBIC, UFBA ____________________1Pirani, J.R.; Tese de Livre Docência, Universidade de São Paulo, Brasil, 1999.
2Silva, Cinara Vasconcelos; Detoni, Cássia Britto; Guedes, Maria Lenise da Silva; Velozo, Eudes da Silva. Alcalóides e outros metabólitos do caule e frutos de Zanthoxlum tingoassuiba A. ST. Hil. Química Nova, 2008, 31, 2052-2055.
3Antonaccio, L.D. et al., An. Ass. Bras. Quim., 1959,18, 183.
4Bernhard, Heinz O., et al. Isolierung Von (±) tembamid aus Zanthoxylum tingoassuiba L. (Rutaceae).Helvetica Acta, 1978, 61.
5 Swinehart, J. A.; Stermitz, F.R. Bishordeninyl terpene alkaloids and other constituents of Zanthoxylum culantrillo and Z.
coriaceum.Phytochemistry,1980, 19, 1219.