XXV Congresso de Iniciação Científica
Avaliação dos níveis séricos de Apolipoproteína E em idosos com doença de Alzheimer
.Orientador: Adriana Polachini do Valle Colaborador: Paulo Jose Fortes Villas Boas
Aluno autor: Thiago Henrique Meinicke Vieira: thigsbip@gmail.com Curso de Medicina, Campus de Botucatu, Faculdade de Medicina, Bolsa : PROPE Programa RENOVE
Palavras Chave: Alzheimer, Biomarcador, Apolipoproteína E
Introdução
O envelhecimento populacional favorece o aumento de coronariopatias, neoplasias e demências. As síndromes demenciais são morbidades
degenerativas e progressivas que implicam grandes transtornos mental, físico e psicológico.
Diversas condições podem causar síndrome demencial, sendo a doença de Alzheimer (DA) e a isquemia cerebrovascular (demência vascular) as mais importantes. O diagnóstico da DA é feito fundamentalmente através de critérios clínicos(
avaliação clínica e cognitiva) juntamente com a exclusão de outras possíveis causas para a demência1. A etiologia é multifatorial sendo confirmado o papel da Apolipoproteína E ( ApoE) como locus envolvido no desenvolvimento da DA de inicio tardio. A dosagem sérica da Apo E tem sido apontada como um possível marcador da doença independente de alterações genotípicas da ApoE2.
Objetivos
Avaliar os níveis séricos da ApoE em idosos com diagnóstico de doença de Alzheimer.
Material e Métodos
Estudo prospectivo caso controle realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP. Critérios de inclusão:
Pacientes de ambos os sexos; Idade ≥ 60 anos e diagnóstico de doença de Alzheimer segundo DSM- IV3. Os sujeitos do estudo foram divididos em 2 grupos: G1 DA – pacientes com diagnóstico de DA e G2 Controle – pacientes idosos sem DA.
Os pacientes do grupo controle foram selecionados após avaliação clínica e cognitiva (teste Mini-Exame do Estado Mental). Amostras de sangue foram obtidas para a análise bioquímica do perfil lipídico, função renal , TSH, Vitamina B12 e Apo E. As associações foram feitas aplicando-se o Teste Qui- Quadrado ou Exato de Fisher.
Resultados e Discussão
Incluídos 122 idosos que foram submetidos à avaliação clínica e cognitiva. A casuística foi composta por 54 idosos com DA e 68 controles.
A distribuição da população estudada segundo sexo foi composta por 85 (69,6%) do sexo feminino. A distribuição da população estudada segundo idade demonstrou amplitude de variação entre 60 e 94 anos com média de 70,86 anos. A idade média do aparecimento de declínio de memória entre os
pacientes com DA foi de 75 anos e desvio padrão de 8, 76. No grupo com DA, havia história familiar positiva da doença em 24% dos pacientes enquanto que no grupo controle em 2,94%. Todos os
pacientes com DA foram submetidos à TC de crânio para afastar outras causas de demência ou lesões estruturais não detectáveis. As alterações
encontradas foram: redução volumétrica do parênquima encefálico em 51 pacientes sendo que destes, 11 também apresentavam múltiplos infartos, caracterizando demência mista.
Os valores das análises laboratoriais realizadas para excluir outras causas de demência estavam dentro dos valores de referência.
Os valores médios de apo E no grupo de DA e no grupo controle estão demonstrados na tabela abaixo, não sendo encontrado diferença estatisticamente significante entre os grupos (p:0,58).
Tabela 1- Valores médios e desvio padrão de ApoE segundo diagnóstico de Alzheimer
Alzheimer N=54
Controle N=68
Valor de p Variável
ApoE
0,041 g/L (±
0, 013 )
0,037 g/l (±
0,014)
0,58 Análise pelo Teste Qui-Quadrado.
Conclusões
Apesar da facilidade em obter-se a análise sérica da apo E e seu baixo custo quando comparada com o estudo genotípico este estudo não demonstrou que este parâmetro possa ser utilizado como marcador da doença de Alzheimer.
Referências Bibliográficas
1-Nitrini R, Caramelli P, Bottino CMC, et al. Diagnóstico de doença de Alzheimer no Brasil. Arq Neuropsiquiatr. 2005;63(3- A):713-727.
2-P. van Vliet, R.G.J. Westendorp, P. Eikelenboom. Parental history of Alzheimer disease associated with lower plasma apolipoprotein E levels. American Academy of Neurology. 2009: 681-687.
3American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 4t h Ed. Washington, D.C.:
American Psychiatric Association, 1994).
