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Argumentação no ensino de português por meio de projetos de letramentos: mapeamento de traba- lhos desenvolvidos no PROFLETRAS e formulação de propostas de projeto / Soade Pereira Jorge Ca- lhau

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Academic year: 2023

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Portanto, o objetivo desta pesquisa é contribuir para o debate sobre os estudos argumentativos de ensino por meio de projetos de alfabetização. Nesse sentido, esta pesquisa também é importante pelo produto que representa: uma cartilha de instruções para professores com sugestões de atividades didáticas que promovam o ensino da argumentação com ênfase na interação argumentativa e por meio de práticas sociais de linguagem. Discutimos também a noção de habilidades argumentativas, tal como proposta por Azevedo, e estabelecemos a relação entre o ensino da argumentação e os projetos de alfabetização.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Uma concepção de argumentação para ensinar a argumentar

Isso porque, para Descartes, se houvesse uma precisão, uma certeza, não haveria necessidade de deliberar ou argumentar diante das evidências, pois “O campo da argumentação é o do plausível, do plausível, do provável, ao na medida em que este escapa às certezas do cálculo” (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 2005, p. 1). Plantin, ao reconhecer que a argumentação se dá em situações de interação, vai além da ideia de argumentação que se centra na persuasão e linguagem, e a entende como “uma forma de interação problematizadora formada a partir de intervenções orientadas por uma questão” (MASSMANN, 2011, p. . 2), considerando que “uma questão argumentativa” é uma questão à qual os falantes (os argumentadores) dar respostas conflitantes (sensatas, racionais, mas incompatíveis), organizadas em um discurso e um contradiscurso”4 (PLANTIN, 2016, p. 76). A leitura argumentativa, porém, não é a totalidade da argumentação e do raciocínio. não apenas interpretação: representa uma dissonância entre posições (GRÁCIO, 2013b, p. 23)5.

Situação e interação argumentativa

É neste sentido que apresenta o conceito de argumentação numa perspectiva interacional-dialética e, portanto, a situação argumentativa como uma situação com uma estrutura de troca. Nesse sentido, essas fases delimitam, segundo Grácio (2016), a progressão argumentativa, ou seja, temos o estabelecimento da situação argumentativa que se desenvolve em argumentação, no sentido interacional, e, à medida que avança, termina no final . Estágio. A argumentatividade concentra-se, portanto, em mecanismos argumentativos, permeia todos os níveis do discurso e não envolve interação e não depende de uma situação argumentativa.

A noção de capacidade argumentativa

Com este posicionamento, Azevedo (2016) enfatiza a relevância de duas competências argumentativas, nomeadamente as competências de negociação e de sustentação de posições. Para desenvolver ambos, é necessário que o professor planeje atividades docentes voltadas para esse objetivo. . A capacidade de negociar posições exige, portanto, que o sujeito revise, talvez transforme, pontos de vista individuais e autorregula o pensamento. A capacidade argumentativa para sustentar uma posição, por sua vez, corresponde ao processo de justificar, mobilizar operações específicas de raciocínio, responder a possíveis críticas e prever perspectivas alternativas para respostas oferecidas pela(s) outra(s) parte(s) apresentada(s) (AZEVEDO, 2013).

Projetos de letramento e ensino da argumentação

Outro fator importante no desenvolvimento de projetos de alfabetização é o reconhecimento da heterogeneidade presente em nossas salas de aula. O reconhecimento desta característica tem contribuído para a redefinição do conceito de literacia, admitindo que não existem literacias melhores que outras, mas tipos diferentes. 9 “Os eventos de alfabetização são atividades especiais onde a alfabetização desempenha um papel: podem ser atividades regulares e repetitivas.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Caracterização da pesquisa

Constituição do corpus da pesquisa

A sequência argumentativa e a contra-argumentação no gênero comentário: uma proposta de sequência didática no 9º ano do ensino fundamental. Iracema na sala de aula: um estudo da argumentação nas produções textuais no ensino fundamental. A escrita de gêneros argumentativos no sexto ano do ensino fundamental: uma proposta com textos de opinião.

ANÁLISE DO CORPUS

Análise quantitativa dos 90 TFC sobre argumentação e ensino

Fórum de discussão em ambiente virtual a partir da aplicação de um SD, organizado em formato de workshop; 1 (um) TFC propôs como produto a análise de um livro didático e a aplicação de uma proposta didática, a saber: Análise de proposta de carta de leitor em LD, bem como aplicação da proposta com aluno do 8º ano. Em dados aproximados, podemos perceber que o primeiro terço dos produtos TFC foi dedicado à elaboração de uma proposta didática (33%), o segundo terço à.

Análise qualitativa dos 12 TFC sobre ensino de argumentação e

  • Caracterização dos 12 TFC selecionados
  • A proposta didática pode favorecer o ensino da argumentação?
  • A proposta didática oportuniza, de algum modo, a situação
  • A proposta didática pode favorecer o desenvolvimento de
  • Considerações gerais

Inicialmente, por meio de atividades, o professor-pesquisador tratou da estrutura de uma carta, dos tipos de cartas, dos organizadores textuais e de cada tipo de funcionalidade, para que os alunos da turma subsequente apresentassem problemas que os afetavam enquanto alunos. . Amorim (2016) observou que o fato de partirem de uma situação real motivou os alunos no processo de produção. 6) Argumentação e multimodalidade nas propagandas: o quiz digital como alternativa à formação crítica no ensino fundamental. A professora-pesquisadora compartilhou o vídeo com os alunos do 9º ano, o que contribuiu para que os alunos desta série enriquecessem o seminário que realizariam sobre o mesmo tema.

Nesse sentido, Campos (2018) desenvolveu oficinas como aquelas que possibilitaram aos alunos utilizar tipos de argumentos. Com esta proposta de atividade, Monteiro (2015) procurou ajudar os alunos a compreender os argumentos, a intenção do texto e estabelecer uma relação com ele. É latente que a proposta de Monteiro (2015) pretendia conscientizar os alunos sobre a forma de interação: a publicidade e através de sua investigação e elaboração persuadir os demais que trabalham na instituição a aderirem à proposta da campanha, adotarem uma atitude mais saudável em relação à o ambiente escolar.

Além disso, a proposta baseia-se numa situação real, permitindo aos alunos criar pontes entre o que fizeram na escola e a realidade fora desse ambiente. Além de ajudar os alunos a compreender a argumentação no contexto da retórica, como a busca de apoio do público. Quanto às atividades, Oliveira (2017), desenvolveu primeiramente com os alunos a produção de um artigo argumentativo.

Além disso, segundo a professora-pesquisadora, por meio de um grupo secreto no Facebook, os alunos participaram de discussões sobre o tema, o que ao longo do projeto contribuiu para que apresentassem um repertório argumentativo diversificado. Inclusive na aplicação da proposta, principalmente quando os alunos organizados em grupos interagiram por meio da interpretação das questões do quiz. Segundo a professora-pesquisadora, a proposta também dá aos alunos a oportunidade de interagir além do ambiente de sala de aula por meio das redes sociais.

CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DIDÁTICA

Dentre os tipos de assembleias apresentados, escolhemos a assembleia de turma para nossa proposta, levando em consideração que este será o primeiro momento de introdução deste tipo de prática para algumas instituições escolares, mas vale ressaltar que os demais tipos também pode ser adaptado ao que apresentaremos. E é nesse espaço de possibilidades que trazemos a forma de um encontro de aula planejado de interação argumentativa para o projeto de alfabetização e, em particular, para pensar a argumentação no ensino de português. Araújo (2015) sugere começar pela assembleia docente, para que haja um desejo coletivo, principalmente de mudança nas relações de poder dentro da instituição.

Mas quando há alunos envolvidos, é interessante começar por este e não por aquele, como diz o próprio Araújo (2015, p. 40) quando diz que: “é uma forma de aprender, com uma pessoa a sua própria prática, as regras e os meandros de como funciona uma assembleia antes de você começar a participar de espaços mais coletivos, como a escola e a reunião de professores”. Primeiramente, apresentar aos professores da turma, em conjunto com a coordenação e gestão da instituição escolar, a proposta do projeto de alfabetização, tendo a reunião de turma como forma de interação argumentativa planejada. Após a entrada dos professores, a proposta deverá ser apresentada aos alunos, o professor deverá explicar o que é um projeto de alfabetização, quais são suas características e por que está sendo realizada uma reunião de turma;

Com esta proposta trazemos características tipicamente da assembleia de escola para a assembleia de turma, o que em nossa opinião não é um impedimento. Reforçamos a necessidade de todos os envolvidos compreenderem a forma de interação do encontro de turma como uma das formas de intervir através da linguagem, seja pensando na escola onde a prática é realizada, seja na comunidade envolvente. Módulos pedagógicos/Eventos de alfabetização (I – Conhecendo a congregação; II – Construindo a argumentação; III – Construindo o contra-argumento; IV – Discutindo; V – Reunião de turma e seus direcionamentos);

Gostaríamos, com nosso guia, de oferecer aos professores possibilidades de trabalhar a argumentação no ensino de PL, possibilitando que os alunos aprendam não só sobre a argumentação, mas também sobre a reunião de turma, para aprimorar suas habilidades argumentativas e consequentemente compreender seu papel como crítico, reflexivo sujeitos que têm consciência de que a argumentação é uma das formas de participação social.

DADOS DOS 90 TFC SELECIONADOS

Autor: Neyla Priscila Rodrigues dos Santos Këshilltar: Helson Flávio da Silva Sobrinho IES: Universiteti Federal i Alagoas – UFAL.

CADERNO DE ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR

  • IDENTIFICAÇÃO DO CADERNO DE ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR
  • AÇÕES DIDÁTICAS
  • FORMAS DE INTERAÇÃO E A MOBILIZAÇÃO DAS CAPACIDADES
  • ASSEMBLEIAS DE CLASSE
  • SUGESTÃO DE AÇÕES PARA AC NO PROJETO DE LETRAMENTO
    • Apresentação da proposta
    • ATIVIDADE INICIAL: Sondagem
    • Eventos de letramento

Para esta proposta escolhemos, como forma de interação argumentativa, a Assembleia de Classe, pois concordamos que ela permite o exercício de práticas democráticas por meio da interação entre os envolvidos (TOGNETTA & VINHA, 2007; . ARAÚJO, 2015). Esta cartilha para professores é produto da pesquisa "ARGUMENTAÇÃO NO ENSINO DE PORTUGUÊS ATRAVÉS DE PROJETOS DE ALFAbetização: elaboração do trabalho desenvolvido no PROFLETRAS e formulação de proposta de projeto", desenvolvida no Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS), da Universidade Santa Cruz. (UESC), “com ênfase na linha de pesquisa “Línguas e Alfabetização”. ARGUMENTAÇÃO NO ENSINO DE PORTUGUÊS ATRAVÉS DE PROJETOS DE ALFABETIZAÇÃO: uma oportunidade com a sala de aula como forma de interação argumentativa.

As propostas voltadas à argumentação, no ensino de língua portuguesa, desenvolvidas por meio de projetos de alfabetização, são interessantes, principalmente quando defendem práticas sociais de linguagem que possibilitem a interação argumentativa entre os alunos, bem como entre o educador e os alunos com suas visões dissonantes sobre uma mesma situação . Ao elaborar propostas de atividades, o educador deve partir daquelas formas1 de interação argumentativa (FIA) que ocorrem no cotidiano de seus alunos, conforme recomenda Kleiman (2007), ao falar sobre gêneros. Nessa perspectiva, escolhemos a forma de interação Reunião de Turma para este Guia, para o desenvolvimento de um Projeto de Alfabetização com ênfase na argumentação.

1 Utilizamos o termo Formas de interação argumentativa com base na classificação utilizada por Grácio (2016), ao nos referirmos às formas planejadas e não planejadas de interação argumentativa. Nome da Proposta ARGUMENTAÇÃO NO ENSINO DE PORTUGUÊS ATRAVÉS DE PROJETOS DE ALFABETIZAÇÃO: prática de reunião de turma. Reconhecer a importância da argumentação na aprendizagem do português como prática social da língua e da reunião de turma como forma argumentativa de interação planeada.

Editorial escrito Utilize um texto argumentativo para apresentar uma opinião sobre um determinado tema, a fim de persuadir o leitor.

Referências

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