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Aquisição de línguas de sinais - Letras Libras UFSC

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Academic year: 2023

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Este capítulo situa a produção de pesquisas na área de aquisição de linguagem com crianças adquirindo línguas de sinais. Muitos estudos mostraram que a aquisição de concordância em ASL e outras línguas de sinais está atrasada. Através de estudos longitudinais de aquisição de linguagem de sinais, uma criança aprendendo Língua Brasileira de Sinais (ANA) e duas crianças aprendendo Língua Americana de Sinais (JILL e SALLY), os autores observaram muito pouco.

Aquisição da ordem da sentença: implicações nas categorias funcionais

Alguns pontos referentes à Língua Brasileira de Sinais foram ratificados: a falta de infinitivos de escolha (IOs) com verbos com concordância é consistente com a generalização de que contextos com sujeitos nulos não resultam em OI; o uso correto de sujeitos zero e objetos com verbos com concordância indica marcação correta do parâmetro; e o grande número de sujeitos nulos (vs. objetos) com verbos sem concordância indica que estes podem ser IO. Além disso, observou-se que a ocorrência de AUX na Língua Brasileira de Sinais pode ser uma evidência da restrição de controle exclusivo de Wexler (1998). Por outro lado, esta fase não é observada em crianças que adquirem línguas onde os sujeitos nulos são produtivos, como no italiano.

A Língua Brasileira de Sinais se assemelha ao Hebraico quanto à produtividade de sujeitos nulos em contextos onde há inflexão verbal e sua inexistência em contextos onde tal inflexão não existe (Quadros, 1995). Por outro lado, notou-se que as crianças utilizaram alguns objetos nulos e vários objetos nulos com verbos sem flexão. Porém, o grande número de sujeitos nulos (versus objetos) com verbos não flexionados indica que tais verbos podem ser instâncias de IOs, consistente com a generalização de IOs encontrada em contextos onde não há sujeitos nulos, veja os gráficos abaixo.

A falta observada de OIs é consistente com a generalização de que contextos de sujeito nulo não resultam em OIs (Wexler 1998). Na Língua Brasileira de Sinais, com verbos com concordância temos pro, mas com verbos simples temos PRO (Quadros, 1995)3, ou seja, é uma língua com sujeito (e objeto) nulo com verbos com concordância.

Tabela 2: Tipos de verbos produzidos com as ordens OV, OSV e SOV.
Tabela 2: Tipos de verbos produzidos com as ordens OV, OSV e SOV.

A aquisição de construções com foco nas línguas de sinais brasileira e americana

Cada uma delas apareceu apenas uma vez na produção do LÉO, portanto podemos ignorar essas duas encomendas em comparação ao número de aparições das outras encomendas. Para este estudo foram analisados ​​os dados do LÉO e da ANA, pois as transcrições do ANA estão completas e as do LÉO já estão bastante avançadas, o que inclui o período relevante para esta análise. Os dados relevantes para esta investigação incluíram as primeiras ocorrências consistentes de vários tipos de foco infantil (foram excluídas as ocorrências ocidentais).

No caso da Língua Americana de Sinais, foram analisados ​​dados da ABY, SAL e JILL. Os dados da Língua de Sinais Brasileira e Americana foram analisados ​​levando em consideração o contexto linguístico dos acontecimentos: perguntas feitas pelos adultos e respostas dadas pelas crianças e comentários prévios à produção da criança. Com base nos dados, observamos a existência de um foco informativo, um foco enfático (com ocorrências duplas e finais), um foco contrastivo e topicalizações.

CAT WHERE „WHERE is the cat?‟

Aquisição de construções topicalizadas

No caso da atualização, em Língua Brasileira de Sinais, os tópicos são associados a uma etiqueta não manual obrigatória que não é identificada nos dados iniciais das crianças. Talvez a marcação de tópico esteja relacionada à prosódia e por algum motivo fonológico a criança ainda não marque, mesmo já possuindo a categoria de tópico. IX (Laranja) COMA ESPERE. Quanto a) comer um pouco disso (laranjas), espere um minuto.'.

Aquisição de interrogativas

Primeiramente, será apresentado um breve panorama do debate estabelecido a respeito do movimento de WH na Língua Americana de Sinais e na Língua Brasileira de Sinais. As produções infantis foram analisadas considerando tais previsões tanto na Língua Brasileira de Sinais quanto na Língua Americana de Sinais. Diante desses dados, observou-se que nas Línguas de Sinais Brasileira e Americana o uso da HT in situ foi privilegiado desde as primeiras produções analisadas em todas as crianças.

As crianças que adquirem a Língua Brasileira de Sinais não utilizam o dupleto WH nas fases iniciais de aquisição. Tanto na aquisição da Língua Brasileira de Sinais quanto da Língua Americana de Sinais não foi observado movimento para a direita nas fases iniciais de aquisição. Esses resultados confirmam a hipótese de que [Spec, CP] está à esquerda tanto na Língua Brasileira de Sinais quanto na Língua Americana de Sinais.

Portanto, podemos concluir que a ocorrência de ST final não é comum em crianças que estão adquirindo a Língua Americana de Sinais. Isto agrava o problema da análise de Cecchetto e Zucchi (2004), que atribuíram um estatuto especial à prosódia para explicar o movimento WH na Língua Italiana de Sinais.

O período crítico e os estudos da aquisição da língua de sinais

Quadros, Cruz e Pizzio (2007) realizaram um estudo experimental para avaliar o desenvolvimento de crianças/adolescentes surdos em diferentes idades de acesso à língua de sinais (entrada); analisar o desenvolvimento da linguagem destas crianças surdas, tendo em conta os contextos de aquisição da língua gestual; e verificar se os resultados desta pesquisa apoiam a hipótese do “insumo empobrecido” e a hipótese do “insumo empobrecido”. O primeiro aspecto analisado foi o tempo de exposição e a quantidade de vocabulário utilizado pelos sujeitos da pesquisa nos dois grupos de aquisição da linguagem. Observe que a tabela também mostra um desenvolvimento de vocabulário em sujeitos com aprendizagem tardia; entretanto, a qualidade do desenvolvimento é muito maior em sujeitos que aprendem precocemente a linguagem de sinais.

Por outro lado, isso nem sempre acontece nos sujeitos que adquirem a língua de sinais mais tarde, ainda que estejam expostos à língua pelo mesmo período de tempo que os sujeitos com aquisição precoce. O mesmo padrão de desenvolvimento dos sujeitos com aquisição precoce é observado durante o desenvolvimento dos sujeitos com aquisição tardia, embora com algumas peculiaridades. Contudo, os sujeitos com aquisição precoce alcançam consistência significativa após um longo período de exposição à língua de sinais (83,3%), embora alguns ainda apresentem inconsistência no uso (16,7%), ao contrário de apenas (35,7%) dos sujeitos com aquisição tardia. e outros 35,7% desse grupo ainda não utilizam nenhuma forma de liquidação de referência, mesmo após estarem expostos há mais de nove anos.

Os dados mostram que permanece um contraste entre sujeitos com aprendizagem precoce e com aprendizagem tardia. A pesquisa aqui apresentada mostra que as crianças estão necessariamente equipadas com uma base inata que orienta o processo de aquisição da linguagem.

Perspectivas para os estudos da aquisição de línguas de sinais

Assim, os dados apresentam evidências que mostram a existência de um período crítico para aquisição da linguagem. Os resultados desta pesquisa têm implicações em propostas de intervenção linguística para o desenvolvimento da linguagem em crianças surdas. Observou-se que sujeitos expostos mais precocemente à Língua Brasileira de Sinais e com dados estáveis ​​e ampliados apresentam processo de aquisição de linguagem em Libras normal; por outro lado, sujeitos expostos tardiamente, mesmo diante de dados estáveis ​​e prolongados, apresentam alguns desvios na consolidação da linguagem.

Isto favorece a hipótese de um período sensível para a aquisição da linguagem, reforçando que as crianças estão necessariamente dotadas de uma base inata que orienta o processo de aquisição da linguagem. Lillo-Martin (2008) oferece algumas perspectivas interessantes para o estudo da aquisição da linguagem, tanto para a área específica dos estudos de aquisição da linguagem quanto para a Teoria Linguística. Alguns estudos analisaram o processo de aquisição da língua de sinais em crianças surdas, filhas de pais surdos, ou seja, em ambientes de aquisição espontânea de língua de sinais.

Tais estudos confirmaram que essas crianças adquirem a linguagem de sinais nos mesmos estágios de aquisição de qualquer língua. Estudos comparativos entre diferentes línguas de sinais, bem como pesquisas tendo como interlocutores pesquisadores de aquisição de línguas em geral, parecem ser passos importantes no futuro para a continuidade das pesquisas sobre aquisição de línguas de sinais. Além disso, podemos, naturalmente, contar com a aquisição de línguas gestuais pelas crianças.

Aquisição das línguas de sinais como segunda língua

O segundo grupo diz respeito a sujeitos ouvintes, falantes de uma língua falada, que aprendem uma língua de sinais como a L2. Os bebês podem aprender a linguagem de sinais como uma das línguas adquiridas desde o nascimento, se seus pais forem usuários de linguagem de sinais. As crianças também podem aprender a linguagem de sinais como L2 na escola, depois de adquirirem a L1, falada e sinalizada, quando bebês.

Tanto é assim que a Iconicidade não desempenha nenhum papel na compreensão da linguagem de sinais por sinalizantes altamente qualificados (signatários L1 e L2). Mais tarde, os aprendizes de L2 abandonam esta estratégia quando aprendem a estrutura fonológica da língua de sinais. Além do vocabulário de sinais, os alunos L2 de uma língua de sinais também devem dominar a morfologia e a sintaxe.

Na prova de produção, os alunos assistiram a um trecho de um desenho animado e depois tiveram que recontar a história em língua de sinais. Concluindo, apresentamos alguns dados de Gesser (2006) sobre a aquisição da Língua Brasileira de Sinais como L2 por alunos ouvintes em cursos de línguas.

HOFFMEISTER, R American Sign Language Assessment Instruments (ASLAI) Report of the Center for the Study of Communication and Deafness. The position of early Wh-elements in American Sign Language and Brasileira de Sinais. MEIER, Richard Icons, analogies, and morphemes: Acquiring verb agreement in American Sign Language.

MORGAN, Gary, Barriere, Isabelle e Woll, Bencie A influência da tipologia e da modalidade na aquisição da morfologia da concordância verbal na Língua de Sinais Britânica. NEIDLE, Carol, Kegl, Judy, Bahan, Benjamin, Aarons, Deborah e MacLaughlin, Dawn Rightward WH-Moviment in American Sign Language. Variabilidade da ordem das palavras na aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais: Construção com Tema e Foco.

A aquisição da morfologia verbal na Língua Brasileira de Sinais: produção de gestos e tipos de verbos. Uma pequena mudança ajuda muito: capturar as diferenças estruturais entre a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Americana de Sinais.

Imagem

Tabela 2: Tipos de verbos produzidos com as ordens OV, OSV e SOV.
Tabela 3: Tipos de sujeito no final da sentença.

Referências

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A metáfora nas línguas de sinais demonstra uma importante característica dessas línguas, na qual estão transparece muitas das características da cultura e da