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Análise dialógica do discurso distópico de Alphaville

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Academic year: 2023

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XXVII Congresso de Iniciação Científica

Análise dialógica do discurso distópico de Alphaville

Gabrielle Moreira Rosa de Aquino (Letras – Unesp Assis) arcticgabs@gmail.com Orientadora: Luciane de Paula

Palavras Chave: distopia, dialógica.

Introdução

A pesquisa propõe analisar o filme Alphaville, de Godard, a partir da perspectiva apresentada na obra, ou seja, de uma sociedade vigiada, onde tudo é controlado e quer compreender o quanto, de certa forma, ao mesmo tempo em que o controle, por um lado, produz a alienação pela falta de liberdade e de espaço para qualquer forma de expressão em uma sociedade anestesiada por informações triviais, por outro, a rigidez extrema também possui lacunas que podem ser preenchidas por movimentos de resistência. Na obra, a arte aparece como enunciado de ruptura que, por meio da inversão de valores, possibilita a utopia de liberdade dos sujeitos. Este trabalho se caracteriza como analítico e se fundamenta na filosofia da linguagem bakhtiniana – em especial, nas concepções de enunciado, super e infraestrutura, ideologia e sujeito.

Objetivos

Os objetivos deste estudo são: analisar o discurso fílmico do corpus da pesquisa, linguística e translinguisticamente; compreender a relação arte e vida; dialogar Alphaville com outras distopias, de outras obras, do mesmo e de distintos autores- criadores, tanto do gênero fílmico quanto de outros gêneros discursivos, por cotejo; refletir acerca dos valores incutidos nos signos que compõem a obra.

Material e Métodos

Este trabalho consiste em uma análise dialógica do discurso de caráter analítico-interpretativo. O material é bibliográfico (tanto ao que se refere à teoria quanto ao corpus analítico). E o método é, como designa Paula et al (2011), dialético-dialógico, pois se refere ao jogo interativo entre sujeitos, enunciados e sujeitos-enunciados, em espiral.

Resultados e Discussão

Alphaville, obra de 1965, situada no centro da carreira de Godard, constitui-se pela mescla entre Sci-Fi e Noir, o que o caracteriza, de certa forma, como surrealista e é reconhecido por sua poeticidade. A obra, filmada em preto e branco, remete às oposições supra e infra estruturais colocadas na trama, assim como pode remeter ao código binário (linguagem básica computacional) como extremos dialógicos. A sua estrutura leva a

refletir sobre uma sociedade comandada por um governo opressor e a língua é grande instrumento de poder que pode ser usado tanto pra manipulações quanto para libertações da mente.

A superestrutura dialoga com a infraestrutura de maneira impositiva no filme. O cérebro é a máquina Alpha 60 (um computador) que governa de maneira ditatorial e, calcado na bíblia local (um dicionário), transforma o povo em robô alienado, alijado de liberdade. Se a hegemonia é a ignorância, a cultura é a arma ativadora da consciência.

A língua e a arte são elementos essenciais de transformação dos sujeitos e de Alphaville. O conhecimento, representado pela linguagem (estética), é sine qua non para a instauração de uma possível utopia e ele aparece representado pela poesia na relação entre os protagonistas da obra.

Legenda: Cena do filme Alphaville

Conclusões

A arquitetônica de Alphaville reflete sobre a forma de vida e ser distópicos e utópicos. Por meio dos sujeitos fílmicos, indiretamente, compreende-se o homem e sua (des)humanidade. A partir da obra, pode-se refletir acerca da contemporaneidade e pensar se a suposta liberdade de expressão existente hoje é, de fato, liberdade ou se se vive controlado pelos suportes midiáticos atuais na estrutura de poder existente. Essa é a importância desta pesquisa: refletir, por meio do discurso fílmico, acerca da distopia e da utopia social vivida em qualquer sociedade e época, de certa forma, como código de linguagem binária humana.

Agradecimentos

UNESP, BAAE e GED.

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BAKHTIN, M. M. (VOLOCHINOV) (1929). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1992.

BAKHTIN, M. M. (VOLOCHÍNOV). Discurso na vida e discurso na arte. Mimeo, s/d.

PAULA, L. de; FIGUEIREDO, M. H.; PAULA, S. L. de. “O marxismo no/do Círculo de Bakhtin”. Slovo – o Círculo de Bakhtin no contexto dos estudos discursivos. Curitiba: Appris, 2011.

Referências

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