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AUTISMO E JURISPRUDÊNCIA NO TJPE: ANÁLISE DAS DEMANDAS DE PESSOAS COM TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA EM SAÚDE SUPLEMENTAR

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Academic year: 2023

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Pensando nisso, o estudo realizou um estudo de caso, por meio da análise jurisprudencial de ações contra planos de saúde que versam sobre o tratamento de pessoas com TEA no TJPE dos anos de 2010 a 2018. Para então a jurisprudência do TJPE sobre os acórdãos que tratam do tratamento multidisciplinar de pessoas com TEA, que movem ação contra planos de saúde, a fim de compreender o entendimento majoritário do tribunal local, para então vincular esta súmula às instâncias inferiores, visto que não há súmula estadual vinculante tratando do caso. O objetivo geral da pesquisa é, portanto, analisar a jurisprudência do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) que trata do tratamento de pessoas com TEA nos casos de saúde complementar.

Portanto, é necessário entender essa condição humana para que os direitos das pessoas com esses transtornos possam ser defendidos.

TRATAMENTO EM SAÚDE E INTEGRAÇÃO COM A EDUCAÇÃO

Consequentemente, o período de reconhecimento do autismo é incerto e demorado, tanto pelos pais quanto por muitos médicos, devido à complexidade do quadro, à falta de informações básicas sobre síndromes não identificadas por exames laboratoriais, o que exige um processo de diagnóstico precoce e intervenção mais clara. A intervenção ocorre através da integração em uma instituição educacional regular com um programa de intervenção precoce, como Tratamento e Educação de Crianças Autista e com Deficiência de Comunicação Relacionada (TEACCH), Picture Exchange Communication System (PECS), Applied Behavior Analysis (ABA), entre outros outros. , ou apoio educacional; Segundo White (2003), embora o autismo não tenha cura, a qualidade de vida do indivíduo pode ser melhorada pelo manejo dos sintomas comportamentais a partir dos 2 anos de idade.

Segundo Lampreia (2007), embora a comunicação não verbal seja o principal alvo dos programas de intervenção precoce, outras áreas também são contempladas nesses programas.

O SISTEMA DE PRECEDENTES NO SEGUNDO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015

  • O SISTEMA DE PRECEDENTES JUDICIAIS ADOTADO PELO CPC/2015
  • CONCEITO DE PRECEDENTE
  • PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO DO JUIZ ANTE A FORÇA DOS PRECEDENTES JUDICIAIS VINCULANTES DO
  • IMPACTO DA VINCULAÇÃO DO PRECEDENTE NO PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO NA FORMAÇÃO DO

No direito brasileiro, o debate sobre a implementação de um sistema de precedentes vinculantes no sistema judicial é antigo. A fim de garantir maior racionalidade e eficiência do sistema processual e aumentar o nível de confiança e segurança jurídica, a adoção de um sistema de precedentes surge como uma importante alternativa. Desta forma, o atual Código de Processo Civil apresentou um novo sistema vinculativo de precedentes judiciais no artigo 927, e a necessidade de uniformizar a jurisprudência, em decorrência desses precedentes, no artigo 926, mostrando a tendência atual para o que se pode chamar de uniformização de decisões.

A partir da implantação do sistema de súmulas vinculantes do Código de Processo Civil de 2015, o direito processual brasileiro aproxima-se da teoria da sentença fixa, visando, assim, que as sentenças preservem a isonomia e a segurança jurídica. Visando aprimorar a primeira norma do direito brasileiro, o Código de Processo Civil de 2015 também criou mecanismos relacionados ao sistema de precedentes judiciais, uniformizando e estabilizando sua jurisprudência. A jurisprudência nacional não adota facilmente decisões rígidas, nem mesmo uma estrutura de súmulas vinculantes, pois, diante do que é relativamente novo, sempre há muita resistência.

Com isso, há diversas preocupações quanto à implementação da nova sistemática de precedentes introduzida pelo CPC/2015. A adoção de um sistema de precedentes, apesar de conferir segurança jurídica, pode prejudicar a prestação jurisdicional. Também não está explicitado quais seriam os motivos, pelo que pode haver certa controvérsia sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do referido VI.

Além disso, o que dificulta a estruturação de um sistema de precedentes no país é a constante mudança de posicionamento dos membros dos tribunais superiores, como o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, o que demonstra a falta de adesão a precedentes da própria Corte, prejudicando assim a credibilidade do próprio sistema. O Código de Processo Civil de 2015 apresenta um modelo processual de súmulas vinculantes que altera o sistema vigente. Em um sistema de súmulas vinculantes, o magistrado deve seguir o entendimento previamente estabelecido e paradigmático, fruto de um debate exaustivo com o direito de contradizer, portanto não pode decidir sozinho segundo sua consciência.

Por fim, percebe-se que em ambas as situações permanece o princípio do livre convencimento fundamentado do juiz ou do convencimento racional, mas agora, com a consolidação do sistema de súmulas vinculantes pelo Código de Processo Civil de 2015, com maior ênfase na fundamentação.

A AUSÊNCIA DE PRECEDENTE JUDICIAL VINCULANTE NO TJPE ACERCA DE DEMANDAS EM SAÚDE SUPLEMENTAR QUE VERSAM

  • METODOLOGIA APLICADA E LEVANTAMENTO DE DADOS
  • DADOS COLETADOS NA JURISPRUDÊNCIA DO TJPE SOBRE AUTISMO
  • ANÁLISE DA JURISPRUDÊNCIA DO TJPE ACERCA DAS DEMANDAS CONTRA PLANOS DE SAÚDE PARA CUSTEAR O
  • A AUSÊNCIA DE PRECEDENTE VINCULANTE SOBRE A TEMÁTICA E A FORMAÇÃO DO CONVENCIMENTO DO

Após o confronto entre a jurisprudência do tribunal e o levantamento doutrinário realizado, foi possível obter os resultados da pesquisa, que visa compreender o entendimento dos desembargadores do TJPE a respeito das reivindicações que tratam de pessoas com TEA na saúde complementar. Como critérios de inclusão, determinou-se que os julgamentos devem ser datados entre 2010 e 2018, que o cardápio está disponível, que é um acordo ou decisão monocrática, que deve tratar do tratamento multidisciplinar de pessoas com TEA, que tratou de auxílio em saúde, em pleitos na área de saúde complementar, envolvendo planos de saúde e que tenham sido apreciados apenas pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. Como critérios de exclusão, determinou-se que acórdãos fora do prazo estipulado, que não estivessem disponíveis na íntegra por meio do sistema de busca jurisprudencial no site do TJPE, que não tratassem de tratamento multidisciplinar para pessoas com TEA, que fossem avaliados por seções de.

Por fim, realizou-se a leitura interpretativa, que visou relacionar o aparato contido na súmula jurisprudencial com o entendimento adotado pelos desembargadores no TJPE dos requisitos que tratam do tratamento de pessoas com TEA na saúde complementar. Analisou 97 jurisprudências que tratam de causas cíveis ou consumeristas, pois, conforme entendimento firmado em súmula do Superior Tribunal de Justiça, o texto "Código de Defesa do Consumidor aplica-se aos contratos de planos de saúde" contido na Súmula 469 do STJ, que foi recentemente cancelada e substituída pela Súmula 608: "Código de Defesa do Consumidor Aplica-se aos Contratos de Planos de Saúde Exceto os Administrados por Entidades de Autogestão". Dentre as garantias estabelecidas pela referida lei, encontra-se o tratamento interdisciplinar, contido no artigo 2º, inciso III, que dispõe que “a atenção integrada às necessidades de saúde das pessoas com transtorno do espectro do autismo com vistas ao diagnóstico precoce, atendimento interdisciplinar e acesso a medicamentos e nutrientes" (BRASIL, 2012), bem como o Artigo 5º, que dispõe que: "a pessoa com transtorno do espectro do autismo não será impedida de participar de planos privados de saúde em razão de sua condição de pessoa com deficiência, conforme previsto pois no art.

Em todos os casos foi negado o provimento, o tratamento para a pessoa com TEA e o custeio pelo plano de saúde, conforme indicação do médico especialista. O único julgamento em que houve análise de omissão ou ambigüidade foi julgado sob o amparo do CPC de 1973 (ver processo nº vinte e nove recursos (vide anexo), vinte e sete foram exclusivamente pelos planos de saúde interpostos, que apareciam como ré no processo principal e como apelante nos recursos, com o objetivo de reformar os acórdãos que deram provimento aos pedidos de financiamento do tratamento multidisciplinar de pessoas com TEA, enquanto dois foram apresentados por pacientes com TEA e apelados pelos planos de saúde, em que todos foram julgados favoráveis ​​à manutenção do tratamento multidisciplinar e custeio integral pelo plano de saúde.

Portanto, o entendimento dominante é que o plano de saúde deve custear e arcar com os custos do tratamento interdisciplinar para pessoas com autismo. Assim, foram julgadas 48 liminares favoráveis ​​à manutenção do tratamento interdisciplinar da pessoa com TEA, visto que cinco recursos do TJPE foram contra a pessoa com TEA. Após a análise qualitativa dos 97 julgamentos envolvendo o tratamento de pessoas com TEA, apreciados pelo TJPE, entre os anos de 2010 e 2018, relata-se como essa jurisprudência afeta a avaliação e formação da condenação pelo juiz da câmara, por razões do precedente do tribunal local, mas na ausência de precedente vinculativo.

Com base nos esclarecimentos prestados, mesmo diante da obrigatoriedade de observar os precedentes judiciais na formação de sua decisão, entende-se que não houve óbice absoluto ao exercício do princípio da livre convicção pelo juiz no Processo Civil de 2015 Código .

Figura 1 - Consulta por jurisprudência disponibilizada pelo site do TJPE.
Figura 1 - Consulta por jurisprudência disponibilizada pelo site do TJPE.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, o douto juiz deve observar sistematicamente os processos existentes, selecionar os que se assemelham e decidir de forma igualitária. A imposição da sentença do juiz, vinculada a esses precedentes judiciais, suscita dúvidas quanto à possibilidade de exercício do livre convencimento na formação da decisão. Dentro dessa perspectiva, foram analisados ​​todos os acórdãos do TJPE disponíveis entre os anos de 2010 a 2018, que tratam do autismo no âmbito da saúde complementar, para se chegar ao entendimento majoritário sobre a matéria, o qual se constatou que em nenhum dos acórdãos havia sentenças contrárias o tratamento interdisciplinar da pessoa com TEA, mesmo quando os desembargadores foram contrários, suas decisões foram reformadas nos tribunais, mostrando que o entendimento se deve à clemência do caso, ainda que não haja súmula ou súmula vinculante para o caso.

O artigo 927 da atual Lei de Processo Civil mostra uma tendência ao que podemos chamar de homogeneização das decisões, ao afirmar em seu caput que os juízes e tribunais observarão, vincularão, as decisões, declarações, sentenças, etc. listados nos pontos a seguir. estabelece a política nacional de proteção dos direitos das pessoas com transtorno do espectro do autismo; e altera o § 3º do art. Disponível em: .

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ANEXOS

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Figura 1 - Consulta por jurisprudência disponibilizada pelo site do TJPE.
Figura 2 - Universo da amostra para análise, após aplicado os critérios de inclusão e  exclusão
Gráfico 1 - Proporção de julgados de acordo com o tipo de recurso.
Gráfico 2 - Proporção de julgados de acordo com o ano.

Referências

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De acordo com Valverde, autor do Anteprojeto que se convolou na lei revogada, conceitua “atos de liberalidade são os que diminuem, de qualquer sorte, o patrimônio