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Análise do ciclo de vida de empreendimentos sociais : o caso do centro de tecelagem em Uberlândia-MG.

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Academic year: 2023

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ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DE EMPREENDIMENTOS SOCIAIS: O CASO DO CENTRO DE TECELAGEM DE UBERLÂNDIA-MG. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é analisar o ciclo de vida dos empreendimentos sociais visando sua sustentabilidade a partir das experiências do Centro de Tecelagem de Uberlândia - MG.

T ERCEIRO S ETOR

Segundo Mañas e Medeiros (2012, p. 20), ele define de maneira geral o terceiro setor como “um espaço da economia, ocupado principalmente por um grupo de entidades privadas, sem fins lucrativos, que desenvolvem atividades públicas complementares, com o objetivo de contribuindo para a solução dos problemas sociais visando o bem comum". O interesse pelo terceiro setor decorre de um conjunto de fatores inter-relacionados, sendo os mais importantes: enfatizar a importância da cidadania empresarial e da responsabilidade social presentes nas instituições privadas, descentralização da política e da administração devido à reforma do estado, privatização de órgãos estatais. e, finalmente, ao cenário político atual, que se distancia do autoritarismo e dá lugar à democracia (FALCONER, 1999). As organizações do terceiro setor estabelecem parcerias efetivas na implementação de políticas sociais, cumprem importante papel na sociedade e são

Devido a esse tipo de organização legal, surgiram obstáculos que impediram o crescimento das organizações, exigindo a adoção de uma nova regulamentação para o terceiro setor (GESET, 2001). A Lei 9.790 de 23 de março de 1999 é conhecida como um novo marco legal para o terceiro setor e trouxe importantes alterações, criando a figura das “Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)”, título que visa às instituições privadas de interesse público” (GESET, 2001, p.10). As Santas Casas de Misericórdia e as obras sociais são os representantes mais antigos do terceiro setor no Brasil, enquanto as ONGs podem ser citadas como os representantes mais atuais (FALCONER, 1999).

Tabela 1: Conceituação de terceiro setor.
Tabela 1: Conceituação de terceiro setor.

E MPREENDEDORISMO S OCIAL

O empreendedorismo social é importante para contribuir para o desenvolvimento social e económico, para criar empregos, inovar, criar riqueza e é também uma opção de carreira que vai contribuir para uma força de trabalho crescente (MORGADO, 2013). Segundo Al-Amin (2015), podem ser identificados cinco modelos de empreendimentos sociais que provocaram mudanças sistêmicas nos últimos tempos. Políticas públicas e normas do setor: o modelo de empreendedorismo social influencia pontos importantes relacionados às políticas públicas e estimula a sociedade a influenciar os representantes do governo;

Criar uma cultura de transformação do empreendedorismo social: consiste no trabalho desenvolvido por empreendimentos sociais que estimulam as pessoas a explorar alternativas capazes de solucionar os problemas sociais presentes na sociedade. Segundo Oliveira (2004, p. 15), os passos para se pensar o empreendedorismo social são: “colocar essa ideia em prática, institucionalizar e gerar um momento de amadurecimento até que seja possível aplicá-la em outros lugares se multiplique, criando assim um processo de rede de serviços ou franquia social, até que se transforme em política pública”. Confirmando Quintão (2004), o empreendedorismo social tem-se consolidado como resultado do desenvolvimento do terceiro setor e das empresas sociais, uma vez que ambos combatem a pobreza e a exclusão social, a criação de emprego e a inserção socioprofissional com desenvolvimento local e sustentável.

Tabela 3: Diferenças entre os tipos de organizações existentes.
Tabela 3: Diferenças entre os tipos de organizações existentes.

S USTENTABILIDADE

O sistema de mercados abertos e competitivos, pois quando os preços são justos há concorrência no mercado, sujeitando os produtores a minimizar o uso dos recursos naturais, reduzindo assim os danos ao meio ambiente, pois há um custo para controlar e corrigir um dano desse tipo; A democracia e a estabilidade política são necessárias para o desenvolvimento sustentável, pois a democracia permite mercados abertos e a estabilidade política é compatível com o estado de direito. Os debates sobre sustentabilidade e suas características, sob a ótica de gestores e empresários, “abordam seus colaboradores, mercado consumidor, concorrentes, parceiros, ONGs e órgãos governamentais” (CLARO; CLARO;.

Dimensão cultural: esta dimensão visa resgatar e valorizar atividades realizadas antes da modernização, como história, tradição, valores regionais; Dimensão econômica: esta dimensão valoriza o desenvolvimento sustentável, geração de empregos, aumento da produtividade e do mercado de trabalho, expansão no mercado internacional, benefícios para o país e redução da vulnerabilidade externa; Segundo Silva (2009), da classificação e subdivisão da sustentabilidade discutida anteriormente, pode-se deduzir que a sustentabilidade é multidimensional, mas que não deve ser tratada separadamente, pois as dimensões estão inter-relacionadas.

C ICLO DE V IDA E S USTENTABILIDADE DE E MPREENDIMENTOS S OCIAIS

É considerada a fase mais longa do ciclo de vida dos empreendimentos sociais, onde ocorre um modelo capaz de resolver o problema social identificado na primeira fase. Seguindo o último estágio do modelo de ciclo de vida de Ashoka e Mckinsey (2001), a organização consegue alcançar capacidade de expansão, onde o planejamento é importante para consolidar a inovação. Vasconcelos (2009) utiliza o modelo de ciclo de vida organizacional de Greiner (1975) como base para desenvolver um modelo de ciclo de vida de empreendimentos sociais.

O modelo de ciclo de vida de empreendimentos sociais desenvolvido por Vasconcelos (2010) visa descrever as características de evolução e revolução, como mostra a Figura 2. A aplicabilidade do modelo de ciclo de vida de empreendimentos sociais de Vasconcelos (2009) é alta, podendo ser usado em diferentes organizações. A classificação segundo os objetivos pode se enquadrar no conceito de pesquisa exploratória, pois estuda o ciclo de vida do empreendimento social do Centro de Tecelagem da cidade de Uberlândia, identificando as etapas, classificando e interpretando as características do ciclo de vida.

O tópico a seguir descreve a análise e o resultado de cada etapa do ciclo de vida do Centro de Tricô, objetivo central deste estudo, em relação à teoria estudada no capítulo 2. O resultado do ciclo de vida é a identificação em qual etapa o ciclo de vida do empreendimento encontra-se social e a justificativa utilizada para justificar o resultado.

Tabela 4: Modelo do Ciclo de Vida de Ashoka e Mckinsey   Fonte: Adaptado de Ashoka e Mckinsey, 2001
Tabela 4: Modelo do Ciclo de Vida de Ashoka e Mckinsey Fonte: Adaptado de Ashoka e Mckinsey, 2001

Ação Social

A análise do ciclo de vida consiste na exposição de cada fase do empreendimento social, onde são reveladas as circunstâncias da história de cada fase do ciclo de vida do Centro de Malhas, e para o efeito as fases e conceitos relacionados com o ciclo modelo são usados. A vida das empresas sociais elaborada por Vasconcelos (2009). O objetivo original da criação do Centro de Tecelagem era realizar atividades relacionadas apenas ao tear, mas a partir das consultas feitas às associações de moradores, foi possível descobrir nos bairros periféricos um grande número de pessoas dispostas a trabalhar. com tricô e fiação. A partir desse contexto, é possível comprovar a existência da sustentabilidade na dimensão social, pois além de proporcionar renda adicional aos idosos, também se preserva a saúde mental dos trabalhadores, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida.

Manter a saúde mental é conviver e compartilhar os acontecimentos da vida cotidiana. Vale ressaltar que na entrevista realizada diretamente com as tecelãs, é possível perceber o sentimento de carinho e satisfação que cada uma delas tem pelo Centro de Tecelagem, pois foi veiculado que há benefícios em participar do projeto . da realização profissional à realização pessoal. Do ponto de vista profissional, podemos destacar que o reconhecimento advém da responsabilidade pela preservação e difusão da técnica do tear, mas do ponto de vista pessoal, é uma conquista na concretização do expresso reconhecimento e interesse que parte da público está chegando. conhecer não só a história da tecelagem, mas também a história de vida das tecelãs.

Associação

Segundo Falconer (1999), a sustentabilidade financeira é alcançada por meio da capacidade de reconhecer e desenvolver a captação de recursos para captação de recursos sem se tornar dependente de qualquer fonte de renda. Segundo Santana e Souza (2015), é comum que os empreendimentos sociais sobrevivam em seus estágios iniciais de doações, voluntariado e patrocínio, mas devem utilizar esses recursos como forma de aprimorar suas atividades iniciais e não como fontes exclusivas de renda. recursos financeiros como forma de sobrevivência financeira da empresa. Segundo o coordenador-geral, a empresa depende de recursos de outras fontes, doações de matéria-prima, e precisa da intervenção do governo, Prefeitura de Uberlândia, para o repasse dos salários dos funcionários.

A comercialização das peças produzidas pela Tecelagem não é capaz de tornar a empresa autossustentável financeiramente. Segundo Vasconcelos (2009), cada estágio termina com o surgimento de uma crise, o estágio de associação termina com o surgimento da crise denominada foco. Isso consiste em perder o foco na organização pela busca de recursos financeiros, estimulando a competição entre empreendimentos sociais e, nem sempre, a competição surge entre organizações pertencentes às mesmas áreas de competência.

Visibilidade Social

Estes geralmente são industrializados para uma maior diversidade de cores na produção e para que a matéria-prima seja suficiente para a fabricação das peças, esta aquisição destes fios é subsidiada pela Prefeitura de Uberlândia. Segundo a Secom - Secretaria Municipal de Comunicação de Uberlândia, a tecelagem passou por reformas em 2013. Devido à reestruturação do empreendimento social, houve um avanço para todos os funcionários, pois deu maior "visibilidade e notoriedade ao ser divulgado pela imprensa e descoberto por milhares de pessoas que frequentam diariamente o espaço público".

Outro ponto importante a destacar foi a revitalização do espaço físico, foi a adaptação da porta de entrada do Centro de Malhas, resultando em maior visibilidade do empreendimento social. A divulgação da reforma foi feita em conexão com o uso do marketing para divulgar o projeto nas mídias, como jornais locais, internet, redes sociais, sites da prefeitura de Uberlândia e Filadélfia Fundação Cultural Assistencial. Em 2015, foi lançado o documentário “Tecendo Memórias”, que conta a história das tecelãs do Centro de Malhas Fios do Cerrado e as técnicas utilizadas, que são ensinadas de geração em geração.

Rede Social

Após a reforma, a entrada foi transferida para uma via com grande fluxo de carros e pessoas, o que atraiu um maior número de clientes e turistas. Na opinião do jornalista, esse material proporcionou a divulgação do trabalho para a sociedade, permitindo que as tecelãs se sentissem reconhecidas como detentoras e multiplicadoras da sabedoria e conhecimento da arte de tecer e fiar que lhes foi transmitida. Segundo o coordenador de produção, o Centro de Tecelagem não tem condições de aumentar o número de unidades porque depende de dinheiro da Prefeitura de Uberlândia e da Fundação Filadélfia.

Uma das situações que pode ocorrer é a abertura de vagas para atendimento de um número maior de idosos em termos de repasse de valor. De acordo com o contexto acima e com as análises realizadas, o polo de tecelagem dos Fios do Cerrado está em fase de rede social por não possuir recursos suficientes para sua expansão. A empresa estagna nesta fase do ciclo de vida, pois a comercialização das peças promovidas pela Tecelagem não é suficiente para promover a autossustentabilidade financeira, e sua dependência do capital da Prefeitura de Uberlândia e da Fundação Filadélfia acarreta perda de autonomia nas decisões de expansão da empresa, que estagna nessa situação .

Representatividade Social

Em consonância com o contexto destacado neste trabalho, que tem como principal requisito a análise do ciclo de vida dos empreendimentos sociais visando sua sustentabilidade com base nas experiências do Centro de Tecelagem de Uberlândia -MG, pode-se concluir que o objetivo está cumprido, identificando o estágio em que o empreendimento se encontra, denominada rede social. A partir da análise do ciclo de vida da empresa social realizada por este trabalho, é possível orientar pesquisas futuras para ajudar a chegar à administração. A utilização do conceito de sustentabilidade neste trabalho refere-se aos determinantes identificados em cada etapa do ciclo de vida do empreendimento social, relacionados à sua capacidade de ser autossuficiente no aspecto financeiro e de atuar como modificador da qualidade de vida e o bem-estar social de uma parte da sociedade.

Desenvolvimento Sustentável e Empreendedorismo Social: Um Estudo de Casos Múltiplos sobre o Impacto de um Programa Social em Organizações Não Governamentais. A promessa do terceiro setor: um exame da construção do papel das organizações sem fins lucrativos e seu campo de gestão. Empreendedorismo Social e Economia Solidária: Estudo de Caso da Rede de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável da Comunidade de Bom Jardim.

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Tabela 1: Conceituação de terceiro setor.
Tabela 3: Diferenças entre os tipos de organizações existentes.
Tabela 4: Modelo do Ciclo de Vida de Ashoka e Mckinsey   Fonte: Adaptado de Ashoka e Mckinsey, 2001
Figura 1: Modelo do Ciclo de Vida de Jacokes e Pryce  Autor: Traduzido de Jacokes e Pryce, 2010
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Referências

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Para Gramsci, a Ação Católica promovida e reorganizada por Pio XI foi a “expressão mais clara do projeto de neocristianismo da Igreja no mundo” (SEMERARO, 2017, p.448). Assim,